Fonte da Vida
Confesso que Fonte da Vida (The Fountain, 2006) – que tem estréia prometida para esta sexta – era um dos filmes que eu mais esperava no ano. O diretor Darren Aronofsky fez aquele Réquiem Para um Sonho (2000), que é uma loucura total. É um filme visceral ousado e sensacional. Minha expectativa para seu novo trabalho era a maior possível. Uma das principais promessas de Hollywood filmava uma ficção-científica cabeça que tinha tudo para ganhar lugar cativo na história do cinema.Minha decepção não poderia ter sido maior. Fonte da Vida é uma catástrofe e um teste de paciência. Alguns chegaram a compará-lo a 2001 – Uma Odisséia no Espaço (1968), o clássico absoluto da ficção-científica de Stanley Kubrick. Mas isso é um absurdo e discurso de quem não entende nada de cinema. Em Fonte da Vida, Aronofsky cria um delírio visual só para contar uma história de amor que transcende tempo e espaço. O amor é mais forte do que a morte e vive para sempre. E não adianta quebrar a cabeça. Fonte da Vida é mais simples do que parece. Mas será que é só isso? Uma hora e meia que parecem três horas só para isso? Aronofsky queria ser romântico? Precisa ser tão prolixo nessa viagem ridícula e desnecessária? É como dizer algo em mil palavras quando poderíamos encurtar o discurso em uma pequena frase.
Não há muito o que dizer sobre Fonte da Vida. Entre cenas que não dizem coisa alguma (talvez para o diretor), os efeitos originais são até bonitos e as atuações de Rachel Weisz e, principalmente, Hugh Jackman poderiam até valer o ingresso, mas o filme pertence a Darren Aronofsky. O diretor fez o filme para ele mesmo, como disse meu amigo na saída do cinema (outro amigo foi embora na metade). Mas resisti até o fim para sair gargalhando de Fonte da Vida, que recebeu os piores comentários do público na Mostra de Cinema deste ano. Fuja!
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