sábado, julho 19, 2008

Hancock


Will Smith é um cara legal. Astro de verdade e ator competente, ele é capaz de levar ao cinema até quem não curte um blockbuster. É claro que nem todos os seus filmes são excelentes, mas 99% da safra do ex-Fresh Prince of Bel Air é garantia de boa diversão. Sabendo disso tudo, estranho é constatar que Hancock (Hancock, 2008), apesar da premissa interessante e (assim, assim) original, resulta numa decepção de proporções catastróficas.

John Hancock (Will Smith) é um super-herói do mundo real, mas ninguém gosta dele. E não é pra menos. Hancock voa, não pode ser derrubado com tiros e explosões, impede ações de criminosos e ajuda inocentes, mas para isso, ele não se importa em destruir metade da cidade - o que obviamente gera prejuízos pra todo mundo que paga impostos. Além disso, ele não tem bons modos e é alcóolatra. Mas qualquer um merece uma segunda chance, não?

Depois de ser salvo por Hancock, o relações públicas Ray Embrey (Jason Bateman) vê a oportunidade perfeita para dar a volta por cima no trabalho ao limpar a imagem do herói. A bela esposa de Embrey, Mary (Charlize Theron), no entanto, odeia Hancock sem qualquer razão aparente. Algum tempo depois, pagando contas e serviços para o governo e a sociedade, Hancock volta às ruas - desta vez, como um herói educado e pronto para ser admirado pelo povo.

Tirando a câmera no estilo documentário do diretor Peter Berg e a trilha exageradamente dedicada ao rap - imagine se o herói fosse da Rocinha e o público americano tivesse a obrigação de aturar uma trilha movida a funk carioca -, o filme até que começa a agradar depois que Hancock volta de uniforme engomado e barba feita. Até este momento, a sensação é: o filme demorou a engrenar, mas está começando a ficar legal. Mas, inexplicavelmente, essa é a hora em que Peter Berg e os roteiristas Vincent Ngo e Vince Gilligan detonam Hancock de vez.

Sem querer estragar a sua diversão (ou decepção), é exatamente quando a personagem de Charlize Theron ganha mais importância na trama. Sinceramente, não sei o que houve. Parece que Hancock vira dois filmes em um. É como se Hancock 2 começasse da metade para o final. Entendeu? Deste ponto até a última cena, o filme perde o rumo da ação, da comédia e dos efeitos visuais. A impressão é que Michael Bay pegou a câmera emprestada e terminou Hancock. E falo de um Michael Bay em seus piores dias. É poluição visual e muito, mas muito barulho.


Ah, claro. Charlize Theron continua linda. Mas isso não é surpresa nenhuma. Surpresa - se é que podemos chamar assim - é ver como Will Smith deixou Hancock virar uma bagunça. E pensar que o diretor Michael Mann, de O Informante e Fogo Contra Fogo produz essa porcaria. Acho que eu disse a mesma coisa no final da crítica de O Reino, outra produção de Michael Mann para um filme de Peter Berg.

Hancock (Hancock, 2008)

Direção: Peter Berg
Roteiro: Vincent Ngo e Vince Gilligan
Elenco: Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman, Jae Head, Eddie Marsan e David Mattey

8 Comments:

At 2:58 PM, julho 19, 2008, Anonymous Anônimo said...

Otávio, welcome back. Curtiu as férias?

 
At 8:30 PM, julho 19, 2008, Blogger Pedro Henrique Gomes said...

Ah, Otávio!Todo mundo já sabia que o filme iria ser ruim. Ele foi vendido como ruim, afinal. Mas não é tão ruim assim e é melhor que Jumper.

Abraço, bem-vindo de volta!!!

 
At 3:00 AM, julho 20, 2008, Anonymous Anônimo said...

Até certo ponto me questionava o porque de ainda não ter conferido este filme. Mas lendo seu texto caiu a ficha. Uma pena para Smith, que saiu de dois ótimos filmes.

Welcome back, friendo!

Ciao!

 
At 9:55 AM, julho 20, 2008, Anonymous Anônimo said...

Incrível como todo mundo concorda que a entrada de Charlize Theron com seu segredo, na trama de "Hancock", estraga o filme. Por mim, o roteiro continuava focando a relação entre Hancock e seu relações públicas...

Beijos!

 
At 1:09 PM, julho 20, 2008, Anonymous Anônimo said...

Para mim "Hancock" não chegou a ser um desastre, mas é sim um filme muito falho que ficou aquém de qualquer expectativa (por menor que fosse). E realmente o filme fica péssimo no seu terceiro ato, aliás achei curto demais para uma trama tão complicada (no sentido de querer dizer muita coisa mas não explicar especialmente nada).

 
At 10:40 PM, julho 20, 2008, Blogger Dr Johnny Strangelove said...

é aquela coisa ... pau a pau com Jumper ...
abraços amigo!

 
At 11:00 AM, julho 21, 2008, Blogger fabiana said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 11:00 AM, julho 21, 2008, Blogger fabiana said...

Realmente, não entendi a importancia de Cralize Theron na trama, quando a personagem dela cresce é quando o filme fica pior. Mas, eu achei divertido, pelo menos não se arrastou por mais de 2horas de duração.

 

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