terça-feira, dezembro 19, 2006

Retrospectiva 2006 – Parte I

Para relembrar o que rolou de melhor em 2006, eu começo pelos dois prêmios mais importantes de Hollywood: Globo de Ouro e Oscar. Quase todo mundo queria que O Segredo de Brokeback Mountain ganhasse os prêmios principais. O filme de Ang Lee é realmente bonito e o talento do cineasta para contar histórias conseguiu deixar a platéia envolvida (e sem preconceitos) até a cena final. Lee fez um trabalho sensível e conquistou o mundo.

O problema é que muitos queriam transformá-lo em símbolo de uma época. Brokeback Mountain é um filmaço, mas se é para falar em importância nos tempos atuais, Crash, Boa Noite e Boa Sorte, e Munique falavam mais alto. Por isso, muita gente ficou revoltada quando Crash “roubou” o Oscar de Melhor Filme de Brokeback Mountain. Talvez o longa de Ang Lee seja melhor, mas Crash era o favorito da classe de atores em Hollywood, que representa a grande maioria dos membros da Academia. Crash é um ótimo filme e um dos poucos de que eu gostei com aqueles artifícios do roteiro moderno em reunir milhões de personagens. Mesmo assim, entre os prêmios que recebeu, acho que só merecia a estatueta de Melhor Roteiro Original. Mas, definitivamente, Brokeback Mountain, que levou o Globo de Ouro e rendeu o Oscar de Melhor Diretor a Ang Lee (além de vários prêmios da crítica), não precisava da Academia, mais do que Crash, para chamar a atenção do público.

Por outro lado, a Academia agiu como porta-voz de Hollywood ao dar um recado sobre a situação política dos EUA. Os filmes que disputaram o Oscar carregaram uma mensagem anti-Bush. Alguns falaram do passado para analisar o presente. Meu favorito era Boa Noite e Boa Sorte e torci para o George Clooney ganhar como Melhor Diretor, mas ele levou apenas o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por Syriana (meu favorito nesta categoria era Matt Dillon, em Crash). Munique foi o meu segundo preferido. Steven Spielberg fez o seu filme mais seco e direto, mas é muito complexo e deve ser revisto. Ainda não me recuperei do primeiro impacto no cinema, mas quando assisti-lo novamente em DVD, volto a falar sobre Munique.

Philip Seymour Hoffman ficou com o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator, mas não gosto de Capote. Acho um filme burocrático e sem alma, que depende exclusivamente do imenso talento de Hoffman -
ainda prefiro a atuação de David Strathairn, em Boa Noite e Boa Sorte. Já a vitória como Melhor Atriz de Reese Witherspoon só confirma a tendência de Hollywood em buscar novas estrelas. Fica a impressão de que o prêmio de Ator é levado mais a sério. Seu trabalho em Johnny & June (o vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia/Musical) é mesmo competente, mas tinha Keira Knightley ótima em Orgulho e Preconceito. Rachel Weisz ganhou tanto o Globo quanto o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por O Jardineiro Fiel. Rachel tem uma presença forte no filme de Fernando Meirelles, mas gosto mais de Michelle Williams em Brokeback Mountain. Enquanto isso, obviamente, King Kong dominou nas categorias de Efeitos Visuais, Som e Efeitos Sonoros merecidamente.

3 Comments:

At 11:29 PM, dezembro 19, 2006, Anonymous Anônimo said...

Brokeback Mountain arrasou! Uma das histórias de amor mais lindas do cinema, um filme apaixonante! Pena que muito homem ainda fica com palhaçada e evita assistir. Mas Crash é mesmo muito bom, mereceu os prêmios que levou.
Bjussssss!

 
At 6:04 PM, dezembro 20, 2006, Blogger Natália Calvoso said...

oi otávio! Vou colocar seu blog nos meus links pra sempre dar uma passadinha aqui.
Adoro cinema e sempre estou procurando indicações de filmes...
Um beijo.

 
At 12:38 PM, janeiro 03, 2007, Blogger Otavio Almeida said...

Muito obrigado! E passe mais vezes para falarmos sobre cinema...

Bjs,

Otavio

 

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