quarta-feira, setembro 30, 2009

A Verdade Nua e Crua


É muito triste acompanhar a carreira cinematográfica de Katherine Heigl. Bonita e talentosa, a atriz tem participação fixa e brilhante na série de TV Grey’s Anatomy. Se é para ganhar espaço na tela grande, ela bem que poderia cobrar muito mais caro. Perdida em projetos desnecessários, que não contribuem em nada até mesmo para o gênero “comédia romântica”, como Vestida para Casar e, agora, A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth, 2009), Katherine caiu no conto do vigário de Hollywood, que vê nela uma das prováveis substitutas para o posto de “namoradinha da América”, afinal Julia Roberts, Sandra Bullock e Meg Ryan não têm mais idade para brincar de médico ou casinha.

No caso de Katherine Heigl, Hollywood parece aquele canal de TV aberta mais poderoso do Brasil, que compra séries de grande audiência para deixá-las na geladeira. Ou para exibi-las às quatro da manhã, quando quase ninguém está vendo. E isso só para que seus concorrentes não tenham o prazer de tê-las em sua grade de programação. O pior é que Katherine Heigl parece gostar da ideia, afinal ela tem culpa no cartório. Além de atriz, ela é a produtora de A Verdade Nua e Crua. Assim, fica difícil defender a adorável Izzie Stevens, sua personagem em Grey’s Anatomy.

No filme, ela é Abby Richter, produtora de TV que precisa lidar com o novo astro do canal, o macho man Mike Chadway (Gerard Butler), apresentador do programa A Verdade Nua e Crua, que dispara sem dó nem piedade o que realmente se passa na(s) cabeça(s) dos homens. Suas atitudes excêntricas aumentam os índices de audiência da emissora, mas chocam a certinha e pobrezinha Abby, que faz de tudo para convencer seu chefe a retirar o guru espartano do programa.


Daqui pra frente, você não precisa ser dono da verdade nua e crua para saber o que acontecerá até o final. É o esquema básico: Os opostos se atraem? Confere. Vem a inevitável cena do beijo? Confere. Eles se desentendem quando todo a plateia já sabe que ficarão juntos no fim? Confere. O casal faz as pazes na última cena? Confere.

Ok, seria o típico filme divertido para zerar os neurônios se as “piadas picantes” não fossem apenas fogo de palha. Ou se Katherine Heigl e Gerard Butler, tão a vontade em suas cenas, não exagerassem nas atuações histéricas com gritos, caras e caretas. Já metem o pau em Jim Carrey por muito menos. Katherine, por sua vez, ainda tem uma cena que remete ao falso orgasmo de Meg Ryan, em Harry & Sally – Feitos um Para o Outro, mas a loira de Grey’s Anatomy, por incrível que pareça, perde de goleada no quesito talento para a ex-namoradinha da América.

Sem falar que o diretor Robert Luketic (Legalmente Loira), medíocre como ele só, faz qualquer um brochar com suas freadas violentas no ritmo do filme. O que é aquela demorada (e mal editada) cena de dança entre Katherine Heigl e Gerard Butler? E a desnecessária cena que fecha o filme após o clímax no balão com cenário de Hitchcock? Cara, quem diria que estaríamos aqui, em pleno século XXI, falando bem da Meg Ryan?

A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth, 2009)
Direção: Robert Luketic
Roteiro: Nicole Eastman, Karen McCullah Lutz e Kirsten Smith
Elenco: Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner, Eric Winter, Nick Searcy e Cheryl Hines

terça-feira, setembro 29, 2009

Atualização do ranking Pixar


1- TOY STORY 2

Imaginaste que Toy Story 2 jamais igualaria o feito de vosso irmão mais velho. Com sangue da mesma família correndo nas veias, a animação lutou bravamente contra inimigos poderosos, mas conquistou os Deuses da Imprensa Estrageira em Hollywood ao tocar o Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia/Musical. Registros de livros de história comprovam que um raio pode cair num mesmo lugar. Ainda mais quando vossos guerreiros Woody, Buzz, Cabeça de Batata e tantos outros intrépidos cavaleiros estão munidos de roteirus estupendus.



2- WALL-E

Um robô monossilábico tem mais coração do que a raça humana? Queres dar um recado, Pixar Toda Poderosa? Calo-me diante de Tua magnífica e pura mensagem. Apenas deixo a energia dominar minha alma, que jamais entendeu coisa alguma desta vida cruel, em que mortais devastam o próprio planeta com seus vícios podres. Talvez, nesta vida real, não tenhamos um robozinho para nos salvar em um futuro próximo.




3- RATATOUILLE

Precisas admitir, mortal, que duvidaste do poder devastador de Ratatouille antes mesmo de vossa entrada no cinema. Confesse agora e serás perdoado por toda a eternidade. Admitas que o diretor Brad Bird entregou uma obra-prima diante de vossos olhos, que a Terra há de comer, e bateu prazerosamente em vossa cara com luva de pelica após queixus caídus ao término da sessão.



4- PROCURANDO NEMO

Decoraste a cantoria dos oceanos de Lady Dory (Continue a nadar, continue a nadar) e abominaste O Espanta Tubarões; que profanou a coroa de Procurando Nemo, lançando-a por terra. Testemunhaste a jornada de Marlin contra os inimigos dos sete mares para resgatar seu amado filho. Ó Pixar, recusaram ouvir-Te e não se lembraram das Tuas maravilhas anteriores e duvidaram da saga dos peixinhos falantes. Todavia, Tu, pela multidão das Tuas misericórdias, não deixaste os cinéfilos pecadores no deserto.




5- UP: ALTAS AVENTURAS

Ninguém acreditou que uma casa voadora e um velhinho de bengala seriam capazes de dar ao mundo uma aventura extraordinária. Mais uma vez, Pixar, desacreditamos de vossa sabedoria e genialidade agudas. Não merecemos o pão que comemos diariamente. Tu, por outro lado, não cansas de mostrar aos mortais, que se acham o máximo por terem livre arbítrio, que é possível vencer os obstáculos, quebrar barreiras e viver intensamente, aproveitando cada segundo dessa tal felicidade. Um dia, quem sabe, talvez Teus súditos compreendam…




6- TOY STORY

A Disney não se cansava de produzir desenhos chatos com canções intermináveis. Nesta época de trevas, nascia o primeiro Filho da Pixar para a sétima arte. Por intermédio dos teus profetas; Toy Story revolucionou o modus operandi de Hollywood. Desenho passou a ser reconhecido como animação. Animação passou a ser reconhecida como filme ambicioso com atributos como direção e roteiro recebendo a mesma importância de imagem, movimento e som. Ó Pixar, Tuas abundantes produções são para os reis que freqüentam os cinemas em busca de qualidade. Nota: Dizem que a Pixar fez Toy Story em seis dias. No sétimo, Ela descansou.




7- OS INCRÍVEIS

Pela primeira vez, Ó Pixar, colocaste o homem digital como protagonista de uma aventura. Alguns mortais não prestaram a devida atenção, pois ainda estavam fascinados com a saga do famoso peixe palhaço. Ainda assim, Teu povo foi desobediente e se revoltou contra Ti, afinal Os Incríveis não tem bichinhos bonitinhos. Mais uma vez, calaste a boca dos infiéis e detratores de filmes sobre super-heróis e outros lixos hollywoodianos. Fizeste mais uma obra divina. Por causa de tudo isso, estabelecemos aliança fiel com Teu reino, Pixar.




8- MONSTROS S.A.

Apresentaste o reino dos monstros que reside além de nossos armários com vestes mofadas. Mesmo assim, o encanto da Deusa Boo e seus servos Mike Wazowski e James P. Sullivan não evitaram a derrota no Oscar para aquele desgraçado ogro verde. Perdoe os mortais, Pixar, pois eles não sabem o que fazem.




9- CARROS

Pobres almas corrompidas reclamam deste Teu filho, que nada mais fez do que tocar o coração de cada mortal. Por isso, merecemos Tua ira! Pixar, jogue todas as pragas, que existem neste – e no outro – mundo, em cima de nossas imensas cabeças ocas, que não entendem nada de carro.




10 – VIDA DE INSETO

Se Carros sofreu, imagine o que nós, bestas, fizemos com Teu Vida de Inseto, quase sempre esquecido até na hora das reclamações contra Teu grandioso poder, que cobre a Terra de vasta alegria. Rogo a Ti, Pixar, afinal não merecemos mais vossa superação filme após filme, pois confesso que esperamos pelo deslize de Tua perfeição a cada ano que passa somente para provar a nós mesmos que, um dia, estaremos no nível dos Deuses.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Veja o trailer do remake de A Hora do Pesadelo


Caiu na rede o primeiro trailer do remake de A Hora do Pesadelo. Há cenas parecidíssimas com o original de 1984 dirigido por Wes Craven, mas os fãs da série irão gostar de ver como o assassino de criancinhas Freddy Krueger se tornou o monstro sobrenatural, que se vinga dos filhos de seus algozes durante seus pesadelos. Veja abaixo.




Ei, só pode ser melhor que as inúteis sequências do primeiro filme. Substituindo o grande Robert Englund no papel de Freddy, temos Jackie Earle Haley, o ótimo ator de Pecados Íntimos e Watchmen. A direção é de Samuel Bayer, mais conhecido como realizador de videoclipes de bandas como Metallica.

A estreia acontece no dia 16 de abril de 2010.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Che 2: A Guerrilha


Em Che 2: A Guerrilha (Che: Part Two, 2008), o diretor Steven Soderbergh conclui sua análise humanista do amado e odiado revolucionário argentino. Como na primeira parte, o cineasta mais eclético da Hollywood atual continua distante de qualquer emoção com um olhar não exatamente gélido, mas indiferente. Só que uma coisa é acompanhar a campanha vitoriosa de um personagem real – mesmo sem tomar partido -, como vimos nas duas horas iniciais de Che. Mesmo com a falta de comprometimento dramático do diretor, o público se esforça e é até capaz de se envolver numa história de conquista, já que o espírito dialoga com motivações e princípios básicos da humanidade. Outra coisa – eis o grande erro de Soderbergh – é ver o diretor utilizar a mesma tática para narrar a derrota de Che Guevara pelas selvas bolivianas. Bom, você sabe, a sensação de perder é totalmente oposta à da vitória. Imagine então assimilar isso de maneira impassível. Ao sair do cinema sem sentir absolutamente nada, o espectador tem a convicção de que o filme não fede nem cheira.

Talvez Soderbergh tenha mergulhado de cabeça num esforço pessoal para compreender as razões que levaram Che ao fracasso de sua cruzada idealista na Bolívia. Até hoje, existem vários mistérios em torno da derrota do guerrilheiro. Talvez, movido pela euforia da vitória em Cuba, Che tenha sido dominado pelo excesso de confiança juvenil e a sensação de que jamais seria vencido. Talvez ele não tenha percebido que a idade avançou. Ou então achou que sua ideia utópica para a América nunca esbarraria em culturas que não respeitam fronteiras. Talvez Che Guevara não tenha se adaptado a novas condições climáticas e territoriais. Mas o que aconteceu de fato? Teria ele subestimado seus oponentes? Ele foi surpreendido pela organização das forças rivais, com total apoio dos EUA? Será que a Esquerda e as diretrizes comunistas não eram mais aquelas que resultaram na Revolução Cubana? Enfim, continua um enigma. O problema é que Soderbergh, assim como Che, se perdeu. Quando poderia, ao menos, seguir uma delas, o diretor tentou decifrar a questão em todas essas vertentes e meteu os pés pelas mãos.



O ponto é que o currículo eclético de Steven Soderbergh não deveria ser digno de admiração. Faz filmes comerciais competentes como a série Onze Homens e um Segredo, mas insiste em projetos experimentais como Confissões de uma Garota de Programa. Acho que ele deveria tirar uma férias, parar, relaxar e, por fim, pensar. É evidente que Soderbergh está perdendo o rumo com suas investidas como desbravador de novas técnicas com o digital em filmes estritamente voltados para a arte. Cara, ou você nasce com isso ou pede pra sair.

Mas Che 2: A Guerrilha não é um desastre, apesar de funcionar como uma conclusão decepcionante em termos de cinema em relação ao primeiro filme. Resta a atuação soberba de Benicio Del Toro. O que mais impressiona em sua performance é acompanhar a aniquilação física e mental de Che Guevara, que se une completamente à terra; ao ambiente. No fim, tanto a América quanto Che se tornam um só. Pena que não temos um especialista no assunto como Terrence Malick, de Além da Linha Vermelha, na direção.

Che 2: A Guerrilha (Che: Part Two, 2008)
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Peter Buchman e Benjamin A. Van Der Veen (Baseado em The Bolivian Diary, de Ernesto “Che” Guevara)
Elenco: Benicio Del Toro, Franka Potente, Joaquim de Almeida, Demián Bichir e Lou Diamond Phillips

quinta-feira, setembro 24, 2009

Filme de Ang Lee abre o Festival do Rio


Começa hoje a 11ª edição do Festival do Rio. Até o dia 08 de outubro, a Cidade Maravilhosa será a capital do cinema no País. O esperado Aconteceu em Woodstock, de Ang Lee (Brokeback Mountain, Razão e Sensibilidade, O Tigre e o Dragão) tem a honra de abrir a maratona.

Entre os destaques do festival, temos o vencedor da Palma de Ouro The White Ribbon, de Michael Haneke, além de It Might Get Loud, de Davis Guggenheim, Abraços Partidos, de Pedro Almodóvar, Away We Go, de Sam Mendes, Coco Antes de Chanel, de Anne Fontaine, Maradona, de Emir Kusturica, (500) Dias com Ela, de Marc Webb, Bright Star, de Jane Campion, A Batalha dos 3 Reinos, de John Woo, O Desinformante!, de Steven Soderbergh, Julie & Julia, de Nora Ephron, An Education, de Lone Scherfig, e The Burning Plain, de Guillermo Arriaga.

O diretor Quentin Tarantino irá ao Rio para o encerramento do festival, dia 08 de outubro, na premiére nacional de Bastardos Inglórios.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Che


Todo mundo tem uma opinião formada a respeito de Ernesto “Che” Guevara, uma das figuras mais comentadas do século XX. A diferença é que a esmagadora maioria se refere ao mito – aquele que foi marcado para sempre na História escrita pelos vencedores – e não ao homem. Herói ou vilão? Quem foi o verdadeiro Ernesto Guevara por trás de imagens famosas em fotos e vídeos registrados na época da Revolução Cubana? De fato, Che é um personagem fantástico – independente de seus objetivos políticos e ideológicos – que gera diferentes interpretações. Uma das mais recentes vem do diretor Steven Soderbergh, em um épico que terminou com cerca de quatro horas de duração. Exibido em duas partes, entre os eventos que marcaram o encontro do revolucionário com Fidel Castro até seus últimos dias de vida na Bolívia, Che (Che: Part One, 2008) e Che 2 – A Guerrilha (Che: Part Two, 2008) tentam desvendar o ser humano e não a lenda.

O primeiro filme fala essencialmente da Revolução Cubana. Seguindo uma estrutura narrativa não-linear, Soderbergh brinca com passado – a preparação de Che (Benicio Del Toro), Fidel (Demián Bichir) e seu exército para invadir Cuba e derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista – e futuro - a passagem de Che por Nova York, onde fez um simbólico discurso na sede da ONU -, mas jamais dá sua opinião à respeito do revolucionário. Muito menos mostra como ele decidiu iniciar uma saga idealista (e sangrenta) pelo continente. Mesmo emocionalmente distante, Soderbergh tenta traçar um perfil de Che próximo daquele que foi real em suas batalhas. É como se fosse um documentário com atores.


É evidente que Soderbergh não buscou uma visão romântica, que é um elemento tradicionalmente explorado em cinebiografias, mas o fato é que muita coisa mudou neste mundo desde que Che Guevara bateu as botas. Quero dizer que a expectativa pode ser uma inimiga, afinal nem todos que enxergavam Che como um herói o veem da mesma forma nos dias de hoje, assim como tem gente que já não o define mais como um baderneiro ou um assassino. Mas não é neste filme que você vai entender a figura de Che.

O filme pode não ser relevante para quem conhece a trajetória de Guevara, mas é uma boa oportunidade para as novas gerações serem apresentadas ao personagem. Quem quiser se aprofundar no tema que procure por outras fontes. Enfim, Soderbergh não quis sarna pra se coçar, afinal não é fácil tomar partido de um ícone comunista em um mundo americanizado. Por outro lado, ele deixa a fascinante ambiguidade de Che mais viva do que nunca. Acho que a decisão do diretor foi correta – ainda mais quando temos atores de Hollywood idolatrando Hugo Chávez.



E Soderbergh compensa qualquer reclamação possível na habilidade da condução da montagem do filme, com suas idas e vindas no tempo, em imagens digitais que seduzem principalmente quando surge o preto e branco granulado nas cenas da passagem de Che por Nova York, anos depois de sua vitória em Cuba. Tanta qualidade técnica só intriga ainda mais aqueles que querem descobrir o verdadeiro Che. Quem foi esse cara? E o que é ser comunista? Preste atenção na cena final, quando o líder revolucionário manda um de seus soldados devolver um carro roubado. Fica difícil desfazer o nó nos neurônios depois dessa.

Nada disso, porém, seria digno de nota sem a atuação extraordinária de Benicio Del Toro, completamente possuído por Che Guevara. Vencedor do prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes, ele foi ignorado pela Academia. Será que ainda tem alguma dúvida que Soderbergh estava certo em não se comprometer? Só acho que foi um erro dividir o filme em duas partes. Eu sei que quatro horas no cinema seriam um exagero, mas por deixar a emoção de lado e privilegiar o estilo documental, Soderbergh assume um risco e tanto ao interromper o filme pela metade. Isso pode diminuir a curiosidade do público leigo em torno da história. Antes que o "2" chegue, os curiosos podem procurar por Che Guevara em livros, documentários e outras fontes. Quanto àqueles que vão ao cinema para serem arrebatados, essa pausa também pode levar a obra ao esquecimento no meio de tantos títulos fortes concorrendo pela atenção do público. Nada que um DVD contendo as duas partes não resolva, afinal tanto Steven Soderbergh quanto Che Guevara valem uma conferida.

Obs: “Che” saiu em DVD pela Europa Filmes

Che (Che: Part One, 2008)
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Peter Buchman (Baseado em “Remanescentes da Guerra Revolucionária Cubana”, de Ernesto “Che” Guevara)
Elenco: Benicio Del Toro, Catalina Sandino Moreno, Demián Bichir, Rodrigo Santoro e Julia Ormond

segunda-feira, setembro 21, 2009

Veja o trailer de Valentine's Day




Quanta gente famosa, não? Temos Julia Roberts, Anne Hathaway, Jessica Alba, Jessica Biel, Jennifer Garner, Shirley MacLaine, Bradley Cooper, Queen Latifah, Patrick Dempsey, Jamie Foxx, Topher Grace, Eric Dane e Ashton Kutcher em Valentine's Day. O filme traz esse povo todo em cinco histórias que se passam no Dia dos Namorados, em Los Angeles.

Com direção de Garry Marshall, que comandou Julia Roberts em Uma Linda Mulher e Noiva em Fuga, Valentine's Day estreia no Dia dos Namorados nos EUA: 12 de fevereiro. No Brasil, o filme chega no mesmo dia.

Os vencedores do Emmy

A turma de 'Mad Men' faz a festa no último prêmio da noite



Melhor série cômica

30 Rock

Melhor série dramática
Mad Men

Melhor telefilme
Grey Gardens

Melhor minissérie
Little Dorrit

Melhor ator em série cômica
Alec Baldwin, 30 Rock

Melhor ator em série dramática
Bryan Cranston, Breaking Bad

Melhor ator em minissérie ou telefilme
Brendan Gleeson, Into the Storm

Melhor atriz em série cômica
Toni Collette, United States of Tara

Melhor atriz em série dramática
Glenn Close, Damages

Melhor atriz em minissérie ou telefilme
Jessica Lange, Grey Gardens

Melhor ator coadjuvante em série cômica
Jon Cryer, Two and a Half Men

Melhor ator coadjuvante em série dramática
Michael Emerson, Lost

Melhor ator coadjuvante em minissérie ou telefilme
Ken Howard, Grey Gardens

Melhor atriz coadjuvante em série cômica
Kristin Chenoweth, Pushing Daisies

Melhor atriz coadjuvante em série dramática
Cherry Jones, 24 Horas


Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou telefilme
Shohreh Aghdashloo, House of Saddam

Melhor reality show de competição
The Amazing Race

Melhor apresentador de reality show
Jeff Probst, Survivor


Ainda aqui? Tem mais:

Atriz convidada em série cômica

Tina Fey, Saturday Night Live

Ator convidado em série cômica

Justin Timberlake, Saturday Night Live

Roteiro de série cômica
Matt Hubbard, 30 Rock

Direção em série cômica
Jeffrey Blitz, The Office

Direção em minissérie, telefilme ou especial
Dearbhla Walsh, Little Dorrit

Roteiro em minissérie, telefilme ou especial
Andrew Davies, Little Dorrit

Direção de série de variedades, musical ou humorística

American Idol

Série de variedades, musical ou humorística
The Daily Show With Jon Stewart

Roteiro de série de variedades, musical ou humorística

The Daily Show With Jon Stewart

Canção original em programa de variedades
Tema da abertura do 81o. Oscar

Roteiro de série dramática
Mad Men

Direção em série dramática
Rod Holcomb, E.R.

Ator convidado em série dramática
Michael J. Fox, Rescue Me

Atriz convidada em série dramática
Ellen Burstyn, Law & Order: Special Victims Unit

domingo, setembro 20, 2009

Apostas para o Emmy


Todos prontos para a entrega do Emmy hoje à noite? Será que Mad Men, em drama, e 30 Rock, em comédia, confirmam as previsões e dominam esta edição do prêmio máximo da TV americana? Bom, quem é fanático por séries, certamente, já fez as apostas.

HOLLYWOODIANO entra no clima da festa e arrisca os nomes dos vencedores nas principais categorias e ousa dizer quem merece a estatueta mais do que os outros. Veja abaixo.

Série (Drama)

Indicados: Big Love, Breaking Bad, Damages, Dexter, House, Lost e Mad Men
Quem vai ganhar: Mad Men
Quem merece ganhar: Mad Men

Série (Comédia)

Indicados: 30 Rock, Entourage, Family Guy, Flight of the Conchords, How I Met Your Mother, The Office e Weeds
Quem vai ganhar: 30 Rock
Quem merece ganhar: 30 Rock

Ator (Drama)

Indicados: Bryan Cranston (Breaking Bad), Michael C. Hall (Dexter), Hugh Laurie (House), Gabriel Byrne (In Treatment), Jon Hamm (Mad Men) e Simon Baker (The Mentalist)
Quem vai ganhar: Gabriel Byrne (In Treatment)
Quem merece ganhar: Michael C. Hall (Dexter)

Ator (Comédia)

Indicados: Alec Baldwin (30 Rock), Jemaine Clement (Flight of the Conchords), Tony Shalhoub (Monk), Jim Parsons (The Big Bang Theory), Steve Carell (The Office) e Charlie Sheen (Two and a Half Men)
Quem vai ganhar: Alec Baldwin (30 Rock)
Quem merece ganhar: Alec Baldwin (30 Rock)

Atriz (Drama)

Indicadas: Sally Field (Brothers & Sisters), Glenn Close (Damages), Mariska Hargitay (Law & Order: Special Victims Unit), Elizabeth Moss (Mad Men), Holly Hunter (Saving Grace) e Kyra Sedgwick (The Closer)
Quem vai ganhar: Glenn Close (Damages)
Quem merece ganhar: Glenn Close (Damages)

Atriz (Comédia)

Indicadas: Tina Fey (30 Rock), Christina Applegate (Samantha Who?), Julia Louis-Dreyfus (The New Adventures of Old Christine), Sarah Silverman (The Sarah Silverman Program), Toni Collette (United States of Tara) e Mary-Louise Parker (Weeds)
Quem deve ganhar: Tina Fey (30 Rock)
Quem merece ganhar: Tina Fey (30 Rock)

Ator Coadjuvante (Drama)

Indicados: William Shatner (Boston Legal), Christian Clemenson (Boston Legal), Aaron Paul (Breaking Bad), William Hurt (Damages), Michael Emerson (Lost) e John Slattery (Mad Men)
Quem vai ganhar: Aaron Paul (Breaking Bad)
Quem merece ganhar: Michael Emerson (Lost)

Ator Coadjuvante (Comédia)

Indicados: Tracy Morgan (30 Rock), Jack McBrayer (30 Rock), Kevin Dillon (Entourage), Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother), Rainn Wilson (The Office) e Jon Cryer (Two and a Half Men)
Quem vai ganhar: Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother)
Quem merece ganhar: Rainn Wilson (The Office)

Atriz Coadjuvante (Drama)

Indicadas: Cherry Jones (24 Horas), Rose Byrne (Damages), Sandra Oh (Grey's Anatomy), Chandra Wilson (Grey's Anatomy), Dianne Wiest (In Treatment) e Hope Davis (In Treatment)
Quem vai ganhar: Dianne Wiest (In Treatment)
Quem merece ganhar: Cherry Jones (24 Horas)

Atriz Coadjuvante (Comédia)

Indicadas: Jane Krakowski (30 Rock), Kristin Chenoweth (Pushing Daisies), Amy Poehler (Saturday Night Live), Kristin Wiig (Saturday Night Live), Vanessa Williams (Ugly Betty) e Elizabeth Perkins (Weeds)
Quem vai ganhar: Kristin Chenoweth (Pushing Daisies)
Quem merece ganhar: Jane Krakowski (30 Rock)


A entrega do Emmy será exibida pelo canal Sony, a partir das 19h30. Mas a cobertura da chegada das celebridades no tapete vermelho começa às 17h, no E! Entertainment Television. O Sony começa a transmissão às 17h30.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Os Normais 2


Escrita por Fernanda Young e Alexandre Machado, a série Os Normais foi um dos maiores acertos da TV brasileira nesta década. Com diálogos e situações inteligentes, porém ousadas mesmo para os padrões do horário nobre do país da carnaval, a série, no entanto, não teria funcionado sem os protagonistas certos. E a ideia de colocar Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres livres, leves e soltos para disparar todo e qualquer tipo de bobagem no dia a dia do casal neurótico Rui e Vani foi a cereja do bolo para fazer de Os Normais um sucesso absoluto.

Com o fim da série, veio o primeiro filme para o cinema, em 2003, que não foi tão quente e safadinho assim, apostando mais no romance - focado no momento em que Rui e Vani se conheceram - e menos no humor. Seis anos se passaram e nada da série retornar à TV. Mas, para a surpresa dos fãs, Rui e Vani estão de volta em Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas (2009) no cinema, não na TV. E essa confusão entre as duas linguagens é o grande erro do filme.


Não venha me dizer que você saiu de casa pronto para ser surpreendido por uma adaptação de Os Normais para a tela grande com uma narrativa conduzida 100% pela linguagem de cinema. Depois de um longo intervalo, que deixou saudades, Rui e Vani estão de volta exatamente como nos deixaram da última vez que os vimos. O único problema é que Os Normais 2 é um episódio de 75 minutos. Em termos de cinema, a duração é curta demais, mas como estamos falando de uma produção com alma e aparência de episódio feito para a TV, uns cortes aqui e outros ali evitariam arestas no roteiro e freios no ritmo da direção, que surgem na tela e incomodam.

Aliás, o roteiro de Fernanda Young e Alexandre Machado não é tão inspirado quanto na série. Pelo menos, diferente do primeiro filme, volta a apostar no humor. Só que isso funciona por causa da química perfeita (e já conhecida) entre Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres. É impossível não rir com o exercício de mise-en-scène que é Os Normais 2. Exceto pela cena da bengala, a única que não depende de Rui e Vani, é o casal de protagonistas que torna o filme mais engraçado que muita comédia americana exibida pelos cinemas nos últimos anos. E de todos os coadjuvantes, quem parece acompanhar o ritmo é Cláudia Raia.

Para o cinema nacional, ainda assim, vale muito mais como uma etapa no aprendizado em como se fazer produções comerciais de qualidade. Talvez Os Normais 3, caso venha a acontecer, pudesse renunciar de vez aos tiques da TV para se arriscar de vez como cinema. Por enquanto, só é uma maravilha na telinha.



Ao contrário do que pensa a Globo Filmes - talvez a culpa nem seja do diretor José Alvarenga Júnior -, a ousadia não está no elenco falando palavrões cabeludos que não podem ser ditos na TV. Se fosse apenas isso, Martin Scorsese não seria tão cultuado. A única coisa que falta aqui é adaptar Os Normais para o cinema. Infelizmente, isso ainda não aconteceu.

Resta ao público se divertir com o filme pelo que ele é. Assim, fica muito mais fácil relaxar, sem medo de cometer um guilty pleasure, para rir com Rui e Vani numa jornada noite adentro em busca de uma parceira que concorde em fazer um ménage à trois com o casal, numa tentativa desesperada para reacender uma relação que está se apagando.


Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas (2009)
Direção: José Alvarenga Júnior
Roteiro: Alexandre Machado e Fernanda Young (Baseado na série de TV)
Elenco: Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres, Drica Moraes, Danielle Winits, Claudia Raia, Alinne Moraes, Daniele Suzuki, Daniel Dantas e Mayana Neiva

Salve Geral é Brasil no Oscar 2010



Ninguém viu o filme de Sérgio Rezende, que estreia só no dia 02 de outubro, mas um eufórico Galvão Bueno diria que "Salve Geral é Brasil no Oscar 2010!" Escolhido por uma comissão do Ministério da Cultura formada pelo diretor Carlos Gerbase, o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos, o produtor Beto Rodrigues, o exibidor Luiz Gonzaga de Luca e a professora Ivana Bentes (da UFRJ), Salve Geral tentará uma vaga no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no dia 02 de fevereiro, quando a Academia divulga seus indicados ao prêmio máximo do cinema.

Estrelado por Andréa Beltrão, Salve Geral fala do pandemônio causado pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC, em maio de 2006 na cidade de São Paulo. Para ganhar a chance de disputar o Oscar, o filme de Sérgio Rezende superou outras nove produções: A Festa da Menina Morta, Besouro, O Contador de Histórias, Jean Charles, Budapeste, Feliz Natal, Se Nada Mais Der Certo, Síndrome de Pinocchio - Refluxo, e O Menino da Porteira.

Resta saber se Salve Geral é bom mesmo ou se simplesmente aumentará a confusão na cabeça do brasileiro, que pensa que cinema é futebol.
A entrega do Oscar acontecerá no dia 07 de março de 2010.

quarta-feira, setembro 16, 2009

As coadjuvantes mais engraçadas da TV

Conheça o perfil das candidatas ao Emmy de melhor atriz coadjuvante em comédia


JANE KRAKOWSKI / 30 Rock

Muito antes de ser indicada pela série de comédia mais badalada desta edição do Emmy Awards, a eterna coadjuvante Jane Krakowski já havia brilhado em outro show que marcou a TV americana: Ally McBeal. Mas embora a série protagonizada por Calista Flockhart tenha feito um enorme sucesso, Jane curte somente agora a sua primeira indicação ao Emmy. E pelo papel de uma (divertida) atriz decadente, que só sobrevive no showbiz graças à influência da amiga e roteirista de seu programa de TV, Liz Lemon (Tina Fey).


ELIZABETH PERKINS / Weeds

Ela encantou Tom Hanks no inesquecível Quero Ser Grande e foi Wilma, a esposa de Fred Flintstone na primeira adaptação para o cinema do famoso desenho da Hanna-Barbera. Também trabalhou em filmes como Avalon, de Barry Levinson, e o remake de Milagre na Rua 34. Mas foi na TV, com Weeds, que Elizabeth Perkins ganhou seu merecido respeito como atriz. Esta é sua terceira indicação pela série.


KRISTIN CHENOWETH / Pushing Daisies

A série pode ter sido cancelada prematuramente, mas os fãs jamais esquecerão a hilária Kristin Chenoweth como Olive Snook. Produzida por um Barry Sonnenfeld (A Família Addams, Homens de Preto) tentando ser Tim Burton, a colorida, bizarra e divertida Pushing Daisies não agradou a todos. Fazer o quê? Mas Kristin é uma das razões que valem a pena (re)descobrir as duas temporadas de Pushing Daisies em DVD. E olha que a atriz tem chances muito boas de sair da festa com a estatueta.


AMY POEHLER / Saturday Night Live

Uma das melhores comediantes da atual geração do maior programa cômico da história da TV americana ganha sua segunda indicação ao Emmy. Amy Poehler faz de tudo em Saturday Night Live, mas talvez seja facilmente lembrada pelo público em geral por sua participação no tradicional quadro Weekend Update, com os fatos mais importantes (que mereçam virar piada) da semana.


VANESSA WILLIAMS / Ugly Betty

Figurinha fácil nas principais categorias das edições passadas do Emmy, Ugly Betty não foi convidada para a festa deste ano. Exceto por Vanessa Williams, que conquista sua terceira indicação pela cruel e chique Wilhelmina Slater. Nada mal para Vanessa, que antes de Ugly Betty era mais famosa como cantora. Hoje, ela é uma das atrizes mais celebradas da TV.


KRISTIN WIIG / Saturday Night Live

Eis mais uma atriz do fantástico elenco de Saturday Night Live lembrada nesta categoria. Particularmente, acho que as mulheres desta geração do SNL são mais talentosas que os homens. Ao lado da (também indicada) colega de elenco Amy Poehler, ela ajuda a renovar um programa que está no ar desde 1975, revelando os melhores comediantes da TV e do cinema. Esta é sua primeira indicação ao Emmy. A cerimônia de entrega do Emmy acontece neste domingo, dia 20 de setembro.

Para Patrick Swayze, Obrigado por Tudo!

E então o maior assassino de celebridades da História levou Patrick Swayze, cedo, ainda aos 57 anos. O astro de Dirty Dancing – Ritmo Quente, Ghost – Do Outro lado da Vida, e Caçadores de Emoção, assim como Humphrey Bogart, Gary Cooper, Paul Newman e, recentemente, Farrah Fawcett, entrou para o ingrato hall dos ídolos derrotados pelo câncer.

Desde os primórdios do cinema, quando vemos a figura de nossos heróis na tela grande, a sensação que bate e arrepia tem uma ligeira conexão com a ideia utópica da imortalidade. A sala escura é um portal mágico entre o inferninho da vida real e o céu dominado pelos deuses do Olimpo cinematográfico. Soberbo, o cinéfilo tem sua empáfia elevada graças aos gênios à frente e por trás das câmeras que arrebatam multidões e subjugam descrentes. Por tudo isso, sabemos hoje que conseguiremos chegar aos pés de nossos heróis das telas, que fizeram todos nós amarmos o cinema, somente se urgentemente nascermos outra vez.

Com essa consciência enraizada, fica difícil aceitar, no entanto, que nossos ídolos partem, assim, de uma hora pra outra, sem mais nem menos, para a eternidade. Sem aviso prévio, vemos que por trás de suas imagens imortais, há uma metade de carne e osso, que sucumbe, como cada um de nós, meros mortais. Seus filmes estarão conosco para todo o sempre, mas jamais veremos uma nova produção estrelada por astros como Patrick Swayze chegando numa sexta-feira qualquer aos cinemas.

É um tombo violento cair na realidade e compreender que Patrick Swayze, o homem, e não o ator sofreu muito desde que foi diagnosticado com câncer no pâncreas em março de 2008. Neste caso, por mais que seja dolorosa para os fãs, a morte de um ídolo só pode significar libertação. Nessa hora, devemos ficar com a imagem viril de Swayze em filmes como Caçadores de Emoção e Ghost, onde teve suas melhores performances.

E daí se Patrick Swayze não foi um ator do calibre de um Marlon Brando ou Laurence Olivier? E daí se ele não ganhou o Oscar, que até Gwyneth Paltrow tem? E daí se ele não levou o Globo de Ouro pra casa nas três vezes em que foi indicado (Dirty Dancing, Ghost, Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo! Julie Newmar)? Patrick Swayze foi um dos heróis de uma geração. Fez muita gente gostar de cinema e foi um cara muito mais relevante para a cultura do que um Kanye West.

Ghost foi um fenômeno no Brasil. Antes dos multiplexes, e bem antes de Kanye West e Barack Obama, lembro de três histerias coletivas que levaram o povão sofredor aos cinemas de rua. Salas ficaram lotadas por inúmeras semanas exibindo Atração Fatal, de Adrian Lyne, e, mais tarde, Ghost – Do Outro Lado da Vida. Podia entrar qualquer obra-prima do Didi ou da Xuxa, mas esses filmes – cada um em sua época – resistiam e não arredavam o pé dos cinemas. Anos depois, com o início da aceitação popular dos primeiros multiplexes, Titanic repetiu a dose. Mas não importa se Ghost tem um baita roteiro ou uma inspiradíssima Whoopi Goldberg em um tema que captura facilmente a atenção do público. Ghost também é ótimo pela presença de Patrick Swayze – é ele que conduz a história.

Não dá para diminuir ou deixar de exaltar a sua importância neste filme ou para o cinema de uma época. Patrick Swayze é mais um ícone do cinema que se vai. Mas no imaginário do povo, ele jamais deixará de dançar em Dirty Dancing. Jamais deixará de colocar as mãos no barro bem acompanhado de uma jovem e bela Demi Moore, em Ghost. Também jamais deixará de pegar ondas gigantescas ao lado de Keanu Reeves, em Caçadores de Emoção. Nós precisamos desses momentos. Precisamos de filmes como esses. Precisamos de astros carismáticos como Patrick Swayze.

terça-feira, setembro 15, 2009

Os grandes momentos de Patrick Swayze



Darrel Curtis em
VIDAS SEM RUMO (1983)
De Francis Ford Coppola






Johnny Castle em
DIRTY DANCING - RITMO QUENTE (1987)
De Emile Ardolino





Dalton em
MATADOR DE ALUGUEL (1989)
De Rowdy Herrington





Sam Wheat em
GHOST - DO OUTRO LADO DA VIDA (1990)
De Jerry Zucker





Bodhi em
CAÇADORES DE EMOÇÃO (1991)
De Kathryn Bigelow





Max Lowe em
CIDADE DA ESPERANÇA (1992)
De Roland Joffé






Vida em
PARA WONG FOO, OBRIGADA POR TUDO! JULIE NEWMAR (1995)
De Beeban Kidron


segunda-feira, setembro 14, 2009

Esnobados no cinema, adorados na TV

Três Indicados ao Emmy de Melhor Ator (Comédia) perderam seus espaços no cinema, mas ganharam o devido reconhecimento na TV. Os outros três não reclamariam se jamais deixassem a televisão.


ALEC BALDWIN / 30 Rock

O que Alec Baldwin, Charlie Sheen e Tony Shalhoub têm em comum? Atualmente, eles brilham em suas respectivas séries na TV americana e, consequentemente, disputam (merecidamente) o Emmy de Melhor Ator (Comédia) neste ano. Mas há uma curiosidade que liga seus nomes: Todos tiveram oportunidades no cinema - cada um em sua época -, porém, hoje, os estúdios não dão a mínima bola a eles. Quer saber? Seguindo o ditado "Há males que vêm para o bem", Baldwin, Sheen e Shalhoub estão rindo à toa.

Alec Baldwin e Charlie Sheen tiveram seus momentos no cinema como galãs dos anos 80, mas jamais foram respeitados como atores naquela época. Alec sempre foi o mais famoso dos Irmãos Baldwin (William, Stephen e Daniel); protagonizou filmes como Os Fantasmas Se Divertem, A Caçada ao Outubro Vermelho, Uma Loira em Minha Vida, e foi um dos nomes do timaço que atuou em O Sucesso a Qualquer Preço. Hoje, bem mais velho, até que Baldwin é lembrado por diretores como Martin Scorsese e Nick Cassavetes, mas jamais voltou ao papel principal. Aos 51 anos, mesmo com uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante no currículo pelo pouco visto The Cooler, Baldwin não está nem aí para os estúdios de Hollywood. Parece aceitar qualquer convite para fazer cinema, mas quer mesmo é aproveitar (e se divertir) com seu espaço garantido ao lado de Tina Fey na série cômica 30 Rock. Como o executivo Jack Donaghy, que vira um programa de TV do avesso e enlouquece seus funcionários, Baldwin já ganhou três SAG Awards, dois Globos de Ouro, e um Emmy. Quem quer ser astro de cinema assim?


CHARLIE SHEEN / Two and Half and Men

Filho de Martin Sheen e irmão de Emilio Estevez, o principal astro de Two and Half Men tem sangue real, mas nunca teve uma imagem tão respeitada no showbiz quanto agora. Nos anos 80, as garotinhas adoravam colecioná-lo em álbuns de figurinhas com uma galera que também contava com Rob Lowe, C. Thomas Howell, Matt Dillon e Mickey Rourke. Naquela época, seus maiores sucessos foram, curiosamente, em filmes sérios. E dirigidos por Oliver Stone no melhor de sua forma: Platoon e Wall Street. Na década seguinte, começou a convencer o público de que nasceu para fazer comédias. É só lembrar de Top Gang - Ases Muito Loucos e Top Gang 2 - A Missão, ambos dirigidos por Jim Abrahams. Mas, estranhamente, ele não tinha status de astro. E o restante dos anos 90 ainda foram sofríveis para Charlie Sheen, que só renasceu no início deste novo século ao substituir Michael J. Fox na ótima série Spin City. Com um belo desempenho, que lhe rendeu o Globo de Ouro, a indústria começou a enxergá-lo com outros olhos. E então veio Two and a Half Men. O resto é História. Esta é sua quarta indicação por interpretar o playboy Charlie Harper, mas Sheen ainda não levou a estatueta. Quem sabe é agora?


TONY SHALHOUB / Monk


Outro que trabalhou em vários filmes, mas não teve devido reconhecimento na telona foi o grande Tony Shalhoub. Ninguém guardou o seu rosto em A Qualquer Preço e Segredos do Poder, protagonizados por John Travolta, ou mesmo em Barton Fink e O Homem que Não Estava Lá, dos Irmãos Coen. Shalhoub ainda teve ótimas participações em Homens de Preto e, principalmente, Heróis Fora de Órbita. Mas foi na TV, como o genial detetive Adrian Monk, que Shalhoub foi alçado ao pedestal de grande ator. Incrivelmente, a cegueira de Hollywood impediu o reconhecimento de um ator de primeira qualidade - ele sempre foi excelente -, antes de sua entrada na casa dos 50 anos. Ah, claro, Monk tem TOC. Mas é apenas mais uma característica do detetive. Sua inteligência, graças a Tony Shalhoub, prevalece a qualquer doença que possa levar o personagem a ganhar prêmios fáceis. Esta é sua quinta indicação pelo papel e já levou duas estatuetas para casa.


VEJA OS OUTROS INDICADOS AO
EMMY DE MELHOR ATOR (COMÉDIA)



STEVE CARELL / The Office


O caso de Steve Carell é um pouco diferente dos atores citados acima. Mas só um pouco. No que diz respeito à longevidade em Hollywood, Carell ainda é jovem na indústria, mesmo aos 47 anos. E de toda essa turma, talvez seja o que tenha mais chance de brilhar no cinema. Em 2003, ao protagonizar a melhor cena de Todo Poderoso, com Jim Carrey, o ator saiu do anonimato. Ganhou de vez o carinho do público ao fazer o papel principal de O Virgem de 40 Anos, em 2005, que revelou o diretor, produtor e roteirista Judd Apatow. Um ano depois, Carell tirou a sorte grande ao ser escalado para viver o protagonista da versão americana da série The Office. Como poucos, conseguiu administrar bem seus trabalhos no cinema e na TV. Enquanto colecionava elogios e prêmios por The Office, Carell provou dominar o drama e a comédia com a mesma intensidade em filmes como Pequena Miss Sunshine e Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada. De quebra, viveu Maxwell Smart na (boa) versão para o cinema da série Agente 86. Por essas e outras razões, Steve Carell não depende da TV. Mas se depender de sua vontade, ele jamais deixará de interpretar o egocêntrico Michael Scott, em The Office.


JIM PARSONS/ The Big Bang Theory


Alguém lembra de Jim Parsons em Hora de Voltar, com (e de) Zach Braff, e Escola de Idiotas, com Billy Bob Thornton e Jon Heder? Mas você certamente não esquecerá do nerd (e gênio) Sheldon, de The Big Bang Theory, que está indo para sua terceira temporada de sucesso. A série é engraçadíssima, as falas são fantásticas e o elenco é ótimo, mas se a Academia queria reconhecer The Big Bang Theory com apenas uma indicação importante, Jim Parsons não poderia ficar de fora.


JEMAINE CLEMENT / The Flight Of The Conchords


Jemaine quem? Este ator neozelandês é a grande surpresa da categoria. Em The Flight of the Conchords, Jemaine Clement, que não fez nada de especial antes, tenta ganhar a vida como músico de uma banda de rock ao lado de um amigo. Com muitos elogios para sua atuação, o ator desbancou nomes como David Duchovny, de Californication, na lista de indicados ao Emmy. Mesmo assim, a indicação já é um prêmio para quem ainda está se apresentando ao público.

Steve Carell e os novatos Jim Parsons e Jemaine Clement não têm currículos tão extensos quanto Alec Baldwin, Charlie Sheen e Tony Shalhoub, mas todos os seis indicados ao Emmy de Melhor Ator (Comédia) não trocariam a TV para serem astros de coisa alguma no cinema.

A cerimônia de entrega do Emmy acontece neste domingo, dia 20 de setembro.

Do Outro Lado da Vida


PATRICK SWAYZE

1952-2009



Patrick Swayze, um dos maiores astros da década de 80, morreu hoje, aos 57 anos, após uma longa batalha contra um câncer no pâncreas. Swayze iluminou as telas em filmes como Dirty Dancing, Matador de Aluguel, Ghost, Caçadores de Emoção e, recentemente, Donnie Darko.

Uma homenagem ao ator, cantor, dançarino e eterno Patrick Swayze será feita em breve aqui no HOLLYWOODIANO.

domingo, setembro 13, 2009

O Sequestro do Metrô 1 2 3


Tony Scott, o irmão menos talentoso de Ridley, acha que precisa inventar moda com a montagem de cenas ora congeladas, ora aceleradas para fazer gracinha e tentar imprimir uma marca que simplesmente não é única por ser tão banalizada por outros diretores desprezíveis. Scott (o Tony, e não o Ridley) acha que cinema é videoclipe. Mesmo quando ele pega uma refilmagem de uma produção dos anos 70, com o ritmo particular de uma época do cinema, que se concentra muito mais nos diálogos entre Walter Matthau e Robert Shaw, do que na ação desenfreada. Nas mãos do diretor Tony Scott, porém, a nova versão de O Sequestro do Metrô 1 2 3 (The Taking of Pelham 1 2 3, 2009) ganha traços modernos com ares de uma Nova York pós-11 de setembro dominada por paranoia, intolerância e excesso de tecnologia.

Até aí, tudo bem, afinal temos o prazer de ver Denzel Washington contra John Travolta na tela. Mas não se engane: quem comanda o show, para o nosso pesadelo, é Tony Scott. Ele não se contenta com seu ilustre elenco, que ainda tem John Turturro e James Gandolfini, e faz questão de mostrar que o filme pertence aos seus tiques conhecidos desde Top Gun e Dias de Trovão. Scott poderia, pelo menos, nos poupar de tanta previsibilidade. E nem isso ele faz.


Desde a longa (e irritante) abertura, sabemos que Tony Scott dá as cartas. Mas não precisava demorar tanto nos créditos iniciais só para mostrar Ryder (John Travolta) sequestrando o metrô, que sai à 1:23 da estação Pelham, no Brooklyn, rumo a Manhattan. Ele quer 10 milhões de dólares em apenas uma hora. Caso contrário, um refém será morto a cada minuto. Com a atenção do prefeito (James Gandolfini), da mídia e de todas as autoridades de Nova York, Ryder, no entanto, só aceita falar com Walter Garber (Denzel Washington), um homem comum que comandava as linhas de trem no exato momento do sequestro.

Dos diálogos entre Washington e Travolta, carregados de sinceridade, testemunhamos um belo desenvolvimento de personagens. Aos poucos, ambos descobrem semelhanças entre seus objetivos que movem o Homem contra as instituições de uma cidade insana e intolerante após os eventos trágicos do 11 de setembro de 2001. Ryder é um ex-executivo de Wall Street, vítima do capitalismo, afirmando que os verdadeiros vilões estão no poder no país. Para ele, Garber sofreu os mesmo golpes do Estado e, agora, tenta se livrar de acusações graves que ameaçam sua vida pessoal e profissional. Lá no fundo, Garber concorda com Ryder, mas existe uma pequena diferença entre os dois. Ryder perdeu tudo e só tem olhos para si próprio. O "mocinho" da história ainda vê razão para viver e reconhece que há algo de bom neste mundo que enobrece seu dia a dia: a família e o trabalho. Ao contrário do "bandido", Garber ainda tem uma luz no fim do túnel. Denzel Washington, para variar, está muito bem. John Travolta, por outro lado, surpreende. Mostra que sabe atuar quando quer.

Mas todo o drama construído pelos atores vai por água abaixo com as interferências de Tony Scott. O diretor insiste em se intrometer com seus exageros visuais, que vão desde batidas de carros desnecessárias a pausas na ação para mostrar na tela quanto tempo falta para esgotar o prazo da entrega do dinheiro.


Assim não dá pra levar a sério. Para completar a lambança, Scott ignora a construção dos personagens de Denzel Washington e John Travolta para apostar em um final previsível que contradiz alguns valores apresentados por Garber e Ryder durante o filme. Até tentei deixar de lado uma pergunta enviada pelo meu cérebro na metade do longa, mas com esse final, não teve jeito de esquecer.

A pergunta: Na hora em que atiradores de elite miram as cabeças de John Travolta e Luiz Guzmán dentro do trem, por que eles não mandaram bala? Cara, isso não encerraria o drama? Sem os dois bandidos na jogada, o restante dos vilões não receberia instruções por alguns segundos, que seriam preciosos para a aproximação dos policiais, que em menos de um minuto entrariam no vagão e BANG! Acabariam com a festa, soltando os reféns. Simples.

Ah, mas Tony Scott diria: Antes de atirar, um dos policiais poderia ser surpreendido por um ratinho, que entraria em sua calça e morderia sabe-se lá o quê. Isso poderia desviar a bala, então nada de arriscar. E segue o filme.


O Sequestro do Metrô 1 2 3 (The Taking of Pelham 1 2 3, 2009)
Direção: Tony Scott
Roteiro: Brian Helgland
Elenco:
Denzel Washington, John Travolta, John Turturro, Luis Guzmán, Michael Rispoli, James Gandolfini e Ramon Rodriguez

Nota: "O Sequestro do Metrô" é ruim, mas dedico este texto ao meu pai, que adoraria ver o filme no "Domingo Maior". Feliz aniversário!

sábado, setembro 12, 2009

O Ano do Nove


2009 e é curioso lembrar que o ano cinematográfico traz uma estranha conexão entre os títulos de alguns filmes. É o caso de
Distrito 9, 9 - A Salvação, e Nine, que têm suas particularidades, mas apresentam uma coisa em comum: o número nove. Seria uma simples coincidência com o ano em que vivemos? Ou seria parte de uma estratégia de marketing de Hollywood para promover seus filmes em 2009? Tudo indica que a resposta vem da primeira pergunta, já que Nine é baseado em um musical, enquanto 9 - A Salvação saiu de uma ideia original criada por seu diretor há alguns anos. Mas não deixa de ser curioso. Dê uma olhada nas fichas dos filmes abaixo.


9 - A SALVAÇÃO

De Shane Acker

9 - A Salvação é uma animação produzida por Tim Burton (Sweeney Todd, Alice no País das Maravilhas) e Timur Bekmambetov (O Procurado), que se passa em um futuro pós-apocalíptico com bonecos estranhos e pequeninos tentando salvar o que restou do planeta numa batalha contra máquinas gigantescas e poderosas. Os bonecos heróicos atendem por números: 1 (Christopher Plummer), 2 (Martin Landau), 5 (John C. Reilly), 6 (Crispin Glover), 7 (Jennifer Connelly) e 9 (Elijah Wood), este último dá nome ao filme dirigido por Shane Acker, mestre em efeitos visuais de sucessos como O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei. Acker também é o autor da história. Em cartaz nos EUA, 9 - A Salvação chega ao Brasil no dia, hmm, 9 de outubro.

Veja o trailer:





DISTRITO 9
De Neill Blomkamp



Em cartaz nos EUA, a ficção científica Distrito 9 coleciona ótimas críticas. Com produção de Peter Jackson (O Senhor dos Anéis, King Kong, Um Olhar do Paraíso) e direção de Neill Blomkamp, Distrito 9 narra os eventos posteriores à chegada de uma raça alienígena ao nosso planeta. A sacada dos roteiristas Terri Tatchell e Neill Blomkamp está no foco ao velho preconceito contra as minorias. Os pobres aliens são confinados numa periferia como resultado do medo e o ódio estampado na cara dos humanos. Mas graças à intolerância dos homens, os ETs precisam reagir para se defender e sair daqui. O filme estreia no Brasil no dia 30 de outubro.

Veja um dos trailers de Distrito 9:





NINE
De Rob Marshall



Mas o filme com o algarismo nove no título que tem uma chance maior de ser lembrado na temporada de prêmios é certamente Nine, de Rob Marshall (Chicago). É a versão cinematográfica da peça inspirada no fantástico clássico Oito e Meio, de Federico Fellini. Aqui, Guido, personagem de Marcello Mastroianni no original, encarna em Daniel Day-Lewis. Durante uma crise daquelas, ele relembra as mulheres que passaram por sua vida. E o time não está para brincadeira: Nicole Kidman, Penélope Cruz, Marion Cotillard, Kate Hudson, Fergie, Sophia Loren e Judi Dench. Nine estreia no dia 25 de novembro nos EUA. No Brasil, só em 15 de janeiro de 2010.

Veja o trailer de Nine: