segunda-feira, dezembro 25, 2006

Retrospectiva 2006 - Parte II

Os filmes do verão americano praticamente salvaram Hollywood. A média de 2005 foi muito baixa e esse ano surpreendeu graças a Piratas do Caribe - O Baú da Morte, que ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão - feito alcançado antes somente por Titanic e O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei. Muitos colegas acharam o novo Piratas do Caribe exagerado, e eles têm razão. Mas eu pergunto: qual é o problema? É uma montanha russa de diversão até a intrigante cena final, que deixa os fãs esperando por 2007 e a conclusão de Piratas do Caribe - No Fim do Mundo. E tem o Johnny Depp, que fez de seu Jack Sparrow um personagem único para a história do cinema. Sua última cena neste segundo filme da trilogia é tão bem feita que me fez concluir que a estrutura de Piratas do Caribe - O Baú da Morte é todinha de O Império Contra-Ataca. Tudo dá errado. Tem que esperar o terceiro para saber o que acontecerá. O segundo é mais filme do que o primeiro, que se apoiava somente no talento de Depp. Pergunto de novo: qual é o problema de Piratas do Caribe - O Baú da Morte?

A Disney também nos presenteou com outra surpresa: Carros, que foi mais um acerto da Pixar. Nessa eu confio. Esse foi o ano da volta do Homem-de-Aço aos cinemas. Superman - O Retorno foi cortesia de Bryan Singer, que sabiamente deixou o decepcionante X-Men: O Confronto Final pra lá. Somente a abertura (que arrancou lágrimas dos fãs) já valeu o ingresso - a homenagem explícita ao original de 1978, de Richard Donner, começa com a trilha inesquecível de John Williams e vai até a cena final. Brandon Routh é um achado e interpretou Christopher Reeve como Clark Kent/Superman com muita personalidade. E tem essa Kate Bosworth, que é demais.

O Código Da Vinci arrumou mais inimigos para Dan Brown. Seu livro é divertido e nada mais do que isso. Mas o diretor Ron Howard é um exímio contador de histórias e fez uma adaptação intrigante. É verdade que não houve muitas mudanças, mas o livro já é quase um roteiro pronto para o cinema. Junte o carisma de Tom Hanks - desculpe, mas ele "é" o Robert Langdon - ao talento visceral de Sir Ian McKellen e temos um filme de primeira. As reclamações são dos inimigos de Brown. Nem vou entrar nessa questão de polêmica com religião, que já me cansou. Cinema também pode ser entretenimento e o filme cumpre essa função. E tem a bela música de Hans Zimmer, que cresce na monumental cena que fecha O Código Da Vinci. Ninguém comentou, mas parece que Ron Howard quis encerrar com aquele momento impactante, que se torna referência de cinema - algo assim só se vê em casos raros como O Planeta dos Macacos, por exemplo.

Como poucos filmes do verão americano me marcaram, agora é hora de comentar as decepções. Dessa vez, não consegui defender M. Night Shyamalan, de quem tanto gosto, em A Dama na Água. O diretor de O Sexto Sentido fez um filme para si próprio e com uma linguagem quase que indecifrável. Já citei X-Men: O Confronto Final, que é uma conclusão lamentável para a bela saga dos mutantes que Bryan Singer estava construindo com muita competência. Seu sucessor Brett Ratner pisou na bola e quis mostrar que basta ser fã dos quadrinhos para fazer um bom filme sobre os X-Men. Miami Vice começou mal, mas melhorou da metade para o final. O diretor Michael Mann (de O Informante e Colateral) é um dos melhores da atualidade, mas embora Miami Vice tenha seus momentos, essa versão para o cinema não tem a alma da série de TV. Mas o pior veio com os filmes sobre o 11 de setembro. Infelizmente, tenho o pressentimento de que Vôo United 93 disputará o Oscar de Melhor Filme. Espero estar enganado, afinal é um trabalho oportunista e maniqueísta de Paul Greengrass, que só sabe tremer a câmera. Ele pensa que esse é o artifício definitivo para gerar tensão na tela. Mas a grande bomba do ano foi As Torres Gêmeas, o pior filme da carreira de Oliver Stone. Nem sei como agüentei até o final.

1 Comments:

At 12:29 AM, dezembro 29, 2006, Blogger Wanderley Teixeira said...

Poxa gostei demais tb de Superman:O Retorno.Já Piratas é esquecível,sou suspeito para falar pois naum gosto muito da série.Me decepcionei muito com A Dama na água,tb não consegui defendê-lo apesar de amar A Vila,um dos filmes mais execrados do cara.Agora,gostei muito de Vôo United 93 do Greengrass...

 

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