Hannibal - A Origem do Mal
Dirigido por Peter Webber, de Moça Com Brinco de Pérola, e com roteiro de Thomas Harris, Hannibal - A Origem do Mal (Hannibal Rising, 2007) observa os primeiros passos do canibal mais prestigiado do cinema.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o pequeno Hannibal Lecter (Aaron Thomas) e sua irmã mais nova, Mischa (Helena Lia Tachovska), sofrem com a morte dos pais em uma Lituânia devastada pela ocupação nazista. Quando Mischa é brutalmente assassinada por uma tropa de Hitler adepta do canibalismo, Hannibal consegue escapar, mas essa trágica experiência mudará sua vida para sempre.
Oito anos mais tarde, em Paris, Hannibal (Gaspard Ulliel) vai morar com a bela tia, Lady Murasaki (a chinesa Gong Li em mais um papel de japonesa, como em Memórias de uma Gueixa). Apesar de ingressar na faculdade de medicina e ter toda a mordomia do mundo aos seus pés, Hannibal Lecter está preocupado mesmo é em se vingar dos algozes de sua família.
Não! Esse não é Charles Bronson, em Desejo de Matar, mas o Hannibal Lecter, que conhecemos em O Silêncio dos Inocentes. Antes de comer seu primeiro prato, o jovem canibal ainda aprende a manusear uma espada de samurai com a ajuda da tia (em momento Kill Bill) e protagoniza outras situações constrangedoras, que em nada acrescentam ao personagem imortalizado por Sir Anthony Hopkins. Pior: Só faz vergonha. O que houve com a inteligência e a classe do Dr. Lecter, que atraia até o mais aterrorizado dos espectadores? O fascinante canibal termina reduzido a um sujeito ávido por vingança? É só isso?
Até que o ator Gaspard Ulliel se esforça, mas se a saga tivesse começado com este filme, Hannibal Lecter jamais seria lembrado. Sua atuação não chega a ser uma imitação, mas nem se aproxima da qualidade do trabalho de Hopkins. O pior é que o novo filme está mais para o escatológico Hannibal, de Ridley Scott, do que para o excelente horror psicológico de O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme. Quer mais? O filme de Ridley Scott pode ser um equívoco, mas consegue ser melhor do que Hannibal - A Origem do Mal. Ao menos, trazia uma ou duas cenas que, para o bem ou para o mal, ficavam na cabeça do público. Melhor passar na locadora e alugar o DVD de O Silêncio dos Inocentes.
E não quero nem entrar na discussão sobre o filme original ser inesquecível pelo relacionamento entre Clarice Starling (Jodie Foster) e Lecter (Hopkins). Tanto Thomas Harris quanto Hollywood estavam mais preocupados em desenvolver o mito do canibal. O contraponto perfeito ao monstruoso Dr. Lecter sempre foi a personagem tão bem interpretada por Jodie Foster. Infelizmente, isso se perdeu.
Por si só, Hannibal - A Origem do Mal não se justifica, e comparado aos demais filmes da série é um desastre completo. Peter Webber não contribuiu para aumentar (ou sustentar) a idolatria ao personagem. Ele não é um especialista em prequels, como Christopher Nolan, que salvou o Homem-Morcego, em Batman Begins, ou George Lucas, que encantou novamente com os três recentes episódios de Star Wars. Lamentável. E deixem o Dr. Lecter descansar em paz.
Hannibal - A Origem do Mal (Hannibal Rising, 2007)
Elenco: Gaspard Ulliel, Gong Li, Helena Lia Tachovska e Rhys Ifans
18 Comments:
Humn... acho que nesse caso a própria idéia de explicar a origem do personagem tira um pouco do mistério que o tornou interessante. Chata essa mania de Hollywood de querer tirar leite de pedra fazendo continuações infinitas e prequels...
Bjs!
Jura que o filme é ruim????
No fundo, no fundo, eu imaginava...mas, estava louca para estar errada. :(
Beijo
Poxa, Otavio, essa estrela solitária me deixa desanimado... mas ainda tenho uma ponta de esperança de gostar desse filme. Dr. Hannibal Lecter é dos meus personagens preferidos no cinema e entendo muito bem o que você escreveu no post sobre a relação dele com Clarice Starling.
Mas gostei do trailer, espero - tomara! - ter uma opinião diferente da sua.
abração e bom feriado!
Vou ver amanhã...mas não espero nada bom.
Puts, vc detonou o filme Otávio, esperava mais dele, mas não grande coisa, acho que já saturou.
Nossa o blog esta cheio de atualizações, e olha que estive ausente por pouco tempo!
Cara eu também sou fascinado pela mente de Hannibal, e principalmente pelo Anthony Hopkins! Não é a primeira vez que leio uma crítica ruim de Hannibal A Origem do Mal, mas pretendo mesmo assim ver!
O pior é que voce disse que tudo é apenas vingança...poxa, eu esperava mais do Lecter!
abraçoooo
atualizei o Eco ok!
http://eco-social.blogspot.com/
Vixe, desse aih vou passar longe..
Comentei no post de "Ventos da Liberdade".
O filme realmente não é bom, mas também não achei horrível como você. Gostei da produção, do visual, da direção de arte e fotografia e achei algumas cenas muito atmosféricas e outras tensas. Pena que a maioria sejam bobas, idiotas e absurdas até. O ator que faz Hannibal tem seus momentos, mas encara a canastrice e se força demais. Gong Li ta perdida no filme. Enfim, um filme para se ver em casa e não nos cinemas. Ou melhor, deixa para ver ou rever Hannibal, Dragão Vermelho ou melhor...O Silêncio dos Inocentes que será tempo mais bem gasto.
2/4
100% de acordo.Deixem o Dr.Lecter em paz!
Essa sangria do Thomas Harris em faturar em cima do canibal já deu!Concordo tb sobre o q disse do contraponto do Lecter.A policial de Jodie Foster sempre fez muita falta,mesmo quando substituída pela sempre excelente Julianne Moore ainda fazia falta.
Esse eu vou esperar pra ver no vídeo, e olha q eu sou fã de Hannibal Lecter e O SILÊNCIO DOS INOCENTES é um dos meus filmes favoritos.
Tinha esperanças com o Peter Weber, achei q ia ser um exercício visual no estilo HANNIBAL (que acho subestimado), mas quando se tem uma história ruim não tem jeito mesmo.
Adorei descobrir seu blog. Abraços!
Sinceramente, o filme não me decepcionou tanto. O que torna o resultado abaixo do esperado é justamente a importância de seu conteúdo, de cutucar um personagem que se tornou mito absoluto, de delinear as origens de uma pessoa que tinha como virtude o terror que fornecia pela falta de informações sobre seu próprio passado. Tentei evitar durante a projeção comparações entre Gaspard com Anthony e o filme com os capítulos anteriores. Deve ser por isso que consegui de algum modo aproveitar a sessão com a interessante história, porém, não muito bem orquestrada pelo bom Peter Webber.
Realmente, Hanibal sem Hopkins deve ficar muito estranho. Vou assistir ele sim, mas não espero grande coisa. Abraços.
Esse é um filme que e já desencanei. Vou esperar em DVD que é melhor (dificilmente akguémn conseguiria dar ao personagem o mesmo genialismo de Anthony Hopkins).
(http://claque-te.blogspot.com): Rain Man, de Barry Levinson.
Obrigado, galera!
Não gostei mesmo do filme...
Grande abraço a todos! E boa semana!
Assisti ao filme hoje e concordo com você num ponto. A gente perde aquele referencial que era o relacionamento que Hannibal estabelecia com os seus antagonistas. A direção do filme é boa, a fotografia esplêndida. Agora, a atuação do fofinho Gaspard Ulliel é terrível. Um erro crasso do diretor.
Horroroso esse filme... Vc já postou lá? Vou dar uma olhada na sua crítica...
Bjs!
Acho que nem adianta comparar esse filme com "O Silêncio dos Inocentes" (um dos meus filmes favoritos), afinal já é óbvio que é muito inferior, mas mesmo sem essa comparação "Hannibal - A Origem do Mal" é muito decepcionante. O Garpard Ulliel até que está bem, mas sem dúvida o nível de interpretação do Anthony Hopkins é absurdamente superior.
Concordo em gêneno, número e grau... e em algo mais se for possível. O filme é a deradeira decepção! Eu realmente nao esperava nada no nível do Silêncio, mas eu realmente não esperava ver uma mer8a daquelas. Felizmente ainda é possível encerrar a carreira do Dr. Lecter por cima, por que tanto Foster quanto Hopkins estão mais que vivos. Pra apagar a mais que péssima contribuição de Rising, só mesmo o retorno dos dois.
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