domingo, dezembro 17, 2006

Babel no Globo de Ouro

Ainda não vi Babel, mas desde sua estréia em Cannes, que meus colegas vibram com o filme de Alejandro González Iñárritu (FOTO). Sei que o diretor desdenhou do cinema americano no Festival do Rio. Ao lado de Walter Salles, disse que Hollywood não é capaz de fazer filmes humanos. Generalizando, ele não deixa de ter razão. Mas será que ele não vê os filmes de Clint Eastwood? E o que significa Encontros e Desencontros, da Coppolinha? Ou Sideways, de Alexander Payne? E Crash, de Paul Haggis?

Aliás, em recente entrevista para a revista SET, o cara menosprezou Crash, o grande vencedor do último Oscar, e ainda pediu para não compararem Babel a Crash, que para ele é "um filme racista sobre o racismo". Bom, essa eu não entendi. O que Crash tem de racista? Ele alerta sobre a intolerância dos EUA com as minorias. Será que Inárritu não entende assim de cinema como eu pensava? Sei que tem gente que me critica por elogiar Amores Brutos e 21 Gramas, mas Babel deve ser espetacular para seu diretor ter levado o ego às alturas e abusar da arrogância.

Nesta semana, a Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood deu sete indicações para Babel no Globo de Ouro (veja a lista completa aqui). Dizem que é o favorito, mas me surpreendeu que não tenha sido premiado nas principais associações de críticos, como os de Nova York e Los Angeles. Achei que ia ser o "queridinho da crítica", mas Clint Eastwood, Martin Scorsese e Vôo United 93 dominaram. Voltando ao Globo, acho que o filme deve ganhar pelo roteiro, mas há uma forte vontade em premiar Os Infiltrados e Scorsese. Como ainda não vi os filmes do velho Clint, ainda não posso opinar.

Mas como disse, Babel precisa ser muito bom para merecer essa posição de Iñárritu. Mesmo assim, não concordo com sua arrogância em relação aos colegas e, principalmente, em seu comentário sobre Crash.