Ensaio Sobre a Cegueira
Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, 2008), a jornada cinematográfica de Fernando Meirelles pela cultuada obra literária de José Saramago anda dividindo opiniões. Isso é totalmente compreensível, afinal estamos falando de um trabalho forte, pesado, visceral, que não admite espectador de estômago fraco.
O filme e o livro narram as conseqüências de uma epidemia de cegueira que se espalha pelo mundo. E o que acontece quando todos perdem a visão? O ser humano encontra o caos e vive na merda - não, não é no sentido figurado. É como a história do "homem invisível": aquele que não consegue ver o reflexo do próprio rosto no espelho caminha para a perda total de sua Humanidade. Conseqüentemente, o indivíduo é capaz de cometer atos horríveis. E quem ainda consegue enxergar, acha que tem o poder, o controle da situação e abusa (ir)racionalmente dos mais fracos. A única personagem capaz de ver - é o que a história diz, mas pode até ser que existam outras pessoas na mesma condição - é a mulher interpretada por Julianne Moore. Eu disse "mulher" porque Ensaio Sobre a Cegueira não têm personagens com nomes. Mas volto a falar sobre Julianne Moore mais tarde.
O filme e o livro narram as conseqüências de uma epidemia de cegueira que se espalha pelo mundo. E o que acontece quando todos perdem a visão? O ser humano encontra o caos e vive na merda - não, não é no sentido figurado. É como a história do "homem invisível": aquele que não consegue ver o reflexo do próprio rosto no espelho caminha para a perda total de sua Humanidade. Conseqüentemente, o indivíduo é capaz de cometer atos horríveis. E quem ainda consegue enxergar, acha que tem o poder, o controle da situação e abusa (ir)racionalmente dos mais fracos. A única personagem capaz de ver - é o que a história diz, mas pode até ser que existam outras pessoas na mesma condição - é a mulher interpretada por Julianne Moore. Eu disse "mulher" porque Ensaio Sobre a Cegueira não têm personagens com nomes. Mas volto a falar sobre Julianne Moore mais tarde.
O que José Saramago quis discutir em seu livro não foi a sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico dominado por monstros, zumbis e outras coisas feias. Isso não é ficção científica, fantasia ou terror. A idéia básica de Ensaio Sobre a Cegueira é estudar e comparar o comportamento de indivíduos e pequenos grupos como representações de uma sociedade que, aos poucos, criam e organizam suas próprias regras - seja para buscar a paz ou a discórdia.
O curioso no cinema recente é constatar que o tema anda em evidência. Foi assim em O Nevoeiro, de Frank Darabont, que é uma fantasia, e até nas motivações do Coringa, em Batman - O Cavaleiro das Trevas. Por linhas tortas, o vilão interpretado por Heath Ledger no filmaço de Christopher Nolan propõe seu Ensaio Sobre a Cegueira particular. Só que diferente de O Cavaleiro das Trevas e O Nevoeiro, Fernando Meirelles foge de qualquer emoção. Seu filme é frio e sem espaço para reflexões.
Talvez você tenha tempo para pensar profundamente no que viu (ou não) somente após os créditos finais. Mas durante o filme, Meirelles quer que você entre de cabeça nesta experiência visual e visceral. O problema é que toda a discussão social termina reduzida aos caprichos da câmera do diretor. A impressão é que ele quer ser mais importante que a trama. Ok. É até interessante "ver" a cegueira graças ao trabalho estupendo do cinematógrafo César Charlone, mas Fernando Meirelles está tão preocupado em fazer o espectador "sentir" a cegueira, que ele se esquece de desenvolver alguns personagens e explicar seus atos. Aliás, chocar e manter a atenção do público com uma narrativa presa à imagem, música e som não é para qualquer um. Meirelles não é Kubrick. Em Ensaio Sobre a Cegueira também falta a confiança do diretor na inteligência e na percepção da platéia, que pode muito bem interpretar um filme sem a ajuda infeliz da narração em off. O público deve julgar a obra e não o seu diretor.
Resta o poder em cena da extraordinária Julianne Moore, que carrega o filme nas costas com uma carga emocional que simplesmente não brota da câmera de Fernando Meirelles. Pena que nem mesmo sua personagem é desenvolvida de forma justa. Mas o que ela é? Uma santa moderna? Eu vi assim. Ou só assim para ela perdoar e ficar amiga da mulher que transou com seu marido já sem qualquer traço de Humanidade.
Não posso encerrar sem comentar as locações de Ensaio Sobre a Cegueira. Rodado em São Paulo, Montevidéu e sei lá mais onde, o filme fala praticamente um idioma: o inglês. Em tempos de produções como Cartas de Iwo Jima, por exemplo, juro que não consegui entender a opção de Meirelles pela salada globalizada sem o mínimo de tempero. Além disso, todos os lugares fazem parte de uma única cidade. Você anda pelo Minhocão, em São Paulo, e sai numa rua de outro país sem mais nem menos. Ok, ok, para os cegos é tudo igual e isso não passa de uma metáfora, etc, etc. É claro que os lugares não são contextualizados, mas teve neguinho que reclamou da mesma brincadeira feita por Steven Spielberg em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, não foi? Ou em outros mil filmes americanos que não respeitam ou ignoram as fronteiras do resto do mundo. Quer dizer, então, que em produção comercial ianque, isso não pode acontecer? Mas quando o mesmo ocorre num "filme sério", aí tudo bem? Que demagogia, minha gente...
Sem chororô, mas esse Ensaio Sobre a Cegueira não é tudo isso que andam dizendo. Você pode até defender: "Ah, mas o próprio José Saramago chorou quando viu o filme!" Bom, você sabia que o grande Frank Capra, quando já estava bem velhinho, elogiou Rocky - Um Lutador? Pois é. O pior cego é aquele que não quer enxergar.
Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, 2008)
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Don McKellar (Baseado no livro de José Saramago)
Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Don McKellar, Maury Chaykin, Yusuke Yseya e Yoshino Kimura
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Don McKellar (Baseado no livro de José Saramago)
Elenco: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Don McKellar, Maury Chaykin, Yusuke Yseya e Yoshino Kimura
37 Comments:
Discordo com todas as minhas forças: Meirelles teve saldo positivo na adaptação. Ele realmente investe muito nos efeitos de fotografia, mas dá tempo para refletir sim. Ensaio Sobre a Cegueira, ao mesmo tempo em que é investigativo e estudioso do comportamento humano, funciona como a maior metáfora dos últimos anos. Utilizando uma fotografia saturada (branca, na maior parte do tempo), o cineasta coloca o espectador na mesma situação que a personagem da competente Juliane Moore, ou seja, ela enxerga, e é através dos seus olhos que nós acompanhamos a visão de José Saramago sobre o lado "animal" do ser humano. Concordo, porém: a narração em off é desnecessária, tendo em vista que tudo que ele está narrando a câmera está mostrando. Além de ter desperdiçado o ator que é Danny Gloover, tirou um pouco do brilho (principalmente do final). E espera um filme até mais forte... Mas eu estou acostumado com o cinema sádico do Pasolini, então...
Abraço, Otávio!!!
Eu penso diferente... Acho que o filme conseguiu transmitir exatamente a visão de Saramago.
Talvez o problema de Meirelles tenha sido tentar tornar o filme mais digerível para o cinema, mas penso que, se já foi difícil ler as passagens mais nauseantes do livro, imagine vê-las na tela.
Quanto ao desenvolvimento dos personagens, ele está exatamente como senti no livro. Eram pessoas sem rosto, sem vida anterior ou grandes mensagens.
O mesmo pode ser dito da cidade-salada, pois o tempo todo, na leitura, senti que aquele lugar era nenhum e todos ao mesmo tempo. Inclusive achei fantástica a opção das placas indicativas do filme que não usam nomes e as de localização, com palavras que podem ter sido tiradas de um dicionário de esperanto.
Concordo que Moore está fantástica e que a inovadora fotografia de Charlone, estupenda.
Para mim, não é perfeito, mas é excelente!
Ah sim, a narração em off é mesmo desnecessária...
Mas, Pedro, o Pasolini faria um filme fortíssimo, mas jamais se colocaria à frente da história. Para mim, cinema é mais do que os caprichos visuais de um diretor. E já estou revoltado com o excesso de adaptações de livros famosos para o cinema. Isso está ficando automático demais, muito... mecânico... fácil demais... É o que acho.
Abraços, gremista!
Oi Cecilia! Para mim, o esperanto é uma linguagem utilizada em WALL-E, que é praticamente mudo. O esperanto do cinema está num filme de Chaplin... TEMPOS MODERNOS, por exemplo. Ou LUZES DA RIBALTA. Enfim, é o que eu acho. E a narração em off é o maior pecado de um roteiro, como diz o professor interpretado por Brian Cox, em ADAPTAÇÃO.
Bjs!
Sou mais um daqueles que discorda veementemente com você, rs. Não consegui ver toda essa arrogância do Meirelles, e achei um filme completamente cru e crível. As condições a quais eles são postos que fazem as coisas saírem daquele jeito, o abandono dentro de uma instituição repressora, sendo que eles possuíam tantas dificuldades (não eram cegos, como querem dizer os cegos americanos ao reclamar do filme, mas sim pessoas que derrepente perderam a visão, entendem a diferença?).
Não concordei mais ainda com as críticas às escolhas técnicas do Meirelles, o livro é completamente passado em lugares inventados, pois então Meirelles só facilitou as coisas, usou a linguagem universal (querendo nós ou não, todos sabem falar inglês), usou pontos de várias cidades exatamente para não ser nenhuma...
Mas é isso, democracia é assim, rs...
Sei que sou minoria! Sou merecedor da ira de vocês, amigos! Mandem ver!
Abs!
"... cinema é mais do que os caprichos visuais de um diretor". Depois de ler isso, o mais correto seria eu calar a boca, mas vamos lá: não há como negar que Meirelles utiliza os recursos visuais para "impor" no espectador a mesma sensação dos personagens, e isso pode cansar às vezes. Não à toa, o título refere-se, se levado ao pé da letra (e talvez foi isso que o diretor fez) à um ensaio, no caso, nós estamos ensaiando alguma coisa. Há uma forte mensagem, e que o filme transmite muito bem, mas que, claro, não atinge todos.
Em tempo, não acredito que se possa discordar ou concordar (apesar de dizer isso todo o tempo), cinema é gosto e opinião, a sua aqui, difere da minha.
Abraço!!!
Otávio, concordo com sua crítica em gênero, grau e whatever. Mas qual o problema do Capra chorar em Rocky? Acho Rocky um puta filme! Bem, mudando de assunto, nossos times agora terão que fazer o dever "fora" de casa. Boa sorte tricolor paulista e "afunda" Flamengo! Afinal, é o Naútico, rsrs. Abs.
Tudo bem, Frank Capra é Frank Capra, o maior rei dos filmes sobre idealismo e com aquele sentimentalismo perfeito, mas Rocky é um filme legal e marcou minha geração. Vou contra-atacar com um upper jab na sua cara, Otávio, rsrs.
Eu gostei do filme, talvez porque adorei o livro e o Fernando Meirelles foi bem fiel na adaptação mesmo. É um filme difícil de se ver, que incomoda, assim com o livro é angustiante em muitos momentos. Eu até esperava cenas mais fortes.
Mas acho a história genial, ela dá margens a tantas discussões e a cada vez que penso sobre ela me vem uma nova mensagem, uma nova questão. Gostei das comparações que você fez, principalmente com o Batman.
Bjks!
Pedro, aqui você jamais fica de boca calada! Sua opinião importa! E muito! Apesar de ser gremista!
Denis, eu gosto de ROCKY I. Mas sei que o filme não é tudo isso. É um guilty pleasure. E estou esperando sua revanche.
Flavia, eu não fiz comparações com BATMAN. Eu só citei semelhanças na discussão de um tema. Não dá pra comparar, afinal THE DARK KNIGHT é muito mais cinema!
Como comentei lá no blog, fiquei um tanto surpreso com sua reação a "Ensaio Sobre a Cegueira", ainda mais com tantas ressalvas. Esperava que gostasse mais do filme, mas por algum motivo acho que terei uma opinião semelhante à sua...
Grande abraço!
Otavio, concordo com você, com exceção do penúltimo parágrafo, pois as locações não foram algo que me provocaram todo esse "alarde". Pelo que sei do livro, a história de "Ensaio Sobre a Cegueira" se passa num lugar qualquer, da mesma forma que os personagens não possuem um nome, para que póssamos nos ligar a ação. O maior trunfo do filme é sem dúvida a extraordinária performance de Julianne Moore, que se destaca até mesmo em sequências para lá de mal concebidas (eu, por exemplo, fiquei pasmo com a relação sexual entre os personagens de Ruffalo e Braga, pois eu, como espectador, não pude sentir a atração e o desespero entre ambos para que a transa me deixasse com algum sentimento, salvando somente o belo momento da representação de Moore no instante). Mas nada mais cruel do que a forma como o filme foi recortado. Você viu os problemas letais de transição de cenas? A pior delas foi a do incêndio seguida da liberdade dos personagens, assim como aquela onde Danny Glover informa à todos os personagens o que aconteceu no mundo no lado “de fora”.
Excelente final de semana!
Tinha certeza de que não iria gostar desse filme Otávio, então melhor nem comentar os equivocos totais que vc falou!
Como ainda não assisti ao filme (que ainda não estreou nos cinemas de minha cidade), não posso dizer se concordo ou não com seu texto. Posso comentar que sua interpretação do livro é perfeita e acho que você argumentou muito bem as razões pela qual você não gostou da adaptação do Meirelles.
Beijos e bom final de semana!
Vinicius, acho que vc vai gostar sim. Pq não?
Alex, valeu! Eu não gostei, mas entendo e respeito quem gostou. Óbvio!
Cassiano, eu me equivoquei? Eu só não gostei. As minhas percepções foram diferentes da sua. Que verdade absoluta dentro da arte de ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA eu coloquei de forma errada?
Obrigado, Kamila! O Cassiano me odeia pq sou flamenguista e gosto de BATMAN! Acho que essa crítica se junta a duas outras polêmicas que aprontei: os posts de BABEL (2006) e ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ (2007).
Abs a todos! E bom final de semana! Pro Cassiano também!
Ah, Kamila! Continuando sobre BABEL e ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ... Eu falei mal dos dois e o que aconteceu? Ambos acabaram indicados ao Oscar! Quem sabe se o destino do filme de Fernando Meirelles será o mesmo? Aí só comprova que estou enganado, não? Afinal, a Academia sabe tudo!
Bjs!
Eu achei o filme excelente!
Ensaio Sobre a Cegueira no Oscar é exagero!
"Ensaio Sobre a Cegueira" está mais para Framboesa! Brincadeira, brincadeira! Só avisando que gostei do filme, rs.
Fabiana, eu achei mais ou menos.
Pedro, acho que as críticas não foram muito boas nos EUA. Vi agora o Metacritic e a nota não é muito boa. Talvez não seja mesmo para o Oscar. Kamila, o que acha disso??
Alex, quem precisa ir para o Framboesa é o alvo da minha próxima crítica.
Abs!
Nossa, que debate!!
Otavio,~não digo que concordo com você. Entretanto, penso mais ou menos parecido. Minha nota é um 7,5 por oura culpa, sim, de Meirelles. Acho que a obra de Saramago pode ser analisada de duas maneiras: como sendo um apelo às pessoas cegas de mente olharem para o mundo, de fato e ver o caos que estamos vivendo; e como sendo uma crítica ácida e voraz às oligarquias que temos hoje em dia.
Mas parece que, no entanto, Fernando não quis abordar essa segunda parte (como vc bem disse) e se preocupou apenas em ''apocaliptizar'' o filme, destoando um pouco. Em verdade, o que mais me deixou nervoso foram cortes de cenas que, para o filme, seriam de suma importância. Além de cortes, há redução de cenas que JAMAIS poderiam ser pequenas ('a mulher do médico' tirando a venda dos santos na Igreja, as três mulheres no banho de chuva...). Também detestei a pura falta de desenvolvimento da 'moça com óculos escuros' e do 'velho com venda preta'. Eles necessitavem de uma exibição maior.
Não vou mentir. A parte técnica é paradoxal: ao mesmo tempo que achei a direção de arte impressionante, achei a fotografia extremamente óbvia. Julianne brilha muito aqui; conseguiu extrair do livro toda a essência da personagem.
Abs e bom fim de semana!
Otavio, eu acho que, desta vez, seu ataque será certeiro. Duvido que "Ensaio Sobre a Cegueira" receba algumas indicações ao Oscar 2009. A crítica norte-americana tem apontado muitos problemas no filme e isso é fatal. Para ser indicado, teria que ter buzz, e isso não conquistou.
Beijos!
Otavio, seria "Perigo em Bangkok"? E falando em problemas com Meirelles, eu daria na cara dele pela forma que ele usou a Sandra Oh - vergonhoso! E, francamente: eu queria a Julianne Moore disputando a estatueta no próximo ano, pois ela merece!
Reconheço que possa ser um filme com falhas. Uma ou outra cena achei fria mesmo e não nos aprofundamos tanto nos personagens quanto na situação. Ainda assim, achei um magnífico filme por confrontar diretamente nossos sentimentos mais crus e desafiar nossa percepção sobre humanidade. Além de claro, ser extremamente bem filmado, atuado com perfeição e conduzido de uma forma opressora, tensa e forte. O fim, com os sinais de esperança após uma passada pelo inferno, é belíssimo. Ao contrário do que você disse, eu consegui refletir muito e sentir ainda mais. Não a obra-prima que queríamos, mas uma obra de arte notável, profunda e, como você disse, visceral. Cinemão.
Ciao!
Prefiro acreditar nas opiniões positivas, por causa das altíssimas expectativas que já criei em relação à obra, mas você escreveu que o filme não emociona, é frio. Isso não é bom, gosto de me emocionar no cinema! Se for assim mesmo, a decepção será inevitável.
E, Sr. Capra, ROCKY?!? Francamente...! :(
Só assito quando ler o livro primeiro, ou seja, possivelmente só em DVD agora.
Quarta vou na biblioteca do CCBB se o livro tiver disponível (já que acabei de ler O Vermelho e o Negro essa semana mesmo) vou pegar e ver se dá tempo de ler antes que o filme saia de cartaz.
odeio ver adptação cinematográfica de livro que com certeza lerei um dia. Embora O Senhor dos Anéis (esse eu não podia perder nos cinemas também né)tenha sido exceção. Só li o livro final do ano passado.
Cara, eu gostei bastante da adaptação e acho que qualquer diretor que assumisse a obra deveria se dar por contente se conseguisse transmitir 10% da obra do Saramago (que é um autor difícil). No entanto, não é um filme para qualquer público, principalmente uma sociedade hipócrita como essa contemporânea.
Mídia? Cultura? Acesse:
http://robertoqueiroz.wordpress.com
Sempre dando uma de idiota e babaca. "Meirelles não é Kubrick" Sua mania tão futil de comparar dois diretores, como se uma determinada técnica fosse pertencente ao Kubrick. Se bem que aquele que não tem argumento, recorre à comparação. Você leu o livro? " Está certo que o diretor encerra o filme antes do final original". Ele acaba idêntico ao livro, com aquela narração em off tão criticada.
Meu, vai ler o livro antes de meter o dedo onde não sabe, o proprio livro é seco, assim como o filme.
Aprenda a dar motivos em suas criticas, só num passa de um monte de blá blá blá.
Sempre um anônimo...
Mesmo que eu não concorde com ela, é uma belíssima crítica!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
Olá!
Mais uma que discorda de você. Mas, muito mais do que discordar da sua crítica, discordo mesmo é dessa frase: THE DARK KNIGHT é muito mais cinema!
Se você falasse THE DARK KNIGHT é muito mais cinema nos moldes de hollywood, aí sim eu concordaria.
A questão é que o filme não é para qualquer um (ainda bem). Faço das palavras do contra-regra as minhas. Ensaio Sobre a Cegueira é a melhor adaptação que já vi. Normalmente me decepciono. Dessa vez até chorei. E o mérito e sim de Meirelles, que é muito bom!
bjs
Este comentário foi removido pelo autor.
Gostei da crítica.
De qualquer forma, não vejo a narração como algo necessariamente ruim. Claro, existe o dogma do "mostre, não diga", mas algo me diz que isso está mudando. Alguns diretores experimentaram o recurso com algum sucesso. Enfim. No caso do ensaio sobre a cegueira, penso que a narração não está em sintonia com o discurso do filme. O tom das filmagens lembra um tom meio málevich, os sentimentos se fundindo na mesma indiferença. A entonação do narrador parece um homem dando conselho numa tribo, não casa.
Abraço,
Parabéns pelo Blog.
(eu, por exemplo, fiquei pasmo com a relação sexual entre os personagens de Ruffalo e Braga, pois eu, como espectador, não pude sentir a atração e o desespero entre ambos para que a transa me deixasse com algum sentimento, salvando somente o belo momento da representação de Moore no instante). Eu fiquei pasmo com tamanha sua falta de compreensão , talvez , se teve ou tivesse o interesse de ler o livro e ter uma boa compreensão estas aspas não estariam sido abertas !! Sem dúvida sempre a de ser assim, uns gostam em outros chocam outros vão ter reflexão. Acontece que venhamos e convenhamos que o filme e o livro com certeza tem sua magnetude, faz ao menos você pensar e se fosse EU ?!!!! Mostra que mesmo o ser humano na "merda" ainda exista aqueles que mais na merda vão nos deixar estar, bom como aqui o debate é em relação ao cinema, quero começar apoiando o amigo ANONIMO que escreve : Aprenda a dar motivos em suas criticas, só num passa de um monte de blá blá blá. !!! O filme é extraordinario, claro que toda adaptação nunca sera tão notavel quanto a Obra em si , mas acredito que os pontos onde melhor o autor tentou expor as ideias o diretor conseguiu bem capta-las. Achei o filme otimo o livro um dos tantos que vou dar para meu filho lê, se vai ao oscar ou não isso a academia cuida, de mim já fica a aprovação ! Alias ainda mesmo que "cegos " rsrs vivemos em um pais democratico e sendo assim sei que a minha opinião sim !! Vale a diferença.
Parabens ao Blog !!
e a todos, fica um grande abraço.
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