terça-feira, outubro 17, 2006


Boa Noite e Boa Sorte e alguns dos melhores filmes sobre a força do jornalismo

A Paris Filmes acaba de lançar o DVD de Boa Noite e Boa Sorte (2005) para venda direta ao consumidor. O filme de George Clooney é sobre jornalismo liberal; direto. Ele vai ao ponto para que o povo entenda as verdades. Ou para que, ao menos, possa discutir os fatos sem medo.

Clooney vai ao período do McCarthismo para mostrar que a nossa atualidade não é tão diferente. Enquanto o Senador Joseph McCarthy caçava supostos comunistas, o Presidente Bush vai atrás de “terroristas” com o aval (ou não) da imprensa. Já cansei de dizer que o longa de George Clooney foi o melhor filme do ano passado.

Mas é interessante como Hollywood se arma para criticar o governo americano utilizando outros fatos marcantes da história do jornalismo. É o caso do impecável Todos os Homens do Presidente (1976), de Alan J. Pakula, que narra os esforços da dupla Bob Woodward (Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman), do Washington Post, para desmascarar o incidente no hotel Watergate, que destruiu o Presidente Richard Nixon. Outro grande exemplar do gênero (e mais recente) é O Informante (1999), de Michael Mann. O diretor conta toda a estratégia de Lowell Bergman (Al Pacino), produtor do programa 60 Minutes para concretizar o maior processo da história contra a indústria do tabaco.

Passaria o dia escrevendo sobre filmes desse “gênero”, mas vale citar outras belas produções que pegam emprestados alguns contextos políticos e sociais de suas épocas para envolver o jornalismo como a voz do cinema. É o caso dos clássicos Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, e A Doce Vida (1960), no qual Fellini disseca os paparazzi. Dois exemplos que tratam o lado ambicioso e sensacionalista do jornalismo de forma brilhante.

Nem de longe tão bom quanto esses, mas igualmente importante é A Síndrome da China (1979), uma produção praticamente esquecida nos dias de hoje. Vale pelas atuações de Jack Lemmon e Jane Fonda.

Todos esses filmes são encontrados em DVD – não é o caso do excelente Rede de Intrigas (1976), de Sidney Lumet. Mas é impressionante como essas produções resistem ao tempo. São filmes poderosos que falam do passado para criticar a atualidade.