terça-feira, junho 30, 2009

Amadeus, 25 Anos de Som e Fúria

Clássico de Milos Forman permanecerá atual em sua eternidade

Por Otavio Almeida



Na época de seu lançamento, em 1984, Amadeus foi acusado por alguns críticos de ser uma espécie de "Mozart para roqueiros", no sentido mesquinho da expressão, um filme desrespeitoso e irônico, banalizando sua música e imagem. Por um lado, a acusação não é infundável. O diretor Milos Forman (Um Estranho no Ninho, Hair, O Povo Contra Larry Flynt, O Mundo de Andy), na verdade, dá um tratamento de astro do rock ao genial compositor austríaco. Isso está em detalhes como seu figurino, passando pela reação de seus fãs e críticos, e por sua postura excêntrica movida a atitudes ora histéricas, ora infantis. Mas há uma razão para isso. Milos Forman não fez um filme sobre Wolfgang Amadeus Mozart. É sobre seu rival, o compositor operístico italiano Antonio Salieri. Sobretudo, sobre sua inveja em relação a Mozart. Todo o filme é visto pelos olhos de Salieri. Daí a jogada de mestre de Forman em caracterizá-lo como um roqueiro hippie fanfarrão.

Antes de fazer qualquer acusação, lembre-se que Amadeus é baseado na peça homônima de Peter Shaffer, que também assina o roteiro do filme. Quero dizer que é uma obra de ficção. Ousada, mas ainda é ficção. A relação entre Salieri e Mozart neste filme é desenvolvida pela imaginação fértil (e extremamente criativa) de seus realizadores. Agora, acrescente aí a imagem de Mozart captada pelos olhos invejosos de Salieri. Desta forma, não há como negar que Forman e Shaffer estão livres para contar a história como quiserem.

INVEJA

Interpretado brilhantemente por F. Murray Abraham, que ganhou o Oscar de Melhor Ator, Salieri tem talento e bom gosto para a música. Mas é medíocre perto de Mozart. Como ele testemunha e reconhece, Mozart é genial. Ele não. Sua inveja extrapola os limites da sanidade ao culpar Deus pela chegada e existência de Mozart em sua vida. Sua simples presença ofusca seu talento e suas eventuais oportunidades profissionais. Entre a admiração e o forte desejo de vingança, não contra Mozart, mas contra Deus, Salieri planeja o assassinato do compositor que, segundo ele, recebe as notas musicais do Todo Poderoso.

No papel de sua vida, o ator Tom Hulce é Mozart. Sua atuação vibrante é um contraponto perfeito à seriedade de F. Murray Abraham em cena. Além de todas as caracterísicas a ele atribuídas, sua gargalhada ridícula o completa. É sua marca registrada. Começa divertida e torna-se, aos poucos, irritante e diabólica, já que estamos do lado de Salieri. Tom Hulce sugere que Mozart não leva seu trabalho tanto a sério como público e crítica o fazem. Talvez seja assim para muitos artistas, que vêem simplicidade e facilidade naquilo que fazem. Nós tornamos suas obras maiores do que a vida. Não eles. É a nossa interpretação que engrandece outra personalidade e cria o "gênio". Ainda assim, para a mente de um artista, administrar fama, dinheiro e a quantidade de talento e informação em sua mente é tarefa que vira convite para um réquiem. É um prato cheio para empresários inescrupulosos - como, de certo modo, é a imagem assumida por Salieri representando o misterioso homem mascarado que encomenda a Mozart uma obra-prima, sendo esta sua estratégia maquiavélica para "matar" o compositor.


CIÚME

Otelo, de William Shakespeare, é acima de tudo, uma história sobre ciúme. Para mim, a maior já feita sobre o tema. No cinema, a referência que me faz arriscar este paralelo é Amadeus. Salieri é o Iago de Peter Shaffer e Milos Forman, assim como Mozart é o Otelo da história. A Desdêmona dos compositores não é outra senão a música. Comparando as duas obras, podemos até dizer que Salieri nutre uma paixão secreta por Mozart. É um ponto de vista que se encaixa em Otelo e, também, em Amadeus. Mesmo que seja inconsciente. Por que não?

Não é à toa que Milos Forman faz filmes sobre estranhos no ninho, homens à frente de seu tempo, que geram admiração e revolta na sociedade em questão, fiel a regras e comodismos. Foi assim no clássico com Jack Nicholson. Ou com os protagonistas de O Povo Contra Larry Flynt e O Mundo de Andy. É assim em Amadeus. Para Salieri, Mozart é um "estranho no ninho". Mas para todos os outros ao redor, talvez Salieri seja classificado como tal. Talvez para o próprio Mozart.

GENIALIDADE

Amadeus ganhou oito Oscars, entre eles Melhor Filme e Melhor Direção, o segundo respectivamente para o produtor Saul Zaentz e o cineasta Milos Forman, vencedores em 1976, por Um Estranho no Ninho. Zaentz ainda receberia uma terceira estatueta, em 1997, por O Paciente Inglês, de Anthony Minghella, consagrando-o como um dos produtores mais celebrados pela indústria. É o homem que filma o "infilmável", como era considerada a peça de Peter Shaffer. São dois artistas visionários, que se espelham em seus protagonistas incompreendidos e à frente de seu tempo. De fato, não é exagero dizer que há um pouco do Mozart de Amadeus nesta dupla que pensava adiante.

Sua figura embebedada de talento e genialidade é colocada em um pedestal, que nós (considerados) mortais jamais atingiremos, sendo que a culpa para esta distância criada entre fã e ídolo é toda nossa. Chamar o Mozart de Milos Forman de astro do rock, ironicamente, tornou-se um elogio. Estamos falando de um gênero musical que veio muito tempo depois da era do grande compositor. A estranheza deu lugar à admiração, ao reconhecimento de um artista completo, que hoje, esteja onde estiver, ri à toa. Pelo menos, o Mozart deste filme.

Ah, um detalhe curioso, mas importante a respeito da filmografia de Milos Forman. Em Um Estranho no Ninho, Jack Nicholson arromba uma porta para testemunharmos o suicídio de um paciente. Em O Povo Contra Larry Flynt, Woody Harrelson entra desesperado no banheiro onde jaz outra vítima de suicídio. No início de Amadeus, empregados da casa de Salieri arrombam uma porta para ver o patrão cortando a própria garganta. Será que Milos Forman é atormentado por uma imagem de suicídio? Ou seria o fim da linha para aqueles que admiram, invejam e odeiam os protagonistas do diretor e não conseguem acompanhá-los em vida? Pode não ser nada disso, mas certamente Forman é um dos maiores diretores estudiosos de artistas reais, seus seguidores, e o senso de crítica social em ambas as partes.


Amadeus
(Amadeus, 1984)

Direção:
Milos Forman
Roteiro: Peter Shaffer (Baseado em sua própria peça)
Elenco: F. Murray Abraham, Tom Hulce, Jeffrey Jones, Elizabeth Berridge, Roy Dotrice, Simon Callow,


Obs: Esta crítica entrará para a seção "Filmes Cinco Estrelas", localizada na barra lateral direita do blog.

segunda-feira, junho 29, 2009

Quero Meu Dinheiro de Volta!


Nos cinemas brasileiros, a bilheteria do último final de semana não foi tão diferente do resultado visto nos EUA (leia aqui). Transformers: A Vingança dos Derrotados, a aventura trash digital de Michael Bay não poupou o Brasil em sua estreia avassaladora pelo mundo. Os robozões tiraram crianças, nerds e adultos de casa para desbancar o primeiro lugar de A Mulher Invisível, que continua muito bem, obrigado. Desta vez, na segunda posição.

Aliás, Selton Mello mostra sua força como o grande astro do cinema nacional. Hoje, ele é uma marca. Uma referência. A estreia de Jean Charles enfrentou uma briga desigual com Transformers, mas garantiu uma posição respeitosa entre os concorrentes. Acredito até que o filme de Henrique Goldman não teria chamado tanto a atenção do público sem a presença de Selton Mello. Mesmo sendo um filme sobre a trágica história que todos nós conhecemos.

Em quarto lugar, temos O Exterminador do Futuro - A Salvação, que estava na vice-liderança na semana anterior. Já Minhas Adoráveis Ex-Namoradas, com o Sr. Comédia Romântica Matthew McCounaghey, subiu da sexta para a quinta posição, graças à força das estreias da semana e a queda de Anjos & Demônios do quinto para o oitavo lugar. E tem outra coisa: Brasileiro adora comédias românticas. É só reparar um pouquinho nas filas.


1- Transformers: A Vingança dos Derrotados
Fim de semana: R$ 4.076.790,00
Posição na semana passada: -

2- A Mulher Invisível
Fim de semana: R$ 1.450.000,00
Posição na semana passada: 1

3- Jean Charles
Fim de semana: R$ 756.286,00
Posição na semana passada: -

4- O Exterminador do Futuro: A Salvação
Fim de semana: R$ 462.675,00
Posição na semana passada: 2

5- Minhas Adoráveis Ex-Namoradas
Fim de semana: R$ 409.357,00
Posição na semana passada: 6

Fonte: Filme B


"Quero Meu Dinheiro de Volta!" comentará e, principalmente, criticará as bilheterias do último final de semana no Brasil. Às segundas (ou terças) no Hollywoodiano - já que a atualização do box office nacional é um pouco mais demorada.

São parecidos com os bonequinhos?








G.I.JOE - A Origem de Cobra, dirigido por Stephen Sommers (A Múmia, O Retorno da Múmia, Van Helsing), tem lançamento mundial no dia 7 de agosto. Veja o trailer abaixo (se você ainda não viu).


I Want My Money Back!


Mesmo levando pau da crítica, inclusive do Hollywoodiano (leia aqui), Transformers: A Vingança dos Derrotados aproveitou sua "estreia de cinco dias" e liderou as bilheterias americanas com folga. Com $201,2 milhões arrecadados, o filme de Michael Bay chegou bem perto do recorde registrado por Batman: O Cavaleiro das Trevas, que rendeu $203,8 no mesmo número de dias. Críticas à parte, assim como Dunga e a seleção da CBF, o resultado deste final de semana é o que mais importa para o diretor Michael Bay e a Paramount. Aliás, o filme já tem $390,4 ao redor do mundo.

A diferença para o segundo lugar é proporcional ao tamanho de Shia LaBeouf perto do Líder Optimus. Com estreia marcada para 10 de julho no Brasil, a comédia romântica A Proposta, com Sandra Bullock e Ryan Reynolds, conquistou modestos $18,5 milhões neste fim de semana nos EUA, mas manteve-se à frente de um dos fenômenos da temporada: A comédia Se Beber Não Case, que ficou em terceiro com $17,2 milhões. A estreia deste sucesso está prevista para 28 de agosto no Brasil.

O quarto lugar ficou com Up - Altas Aventuras. Mas nada de tristeza na Pixar. Muito pelo contrário. Os $13 milhões deste fim de semana deixaram Up na frente dos dois mais recentes filhos da Pixar: Ratatouille e WALL-E. Mais do que isso, com um total de $250 milhões, Up é o filme de maior bilheteria do ano nos EUA, superando os atuais $246 milhões de Star Trek. E enquanto nós discutimos sobre a grana de Up, o filme só dará o ar de sua graça no Brasil em setembro. Pobre sofre.

Com $12 milhões, a quinta posição ficou com a estreia My Sister's Keeper, novo dramalhão do diretor Nick Cassavetes, que já aprontou o "ai, que lindo" Diário de uma Paixão. Com Cameron Diaz e Abigail "Little Miss Sunshine" Breslin nos papéis principais, o filme chega aos cinemas brasileiros em 25 de setembro.


1- Transformers: A Vingança dos Derrotados
Fim de semana: $112
Total: $201,2
Posição na semana passada: -

2- A Proposta
Fim de semana: $18,5
Total: $69
Posição na semana passada: 1

3- Se Beber Não Case
Fim de semana: $17,2
Total: $183
Posição na semana passada: 2

4- Up - Altas Aventuras
Fim de semana: $13
Total: $250
Posição na semana passada: 3

5- My Sister's Keeper
Fim de semana: $12
Total: $12
Posição na semana passada: -


"I Want My Money Back!" comentará e, principalmente, criticará as bilheterias do último final de semana nos EUA. Sempre às segundas-feiras no Hollywoodiano.

sábado, junho 27, 2009

10 hollywoodianos que marcaram o primeiro semestre

Várias celebridades do cinema e da TV alimentaram a mídia nesta primeira metade de 2009. Entre filmes que levaram multidões aos cinemas, além de premiações (Oscar, Globo de Ouro) e séries que não tiraram as pessoas da frente da TV, Hollywood precisa agradecer a um seleto grupo de artistas que contribuiu para a manutenção e a evolução da indústria nesses seis meses abalados pela crise econômica mundial. Pensando nisso, o Hollywoodiano preparou uma lista (em ordem alfabética) com 10 nomes que brilharam. São revelações e consagrações que estão na mira dos estúdios. Veja abaixo.



Chris Pine

O ator californiano aparecia aqui e ali em séries como E.R., CSI: Miami e Six Feet Under, além de filmes como O Diário da Princesa 2 e A Última Cartada. Aos 28 anos, curte seu grande momento como o novo Capitão Kirk, maior nome de Star Trek. Quando o diretor J.J. Abrams o escolheu para "honrar" William Shatner, a dúvida tomou conta da cabeça dos fãs. Mas, agora, a maioria agradece a Chris Pine pela vibrante e carismática atuação. Ao mesmo tempo, ele agradece ao público e a J.J. Abrams por ter finalmente entrado pela porta da frente de Hollywood.




Danny Boyle

Nascido em Manchester, Inglaterra, este diretor de 52 anos já tinha filmes no currículo como Cova Rasa, Trainspotting, Por Uma Vida Menos Ordinária, A Praia e Extermínio. Além de revelar Ewan McGregor, Boyle sempre chamou a atenção de público e crítica, mas parece que faltava um filme capaz de agradar a gregos e troianos para que guardassem o seu nome. Com Quem Quer Ser um Milionário?, Boyle rompeu fronteiras e preconceitos ao falar a mesma língua de todos, graças a uma simples e bela história de amor. O Oscar de Melhor Direção conquistado neste ano deixou dez entre dez estúdios de olho em seus passos.



Hugh Jackman

O australiano Hugh Jackman começou e terminou a década como Wolverine. Não era ninguém antes de 2000, quando Bryan Synger o escalou para viver o herói da Marvel no primeiro longa da franquia X-Men. Galã, divertido, simpático, Jackman conquistou Hollywood da noite para o dia. Além da cinessérie, o astro fez bons filmes como O Grande Truque e Scoop, mas pagou mico(s) em Van Helsing e Austrália. Para terminar bem a década, Jackman voltou ao papel do herói que o consagrou em X-Men Origens: Wolverine. O filme não é lá grande coisa, mas o astro quarentão segurou a onda e foi o maior responsável pela bilheteria de cerca de $180 milhões somente nos EUA.



J.J. Abrams

Diretor, produtor e roteirista nascido em Nova York, Jeffrey Jacob Abrams é o homem por trás das câmeras mais celebrado da década na TV americana. Criador de Alias, Lost e Fringe, Abrams tentou se aventurar como diretor na tela grande quando topou fazer Missão Impossível III para Tom Cruise. O filme é legal, mas não garantiu a Abrams o prestígio no cinema que já tinha na TV. Com paciência, produziu Cloverfield, um sucesso antes mesmo da estreia. A grande chance, no entanto, veio com o reboot de Star Trek. Abrams fez o melhor filme do verão americano, agradou fãs e leigos e deu a Hollywood a maior bilheteria do ano ($240 milhões) nos EUA. Nos próximos dias, a grana acumulada por Star Trek deve ser superada por Up, da Pixar, mas a Paramount está com um sorriso de orelha a orelha e já pensa em Abrams para continuar Missão Impossível e a saga da Entreprise. Fora que tem um monte de estúdio de olho nele. Aliás, hoje ele faz 43 anos. Parabéns, J.J.!




Kate Winslet

Esta inglesinha de 33 anos é unanimidade entre crítica e público. Todos concordam que ela é a grande atriz de sua geração. Só faltava um Oscar para coroar seu talento. E olha que tem gente que torce por ela desde a primeira indicação, por Razão e Sensibilidade, quando ainda não tinha esse status. Imagine só como essa torcida aumentou, dois anos depois, com o sucesso de Titanic. O Leitor e Foi Apenas um Sonho são produções de 2008, mas neste ano, Kate Winslet recebeu dois Globos de Ouro (pelos dois filmes) e o tão esperado Oscar de Melhor Atriz (por O Leitor). Demorou, mas alguém duvida que ela ainda ganhará mais?



Katherine Heigl

Aos poucos, degrau por degrau, Katherine Heigl vai ganhando seu espaço no cinema com comédias românticas como Vestida Para Casar e A Verdade Nua e Crua, já que na TV, ela é a bola da vez. Após cinco anos roubando a cena em Grey's Anatomy, como Izzie Stevens, a bela e talentosa atriz americana vive um momento crucial na série que a revelou. Se Katherine quer ficar livre para se arriscar de vez pelo cinema, essa é a hora. Mas o drama de Izzie na quinta temporada de Grey's simplesmente mobilizou o público, que não quer vê-la longe de sua série favorita. O que fazer agora? De qualquer forma, isso só prova o quanto ela é querida e disputada pela indústria. Aos 30 anos, mesmo que dividida entre cinema e TV, Katherine pode brilhar onde quiser.



Kiefer Sutherland

Após um hiato de um ano e meio, por causa da greve dos roteiristas, a série 24 Horas, uma das mais bem-sucedidas da década, retornou para sua sétima temporada. Até a quinta, tudo deu certo. A sexta quase arruinou a saga do agente Jack Bauer. Esta precisava dar certo ou sabe Deus o que a Fox seria obrigada a fazer. E não é que a sétima temporada é espetacular? Incrível como 24 Horas dá certo mesmo depois de tanto tempo no ar. É de tirar o fôlego... até o 18º episódio. Os seis últimos são apenas... ok. Mas está tudo bem com Jack Bauer. Ele ainda é "o cara". O inglês Kiefer Sutherland (yes, english) nasceu para o papel e talvez seja o único ator do momento que viva um personagem capaz de carregar uma série nas costas. Quase todas as outras dependem de um elenco fixo. E por mais que 24 Horas tenha excelentes coadjuvantes, nós queremos saber é de Jack Bauer. É ponto para Kiefer Sutherland, aos 42 anos, um dos astros da década.



Mark Pellegrino

Quem é Mark Pellegrino? Visto "rapidamente" em séries como Grey's Anatomy, Dexter, Chuck, Numb3rs, Ghost Whisperer, e filmes como A Lenda do Tesouro Perdido, o ator californiano jamais teve seu nome reconhecido pelo público. Agora, quando Lost chegou ao episódio duplo final de sua quinta temporada, fomos finalmente apresentados ao misterioso Jacob. E quem era o tão falado? Mark Pellegrino! Não sei se ele terá outras chances depois de Lost, que terminará em 2010. Mas, certamente, Jacob é assunto que não sai da boca de quem assistiu ao chocante season finale de Lost. Sua presença na tela é impactante. Esperamos tanto por Jacob e Mark Pellegrino conseguiu superar nossas expectativas. É um daqueles personagens que jamais serão esquecidos. Por mais que o ator esteja na estrada por um bom tempo, sua carreira começa agora, aos 44 anos.



Megan Fox

Amada pelos homens e odiada pelas mulheres. Aos 23 anos, a estonteante Megan Fox ainda está nesta fase da carreira. Tem gente que diz que ela será a "Nova Angelina Jolie", você sabe como gostam de rótulos. Exagero, afinal Angelina começou muito mais talentosa. Não que Megan seja má atriz, mas ela precisa fazer muito mais do que correr, gritar, suar e fazer poses com roupas curtas e apertadas. Mesmo assim, como Hollywood anda carente de estrelas, Megan Fox não saiu da mídia neste ano. Eu diria que não paramos de falar dela desde 2007, quando estreou Transformers, de Michael Bay. Atualmente em cartaz nos cinemas com Transformers: A Vingança dos Derrotados, a americana Megan Fox vale o ingresso sem precisar de qualquer efeito especial.



Sam Worthington

O ano não acabou e já estamos falando do ator australiano Sam Worthington. Ao lado de Anton Yelchin, ele é a melhor coisa de O Exterminador do Futuro: A Salvação. Tem vocação para astro de filmes de ação e, como se não bastasse, é bom ator. Mas, repito, o ano não acabou, pois Sam Worthington será protagonista de Avatar, a tão aguardada ficção científica de James Cameron, que retorna aos filmes após 12 anos. Em 2010,
Sam Worthington também estará no remake de Fúria de Titãs. Aos 32 anos, ele começa seu caminho com o pé direito para ser um dos astros da próxima década.

quinta-feira, junho 25, 2009

O Dia em que Michael Jackson Morreu


Michael Jackson
1958-2009



Michael Jackson, o rei do pop, morreu nesta quinta-feira, dia 25 de junho de 2009, aos 50 anos. Vítima de parada cardíaca (?), ele foi levado às pressas para o UCLA Medical Center, em Los Angeles, Califórnia, mas não resistiu.


Apagado nesta década, longe da música, Michael Jackson enfrentava as consequências de seus problemas pessoais, incluindo sua saúde debilitada. Pretendia voltar aos palcos numa turnê que seria iniciada em julho deste ano. Os fãs ao redor do mundo já se mobilizavam em busca de um jeito para ver o astro.


Ídolo de uma geração, artista completo e homem mergulhado em polêmicas, Michael Jackson nasceu em Gary, Indiana, em 1958. Já aos cinco anos de idade, cantou e dançou com seus irmãos. Os Jackson Five imortalizaram hits como ABC, I'll Be There e I Want You Back. Em 1972, partiu para a carreira solo, emplacando a canção Ben. Mas foi em 1979, com o álbum Off the Wall, que deixou para trás a imagem do mais jovem membro dos Jackson Five. Um dos hits deste disco foi Don't Stop 'Til You Get Enough, que embalou as pistas de sábado à noite. Outra faixa do mesmo álbum que merece destaque é Rock With You.

Ao longo dos anos, sua imagem, sua música, seus passos e seus gritos escreveram um capítulo da cultura pop. Michael Jackson influenciou inúmeros artistas. A lista é interminável, mas vale citar Prince, Justin Timberlake, Fergie, Akon e boy bands como Backstreet Boys. Tinha amigos em todas as áreas do mundo do entretenimento, entre eles Steven Spielberg, Oprah Winfrey, Quincy Jones, Madonna e Eddie Van Halen - este último colaborou com sua guitarra inconfundível em Beat It, um dos maiores sucessos de Michael.


Emplacou hits como
Billie Jean, Black or White, Remember the Time, Heal the World, Will You Be There, Smooth Criminal, You Are Not Alone, Scream, They Don't Care About Us. É um dos autores e intérpretes de We Are the World, clássico tema da campanha USA for Africa, de 1985. No cinema, atuou no musical The Wiz, versão black de O Mágico de Oz dirigida por Sidney Lumet, em 1978, com Diana Ross como Dorothy. E, claro, foi ele mesmo em Moonwalker, de 1988. Fez uma ponta hilária em Homens de Preto II, de 2002.

Com álbuns como Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991), HIStory (1995), Blood on the Dance Floor (1997) e Invincible (2001), tornou-se um fenômeno cultural. Obra-prima do pop, Thriller é o álbum mais vendido da história da música com mais de 100 milhões de cópias. É facilmente colocado entre os 10 maiores álbuns de todos os tempos em qualquer gênero. Thriller estabeleceu um padrão de cinema para os videoclipes. Custou meio milhão de dólares e foi dirigido por John Landis, cineasta responsável por filmes como Um Lobisomem Americano em Londres. Ouvir Thriller e não lembrar do clipe é praticamente impossível. Aliás, Michael atraiu grandes diretores para comandar seus vídeos. Bad
foi dirigido por Martin Scorsese. Ouvir Bad e lembrar do clipe é inevitável. Já They Don't Care About Us foi rodado no Pelourinho, em Salvador, e no morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, por Spike Lee.

Acusado de pedofilia, motivo de piada, brega, ridicularizado, imitado à exaustão, Michael Jackson nasceu negro, mas morreu
branco. Apesar de tudo, deve ser julgado como artista. Gostar ou não de Michael Jackson não é a questão. Para muitos, ele foi o último artista absoluto. Em tempos de Susan Boyle, lembrar de Michael Jackson como astro real da música é essencial para as futuras gerações. Elvis Presley, Frank Sinatra e John Lennon foram astros da música. São mitos, lendas. Nomes que destoam. Celebridades que zelam por suas imagens. Influentes. Falíveis, mas genuínos. Sem desmerecer ou criticar personalidades com suas devidas importâncias, digo que Jim Morrison e Kurt Cobain marcaram épocas, mas não podem ser colocados no mesmo nível. São ídolos, claro, mas sem o brilho natural dos lendários astros. Axl Rose não é. Bob Dylan e Mick Jagger são. Paul McCartney também. Justin Timberlake, Chris Martin e Noel Gallagher não. Bono é. Madonna é estrela, rainha do pop. Fergie não é. Pegou? Nada contra Susan Boyle, mas programas de TV como American Idol e Britain's Got Talent são consequências da falta de mitos da música no mercado. Michael Jackson foi astro de verdade.

Isso não é exagero. É fato. Mesmo quem não é fã de Michael Jackson, deve reconhecê-lo e admirá-lo como artista. Todo mundo tem uma opinião formada a respeito de Michael Jackson. É uma das figuras mais famosas em todos os cantos do planeta. Grande compositor, caridoso, influente na indústria, revolucionou não só a música, como também a dança. Não há alma viva que não tenha tentado imitá-lo. Quem veio dos anos 80 já tentou dançar Thriller, Bad ou fazer o Moonwalk. E passou isso adiante. Seja de brincadeira, seja como fã.

É um dia chocante para o mundo inteiro. É o fim de uma era. A morte definitiva do LP. A morte de Michael Jackson é uma daquelas perdas irreparáveis. A virada de uma página na história da cultura pop. Um dia triste para muitos. É aquele dia que será lembrado para sempre. E daqui a alguns anos, todos saberão responder à pergunta: "O que você estava fazendo no dia (e na hora) em que Michael Jackson morreu?"

Morre Farrah Fawcett

Farrah Fawcett
1947-2009


A atriz texana Farrah Fawcett morreu hoje, aos 62 anos, em Santa Monica, na Califórnia. Após lutar contra um câncer por dois longos anos, ela deixou o marido Ryan O' Neal (ator de Barry Lyndon e Love Story) e o filho do casal, Redmond, além de vários fãs.

Na flor de seus 20 e poucos anos, Farrah começou sua carreira artística emprestando sua beleza única a campanhas publicitárias. Imediatamente chamou a atenção de um agente, que a levou para Hollywood, onde teve pequenos papéis em séries como A Noviça Voadora, Jeannie é um Gênio, e O Homem de Seis Milhões de Dólares, protagonizado por seu primeiro marido, o ator Lee Majors.

Mas foi em 1976, ao lado das belas Kate Jackson e Jaclyn Smith, que Farrah Fawcett virou estrela e ícone pop com o sucesso da série As Panteras. No cinema, ela esteve em filmes como (um dos meus favoritos) Fuga do Século 23, de Michael Anderson, O Apóstolo, de Robert Duvall, e Dr. T e as Mulheres, de Robert Altman.

Por seus trabalhos na TV, Farrah Fawcett foi indicada três vezes ao Emmy e outras cinco ao Globo de Ouro. Sua sexta indicação ao prêmio da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood foi por uma atuação no cinema, Seduzida ao Extremo, de 1986. Ela perdeu esse Globo de Ouro de Melhor Atriz Dramática para Marlee Matlin, de Os Filhos do Silêncio.

quarta-feira, junho 24, 2009

Festa open bar da Academia


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou mudanças radicais nas regras do Oscar. A partir da próxima edição, a 82ª, marcada para 7 de março de 2010, a categoria de Melhor Filme terá 10 produções indicadas - e não cinco, como nos acostumamos a ver. As demais categorias, no entanto, não sofrerão alterações.

Na década de 30 era assim, mas as regras mudaram há tanto tempo que essa espécie de volta ao passado deixa uma sensação de estranheza no ar. O que devemos compreender é que uma premiação de mais de 80 anos precisa ser remodelada para seguir adiante. Talvez seja a primeira de muitas mudanças e o teste é bem-vindo. Certamente teremos campanhas implacáveis dos estúdios para tudo quanto é tipo de filme, mas isso todo mundo já sabe. Agora que a Academia selecionará 10 filmes para o Oscar principal, vamos levantar algumas questões importantes.


- Será que a mudança se deve às críticas pela ausência criminosa de Batman - O Cavaleiro das Trevas na última edição? Oito indicações, Oscar para Heath Ledger, mas fora da disputa de Melhor Filme?

- Está na cara que a Academia anda preocupada com a audiência capenga da festa do Oscar nos últimos anos. Será que chegou a vez dos (bons) blockbusters entrarem?

- Será que chegou a vez dos "filmes estrangeiros" fazerem a festa?

- Será que a infalível Pixar finalmente vai concorrer ao Oscar de Melhor Filme?

- Se nada muda nas outras categorias, os cinco cineastas indicados ao Oscar de Melhor Direção tornam seus cinco respectivos longas favoritos entre os dez candidatos a Melhor Filme?

- Quase todo ano, pelo menos um diretor dos cinco indicados a Melhor Filme fica de fora da categoria de Melhor Direção. A partir de 2010, será que isso acaba? Digo, os cinco candidatos a Melhor Direção verão seus respectivos filmes concorrendo ao prêmio máximo? Ou será que a Academia indicará 10 filmes e, ainda assim, veremos um cineasta penetra de um suposto "11º candidato" na categoria de direção?

- As listas do National Board of Review e do Critics' Choice Awards selecionam os 10 melhores filmes do ano. Cinco dessas produções acabam indicadas ao Oscar principal. Costuma ser assim. Não tem jeito. Então, quer dizer que o prêmio da Academia ficará ainda mais previsível?


Até o dia 2 de fevereiro de 2010, quando sai a lista dos indicados ao 82º Oscar, essas e outras perguntas vão martelar nas cabeças de muitos cinéfilos espalhados pelo mundo.

Transformers: A Vingança dos Derrotados


Confesso que me diverti bastante com a correria e a pancadaria entre os robôs de Transformers, filme de 2007, dirigido pelo arquiteto da destruição Michael Bay. Ao contrário de muita gente que cobra cinema de arte do diretor de A Rocha, Armageddon, A Ilha e Bad Boys, eu já sabia que estaria diante de efeitos visuais e sonoros magníficos, belas garotas, muita ação, explosões, poeira, luz do sol estourando na tela, barulho, ode aos militares e suas parafernálias, câmera girando em torno dos personagens, cortes The Flash, enfim, isso é Michael Bay.

O filme tem qualidades, mas também apresenta (muitos) defeitos. Numa sequência inevitável, o natural seria esperar de Michael Bay um cara mais atento às críticas, sugestões, ou pelo menos, que ele fosse capaz de tomar um simancol e fazer de Transformers: A Vingança dos Derrotados (Transformers: Revenge of the Fallen, 2009) uma continuação mais ousada, concentrada nos acertos do primeiro filme. Mas Michael Bay é um sujeito egocêntrico. Ele fez exatamente o inverso. O que estava bom, sumiu. O que estava ruim, não duplicou, mas triplicou. Cenas de ação longas, ensurdecedoras e visualmente poluídas? Confere. Lindas mulheres tratadas como objetos? Confere. Cacoetes artísticos de Michael Bay? Confere. Roteiro sem vergonha? Confere. Está tudo lá, mas elevado ao cubo.

E para jogar a podridão de vez no ventilador, o diretor ainda tem a cara de pau de deixar a exagerada quantidade de robôs de castigo em vários momentos. Os verdadeiros astros são (nesta ordem) os militares, Shia LaBeouf, Megan Fox e os Autobots. Cacete! Se é uma porcaria, bem que a gente poderia se divertir com a robozada com alguma dignidade. O maior problema de A Vingança dos Derrotados não está nos pobres Transformers. São os humanos canastrões e as manias do diretor que fazem deste filme o lixo mais caro e barulhento da história do cinema.



Para ilustrar o drama, dê uma olhada nos gentis, delicados, contidos e educados "spoilers" a seguir. Desculpe-me, mas eles explicam tudo:

Megan Fox surge em cena com um shortinho generoso, em cima de uma moto, e com a bunda empinada pra câmera de Michael Bay.

Sam (Shia LaBeouf) deixa cair um fragmento do cubo Allspark, o MacGuffin do filme anterior, que estava em sua camisa usada no final do longa de 2007. Detalhe: Passaram-se dois anos.

Sam namora a gatíssima, porém doce Mikaela (Megan Fox) e não tem certeza se ela é a mulher de sua vida. Ok, vai, isso acontece. Vou fingir que acredito.

No primeiro encontro entre os dois, Mikaela troca de roupas no jardim da casa de Sam. Mesmo com a presença de vários transeuntes.

A mãe de Sam envergonha o filho na faculdade ao degustar um docinho de maconha, dominando alguns minutos do filme num escândalo sem a mínima graça.

O chihuahua da família se 'diverte' com outro cãozinho. Isso aparece, pelo menos, duas vezes.

Sai um rabo mecânico do fiofó de uma bela garota. Sério. É a estupradora do futuro. Nem os irmãos Wayans, de 'Todo Mundo em Pânico' e 'As Branquelas', teriam pensado em algo tão genial.

Lá pelas tantas, senhoras e senhores, o 'forevis' de John Turturro, ele mesmo, o grande ator de 'Barton Fink', aparece decorado com uma cueca tosca e enfiadinha.

Um robozão idoso volta à ativa e distribui flatulências de outro mundo.

Ao contrário do primeiro filme, que tinha 1/3 dos robôs apresentados em 'A Vingança dos Derrotados', é praticamente impossível guardar os nomes e as 'caras' dos novos Autobots e Decepticons. É uma overdose.

Os pequenos robôs gêmeos que seguem Sam, Mikaela e Bumblebee são irritantes. Fazem Jar Jar Binks parecer tão sério quanto o saudoso Paulo Francis.

Um robozinho minúsculo gruda na perna de Megan Fox, como um cachorrinho tarado.

Depois de uma queda vertiginosa, Megan Fox cai de cara nos países baixos do amigo latino de Shia LaBeouf.

O amigo latino (medroso) de Shia LaBeouf honraria Zacarias com seus 'ai, ai, ai, ai...', 'ui, ui, ui, ui...'

O maldito líder dos Decepticons diz que só pode ser destruído por um Prime. Dã! Qual é mesmo o nome do líder dos Autobots?

O título original até pode ser traduzido como 'A Vingança dos Derrotados', mas 'Revenge of the Fallen' remete a um Decepticon chamado... Fallen. Então, hmm, trata-se da vingança deste robô, certo? A tradução brazuca vacilou no melhor estilo 'O Retorno de Jedi', um dos títulos nacionais mais equivocados de todos os tempos. Com conhecimento de causa, 'Return of the Jedi' significa 'O Retorno dos Jedi' e não de um especificamente. Ok, a culpa não é de Michael Bay neste caso.

Todos os robôs merecem o Céu... Cara, Michael Bay inventou um Céu para os robôs mortos. Fantástico! Deus criou os Transformers à sua imagem e semelhança.

O filme tem 147 minutos! O clímax dura cerca de meia hora. Em sua maior parte, os militares comandam o show com Sam e Mikaela correndo pra lá e pra cá. Quando os Autobots chegam pra pôr ordem no pedaço, os super marines já cuidaram de praticamente tudo.

Sinceramente, esse tesão pelo exército americano já está um tanto over na era Obama, não?

Aliás, Barack Obama manda um almofadinha atrapalhar a batalha dos Autobots. Obama? Really?

Shia LaBeouf precisa aprender com Jim Carrey como se faz caretas sem cair no ridículo.

O robô Devastator é um gigantesco aspirador ambulante que suga tudo pela frente. Menos John Turturro.

A cena final é quase idêntica ao último segundo do primeiro filme. E com outra música do Linkin Park.

E o final dá margem para um terceiro filme, claro.




Como num clássico do nosso futebol, Transformers: A Vingança dos Derrotados é decidido nos detalhes. Leia: Nos erros. Resumindo, este é o pior filme do ano. E o mais vergonhoso da carreira de Michael Bay, o que não é pouca coisa. Se eu não aguentei, imagine você.

Transformers: A Vingança dos Derrotados (Transformers: Revenge of the Fallen, 2009)
Direção: Michael Bay
Roteiro: Ehren Kruger, Roberto Orci e Alex Kurtzman
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Tyrese Gibson, John Turturro, Isabel Lucas, Ramon Rodriguez, Kevin Dunn e Julie White

terça-feira, junho 23, 2009

Novos trailers de Tarantino e Shyamalan


Vamos aos dois trailers de hoje aqui no Hollywoodiano. Começando pela segunda prévia de Bastardos Inglórios, o hiper-mega aguardado novo trabalho de Quentin Tarantino. O trailer é engraçadíssimo, com destaque para um inspirado Brad Pitt fazendo o que faz melhor: Personagens bizarros. Nein nein nein nein nein? Bastardos Inglórios estreia dia 21 de agosto nos EUA. Aqui, somente em 23 de outubro. Yes yes yes yes yes!



A outra prévia de hoje é o primeiro teaser de The Last Airbender, adaptação do famoso desenho do canal Nickelodeon. Dirigido por M. Night Shyamalan, a versão live action é um antigo sonho do cineasta responsável por maravilhas como O Sexto Sentido e Corpo Fechado, além de bombas como Fim dos Tempos. The Last Airbender é uma mudança e tanto de ares para o diretor, que pode salvar (ou mandar para o vinagre) a sua carreira. Lembre-se que esta é a primeira vez que ele trabalha com um roteiro adaptado.


O teaser é bacaninha, embora não pareça um filme de M. Night Shyamalan nem aqui nem na China. Mas, ei, pelo andar da carruagem, até que isso pode ser um bom sinal. The Last Airbender estreia em 2 de julho de 2010.


segunda-feira, junho 22, 2009

Belas imagens de Alice no País das Maravilhas


A Disney divulgou as primeiras imagens de Alice no País das Maravilhas, um misto quente de live-action e computação gráfica. Entre artes conceituais e fotos de personagens, as prévias são lindas e bizarras, dois adjetivos inseparáveis na filmografia de Tim Burton, o diretor que comanda a nova versão cinematográfica da obra de Lewis Carroll.


Repare no coelho branco, que está sempre atrasado, num cenário que poderia ter sido decorado por Edward Mãos-de-Tesoura, uma das mais fantásticas criações de Burton. Das artes conceituais divulgadas, essa é a minha favorita até então.


Com estreia marcada para 5 de março de 2010, Alice no País das Maravilhas será exibido em 3D, seguindo a nova coqueluche de Hollywood. A novata Mia Wasikowska viverá a jovem protagonista. O elenco ainda tem Johnny Depp, Alan Rickman, Matt Lucas, Michael Sheen, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover, Christopher Lee e Eleanor Tomlinson.

Veja alguns deles abaixo, mas respire fundo antes de levar um susto. E não diga que não avisei.


Helena Bonham Carter
(Rainha de Copas)




Anne Hathaway
(Rainha Branca)

Johnny Depp
(Chapeleiro Louco)


Eu avisei...

sexta-feira, junho 19, 2009

Intrigas de Estado


Baseado na série homônima de Peter Abbott para a BBC, Intrigas de Estado (State of Play, 2009) é o filme certo na hora certa para gerar uma discussão relevante sobre o mundo em que vivemos, especialmente no que diz respeito ao futuro da informação. A divergência de opiniões entre o bom e o mau jornalismo, assim como o velho e o novo, foi elevada ao cubo graças ao inevitável momento de transição das mídias e a consequente crise da imprensa. Temos uma série de questões: As pessoas ainda querem ler jornais e revistas de papel? Aliás, o que é notícia hoje em dia? E o que vale mais? Notas rápidas ou matérias bem trabalhadas? Blogs e outras mídias sociais merecem a nossa atenção? Para exercer o jornalismo, o profissional precisa de diploma? Nosso atual governo acha que não. Mas e quanto a você?

Enfim, só por isso, Intrigas de Estado é urgente e obrigatório. De qualquer forma, não estamos aqui para discutir jornalismo. Felizmente, Intrigas de Estado é cinema da melhor qualidade. Tem ótimos atores, uma história atual e complexa, mas extremamente bem amarrada pelos roteiristas Matthew Michael Carnahan, Tony Gilroy e Billy Ray, que jamais deixam o espectador perdido com a sensação de "piscou, perdeu", embora, obviamente, não seja o filme adequado para quem pensa que cinema é videoclipe. E olha que temos muitas personagens (com falas) vivendo situações cruciais para uma trama que oferece reviravoltas muito bem executadas até o último segundo. É um roteiro de primeira.

Outra peça importante é o diretor Kevin Macdonald, de O Último Rei da Escócia. Com a ajuda da fotografia de Rodrigo Prieto e a montagem de Justine Wright, o diretor expressa a busca pela verdade e a falta de privacidade do indivíduo com belas tomadas que sugerem uma testemunha oculta registrando as ações das personagens. Algumas são impressionantes, porque chegamos a acreditar, em certos momentos, que há realmente uma pessoa observando as investigações de Russell Crowe e Rachel McAdams.


Crowe é Cal McAffrey, repórter investigativo do fictício Washington Globe. É um dinossauro em seu ofício, detetive nato, dono de fontes precisas, inteligentíssimo e voltado 100% para o trabalho como ferramenta para descobrir e divulgar a verdade. Isso faz dele um sujeito pouco preocupado com sua saúde e aparência, além de ser 0% dedicado a sua vida pessoal. Rachel McAdams é Della Frye, a jovem jornalista responsável pelo blog sensacionalista do Washington Globe. Juntos, eles investigam o assassinato da amante de Stephen Collins (Ben Affleck), um Congressista (Ben Affleck) obcecado em derrubar uma poderosa empresa do ramo armamentista. Só que Cal é amigo de Stephen desde a faculdade e Della desconfia que o colega de trabalho esteja misturando interesses pessoais e profissionais para a ajudar o político. Mas Cal persegue a matéria perfeita. Della, por sua vez, tem o perfil atual de seu jornal e no papel da tradicional "foca", quer dar a sua editora (Helen Mirren) qualquer furo sensacionalista.

Entre a disputa e a colaboração, a relação de Della e Cal dá o tom do filme.
O diretor Kevin Macdonald aproveita isso para deixar o espectador grudado na cadeira do cinema torcendo pelos dois. É um filme tão tenso, que ainda não consigo lembrar da última vez que me senti assim dentro de uma sala de cinema. É claro que nada disso funcionaria se não houvesse uma boa química entre Rachel McAdams, bela e ótima atriz, e Russell Crowe, que é um ator estupendo e camaleônico. Seu Cal McAffrey é fascinante. Um contraponto é Stephen Collins, personagem de Ben Affleck. Mesmo que tenham estudado juntos, ambos se tornaram pessoas completamente diferentes - passando pelo jeito de se vestirem até características que definem as pessoas, como postura, atitude. Enquanto Russell Crowe é perfeito para fazer de Cal um homem decidido e destemido, a canastrice de Ben Affleck é ideal para compôr Stephen Collins. Penso que a escolha do elenco não foi mera coincidência.

Há um ponto interessante nas atitudes de Cal, que esbarram no politicamente incorreto, de vez em quando, aproximando-o de outros sanguessugas. Mas será que ninguém presta neste mundo?
Não que Kevin Macdonald seja pessimista, mas, no fundo, não dá pra ser bonzinho o tempo todo. Se você não quebrar uma regrinha sequer, não há como sobreviver no dia-a-dia. A diferença está nas intenções, afinal mesmo que por linhas tortas, ainda é possível fazer deste planeta um lugar melhor para nossos filhos e netos.

É um sentimento que fica evidente nos belos créditos finais. Ao som da maravilhosa canção Long as I Can See the Light, do Creedance Clearwater Revival, o que se vê na tela resume a importância de um profissional como Cal. Dá proporções épicas a sua jornada pela verdade. Principalmente na parte da música que diz "não vou perder meu caminho... não enquanto eu estiver vendo a luz..."


Você pode até não admitir no fim da sessão, mas Intrigas de Estado passa a ser fundamental para professores universitários e jovens que ainda querem estudar jornalismo. Como cinema é um dos melhores filmes já feitos sobre a profissão (e seus protagonistas), ao lado de Todos os Homens do Presidente, O Informante e Boa Noite e Boa Sorte. Mas ao contrário desses filmes citados, Intrigas de Estado é uma obra de ficção. E desde A Montanha dos Sete Abutres, de Billy Wilder, que Hollywood não produz algo tão bom sobre jornalismo sem se basear em eventos reais. Não são delírios. São fatos que comprovam Intrigas de Estado como um dos melhores filmes de 2009.

Intrigas de Estado (State of Play, 2009)
Direção: Kevin Macdonald
Roteiro: Matthew Michael Carnahan, Tony Gilroy e Billy Ray (Baseado na série de Paul Abbott para a BBC)
Elenco: Russell Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Robin Wright Penn, Jason Bateman, Helen Mirren, Jeff Daniels, Josh Mostel, Michael Weston, Barry Shabaka Henley e Viola Davis

quinta-feira, junho 18, 2009

2012 em 2009

Mais um filme sobre as Torres Gêmeas?
Não! É Roland Emmerich em ação!




O picareta Roland Emmerich, diretor de Independence Day, O Dia Depois de Amanhã e Aquele Filme do Tic Tic, não se cansa de destruir o mundo. 2012 pode ter John Cusack, Woody Harrelson, Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor, Danny Glover, Thandie Newton e Oliver Platt no elenco. Pode até ser uma bomba (e deve ser). Mas o novo trailer vale uns preciosos minutinhos de sua vida. Nem que seja pra ver Roland Emmerich esgotando sua dose de destruição ao detonar o Cristo Redentor. É sério!

2012 é um grande candidato ao Oscar de Efeitos Visuais - nem é preciso ver o filme inteiro pra saber disso. E é mais do mesmo. O que não dá pra aguentar é outro filme catástrofe focado em drama familiar com o papai protegendo seus filhinhos às vésperas do fim do mundo.

Antes que tudo se acabe, 2012 estreia em 13 de novembro de 2009. Veja o trailer abaixo e dê risadas.




quarta-feira, junho 17, 2009

A Garota Ideal


Desde pequenos convivemos com bichos do mato. Você conhece o tipo. Tinha aquele menino estranho aos nossos olhos encolhido no canto da sala de aula, que vivia sozinho e no mundo da lua. Ou aquela menina descabelada e mal vestida, que exagerava nas piscadelas violentas para exercitar seu tique irritante. Todos já conheceram gente assim. E confesse: O difícil é segurar a risada ou a vontade de caçoar do outro só para que possamos sentir uma leve, inútil e involuntária superioridade em relação a quem apresenta um mínimo de fraqueza. Anormal seria se todos nós tratássemos aquela pessoa como... normal.

Infelizmente, um gesto coletivo de solidariedade e a manifestação da bondade humana nas pequenas coisas são raridades vistas como utopias nos dias de hoje. E com uma surpreendente honestidade, A Garota Ideal (Lars and the Real Girl, 2007), acima de tudo, fala sobre isso. É um pequeno grande filme, que marca a estreia do diretor Craig Gillespie.

A sensibilidade do ótimo roteiro de Nancy Oliver, responsável por episódios das séries Six Feet Under e True Blood, não seria extraída de forma tão sincera para a tela somente pela interpretação do diretor. O compromisso e a seriedade do elenco (e que elenco!) foram fundamentais para o belo resultado final, até porque o script é tentador para ser explorado como uma comédia de mau gosto estrelada por Adam Sandler. Mas não. A Garota Ideal pode ter um discreto e envolvente senso de humor, mas é um drama sério sobre uma situação, digamos, atípica.

Numa clássica cidadezinha do interior americano, o solitário Lars (Ryan Gosling) vive na casa dos fundos do irmão, Gus (Paul Schneider), e da cunhada, Karin (Emily Mortimer). Num belo dia, Lars resolve apresentá-los a sua nova namorada, Bianca.
Só que, para a surpresa do casal, a moça é uma daquelas bonecas de plástico assustadoramente reais constantemente consumidas por tarados de plantão. Se Lars sabe que ela não é real, isso não interessa. O importante é que todo mundo passa a tratar Bianca como uma mulher de verdade para que o desiludido Lars não tenha um piripaque. A amizade e o amor de toda a cidade pelo jovem é maior do que tudo. Agindo assim, eles acreditam que o próprio Lars acordará. E é quase inacreditável que uma boneca de plástico seja capaz de unir não somente Lars e seu irmão, mas uma comunidade inteira. Aí está a magia do filme.

A roteirista Nancy Oliver e o diretor Craig Gillespie nunca julgam os estados e as atitudes das personagens. Você pode achar loucura ou discutível e polêmico. Mas também pode simplesmente se deixar levar pelo clima, que lembra um pouquinho os filmes de Frank Capra. O julgamento fica por conta do público, mas acho que A Garota Ideal funciona muito mais como um libelo ao respeito, ao amor, à amizade e à compreensão das diferenças existentes em cada um de nós. Antes de julgar as decisões tomadas por Nancy e Gillespie, tente apenas observar e fazer um esforço para entender um lado que é tão pouco explorado pela humanidade. Assim, tenho certeza de que você se encantará pelo filme. Pode demorar um pouco, mas quando chegar a linda sequência do boliche ou os 10 minutos finais, você também acreditará em Bianca. Ou no que ela representa.


Ryan Gosling, este jovem ator de Diário de uma Paixão, tem um talento curioso. Sua performance como o incompreendido Lars Lindstrom é única. Ao mesmo tempo, sua criação é enigmática, encantadora e perturbadora. Algo difícil de ser explicado com palavras. É uma atuação que, obviamente, torna-se mais intensa e completa com a colaboração do elenco - especialmente Paul Schneider, Emily Mortimer (extraordinária) e Kelli Garner - focado na redescoberta da bondade escondida em algum lugar da alma.

A Garota Ideal (Lars and the Real Girl, 2007)
Direção: Craig Gillespie
Roteiro: Nancy Oliver
Elenco: Ryan Gosling, Emily Mortimer, Paul Schneider, Patricia Clarkson, R.D. Reid e Kelli Garner

terça-feira, junho 16, 2009

Mais fotos de Russell Crowe como Robin Hood


O ator e gladiador Russell Crowe rodou algumas cenas de Robin Hood no início desta semana no País de Gales. Pelas fotos do set, o neozelandês vive o herói ainda na fase das Cruzadas - ou retornando para casa sem ter trocado de roupas.

Com estreia prevista para o ano que vem, o novo Robin Hood ainda tem Cate Blanchett, Matthew Macfadyen, William Hurt, Kevin Durand, Mark Strong e Vanessa Redgrave no elenco. E se tem Russell Crowe, a direção só pode ser de Ridley Scott.

quinta-feira, junho 11, 2009

Trailer do novo Martin Scorsese


O primeiro trailer de Shutter Island, novo trabalho de Martin "The Man" Scorsese, foi liberado hoje. O suspense é baseado no livro Paciente 67 (Shutter Island), de Dennis Lehane, autor de Sobre Meninos e Lobos e Medo da Verdade, que viraram bons filmes nas mãos de Clint Eastwood e Ben Affleck respectivamente.

A prévia é excelente e tem um clima claustrofóbico que captura bem a sinopse divulgada: Em 1954, Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo são dois detetives enviados para um hospital psiquiátrico na isolada Shutter Island. Lá, eles investigam o estranho desaparecimento de uma assassina.

Shutter Island marca a quarta parceria do diretor com DiCaprio após Gangues de Nova York, O Aviador e Os Infiltrados. O filme estreia dia 9 de outubro no Brasil. Ah, só uma observação: DiCaprio está com os mesmos trejeitos de Billy Costigan, seu personagem em Os Infiltrados, mas, em alguns momentos, com figurinos e paranóias dignos de seu Howard Hughes, em O Aviador.



quarta-feira, junho 10, 2009

O Exterminador do Futuro - A Salvação


Antes de reclamar do coitado do diretor picareta McG, que nem nome tem, vamos pensar um pouco e direcionar para outro ponto a discussão a respeito de O Exterminador do Futuro - A Salvação (Terminator Salvation, 2009), quarto filme da série iniciada em 1984 por James Cameron e encerrada pelo próprio, em 1991 (!). Estranho, não?

Compreender Hollywood é um processo complicado, um paradoxo que mexe com o tempo e a cabeça, como gostam os fãs e realizadores de ficção científica. O fato é que a indústria passa por uma bisonha escassez de mojo criativo. Como James Cameron seguiu com sua vida e não fez como George Lucas, que monopolizou sua cria, Star Wars, até quem usava fraldas na época do lançamento de O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final sabia que a saga continuaria de um jeito ou de outro. Com ou sem Jonathan Mostow, o diretor do dispensável terceiro filme. Com ou sem McG, o diretor de As Panteras, As Panteras Detonando e deste O Exterminador do Futuro - A Salvação.

Salvação do quê, Cara-Pálida? Do cinema que não é. Nem da série. Portanto, duvide dos falsos sábios da imprensa decadente que defendem ou exaltam, pelo menos, o visual deste novo filme. Não ouse ligar o look cinzento pintado por McG ao calor intenso dos cenários de Mad Max. Ok? Não me deixe triste, por favor. O que o diretor fez foi trabalhar com mais dinheiro do que Uwe Boll, o execrável cineasta de filmes de locadoras como House of the Dead, Alone in the Dark e BloodRayne, que vive tomando cascudos dos nerds. Mas o problema não é o pobre McG.

O problema de O Exterminador do Futuro - A Salvação está no público. Está comigo. E com você. A discussão deve se concentrar no lixo empurrado por Hollywood goela abaixo de humildes seres pensantes como eu e você. O grande mistério da sociedade voltada para o consumo impulsivo também envolve o cinema. Decidem continuar algo perfeitamente iniciado, desenvolvido e concluído, mas a gente paga pra ver neguim destruindo o que estava bom e devidamente disponível em DVD. Por que nós não aprendemos? Eis a questão. Agora, não adianta jogar a culpa no McG, pois se nosso rico dinheirinho é investido nessa bagaça, Hollywood entende que queremos mais. Você quer arremessar um tomate no diretorzinho? Dica: Espere e prepare-se para mais McGs.

Vamos brincar de "Se" agora. E se McG tivesse recomeçado a série como Christopher Nolan fez em Batman Begins e J.J. Abrams em Star Trek? Hmm, não havia necessidade, porque James Cameron não pagou mico. A solução do estúdio foi mexer em time que já estava ganhando pra conquistar o campeonato sem os mesmos craques. O novo Exterminador do Futuro começa anos depois do julgamento final, que arrasou a vida na Terra e colocou as máquinas no comando. Como estudamos direitinho nos filmes de James Cameron, o profeta carrancudo John Connor (um Christian Bale pouco a vontade) lidera os sobreviventes na resistência contra os filhotes de Bill Gates. Mas no futuro proposto por McG, no entanto, nem mesmo o cenário caótico é tão assustador quanto os flashbacks de Cameron em T1 e T2. Ainda por cima, teve gente que malhou o diretor de Titanic por um ou outro diálogo bobalhão no épico colossal detonador de Oscars. Enfim, ouça algumas pérolas escritas por John D. Brancato e Michael Ferris para O Exterminador do Futuro - A Salvação, que foram aprovadas por McG. E mais: Compare o drama e a tensão surgidos da ação de T1 e T2 com o vazio barulhento dos "arranca-rabos" filmados por McG.

Mais "Se": Se McG tentasse "imaginar" como teria sido essa guerra antes dos eventos mostrados no Exterminador do Futuro original, talvez, eu disse talvez o filme desse certo. Pelo contrário, o diretor considera os longas de Cameron e faz um samba do crioulo doido atemporal com Christian Bale berrando que "este não é o futuro que minha mãe me contou". Ok, McG, conta outra. Estou tentando aliviar a sua barra, mas está difícil. Confesso que é até sacanagem minha compará-lo a James Cameron. Perto dele, McG ainda usa radinho de pilha, como sua resistência em A Salvação, que se comunica livremente com esse aparelho do tempo da Copa de 50 sem que a poderosa Skynet perceba (!!).

Até tentei cotar o filme com uma estrelinha por causa dos atores Anton Yelchin e Sam Worthington. Yelchin é o jovem Kyle Reese. O ator de origem russa já havia mostrado seu talento em Alpha Dog, Star Trek, e comprova seu carisma em A Salvação. Outro achado é o astro instantâneo Sam Worthington, que interpreta o misterioso Marcus Wright, personagem mais legal do filme, embora a cronologia de sua existência não faça o menor sentido. E há mais um aspecto que vale a pena: os efeitos (visuais e sonoros). Embora não sejam revolucionários, como o trabalho oscarizado da Industrial Light & Magic para O Exterminador do Futuro 2, os truques são ótimos - tirando um cameo digital no fim do filme, que lembra o constrangedor clímax de O Retorno da Múmia, quando um Dwayne "The Rock" Johnson de video game surge para enfrentar Brendan Fraser. Depois disso, decidi cotar com "bolinha" mesmo. Fui.

O Exterminador do Futuro - A Salvação (Terminator Salvation, 2009)
Direção: McG
Roteiro: John D. Brancato e Michael Ferris
Elenco: Christian Bale, Sam Worthington, Anton Yelchin, Moon Bloodgood, Bryce Dallas Howard, Common, Jane Alexander e Helena Bonham-Carter