sexta-feira, novembro 30, 2007

Viagem a Darjeeling


Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited, 2007) é mais um filme sobre uma família que precisa deixar as desavenças do passado para trás e aprender a conviver de uma vez por todas. Só que esse filme é dirigido por Wes Anderson, o responsável por Rushmore, Os Excêntricos Tenenbaums e A Vida Marinha com Steve Zissou. O que quer dizer que não é exatamente igual a outros filmes que já vimos.

Aparentemente, Anderson faz o mesmo filme há anos. É a velha história que analisa uma família problemática em busca de redenção. O cenário é a rotina do dia-a-dia como conhecemos, mas a câmera do diretor tem sempre a sorte de flagrar momentos bizarros. E nada mais bizarro do que a realidade.

Eu disse "aparentemente" porque seus filmes são diferentes por uma razão que tinha tudo para funcionar como um problema: alguém disse que Wes Anderson é um gênio. Ele acreditou e levou isso a sério. Enfim, ele não tem nada de genial, mas penso que o diretor sabe trabalhar o que é ridículo sem deixar isso com cara de filme ruim. Já desisti de interpretar Wes Anderson. Decidi desligar o cérebro e embarcar em mais uma de suas bobagens. Peço desculpas aos fãs do diretor, mas a anestesia para Viagem a Darjeeling é partir do princípio que Wes Anderson faz filmes idiotas. É para ver como se fosse uma espécie de Os Três Patetas na Índia. Só que um pouquinho mais sério.

Seu novo trabalho é mais uma tragicomédia que começa e termina do jeito que esperamos. Nada de surpreendente - exceto pela abertura com a participação especial de Bill Murray, que alguns acharão genial, mas (repito) é só palhaçada. Anderson quer dizer que a vida inteira é uma longa viagem e narra a jornada exótica e espiritual de três irmãos americanos a bordo do expresso Darjeeling, na Índia. Há um ano, eles perderam o pai e carregam "literalmente" uma bagagem emocional e muita roupa suja para lavar. O mais velho deles, Francis (o chatão Owen Wilson), acredita que essa é a oportunidade perfeita para que eles se tornem irmãos novamente. Na verdade, seu objetivo é reencontrar a mãe desaparecida nesse glorioso país.

A direção de arte e a câmera de Wes Anderson transformam o trem num espetáculo a parte. É tudo tão fantástico que ele só pode não existir. As situações e os diálogos que surgem no caminho dos irmãos Francis, Peter (Adrien Brody) e Jack (Jason Schwartzman) são tão insólitos (e às vezes ridículos) que ou você embarca nessa proposta e sorri, ou sai do cinema querendo o dinheiro de volta.

Eu optei pela diversão. Ainda mais com a trilha sonora engraçadíssima e a dedicação dos atores. Aliás, Anderson acertou na escolha dos irmãos. Brody, Wilson e Schwartzman são diferentes, mas guardam curiosas semelhanças como os narizes gigantescos. Por isso, a escolha de Anjelica Huston para o papel da mãe deles também foi perfeita.

Como em todos os filmes de Wes Anderson, Viagem a Darjeeling tenta vender alguma seriedade. Da metade para o final, exatamente quando os protagonistas descem do trem, o filme pega outro rumo. Eu pensei um pouco sobre isso. Inicialmente, fiquei irritado com a mudança, mas cheguei à conclusão de que Anderson e os roteiristas Roman Coppola e o próprio Jason Schwartzman ficaram tão encantados com a Índia, que resolveram utilizar essa segunda metade para "evoluir" os personagens. Ainda mais com o conceito que eu levei da última cena, quando os irmãos compreendem o que realmente é importante em nossa passagem pelo mundo. Em todos os sentidos da palavra, a vida é uma viagem.

Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited, 2007)
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Roman Coppola e Jason Schwartzman
Elenco: Adrien Brody, Owen Wilson, Jason Schwartzman, Amara Karan, Waris Ahluwalia, Camilla Rutherford, Bill Murray e Anjelica Huston

quinta-feira, novembro 29, 2007

Um bom ano para Tommy Lee Jones


Há algo em Tommy Lee Jones que eu não consigo expressar em palavras. Talvez a dica para compreender a alma de seus personagens esteja em seu olhar aparentemente triste. Eu disse "triste", mas muitos vêem uma expressão de raiva ali. Pode reparar: os olhos de Tommy Lee Jones estão sempre caídos. São olhos que só podem demostrar o que ele está sentindo. Olhos que devem funcionar como a chave do enigma para decifrar a intensidade de cada uma das reações do ator em cena.

Tem gente que vai dizer que Jones é o mesmo em Três Enterros, No Vale das Sombras e Onde os Fracos Não Têm Vez. Mas não é não. É um ator econômico em suas expressões. Sem dúvida. Mas é grandioso ao lançar um certo (e raro) desafio ao cinéfilo, que precisa compreendê-lo na tela.

Antes dessa "maturidade" do ator, tenho certeza de que vi Tommy Lee Jones em algum episódio de As Panteras. Numa reprise, claro. Não sou tão velho assim. Mas acho que a primeira vez que eu vi Tommy Lee Jones (ou quando guardei o nome dele) foi numa aventura da Sessão da Tarde chamada Piratas das Ilhas Selvagens (pode procurar o DVD nas melhores locadoras, porque ele existe) e, pouco tempo depois, em Os Olhos de Laura Mars, um interessante filme de Irvin Kershner, o diretor de O Império Contra-Ataca.

O reconhecimento veio no início da década de 90 com a elogiada atuação em JFK e o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por O Fugitivo (na época, eu torci pelo John Malkovich de Na Linha de Fogo). Deste momento em diante, Jones começou a moldar esse ator enigmático que conhecemos hoje, uma figura que uns adoram dizer que interpreta a si mesmo (Nicholson e Pacino também recebem tais acusações). Prefiro dizer que Tommy Lee Jones encontrou seu próprio equilíbrio.

Ainda é muito cedo para dizer, mas entre os filmes que vi neste ano, Tommy Lee Jones entregou as melhores atuações do ano em No Vale das Sombras (leia a crítica aqui) e Onde os Fracos Não Têm Vez. O primeiro é dirigido por Paul Haggis, o mesmo de Crash. Repare na cena em que um soldado surpreende Tommy Lee Jones com a notícia do provável destino de seu filho. Preste atenção no rosto do ator. O segundo é dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen. Dizem que Javier Bardem está sensacional no filme, mas não concordo. A melhor coisa de Onde os Fracos Não Têm Vez é Tommy Lee Jones. Sua principal cena fecha o filme dos Coen. É um monólogo pra te deixar sem palavras na saída do cinema.

2007 foi um ano de grandes atuações: Emile Hirsch (Into the Wild), James McAvoy (Desejo e Reparação), Joaquin Phoenix (Os Donos da Noite), entre outros. Muitos comentam sobre Daniel Day-Lewis no inédito There Will Be Blood. No trailer, ele está mesmo impressionante. Mas sabemos que não é justo avaliar qualquer coisa por um mero trailer. O que sei é: Tommy Lee Jones alcançou um patamar invejável em sua carreira. Será um absurdo não ver seu nome entre os indicados ao próximo Oscar.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Fotos de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

O herói


No Reino da Caveira de Cristal?

Indy coberto de teia ao lado de Shia LaBeouf

terça-feira, novembro 27, 2007

Indicados ao Independent Spirit Awards


O Escafandro e a Borboleta, de Julian Schnabel, e Juno (FOTO), de Jason Reitman, são dois dos principais indicados ao Independent Spirit Awards. Veja a lista completa aqui. A cerimônia de entrega dos prêmios acontece somente em 23 de fevereiro.

Ultimamente, o prêmio vem definindo o filme independente do ano, que acaba conquistando uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. No ano passado, Pequena Miss Sunshine ganhou o Independent Spirit Awards de Melhor Filme, Melhor Direção (Jonathan Dayton e Valerie Faris), Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin) e foi ao Oscar. O mesmo caminho foi percorrido por Sideways e Encontros e Desencontros em edições anteriores.

Abaixo, as principais categorias:

Melhor Filme
O Escafandro e a Borboleta
I'm Not There
Juno
O Preço da Coragem
Paranoid Park

Melhor Diretor
Todd Haynes • I'm Not There
Tamara Jenkins • The Savages
Jason Reitman • Juno
Julian Schnabel • O Escafandro e a Borboleta
Gus Van Sant • Paranoid Park

Melhor Roteiro
Ronald Harwood • O Escafandro e a Borboleta
Tamara Jenkins • The Savages
Fred Parnes & Andrew Wagner • Starting Out in the Evening
Adrienne Shelly • Garçonete
Mike White • Year of the Dog

Melhor Ator
Pedro Castaneda • August Evening
Don Cheadle • Talk To Me
Philip Seymour Hoffman • The Savages
Frank Langella • Starting Out in the Evening
Tony Leung • Lust, Caution

Melhor Atriz
Angelina Jolie • O Preço da Coragem
Sienna Miller • Entrevista
Ellen Page • Juno
Parker Posey • Broken English
Tang Wei • Lust, Caution

Melhor Ator Coadjuvante
Chiwetel Ejiofor • Talk To Me
Marcus Carl Franklin • I'm Not There
Kene Holliday • Great World of Sound
Irrfan Khan • The Namesake
Steve Zahn • Rescue Dawn

Melhor Atriz Coadjuvante
Cate Blanchett • I'm Not There
Anna Kendrick • Rocket Science
Jennifer Jason Leigh • Margot at the Wedding
Tamara Podemski • Four Sheets to the Wind
Marisa Tomei • Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto

Melhor Fotografia
Mott Hupfel • The Savages
Janusz Kaminski • O Escafandro e a Borboleta
Milton Kam • Vanaja
Mihai Malaimare, Jr. • Youth Without Youth
Rodrigo Prieto • Lust, Caution

Quem te viu, quem te vê

Esse é Heath Ledger como o insano Coringa, de Batman - O Cavaleiro das Trevas, na capa da edição de janeiro da revista britânica Empire. Alguém aí diz se é o mesmo caubói de Brokeback Mountain?

Tem gente que vai reclamar, afinal o Coringa de Jack Nicholson marcou uma geração inteira graças ao filme dirigido por Tim Burton em 1989. O próprio Nicholson andou soltando os cachorros recentemente: "Eles nunca vieram me perguntar sobre uma continuação. Eu sei como fazer isso, mas ninguém jamais me procurou. Talvez seja a coisa certa a se fazer. Mas, honestamente, estou furioso. É o papel que eu sempre deveria ter vivido. Estou considerando não ver o filme novo por causa disso. Mas se for um filme decente, eu vou dar um jeito de assistir. Só acho que nunca vão superar o espírito de Tim Burton. Ele é um gênio."

Heath Ledger pode não ser Jack Nicholson, mas a seqüência de Batman Begins é um dos filmes mais esperados do ano que vem. Atualmente em pós-produção, Batman - O Cavaleiro das Trevas tem estréia marcada para o dia 18 de julho de 2008.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Robert Zemeckis digital ou analógico?


Há tempos que o cinema entrou na era digital, mas o diretor Robert Zemeckis levou isso ao pé da letra. Só pode ser. Que ninguém diga ao cineasta, ao menos quem cruzar com ele, que A Lenda de Beowulf, seu novo trabalho que chega aos cinemas do país nesta sexta-feira, é uma animação. Dizem que ele fica bravo e jura de pés juntos que trata-se de um "filme". Mesmo que carne e osso sejam substituídos por pixels.

A técnica utilizada em A Lenda de Beowulf é a mesma que Zemeckis treinou em O Expresso Polar, de 2003. É a captura de movimento ou desempenho, o Motion Capture. Os atores são cobertos por pontos adesivos e roupas colantes e monocromáticas - tudo isso liga sensores a computadores. Dessa forma, as atuações são capturadas literalmente por suas imagens em 3D.

Peter Jackson fez o mesmo com o Gollum, de O Senhor dos Anéis, e o gorila gigante, de King Kong. Mas ainda assim, são os tais efeitos visuais. Tanto O Senhor dos Anéis quanto King Kong são filmes de verdade - no sentido antigo, ou arcaico, que a palavra já teve em Hollywood.

Com A Lenda de Beowulf e O Expresso Polar, parece que Robert Zemeckis enlouqueceu de vez. Ou então, ele tem razão e está mesmo buscando o futuro do cinema. Zemeckis sempre foi fascinado pela evolução da tecnologia. De certa forma, ele aproveitou o que tinha de melhor em cada época para gerar seus trabalhos. Zemeckis é o responsável pela trilogia De Volta Para o Futuro, Uma Cilada Para Roger Rabbit e Forrest Gump. Não é pouca coisa. Até alguns de seus filmes menos interessantes valem como exemplos dessa fascinação. É o caso de A Morte Lhe Cai Bem e Contato.

Sei lá, mas eu ainda prefiro o Robert Zemeckis de sua fase analógica. Adoro Náufrago, um de seus últimos "filmes". De Volta Para o Futuro, então, faz parte da minha formação. O cara é bom no que faz. E ainda confio em Zemeckis, mas acho que O Expresso Polar seria ainda melhor se fosse com crianças de verdade. Mas tudo bem. Que A Lenda de Beowulf venha para o bem do cinema (e não o contrário). Mesmo assim, diga a sua opinião: você prefere o Robert Zemeckis analógico ou o digital?

sábado, novembro 24, 2007

Saudades do bom e velho faroeste


O cinéfilo já pode conferir O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford, que estreou neste final de semana. Assisti ao filme dirigido por Andrew Dominik e produzido por Ridley Scott na Mostra de SP e juro que fiquei com saudade dos velhos faroestes do cinema (leia a crítica aqui).

Esse filme não pode ser colocado no mesmo pedestal de Meu Ódio Será Sua Herança, O Homem que Matou o Facínora, Onde Começa o Inferno, Rastros de Ódio ou Os Imperdoáveis. Faroeste não pode ter frescuras. É matar ou morrer. Até Robert Zemeckis, quando brincou com o gênero em De Volta Para o Futuro - Parte III, sabia disso.

A mitologia construída pelo western no cinema não merece O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford, que como faroeste é um comercial de shampoo ou margarina. A fotografia de Roger Deakins é belíssima, embriagante, etc. Deve ser indicada ao Oscar, claro. Mas quem erra a mão é o diretor. Inexperiente, ele se deixa levar pelas imagens captadas por Deakins e acha que tudo é parte de uma paisagem tocada pelo vento.

E olha que ele teve um apoio e tanto. Diretor de fotografia dos irmãos Coen, Roger Deakins fez o seu melhor em Onde os Fracos Não Têm Vez. Mas ali, embora eu também não goste muito do filme, Joel e Ethan Coen sabem utilizar esse apoio para contar a história. Onde os Fracos Não Têm Vez também possui uma narrativa lenta, mas parece necessária e não fica com cara de filme publicitário. Como se isso não bastasse, em Jesse James, Dominik preferiu perder tempo com tramas paralelas, quando deveria se concentrar no sentimento de admiração e inveja, que mais parece paixão reprimida, de Robert Ford (Casey Affleck) pela lenda do Velho Oeste interpretada por Brad Pitt.

Além da fotografia, O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford tem uma linda trilha sonora composta por Nick Cave e Warren Ellis. Mas nem essa dupla, nem Deakins e nem mesmo Brad Pitt e Casey Affleck merecem o resultado frouxo de Andrew Dominik. Pitt está ótimo como Jesse James e ganhou o prêmio de Melhor Ator no último Festival de Veneza. Foi um exagero, mas ele está bem.

Quem merece mais elogios do que Pitt é Casey Affleck, irmão (ainda) menos famoso de Ben Affleck. Em breve, poderemos conferir Casey dirigido por Ben, em Gone Baby Gone, adaptação de mais um livro de Dennis Lehane, o mesmo autor de Sobre Meninos e Lobos. Dizem que Casey Affleck está ainda melhor no filme que marca a estréia do irmão como diretor. Temos que prestar mais atenção na carreira do rapaz, que até outro dia era apenas um dos integrantes menos idolatrados dos Ocean's Eleven, do qual Brad Pitt faz parte.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Os Donos da Noite


Em O Poderoso Chefão, Michael Corleone (Al Pacino) é um jovem militar, que mantém distância dos negócios de sua família mafiosa. Quando ele testemunha um atentado contra o próprio pai, Michael compreende que o bem e o mal, o certo e o errado são apenas questões de princípios. O lado que importa é aquele te deixa forte para proteger quem você mais ama. Deste momento em diante, o clássico de Francis Ford Coppola mostra uma das metamorfoses mais impressionantes de um personagem no cinema. Em Os Donos da Noite (We Own the Night, 2007), o talentoso diretor James Gray faz o extraordinário Joaquin Phoenix trilhar o mesmo caminho. Só que para o outro lado da lei.

O charme do roteiro do próprio James Gray é compreender como Bobby Green (Joaquin Phoenix) chega ao seu inevitável e surpreendente destino. Que ninguém diga, por favor, que eu afirmei que Os Donos da Noite é O Poderoso Chefão. Mas, certamente, a estrutura narrativa da obra-prima de Coppola influenciou Gray. Acho um erro chamar Os Donos da Noite de "filhote menor" de Os Infiltrados como a crítica americana andou insistindo. Alguns jornalistas "especializados em cinema" têm memória curta e a verdade é que esse tipo de filme sempre existiu. É o típico roteiro que rodou por Hollywood nos gloriosos anos 70. Aliás, acredito que grande parte de público e crítica nos EUA, hoje em dia, não possui sensiblidade e maturidade suficientes para entender o que James Gray quer dizer com valores básicos como honra, amizade, amor e a importância da família.

Alguns dizem que Os Donos da Noite está repleto de clichês, mas Gray tem apenas paciência para construir os ideais de seus personagens. É uma calma rara no cinema americano atual. Gray não faz gracinhas com a câmera e não tenta brilhar mais do que o roteiro e os próprios atores. Certa hora, quando ele resolve abusar da técnica, cria uma perseguição claustrofóbica de carros, do ponto de vista do motorista, com muita chuva do lado de fora e com o som assustador do pára-brisa. Nunca vi nada igual. Os Donos da Noite é extremamente lento, mas o recurso narrativo é necessário para o impacto final, que é emocionante. Para explicar melhor, cito o que Clint Eastwood disse em uma das entrevistas para divulgar Menina de Ouro: "Basta ter um bom roteiro, um bom montador e um elenco dedicado. Você tem que ser um diretor muito ruim para estragar tudo".

Em Os Donos da Noite, Bobby (Joaquin Phoenix) é gerente de uma casa noturna em Nova York, mas o local também funciona como fachada para a máfia russa. Para ele, o sucesso na noite e namorar a bela Amada Juarez (Eva Mendes) é o bastante. O dono do clube é Marat Bujayev (Moni Moshonov), que representa uma figura paterna para Bobby, que não segue os ideais de sua verdadeira família de policiais: o irmão Joe (Mark Wahlberg) e o pai Burt Grusinsky (Robert Duvall). O problema é que os tiras querem prender o traficante Vadim Nezhinsk (Alex Veadov), freqüentador do local e sobrinho de Bujayev. Bobby jamais se envolve nos negócios de Vadim e só quer saber de gerenciar o clube para ficar o mais longe possível do pai e do irmão, que estão deixando de acreditar em qualquer potencial guardado dentro do rapaz.

Quando Bobby começa a se envolver no jogo de gato e rato armado pelos tiras por causa de uma ironia do destino, a grandeza do filme de James Gray surge na tela. E realçada pela magnífica entrega de Joaquin Phoenix. Na verdade, todos estão bem. Até Eva Mendes. Mas o ator de Gladiador e Johnny & June poderia muito bem ter nascido na época de Al Pacino, Dustin Hoffman, Robert De Niro, Jack Nicholson... esses caras. Ele não faria feio. Certamente, Phoenix seria protagonista de grandes filmes em um tempo em que Hollywood não se preocupava com rostinhos bonitos. Joaquin Phoenix é um monstro. E o diretor e roteirista James Gray poderia conquistar o devido reconhecimento se tivesse disputado os melhores roteiros do cinema com nomes como Sidney Lumet em pleno auge.

Autor de Fuga Para Odessa e Caminho Sem Volta (também com Joaquin Phoenix e Mark Wahlberg), James Gray tem apenas três filmes no currículo e seu talento natural já é incompreendido nos EUA. Por mim, não tem problema. Enquanto houver diretores preocupados em contar uma boa história, eu estarei feliz. E tenho certeza de que esse é um sentimento compartilhado por muitos cinéfilos.

O título original We Own the Night era o slogan da polícia de Nova York nos anos 80, onde se passa a trama do filme. James Gray situa o espectador com os olhos da lei. Esse é um filme sobre tiras, que tentavam prender bandidos num período em que perceberam que estavam começando a perder o controle de uma situação que conhecemos muito bem nos dias de hoje. Brilhante.

Os Donos da Noite (We Own the Night, 2007)
Direção: James Gray
Roteiro: James Gray
Elenco: Joaquin Phoenix, Mark Wahlberg, Eva Mendes e Robert Duvall

quarta-feira, novembro 21, 2007

Encantados por Amy Adams

Será que andam exagerando nos comentários sobre Encantada? Já disseram que é o novo Mary Poppins da Disney. O que interessa é que o trailer é (desculpe-me pelo trocadilho) encantador e traz Amy Adams no auge de seu carisma em Hollywood. Ela é uma princesa dos contos de fadas em plena Nova York, que cai nos braços de Patrick "McDreamy" Dempsey.

O grande público pode não se lembrar dela, mas Amy é a ruivinha que (quase) se casa com Leonardo DiCaprio, em Prenda-me Se For Capaz. Isso mesmo. Ela é mais um talento revelado por Steven Spielberg. Neste ano, ela concorreu ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, por Retratos de Família. O filme não é grande coisa, mas ela está maravilhosa no papel de uma jovem grávida e tagarela.

Principal estréia deste final de semana de Ação de Graças nos EUA, Encantada pode ter o Dr. McDreamy, de Grey's Anatomy, no elenco. Mas parece que o filme é de Amy Adams, um nome que dá esperança ao futuro de Hollywood. Alguns dizem que ela tem chances de ir ao Oscar. O elogio mais legal vem do LA Weekly: "A incomparável Amy Adams entrega uma performance encantadora, rara e 'fora de moda' desde o tempo de I Love Lucy". Encantada estréia em dezembro no Brasil.

A receita de Helena Bonham Carter

Ainda não sabemos se o musical Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet é tão bom quanto seus pôsteres. Tudo indica que sim. Ao lado, a inglesa Helena Bonham Carter ilustra uma das novas artes promocionais do aguardado filme de Tim Burton.

Em Sweeney Todd, Helena é Mrs. Lovett, a fiel ajudante do barbeiro vingador de Johnny Depp. Depois que Sweeney Todd mata seus clientes, a adorável moça pega os restos das vítimas para assar deliciosas tortas, que conquistam o povo londrino.

Alguns arriscam que Helena Bonham Carter será uma das cinco finalistas ao próximo Oscar de Melhor Atriz. Embora a francesa Marion Cotillard ainda seja barbada por sua impecável transformação em Piaf - Um Hino ao Amor, tem gente que aposta numa virada espetacular de Helena Bonham Carter.

Julie Christie, por Away From Her, Ellen Page, por Juno, Keira Knightley, por Desejo e Reparação, e Angelina Jolie, por O Preço da Coragem, são outras fortes concorrentes.

Se o Oscar quer ser visto como um prêmio justo, acho muito difícil alguém superar o nível alcançado por Marion Cotillard neste ano. De qualquer forma, com ou sem estatueta, Helena Bonham Carter é uma atriz talentosa, e como todo grande nome do cinema, ela só precisa de um único papel marcante para colocar seu nome na história. Talvez, esse reconhecimento venha com Mrs. Lovett.

Aos 41 anos, Helena já foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por Asas do Amor. Perdeu para a Helen Hunt de Melhor é Impossível. Em 2001, iniciou uma parceria dentro e fora das telas com o noivo Tim Burton. O casal colaborou em filmes como Planeta dos Macacos, Peixe Grande e A Fantástica Fábrica de Chocolate. E eu disse ali no alto, que a Mrs. Lovett, de Sweeney Todd tem tudo para marcar sua carreira, mas é inevitável: uma geração inteira irá lembrar de Helena Bonham Carter como a bruxa Bellatrix Lestrange, de Harry Potter e a Ordem da Fênix, além dos episódios que estão por vir O Enigma do Príncipe e As Relíquias da Morte. Enfim, o tempo dirá. Sweeney Todd estréia em 8 de fevereiro no Brasil.

segunda-feira, novembro 19, 2007

A Loja Mágica de Brinquedos


É impossível não lembrar da influência de Roald Dahl, o autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate, ao término da sessão de A Loja Mágica de Brinquedos (Mr. Magorium's Wonder Emporium, 2007). Embora seja inevitável, a comparação é injusta. Essa estréia do roteirista Zach Helm como diretor é uma das piores produções infantis de todos os tempos.

Em algum lugar de 1991, eu saí animadíssimo de uma sessão de Hook - A Volta do Capitão Gancho. Sei que muita gente bateu nesse filme do Steven Spielberg. Na época, li críticas que acusaram o cineasta de colocar o genial Dustin Hoffman no papel mais constrangedor de sua carreira. Bom, o tempo é o melhor crítico que existe. Gosto de Hook até hoje. É um filme imperfeito, mas que transborda magia. Coisa que A Loja Mágica de Brinquedos não tem. Coitado do Dustin Hoffman. Perto desse filme, Hook é O Poderoso Chefão ou, como muitos preferem, Cidadão Kane.

Do início ao fim, o filme de Zach Helm carece de magia. Não dá para reclamar somente da sua falta de experiência na direção - as atuações são medíocres e algumas cenas não são devidamente enquadradas ou dependem exclusivamente da vontade dos atores. Mas veja Dustin Hoffman e Natalie Portman pulando em colchões ou somente o grande ator dançando em cima de plásticos de bolinha. "Lindo".

Apesar do rostinho delicado de menina inocente de Natalie Portman, a (boa) atriz distribui caretas deprimentes ao lado do Dustin Hoffman de Kramer Vs. Kramer, Rain Man e Maratona da Morte. Como perdoá-lo por isso? Em Tootsie, ele poderia facilmente ter caído na caricatura, mas não quis. E é lamentável testemunhar um Dustin Hoffman precário e abandonado recitando cada linha do roteiro pouco inspirado de Zach Helm.

Há outra impressão terrível durante a exibição de A Loja Mágica de Brinquedos: parece que o estúdio precisou cortar o orçamento. Não sei se isso é verdade, mas o resultado é pobre. Nada que a criatividade de seus realizadores não fosse capaz de consertar, afinal A Loja Mágica de Brinquedos tem cara de filme infantil à moda antiga. Só cara, porque a alma não existe. No tempo do meu avô, Hollywood precisava se virar com boas idéias e muita imaginação para driblar a ausência de recursos oferecidos pela tecnologia. Entre outros truques, o diretor confiava 100% no mais simples: seu talento com a câmera na frente de um elenco dedicado.

Em A Loja Mágica de Brinquedos, o velho Sr. Magorium (Hoffman) está com 243 anos. Depois de muitas aventuras, ele decide partir para a mais emocionante delas: a própria morte. Mas antes, Magorium precisa ter certeza de que Molly Mahoney (Natalie Portman), sua ajudante e única funcionária da loja, aceitará o local como herança. A premissa até renderia um papel interessante para homenagear a carreira de Dustin Hoffman se todos pensassem em cinema e não em circo. Enfim, essa é A Fantástica Fábrica de Chocolate que não comeu arroz e feijão e não foi para a escola.

Em tempo: Zach Helm é o roteirista de Mais Estranho que a Ficção. Muitos o chamaram de gênio. Então, como explicar A Loja Mágica de Brinquedos? Desta vez, ele criou uma trama sem graça para os adultos e, ao mesmo tempo, capaz de deixar as crianças desinteressadas em alguns momentos dramáticos ridículos como o discurso vergonhoso do Sr. Magorium sobre Rei Lear, que faz William Shakespeare se revirar no túmulo.

Se você procura um belo presente de Natal para o seu filho, passe longe da loja do Sr. Magorium. Ou ensine a ele o que representa o bom e velho Dustin Hoffman com DVDs de seus grandes sucessos. Se a criança for pequena, compre Hook.

A Loja Mágica de Brinquedos (Mr. Magorium's Wonder Emporium, 2007)
Direção: Zach Helm
Roteiro: Zach Helm
Elenco: Dustin Hoffman, Natalie Portman e Jason Bateman

Tá Dando Onda


Alguém aí sabe me dizer se Hollywood continuará a explorar o universo dos pingüins nos próximos anos? A tendência é um problema nessa indústria. Quando os franceses fizeram o documentário A Marcha dos Pingüins, os americanos não poderiam ficar atrás. Partiram para a animação e aprontaram Happy Feet, que é maravilhoso. Mas será que todo ano tem que ter uma aventura estrelada por pingüins?

Acho que os executivos devem pensar no projeto assim: "Se o Mumble de Happy Feet pode dançar, os nossos pingüins podem surfar". Não sei se a idéia para Tá Dando Onda (Surf's Up, 2007) surgiu antes do vencedor do Oscar de Melhor Animação de 2006, mas o sistema funciona mais ou menos dessa forma. Só pode ser.

Ainda bem que toda regra tem uma exceção. E não é que esse desenho é bem legal? Está certo que Tá Dando Onda não é nenhum Ratatouille e nem carrega a genialidade de qualquer outra produção da Pixar (também não é uma grande surpresa quanto Happy Feet), mas tem charme suficiente para divertir e emocionar adultos e crianças sem jamais deixar o ritmo cair.

E é impressionante testemunhar o avanço da tecnologia de um filme para outro. Há uns anos atrás, eu sabia que um dos efeitos mais difíceis (e ainda irreais) de criar era a água ou, pior, as ondas do mar. É uma vitória dos magos digitais de Hollywood, que contribuiram diretamente para gerar uma simpatia pelos pequenos protagonistas dessa animação, que praticamente flutuam ou deslizam no oceano.

A saga do pingüim Cody Maverick (voz de Shia LaBeouf), que sonha se tornar um surfista de primeira como seu ídolo Big Z (um Jeff Bridges meio Grande Lebowski) está para esse esporte radical sob pranchas assim como Karate Kid está para o... karatê. Maverick é Daniel-san e Big Z é o Sr. Miyagi. É uma história de amizade e superação como Hollywood adora contar volta e meia, mas acima de tudo, a animação de Ash Brannon e Chris Buck é uma declaração de amor ao surfe. Principalmente pela opção de narrar a trama como se fosse um documentário. E as ondas jamais foram tão bonitas numa sala escura quanto nesse filme.

É engraçado, visualmente deslumbrante, mas esquecível. Nunca ruim. E a sessão de Tá Dando Onda funciona muito mais com uma platéia cheia de crianças. Dessa vez, passa. Só que da próxima vez, por favor, nada de pingüins.

Tá Dando Onda (Surf's Up, 2007)
Direção: Ash Brannon e Chris Buck
Roteiro: Don Rhymer e Ash Brannon
Com as vozes de Shia LaBeouf, Jeff Bridges, Zooey Deschanel, Jon Heder, James Woods, Diedrich Bader, Mario Cantone, Mikey Abromowitz e Kelly Slater

quinta-feira, novembro 15, 2007

Diretores cotados para o Oscar

Joe Wright (Desejo e Reparação): O talentoso diretor britânico de Orgulho e Preconceito comanda novamente a sua musa Keira Knightley no épico romântico que tem tudo para conquistar o coração da Academia, que adorava esse tipo de filme até a década passada. Será que Wright reacende essa paixão?


Sidney Lumet (Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto): A Academia tentou aposentá-lo com um Oscar honorário, mas o mestre que concorreu na categoria de Melhor Diretor por 12 Homens e uma Sentença, Um Dia de Cão, Rede de Intrigas e O Veredicto está de volta. Muitos dizem que ele realizou um de seus melhores filmes.

Terry George (Reservation Road): O diretor irlandês é o responsável por Hotel Ruanda, um dos filmes mais elogiados de 2004. Só que a Academia deixou ele de fora. Indicá-lo por Reservation Road, um drama barra pesada sobre um pai desesperado (Joaquin Phoenix), que busca justiça em nome do filho, pode ser uma forma de reconhecer seu talento como contador de histórias.

Mike Nichols (Jogos do Poder): Alguém aí entende a ausência de Closer nas categorias principais do Oscar de 2005? O filme trouxe de volta o grande Mike Nichols, autor de clássicos como Quem tem Medo de Virginia Woolf e A Primeira Noite de um Homem (pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Diretor), além dos ótimos Uma Secretária de Futuro e Lembranças de Hollywood. Em Jogos do Poder (título brasileiro infeliz para Charlie Wilson's War), Nichols dirige um timaço formado por Tom Hanks, Julia Roberts e Philip Seymour Hoffman.


Marc Forster (O Caçador de Pipas): Diretor de filmes queridos pelo público como Em Busca da Terra do Nunca e Mais Estranho que a Ficção, Forster jamais foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor. A adaptação do amado livro de Khaled Hosseini pode ser a sua grande chance.



David Cronenberg (Senhores do Crime): Antes, ele fazia filmes bizarros como Scanners, A Mosca e A Hora da Zona Morta. Hoje, o canadense David Cronenberg continua analisando as esquisitices da mente humana, mas com os pés no chão. Ele busca reconhecimento com trabalhos "sérios" como Marcas da Violência e o novo Senhores do Crime.


Ridley Scott (O Gângster):
O diretor de Alien e Blade Runner jamais segurou um Oscar. Ele foi indicado para Melhor Diretor por Thelma & Louise, Gladiador e Falcão Negro em Perigo. Seu épico romano estrelado por Russell Crowe pode ter sido o principal vencedor da cerimônia de 2001, mas o cineasta saiu de mãos vazias.


Tim Burton (Sweeney Todd): Muitos dizem que o diretor de Os Fantasmas Se Divertem, Edward Mãos de Tesoura, Batman, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e Peixe Grande pode, finalmente, ganhar um Oscar. Sweeney Todd é a versão cinematográfica de um musical da Broadway, mas Burton está em casa. É uma história sombria com Johnny Depp, que utiliza o preto e o branco como cores dominantes em cenário, figurino e fotografia.


Jason Reitman (Juno): Filho mais talentoso do que o papai Ivan Reitman, de Os Caça-Fantasmas, Jason representa uma das esperanças do futuro de Hollywood. Ele é o diretor de Obrigado Por Fumar, uma comédia irônica sem igual, que ficou de fora do Oscar. Ok, Jason Reitman foi indicado por seu roteiro original, mas quem já viu o filme também sabe como o cara é bom diretor.



Paul Thomas Anderson (There Will Be Blood): Um dos cineastas mais idolatrados dos últimos 10 anos ainda não foi reconhecido pela Academia com uma indicaçãozinha sequer na categoria de Melhor Diretor. P.T. Anderson tem uma legião de jovens cinéfilos ao seu lado por causa de Boogie Nights e Magnolia. Talentoso com a câmera, Anderson ainda precisa provar sua força como contador de histórias. O elogiado There Will Be Blood pode representar seu amadurecimento.



Joel Coen e Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez): Os críticos americanos adoraram essa espécie de Fargo 2, dos irmãos Coen. O filme não é tudo isso, mas essa história que desmistifica heróis e vilões pode levar a dupla, que já foi tão criativa, de volta ao Oscar.


Sean Penn (Into the Wild):
A Academia adora atores dirigindo belos roteiros. Foi assim com Robert Redford, Kevin Costner, Clint Eastwood e Mel Gibson. E a história pode se repetir com Sean Penn, que fez o melhor filme do ano. Pelo menos, entre os que foram exibidos no Brasil até o momento.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Conheça a tripulação do novo Star Trek

Um dos filmes mais esperados de 2008 é Star Trek, a reinvenção da série criada por Gene Roddenberry. O diretor encarregado dessa ousada empreitada é J.J. Abrams, uma das mentes mais criativas de Hollywood na atualidade. Como os fãs já sabem, o autor de grandes sucessos da TV como Lost e Alias conta como o jovem James T. Kirk se formou na Academia da Frota Estelar e reuniu a tripulação original da lendária USS Enterprise.

Leonard Nimoy, o velho (e idolatrado) Sr. Spock, está confirmado no elenco. O roteiro de Alex Kurtzman e Roberto Orci ainda é mantido em segredo, mas parece que o clássico personagem está envolvido na trama por descobrir um plano para assassinar o Capitão Kirk. Ele volta no tempo para salvá-lo ao lado dos "novos" tripulantes da famosa nave.

Ainda não se sabe se William Shatner aparecerá como o velho Kirk, mas Eric Bana foi confirmado como o vilão do filme, enquanto Winona Ryder (!) será a mãe de Spock.

A estréia está marcada para 25 de dezembro de 2008, mas os trekkers já estão loucos de ansiedade. Abaixo, HOLLYWOODIANO inicia a cobertura desse verdadeiro evento ao analisar a escolha do jovem elenco que irá onde nenhum homem jamais esteve. E preciso dizer: "Obrigado, J.J. Abrams!"


James T. Kirk (Chris Pine): Esse rapaz de 27 anos assume o papel mais famoso da carreira do grande William Shatner. Pine fez diversas participações especiais em séries como E.R., Six Feet Under e CSI: Miami. No cinema, o ator estrelou Diário de Princesa 2 e o recente A Última Cartada, de Joe Carnahan. Como ainda não fez nada de tão especial, Chris Pine ganha aqui o seu ticket de entrada para a fama.


Spock (Zachary Quinto): O cumprimento vulcano "Vida Longa e Próspera", dito por Leonard Nimoy na formação original será uma das falas do ótimo Zachary Quinto, o jovem Sr. Spock. O ator é querido do público por sua interpretação sensacional do vilão Sylar, da série Heroes. Poucos se lembram, mas Quinto esteve na terceira temporada de 24 Horas.



Dr. McCoy (Karl Urban): O saudoso DeForest Kelley imortalizou o médico ranzinza da Enterprise. Ao lado de Kirk e Spock, McCoy é um dos personagens mais adorados de Jornada nas Estrelas. Karl Urban, o Éomer, de O Senhor dos Anéis, precisa honrar o legado do ator.


Sulu (John Cho): Natural de Seul, o ator fez pequenos papéis em filmes como Mera Coincidência, Beleza Americana e Solaris, além de participações em séries como Grey's Anatomy, House e Ugly Betty. Aos 35 anos, ele tem a oportunidade de brilhar no papel que foi de George Takei, que atualmente integra o elenco de Heroes. Ele é o pai de Hiro Nakamura (Masi Oka).


Uhura (Zoe Saldana): Essa bela atriz de 30 anos foi escolhida por Steven Spielberg para ser o interesse amoroso de Diego Luna, em O Terminal. Em 2009, ela estará em Avatar, a misteriosa ficção científica de James Cameron. Antes disso, Zoe tem uma prova de fogo ao viver a oficial Nyota Uhura, papel de Nichelle Nichols na tripulação original, que será vista, em breve, na segunda temporada de... Heroes.

Scotty (Simon Pegg): O ator britânico é conhecido do público por sua participação na comédia cultuada Todo Mundo Quase Morto. Aliás, Pegg é amigo de J.J. Abrams, que o dirigiu em Missão Impossível III. No original, o eterno James Doohan deu vida ao Sr. Scotty, o engenheiro mais talentoso da galáxia e membro da Enterprise.

Chekov (Anton Yelchin): Esse menino russo de apenas 18 anos será, claro, Pavel Andreyevich Chekov, oficial de navegação da Enterprise. Yelchin fez papéis marcantes em Taken, extraordinária minissérie produzida por Steven Spielberg, e Huff, série protagonizada por Hank Azaria. Recentemente, o garoto estrelou Alpha Dog nos cinemas. No elenco original de Jornada nas Estrelas, o papel de Chekov foi do ótimo Walter Koenig.

terça-feira, novembro 13, 2007

Mandando Bala


Normalmente, a sessão Domingo Maior exibe filmes de ação para o público masculino, que ainda está na ressaca do final de semana e precisa relaxar para dormir o quanto antes e acordar no dia seguinte prontinho para encarar o trabalho. O acervo é repleto de produções sem cérebro, mas com muitos tiros e explosões. O problema é que sempre tem aquela hora em que o Steven Seagal, Chuck Norris ou Van Damme param a matança para refletir sobre algum trauma do passado ou para faturar a mocinha da história. Que marmanjo liga para drama e romance num filme desses? Bom, quem gosta do Domingo Maior, pode comemorar a existência de Mandando Bala (Shoot 'Em Up, 2007), que tem tudo isso, mas sem enrolação alguma.

Logo na primeira cena, o tal do Mr. Smith (Clive Owen) come sua cenoura tranqüilamente na rua. Ao ser surpreendido por uma mulher grávida fugindo de um bando de homens armados até os dentes, ele não pensa duas vezes e resolve ajudá-la. Deste momento inicial à última cena, o misterioso Mr. Smith vai detonar os bandidos com rajadas de balas.

O filme não engana ninguém. É exagerado, mas nunca cai na paródia. O que torna a ação fascinante é a caracterização de Mr. Smith como um homem sério, habilidoso com armas e que não dá informação alguma sobre seu passado. Sabemos que Mr. Smith adora cenouras e que detesta gente folgada. Pessoas que mastigam com a boca aberta e cometem infrações no trânsito também sofrem a ira do herói. Owen destila sua ironia, mas sem piadinhas. O clima é de bom humor, mas não me lembro de um sorriso sequer de Mr. Smith durante o filme.

Pela duração curta (cerca de 90 minutos) e pelo ator, Mandando Bala jamais cansa. Sem perder tempo com "história", Mr. Smith atira nos vilões em qualquer hora e em qualquer lugar - seja trocando as fraldas de um bebê ou fazendo amor com Monica Bellucci. É isso mesmo o que você leu.
A impressão é que Mandando Bala foi adaptado de alguma graphic novel ou tirado cuidadosamente dos storyboards do diretor e roteirista Michael Davis. Ao menos, ele não é Robert Rodriguez e deixa seu protagonista brilhar. O contraponto interessante é a postura séria de Clive Owen. E isso é essencial para a diversão. Bem mais do que os maneirismos do diretor.

Talvez seja um dos melhores filmes já feitos para o acervo do Domingo Maior. É para consumo rápido, zerar o cérebro, etc. E Clive Owen é melhor ator do que Steven Seagal. Muito melhor. O problema é que, depois, Mandando Bala desaparece da mente. Não fica nada. Mas vale para curar a ressaca do final de semana. E é só isso.

Mandando Bala (Shoot 'Em Up, 2007)
Direção: Michael Davis
Roteiro: Michael Davis
Elenco: Clive Owen, Monica Bellucci, Paul Giamatti, Greg Bryk, Stephen McHattie, Ramona Pringle e Jane McLean

Musas do Hollywoodiano


Naomi Watts
(28 de setembro de 1968)

Filmes favoritos: Mulholland Drive (2001), 21 Gramas (2003) e King Kong (2005).

Razão do meu afeto: Enquanto a maioria admirava a morena Laura Harring, em Mulholland Drive, meus olhos não desviavam de Naomi. Portanto, eu vi primeiro.

Outras musas: Audrey Hepburn

segunda-feira, novembro 12, 2007

Leões e Cordeiros


Em Leões e Cordeiros (Lions for Lambs, 2007), Robert Redford revela sua opinião sobre a intervenção dos EUA no Oriente Médio. Ele não só critica as decisões do governo de George W. Bush, mas também pede para que o povo americano (principalmente o jovem) abra a cabeça e comece a construir um mundo melhor. E mais: Redford não livra a cara de ninguém. Para ele, políticos, civis e a própria mídia contribuiram para a inutilidade que representa esse conflito.

Ok. Eu já sei a opinião do engajado Robert Redford. Mas e daí? Levando em consideração a inteligência da maioria dos americanos, realmente é necessário juntar três grandes nomes de Hollywood (Redford, Tom Cruise e Meryl Streep) para uma hora e meia de debate político dentro de uma sala escura de cinema. Não há lugar melhor para dominar a atenção do público. Mas não tenho culpa se americano não sabe qual é a capital do Iraque ou do Brasil.

Penso que cinema não é só isso. Onde está o drama nisso tudo? Alguém pode me lembrar da seqüência dos soldados encurralados no campo de batalha. Mas para a mensagem de Redford ter efeito, você não precisa ser Nostradamus para adivinhar a conclusão.

Leões e Cordeiros é propaganda política de Robert Redford e compreendo suas preocupações. Aliás, concordo com ele. Mas paguei ingresso para ir ao cinema e não para ver um debate. Lógico que se todo debate político na TV tivesse as participações de Redford, Cruise e Streep, eu seria parte da audiência. Mas todo o blá-blá-blá sairia de graça. Leões e Cordeiros é filme para quem acredita em tudo o que a TV e os jornais dizem. Mas como fica o restante do público?

Claro que é sempre bom ver um timaço desses na tela. Há uma cena com uma Meryl Streep desiludida na redação do jornal, que transmite a sensação do que o filme poderia ter sido. Mas é muito pouco. Se a missão do cinema é ensinar o público, fico com os documentários. Já fiz minha lição de casa com Fahrenheit 11 de Setembro. A aula do professor Michael Moore foi muito mais divertida do que a aula do Mestre Robert Redford. Melhor: prefiro ver Borat de novo. Guardadas as devidas proporções, a crítica é a mesma.

Leões e Cordeiros (Lions for Lambs, 2007)
Direção: Robert Redford
Roteiro: Matthew Michael Carnahan
Elenco: Robert Redford, Meryl Streep, Tom Cruise, Michael Pena, Derek Luke, Andrew Garfield e Peter Berg

sexta-feira, novembro 09, 2007

Hollywood ataca Guerra do Iraque nas estréias do mês


Hoje é a estréia mundial de Leões e Cordeiros, primeiro filme da United Artists comandada por Tom Cruise. A direção é de Robert Redford, que sempre foi melhor como astro do que cineasta. Seu filme mais interessante como diretor é Quiz Show - talvez o único que mereça elogios. Mas Redford sempre foi um crítico feroz das grandes presepadas americanas. Com a Guerra do Iraque em andamento, ele não poderia ficar calado.

A principal estréia do final de semana vale pela reunião dos grandes nomes Robert Redford (o ator), Meryl Streep e Tom Cruise. Em Leões e Cordeiros, o diretor tenta compreender a guerra dos EUA contra o terrorismo. Ao lado de outro filme em cartaz, O Preço da Coragem, o espectador pode começar a analisar o que Hollywood pensa sobre o tema. Um ponto interessante em Leões e Cordeiros é o roteiro de Matthew Michael Carnahan, que também assina O Reino, mais uma produção a discutir a Guerra do Iraque que chega aos cinemas ainda este mês.

Está prevista para novembro, a estréia de No Vale das Sombras, belo filme de Paul Haggis sobre um pai que investiga o desaparecimento do filho, que acabou de retornar do Iraque. Novembro é o mês desse pacote, que não pára aqui.

Outros filmes a abordar o conflito no Oriente Médio são Charlie Wilson's War, de Mike Nichols, e Rendition, de Gavin Hood. Mas esses só devem chegar ao Brasil no ano que vem. Sem falar em O Caçador de Pipas, que não é sobre a guerra, mas que também pode ser encaixado nesse cenário.

Perguntinha sobre Leões e Cordeiros: A atuação de Tom Cruise no momento do trailer em que ele fala "Yes or No? Yes or No?" não parece o mesmo Tom Cruise de Questão de Honra gritando "I want the truth!"?

quinta-feira, novembro 08, 2007

Superbad


Judd Apatow é o responsável pelas comédias mais originais da década. Ele dirigiu e escreveu O Virgem de 40 Anos e Ligeiramente Grávidos, e produziu O Âncora, Ricky Bobby – A Toda Velocidade e, agora, Superbad – É Hoje (Superbad, 2007). No caso deste último, Apatow comandou sua fiel equipe na realização da primeira comédia adolescente em muito tempo que não se parece com um Chaves americano. Ou seja, não tem um bando de marmanjos no elenco se passando por garotinhos.

A grande diferença entre Superbad e filmes como Porky’s, American Pie ou A Vingança dos Nerds está na sinceridade dos diálogos e das situações criadas pela família Apatow, que aumenta filme após filme. Superbad não é pastelão e nem explora piadas politicamente incorretas. Do ponto de vista feminino, pode até parecer grosseiro, mas só porque meninos e meninas vivem (ou viveram) esses mundos contraditórios e particulares.

O segredo dessa aproximação com a realidade está nos papos diretos e engraçadíssimos do roteiro da dupla Seth Rogen (astro de Ligeiramente Grávidos) e Evan Goldberg. A normalidade dos acontecimentos torna o filme de fácil identificação para o público masculino. Quer coisa mais bizarra do que o nosso dia-a-dia? Não sei se o roteiro é autobiográfico, afinal os protagonistas Seth (Jonah Hill) e Evan (Michael Cera, da saudosa série Arrested Development) levam os primeiros nomes dos autores. De qualquer forma, quem já foi menino, não tem como ignorar algumas lembranças – para o bem ou para o mal.

A química entre Jonah Hill e Michael Cera é sensacional e ganha um ponto de equilíbrio com a entrada de Fogell (ou “McLovin”), o extraordinário Christopher Mintz-Plasse. O trio demonstra suas intenções ao disparar frases repletas de palavrões numa velocidade absurda – é como se Martin Scorsese tivesse revisado (e aprovado) o texto. Além disso, a ação da garotada de Superbad propõe o que a censura americana tenta esconder. Eles correm atrás de bebida, sexo e até disparam armas de fogo. Acredite: tudo acontece naturalmente.

Quase toda a trama gira em torno da preparação de uma festa para comemorar o fim do colegial. Os nerds Seth, Evan e McLovin tentam comprar bebidas alcoólicas para o evento e não querem decepcionar as garotas. Para eles, essa representa a última chance de transar antes da faculdade. Até o início da festa, os três passam por um verdadeiro épico urbano em busca de uma noite de prazer.

A presença de dois policiais interpretados por Seth Rogen e Bill Hader acrescenta uma estranha profundidade na trama. No final, fica a sensação de que nenhum homem deixa de ser um menino – nem mesmo os produtores, roteiristas e o diretor Greg Mottola. O diálogo com Fogell (depois que os tiras “empatam” o garoto) é hilário, mas honesto, e comprova o que quero dizer. A intenção de Judd Apatow & Cia. é deixar o público chorando de tanto rir. Mas, antes de tudo, Superbad é uma comédia com coração sobre amizade e o ritual de aceitação do homem em seu próprio mundo. É um filme de verdade com um ótimo elenco e um roteiro de primeira.

Superbad – É Hoje (Superbad, 2007)
Direção: Greg Mottola
Roteiro: Seth Rogen e Evan Goldberg
Elenco: Jonah Hill, Michael Cera, Christopher Mintz-Plasse, Seth Rogen, Bill Hader e Emma Stone

Antes e depois

ANTES: Fogo Contra Fogo, de Michael Mann. Al Pacino e Robert De Niro não dividiram nenhuma das cenas de O Poderoso Chefão - Parte II, de Francis Ford Coppola. Em 1995, o diretor Michael Mann começava a ganhar o devido respeito em Hollywood ao filmar os dois monstros sagrados conversando. Na mesma cena.


DEPOIS: Righteous Kill, de Jon Avnet. Pacino e De Niro contracenam o filme inteiro. Eles vivem dois policiais que seguem o rastro de um serial killer em Nova York. O diretor de Tomates Verdes Fritos e Íntimo e Pessoal não é Michael Mann, nem Coppola. Mas tem toda a minha atenção no ano que vem.

quarta-feira, novembro 07, 2007

1408


Os grandes filmes de terror - e quando digo isso tenho que citar O Exorcista, O Iluminado, A Profecia, Poltergeist e O Bebê de Rosemary - sempre deixaram o espectador se coçando ou se mexendo na cadeira. Qualquer tipo de tique surge na hora de assistir a esses filmes. Você olha para trás, analisa se está tudo bem debaixo da cama, abre o armário para checar se não há nenhum monstro, sente um calafrio ao andar pela casa, acende a luz, etc. Infelizmente, há muito tempo que Hollywood entregou o gênero a serial killers mascarados e seus banhos de sangue. As produções acima ganharam status de clássicos, porque não apelavam para sustos fáceis e o medo era implícito - com exceção de O Exorcista, mas esse é um achado. Agora, os estúdios só querem saber do que é explícito. O horror sobrenatural foi literalmente abandonado - tem O Sexto Sentido, mas o filme de M. Night Shyamalan é mais dramático e o terror está em segundo plano.

Eis que surge esse 1408 (2007), baseado no conto de Stephen King. Se não é um filme perfeito, porque o final é decepcionante, dá para o gasto por satisfazer os fãs do gênero. O sueco Mikael Håfström é o diretor de Evil - Raízes do Mal, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e do fraquinho Fora de Rumo. Em 1408, ele acerta ao oferecer o clima do horror psicológico da velha escola do gênero, mas erra na conclusão como se deixasse de acreditar no material que tinha nas mãos.

É a história do cético escritor Mike Enslin (John Cusack), que visita diversos hotéis com fama de mal-assombrados para finalizar um livro sobre o tema. É lógico que nada acontece e isso só aumenta sua teoria de que tais lugares inventam essas histórias para atrair clientes. Claro que o tiro sai pela culatra quando Enslin se hospeda no quarto 1408 do Hotel Dolphin, em Nova York. Daí pra frente, o filme tem tudo o que o fã espera há muito, muito tempo mesmo. É de arrepiar. Isso é terror, gente. Alguns esqueceram seu significado.

Se há o sobrenatural na trama, não pode haver a classificação de "suspense" - como pregava Alfred Hitchcock. Obviamente que nada disso funcionaria sem um ator dedicado e John Cusack está fantástico. Escritor preso em local assombrado é bem Stephen King. Não tem problema se Cusack não é Jack Nicholson. Ele dá credibilidade à trama e chega a confundir a platéia em certos momentos: Mike Enslin está ficando louco? Ou ele realmente enfrenta um fenômeno sobrenatural?

Pena que os minutos finais ofereçam uma solução fácil e boba - uma falha constante em filmes de terror e na maioria das adaptações de Stephen King. Quando 1408 termina, fica a incômoda sensação de que o filme poderia ter acabado há uns 10 minutos. E isso não é bom sinal.

1408 (2007)
Direção: Mikael Håfström
Roteiro: Matt Greenberg, Scott Alexander e Larry Karaszewski (adaptado da história de Stephen King)
Elenco: John Cusack, Samuel L. Jackson, Mary McCormack e Tony Shalhoub

terça-feira, novembro 06, 2007

Hulk esmaga cariocas

Todo mundo já sabe que o grande Edward Norton topou interpretar o Gigante Esmeralda em The Incredible Hulk, a nova tentativa da Universal (e da Marvel) para conquistar os fãs decepcionados com o filme de 2003.

Mas a notícia é que a equipe, incluindo Norton (de boné na foto ao lado) e os atores William Hurt e Tim Roth estão no Rio de Janeiro desde o último final de semana para rodar cenas na favela de Tavares Bastos, no bairro do Catete.

Sabe-se que o Dr. Bruce Banner (Norton) viaja ao Brasil em busca da cura para sua maldição verde. Mas ainda não foi confirmado se Hulk vai correr e esmagar homenzinhos na Cidade Maravilhosa. As filmagens no Rio terminam no dia 16.

The Incredible Hulk tem direção do francês Louis Leterrier (das "pérolas" Carga Explosiva e Cão de Briga) e roteiro de Zak Penn e do próprio Edward Norton, fã do herói da Marvel. O elenco principal é formado Norton, Tim Roth, William Hurt, Tim Blake Nelson e Liv Tyler (no papel que foi de Jennifer Connelly no equivocado filme de Ang Lee). A estréia está prevista para 13 de junho de 2008 nos EUA.

Os 10 melhores roteiros do cinema

Aproveitando o assunto da greve dos roteiristas, gostaria de "confessar" a minha lista dos 10 melhores roteiros de todos os tempos (entre os filmes que eu já vi, claro). Não sei se é a força da palavra, dos diálogos. Não sei se é culpa dos personagens ou das imagens retiradas do papel pelo diretor. Mas pensando em roteiros, esses foram os que mais me marcaram:


1) Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950)
Roteiro original por Charles Brackett, Billy Wilder e D.M. Marshman, Jr.

"I am big. It's the pictures that got small." - Norma Desmond (Gloria Swanson)

"You see, this is my life! It always will be! Nothing else! Just us, the cameras, and those wonderful people out there in the dark! All right, Mr. DeMille, I'm ready for my close-up." - Norma Desmond (Gloria Swanson)


2) A Malvada (All About Eve, 1950)
Roteiro adaptado por Joseph L. Mankiewicz de The Wisdom of Eve, rádio novela de Mary Orr

"Funny business, a woman's career, the things you drop on the way up the ladder so you can move faster. You forget you'll need them again when you get back to being a woman. It's one career all females have in common... being a woman. Sooner or later we've got to work at it no matter how many other careers we've had or wanted. And in the last analysis nothing is any good unless you can look up just before dinner or turn around in bed and there he is. Without that you're not a woman. You're something with a French provincial office or a book full of clippings but you're not a woman. Slow curtain, the end." - Margo Channing (Bette Davis)


3) O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)
Roteiro adaptado por Mario Puzo e Francis Ford Coppola do livro de Mario Puzo

"I'm gonna make him an offer he can't refuse." - Don Vito Corleone (Marlon Brando)

"I never wanted this for you. I work my whole life... I don't apologize... to take care of my family, and I refused to be a fool, dancing on the string held by all those bigshots. I don't apologize... that's my life... but I thought that, that when it was your time, that you would be the one to hold the string. Senator Corleone, Governor Corleone. Well, it wasn't enough time, Michael. It wasn't enough time." - Don Vito Corleone (Marlon Brando)


4) O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird, 1962)
Roteiro adaptado por Horton Foote do livro de Harper Lee

"Jean Louise. Jean Louise, stand up. Your father's passing." - Rev. Sykes (Bill Walker)

"I remember when my daddy gave me that gun. He told me that I should never point it at anything in the house; and that he'd rather I'd shoot at tin cans in the backyard. But he said that sooner or later he supposed the temptation to go after birds would be too much, and that I could shoot all the blue jays I wanted... if I could hit them, but to remember it was a sin to kill a mockingbird. Well, I reckon because mockingbirds don't do anything but make music for us to enjoy. They don't eat people's gardens, don't nest in the corncrib, they don't do one thing but just sing their hearts out for us." - Atticus Finch (Gregory Peck)



5) Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 1959)
Roteiro adaptado por Billy Wilder e I.A.L. Diamond de Fanfare of Love, filme alemão escrito por Robert Thoeren e M. Logan

"Will you look at that! Look how she moves! It's like Jell-O on springs. Must have some sort of built-in motor or something. I tell you, it's a whole different sex!" - Jerry (Jack Lemmon)

"Well, nobody's perfect." - Osgood (Joe E. Brown)


6) Casablanca (Casablanca, 1942)
Roteiro adaptado por Julius J., Philip G. Epstein e Howard Koch da peça Everybody Comes to Rick's, de Murray Burnett e Joan Alison

"Play it once, Sam. For old times' sake... Play it, Sam. Play As Time Goes By." - Ilsa (Ingrid Bergman)

"And you never will. But I've got a job to do, too. Where I'm going, you can't follow. What I've got to do, you can't be any part of. Ilsa, I'm no good at being noble, but it doesn't take much to see that the problems of three little people don't amount to a hill of beans in this crazy world. Someday you'll understand that. Now, now... Here's looking at you kid." - Rick (Humphrey Bogart)



7) Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990)
Roteiro adaptado por Nicholas Pileggi e Martin Scorsese do livro Wise Guy, de Nicholas Pileggi

"To me, being a gangster was better than being President of the United States." - Henry Hill (Ray Liotta)

"You mean, let me understand this cause, ya know maybe it's me, I'm a little fucked up maybe, but I'm funny how, I mean funny like I'm a clown, I amuse you? I make you laugh, I'm here to fuckin' amuse you? What do you mean funny, funny how? How am I funny?" - Tommy DeVito (Joe Pesci)


8) Rede de Intrigas (Network, 1976)
Roteiro original por Paddy Chayefsky

"I'm as mad as hell and I'm not going to take this anymore! I'm mad as hell and I'm not going to take this anymore! I'M MAD AS HELL AND I'M NOT GOING TO TAKE THIS ANYMORE!" - Howard Beale (Peter Finch)




9) Hannah e Suas Irmãs (Hannah and Her Sisters, 1986)
Roteiro original por Woody Allen

"I'll be the father, all you have to do is masturbate into a little cup." - Mickey (Woody Allen)

"A week ago I bought a rifle, I went to the store... I bought a rifle! I was gonna, you know, if they told me I had a tumor, I was gonna kill myself. The only thing that might've stopped me... might've... is that my parents would be devastated. I would have to shoot them also first. And then I have an aunt and uncle, you know, it would've been a blood bath." - Mickey (Woody Allen)

10) Sindicato de Ladrões (On the Waterfront, 1954)
Roteiro adaptado por Budd Schulberg dos artigos Crime on the Waterfront, de Malcolm Johnson

"You don't understand. I coulda had class. I coulda been a contender. I coulda been somebody, instead of a bum, which is what I am, let's face it. It was you, Charley." - Terry (Marlon Brando)