Homem-Aranha 3
Homem-Aranha 2 é um dos melhores filmes gerados por uma história em quadrinhos. Engraçado que depois do primeiro, havia a dúvida de que Sam Raimi seria capaz de se superar, afinal o herói já havia sido apresentado. E o que viria a seguir? Somente ação desenfreada e um show de efeitos visuais? Ledo engano. Em Homem-Aranha 2, o roteiro era tão importante quanto os efeitos digitais mais impressionantes que alguém poderia criar. Peter Parker (Tobey Maguire) foi dominado pelo stress e quase desistiu de seu papel de herói. Um filme sobre escolhas, conflitos internos, a importância da amizade e, no fundo, uma bela história de amor entre Parker e Mary Jane (Kirsten Dunst). E quando a ação surgia, ela era monumental. Cortesia de Sam Raimi, que não deixou atores e personagens em segundo plano. O CGI estava lá para ajudar a contar a história e não para dominá-la.
Com Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007), os comentários eram de total confiança: "Claro que o filme será demais" ou "Vai ser tão bom ou ainda melhor do que segundo". Ledo engano. A nova produção (a mais cara da história do cinema) não acrescenta nada à saga do Aracnídeo. Ao contrário do segundo filme, Homem-Aranha 3 repete o que deu certo nos anteriores e a sensação de déjà vu é inevitável. O terceiro filme continua sendo sobre escolhas, conflitos internos, a importância da amizade e, no fundo, uma bela história de amor entre Peter Parker e Mary Jane. Desta vez, o tormento que cerca o herói não é o stress, mas seu lado negro. Mais do mesmo. Houve apenas uma reciclagem de sentimentos.
De fato, Homem-Aranha 3 está longe de ser uma catástrofe. Mas se o anterior é o melhor filme adaptado dos quadrinhos, esse aqui fica atrás de fortes concorrentes, que tentaram superá-lo, como Batman Begins ou Superman – O Retorno. E você sente as 2h20 de projeção, que não justificam a importância de tantos personagens em cena – principalmente as motivações dos vilões. Tudo muito ralo. Será que Thomas Haden Church é tão canastrão assim? Como o Homem-Areia, ele é praticamente monossilábico e, quase sempre, substituído por pixels. Topher Grace (como o fotógrafo Eddie Brock Jr.) parece se divertir mais do que o espectador, mas ele tem pouco tempo para oferecer algo novo à série. Tem também Bryce Dallas Howard, a musa de M. Night Shyamalan, mas que não diz muita coisa no filme. São diversas situações, só que mal desenvolvidas. E lógico que a culpa é do roteiro. Sem falar na aparição do alienígena que gruda em Parker – sei que está nos quadrinhos, mas as explicações para a fantasia em Homem-Aranha 1 e 2 sempre buscaram razões na ciência. Ou seja, as “viagens” estavam lá, mas os pés ficavam no chão.
Infelizmente, nem mesmo as cenas de ação empolgam. Não há nenhuma seqüência de deixar o queixo caído como o confronto no trem de Homem-Aranha 2. A ação nos filmes anteriores era vertiginosa, mas o público conseguia admirar cada detalhe, graças ao ótimo trabalho de montagem. Já em Homem-Aranha 3, há uma luta no início do filme. A câmera está sempre próxima, mas não é capaz de capturar o drama e, pior, quase não se vê coisa alguma. Existe outro problema: as partes com Peter Parker sempre foram as melhores. Mas desta vez, parece que o Homem-Aranha faz falta. Por exemplo, em duas cenas de luta, Parker está sem a máscara. Será que Tobey Maguire precisa mostrar mais o rosto por causa de sua fama atual?
Embora este filme seja mais sombrio e violento, surgem momentos irresistíveis de humor para gerar um equilíbrio. As cenas do editor J.J. Jameson (J.K. Simmons) e a participação de Bruce Campbell são hilárias. Só que ainda assim, como a exagerada dedicação aos efeitos especiais, chega uma hora que o humor também cansa em uma seqüência constrangedora: empolgado com o poder do uniforme negro, Peter Parker dança nas ruas como um John Travolta, em Os Embalos de Sábado à Noite. É até engraçado, mas é o momento Rain Drops Keep Fallin' on my Head deste filme (olha o déjà vu novamente). Se no segundo, a trilha casava direitinho com as cenas, aqui ela beira o ridículo. Parece que o filme vai caminhar para a paródia, mas começa a preparação para o clímax cheio de ação. E aí surgem os verdadeiros astros de Homem-Aranha 3: os efeitos. Parece que toda a grana foi investida neles – especialmente para criar o Homem-Areia. O “nascimento” do vilão impressiona, mas engana. Essa cena representa a maior falha do filme: roteiro fraco dominado por efeitos maravilhosos, resultando em um filme sem a alma e o coração dos anteriores.
Outra implicância: geralmente, o episódio mais sombrio de uma saga é o do meio. Foi assim, por exemplo, em O Império Contra-Ataca. A conclusão da história é melosa e um tanto fúnebre. Mas como a Sony e a Marvel querem Homem-Aranha 4, 5 e 6, talvez este seja mesmo o meio da saga. Só que o futuro não é animador. Se a repetição do que deu certo no passado é evidente neste filme, imagine como serão os próximos.
Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007)
Direção: Sam Raimi
Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Thomas Haden Church, Bryce Dallas Howard, Topher Grace e J.K. Simmons
Com Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007), os comentários eram de total confiança: "Claro que o filme será demais" ou "Vai ser tão bom ou ainda melhor do que segundo". Ledo engano. A nova produção (a mais cara da história do cinema) não acrescenta nada à saga do Aracnídeo. Ao contrário do segundo filme, Homem-Aranha 3 repete o que deu certo nos anteriores e a sensação de déjà vu é inevitável. O terceiro filme continua sendo sobre escolhas, conflitos internos, a importância da amizade e, no fundo, uma bela história de amor entre Peter Parker e Mary Jane. Desta vez, o tormento que cerca o herói não é o stress, mas seu lado negro. Mais do mesmo. Houve apenas uma reciclagem de sentimentos.
De fato, Homem-Aranha 3 está longe de ser uma catástrofe. Mas se o anterior é o melhor filme adaptado dos quadrinhos, esse aqui fica atrás de fortes concorrentes, que tentaram superá-lo, como Batman Begins ou Superman – O Retorno. E você sente as 2h20 de projeção, que não justificam a importância de tantos personagens em cena – principalmente as motivações dos vilões. Tudo muito ralo. Será que Thomas Haden Church é tão canastrão assim? Como o Homem-Areia, ele é praticamente monossilábico e, quase sempre, substituído por pixels. Topher Grace (como o fotógrafo Eddie Brock Jr.) parece se divertir mais do que o espectador, mas ele tem pouco tempo para oferecer algo novo à série. Tem também Bryce Dallas Howard, a musa de M. Night Shyamalan, mas que não diz muita coisa no filme. São diversas situações, só que mal desenvolvidas. E lógico que a culpa é do roteiro. Sem falar na aparição do alienígena que gruda em Parker – sei que está nos quadrinhos, mas as explicações para a fantasia em Homem-Aranha 1 e 2 sempre buscaram razões na ciência. Ou seja, as “viagens” estavam lá, mas os pés ficavam no chão.
Infelizmente, nem mesmo as cenas de ação empolgam. Não há nenhuma seqüência de deixar o queixo caído como o confronto no trem de Homem-Aranha 2. A ação nos filmes anteriores era vertiginosa, mas o público conseguia admirar cada detalhe, graças ao ótimo trabalho de montagem. Já em Homem-Aranha 3, há uma luta no início do filme. A câmera está sempre próxima, mas não é capaz de capturar o drama e, pior, quase não se vê coisa alguma. Existe outro problema: as partes com Peter Parker sempre foram as melhores. Mas desta vez, parece que o Homem-Aranha faz falta. Por exemplo, em duas cenas de luta, Parker está sem a máscara. Será que Tobey Maguire precisa mostrar mais o rosto por causa de sua fama atual?
Embora este filme seja mais sombrio e violento, surgem momentos irresistíveis de humor para gerar um equilíbrio. As cenas do editor J.J. Jameson (J.K. Simmons) e a participação de Bruce Campbell são hilárias. Só que ainda assim, como a exagerada dedicação aos efeitos especiais, chega uma hora que o humor também cansa em uma seqüência constrangedora: empolgado com o poder do uniforme negro, Peter Parker dança nas ruas como um John Travolta, em Os Embalos de Sábado à Noite. É até engraçado, mas é o momento Rain Drops Keep Fallin' on my Head deste filme (olha o déjà vu novamente). Se no segundo, a trilha casava direitinho com as cenas, aqui ela beira o ridículo. Parece que o filme vai caminhar para a paródia, mas começa a preparação para o clímax cheio de ação. E aí surgem os verdadeiros astros de Homem-Aranha 3: os efeitos. Parece que toda a grana foi investida neles – especialmente para criar o Homem-Areia. O “nascimento” do vilão impressiona, mas engana. Essa cena representa a maior falha do filme: roteiro fraco dominado por efeitos maravilhosos, resultando em um filme sem a alma e o coração dos anteriores.
Outra implicância: geralmente, o episódio mais sombrio de uma saga é o do meio. Foi assim, por exemplo, em O Império Contra-Ataca. A conclusão da história é melosa e um tanto fúnebre. Mas como a Sony e a Marvel querem Homem-Aranha 4, 5 e 6, talvez este seja mesmo o meio da saga. Só que o futuro não é animador. Se a repetição do que deu certo no passado é evidente neste filme, imagine como serão os próximos.
Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007)
Direção: Sam Raimi
Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Thomas Haden Church, Bryce Dallas Howard, Topher Grace e J.K. Simmons
18 Comments:
putz !!!
fiquei até com receio de me decepcionar...
verei daqui a duas semanas apenas !
quando os cinemas estiverem um poquinho menos lotados!
hehehe
Otavio, não acho "Homem-Aranha 2" nem perto de ser o melhor o melhor filme baseado em HQs, e também não acho esse terceiro episódio uma obra-prima. Mas, sinceramente, dos três foi o que mais me empolgou até agora - sentia falta na saga do Aranha de vários personagens numa mesma história e todos os envolvidos nessa terceira parte "combinaram" muito bem.
Continuo com a minha opinião sobre Sam Raimi: ele não sabe dirigir, seus filmes são repletos de erros de continuidade idiota e a técnica de seus trabalhos é totalmente sem glamour. Mas "Homem-Aranha 3" diverte, e, ah!, como fica gostoso acompanhado de pipoca.
abs!
Cara..tô com medão de ver esse filme... mas agora que eu tô com pé atrás, talvez eu não me decepcione tanto. O problema é ir ao cinema esperando demais de um filme e perceber que é uma boma. Agora, quan vamos já esperando pelo pior, talvez nota-se algumas coisas interessantes... sei lá...
Um ótimo blockbuster, confesso que amei o longa intensamente, sendo o mais profundo e emocionante de todos. Tem suas falhas e compromete no caminho para superar o segundo excelente longa, mas é entretenimento dos melhores e o melhor arrasa-quarteirão do ano.
3 estrelas (foi melhor que o primeiro)
Só eu mesma que gostei desse filme??? Acho que você foi um pouco duro no seu texto, Otávio.
Não é o melhor filme da série, mas achei o mais divertido. Ri à beça. Gostei das (poucas) cenas de ação. Gostei do roteiro, que nos faz entender bem os vilões do filme e, principalmente, porque aposta numa construção mais definitiva dos personagens de Peter Parker e de Mary Jane.
Acho que o filme é mais um ponto de transição em que Peter Parker deixa de ser um jovem para se transformar em um adulto.
Vejo o filme hoje, já que não suportei tanta gente nas filas ontem. Já estou com poucas esperanças, mas ainda acho que posso gostar. Achei impressionante a bilheteria americana do filme somente na sexta (59 milhões!), sem dúvida deve ser o maior sucesso do ano.
Até mais!
Por mais que Homem-Aranha 3, tenha colocado os mesmos pontos dos filmes anteriores, acho que ele desenvolve isso de uma maneira melhor.Para mim 0 3 é o melhor da trilogia empatado com o segundo.
Até mais.
Kamila, eu gostei do filme também!
Assisti a estréia do filme Homem-Aranha 3 e achei excelente.... Tirando a "franjinha de rebelde do Peter Parker”. O filme realmente vale apenas assistir... E como sempre a lição de moral e amizade foi muito bem abordada no filme.... Muitas vezes julgamos antes mesmo de conhecer totalmente os fatos...
Quando leio estas críticas do Tulio Moreira, Wally e companhia, eu fico realmente confuso!
Eu concordo muito com vc, mas ainda dei 3 estrelas para o filme, mas lendo os comentários fica difícil de estar 100% em uma só posição!
Veja minha crítica do filme no Eco Social!
Abraço
http://eco-social.blogspot.com/
Acho q a maior parte do pessoal está tendo a mesma sensação com Homem-Aranha 3.O terceiro filme naum acrescenta em nada mesmo,apesar de alguns acertos,seus erros tornam-se visíveis e o faz menor do q o segundo filme do Aranha e do que,minha adaptação preferida,Batman Begins.
Opa! Venho dizendo qu eo pro blema desse filme é o diretor, não qu ele seja ruim o Sam Raimi é simplesmente O CARA! o PROBLEMA é que tá na hora dele fazer outra coisa, o Homem Aranha precisa de outro gás, gente nova comandando a cine-série. Se ele continuar cada vez mais a sensação de repetição vai aumentar.
Inté!
Oi Pessoal! Eu quase dei 3 estrelas, mas o que ficou de bom na minha cabeça desapareceu no dia seguinte... ou seja, esqueci boa parte do filme. Peter Parker dançando é fazer pastiche do HOMEM-ARANHA. Coisa de quem não leva mais a sério uma série que vinha muito bem.
Abs a todos!
Já ia vê-lo sem pressa, mas pelo que estou lendo... mais sem pressa ainda.
Parabéns pelo Camp. Carioca, vamos ver se nossos times jogam assim na quarta. Abraços!
Felipe e Wanderley, vcs viram como eu vi...
Marcus, obrigado! Parabéns pra vc tb! Boa sorte nesta semana! Que Deus nos ouça!
E infelizmente, eu vejo HOMEM-ARANHA 1, 2 e 3 e comparo com um filme "sério" como BABEL, por exemplo. Tudo é filme. Não separo se esse ou aquele é para ser visto com pipoca ou não. Talvez, eu devesse desligar o cérebro às vezes... sei lá... Mas a qualidade de HOMEM-ARANHA 2 me levou ao 3 com muita expectativa... sei lá.
Abs a todos! E dá-lhe Mengo!
Otavio. Pelo que você já leu lá no meu blog, deu pra ver que eu também fiquei decepcionado, não? Como disse, é um filme bem divertido, mas um tanto esquecível - se pedirem para eu contar o filme agora, acho que já esqueci uns 90%. Enfim, boa sorte para "Piratas do Caribe 3".
Abraço!
Otavio, agora é bola pra frente, né?
Quem sabe Homem-de-Ferro não surpreenda no ano que vem...
abs!
Oi Tulio! Bola pra frente! Mas vai que HARRY POTTER e PIRATAS DO CARIBE pisem nela... Nunca se sabe... Franquias são assim mesmo. Uns preferem o 1, outros o 2. E outros gostam de prequels... Hollywood é confusa e a arte atinge cada um de nós de uma forma diferente. E é bem mais fácil o Sam Raimi estar certo do que eu.
:-)))))
Abs!
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