O Exterminador do Futuro - A Salvação
Antes de reclamar do coitado do diretor picareta McG, que nem nome tem, vamos pensar um pouco e direcionar para outro ponto a discussão a respeito de O Exterminador do Futuro - A Salvação (Terminator Salvation, 2009), quarto filme da série iniciada em 1984 por James Cameron e encerrada pelo próprio, em 1991 (!). Estranho, não?
Compreender Hollywood é um processo complicado, um paradoxo que mexe com o tempo e a cabeça, como gostam os fãs e realizadores de ficção científica. O fato é que a indústria passa por uma bisonha escassez de mojo criativo. Como James Cameron seguiu com sua vida e não fez como George Lucas, que monopolizou sua cria, Star Wars, até quem usava fraldas na época do lançamento de O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final sabia que a saga continuaria de um jeito ou de outro. Com ou sem Jonathan Mostow, o diretor do dispensável terceiro filme. Com ou sem McG, o diretor de As Panteras, As Panteras Detonando e deste O Exterminador do Futuro - A Salvação.
Salvação do quê, Cara-Pálida? Do cinema que não é. Nem da série. Portanto, duvide dos falsos sábios da imprensa decadente que defendem ou exaltam, pelo menos, o visual deste novo filme. Não ouse ligar o look cinzento pintado por McG ao calor intenso dos cenários de Mad Max. Ok? Não me deixe triste, por favor. O que o diretor fez foi trabalhar com mais dinheiro do que Uwe Boll, o execrável cineasta de filmes de locadoras como House of the Dead, Alone in the Dark e BloodRayne, que vive tomando cascudos dos nerds. Mas o problema não é o pobre McG.
O problema de O Exterminador do Futuro - A Salvação está no público. Está comigo. E com você. A discussão deve se concentrar no lixo empurrado por Hollywood goela abaixo de humildes seres pensantes como eu e você. O grande mistério da sociedade voltada para o consumo impulsivo também envolve o cinema. Decidem continuar algo perfeitamente iniciado, desenvolvido e concluído, mas a gente paga pra ver neguim destruindo o que estava bom e devidamente disponível em DVD. Por que nós não aprendemos? Eis a questão. Agora, não adianta jogar a culpa no McG, pois se nosso rico dinheirinho é investido nessa bagaça, Hollywood entende que queremos mais. Você quer arremessar um tomate no diretorzinho? Dica: Espere e prepare-se para mais McGs.
Vamos brincar de "Se" agora. E se McG tivesse recomeçado a série como Christopher Nolan fez em Batman Begins e J.J. Abrams em Star Trek? Hmm, não havia necessidade, porque James Cameron não pagou mico. A solução do estúdio foi mexer em time que já estava ganhando pra conquistar o campeonato sem os mesmos craques. O novo Exterminador do Futuro começa anos depois do julgamento final, que arrasou a vida na Terra e colocou as máquinas no comando. Como estudamos direitinho nos filmes de James Cameron, o profeta carrancudo John Connor (um Christian Bale pouco a vontade) lidera os sobreviventes na resistência contra os filhotes de Bill Gates. Mas no futuro proposto por McG, no entanto, nem mesmo o cenário caótico é tão assustador quanto os flashbacks de Cameron em T1 e T2. Ainda por cima, teve gente que malhou o diretor de Titanic por um ou outro diálogo bobalhão no épico colossal detonador de Oscars. Enfim, ouça algumas pérolas escritas por John D. Brancato e Michael Ferris para O Exterminador do Futuro - A Salvação, que foram aprovadas por McG. E mais: Compare o drama e a tensão surgidos da ação de T1 e T2 com o vazio barulhento dos "arranca-rabos" filmados por McG.
Mais "Se": Se McG tentasse "imaginar" como teria sido essa guerra antes dos eventos mostrados no Exterminador do Futuro original, talvez, eu disse talvez o filme desse certo. Pelo contrário, o diretor considera os longas de Cameron e faz um samba do crioulo doido atemporal com Christian Bale berrando que "este não é o futuro que minha mãe me contou". Ok, McG, conta outra. Estou tentando aliviar a sua barra, mas está difícil. Confesso que é até sacanagem minha compará-lo a James Cameron. Perto dele, McG ainda usa radinho de pilha, como sua resistência em A Salvação, que se comunica livremente com esse aparelho do tempo da Copa de 50 sem que a poderosa Skynet perceba (!!).
Até tentei cotar o filme com uma estrelinha por causa dos atores Anton Yelchin e Sam Worthington. Yelchin é o jovem Kyle Reese. O ator de origem russa já havia mostrado seu talento em Alpha Dog, Star Trek, e comprova seu carisma em A Salvação. Outro achado é o astro instantâneo Sam Worthington, que interpreta o misterioso Marcus Wright, personagem mais legal do filme, embora a cronologia de sua existência não faça o menor sentido. E há mais um aspecto que vale a pena: os efeitos (visuais e sonoros). Embora não sejam revolucionários, como o trabalho oscarizado da Industrial Light & Magic para O Exterminador do Futuro 2, os truques são ótimos - tirando um cameo digital no fim do filme, que lembra o constrangedor clímax de O Retorno da Múmia, quando um Dwayne "The Rock" Johnson de video game surge para enfrentar Brendan Fraser. Depois disso, decidi cotar com "bolinha" mesmo. Fui.
O Exterminador do Futuro - A Salvação (Terminator Salvation, 2009)
Direção: McG
Roteiro: John D. Brancato e Michael Ferris
Elenco: Christian Bale, Sam Worthington, Anton Yelchin, Moon Bloodgood, Bryce Dallas Howard, Common, Jane Alexander e Helena Bonham-Carter
11 Comments:
As opiniões são têm sido muito famosas relativamente a este filme. É pena, estava esperançado num renascimento da saga...
Participa na sondagem "Melhor James Bond com Peter Sellers, George Lazenby, Timothy Dalton e Daniel Craig” até ao dia 15 de Julho 2009, em http://additionalcamera.blogspot.com.
FILIPE, minha opinião também não foi famosa. Vou dar uma olhada no seu blog, mas o melhor Bond foi Sean Connery. Abs!
Vou livrar a pele da ruindade existente. Acho que McG é um operário com grife, mas não sei de onde ele tirou a grife. Enfim, muita coisa que tem aqui cabe na conta do roteiro de John D. Brancato e Michael Ferris que McG, como bom operário, tentou orquestrar. Não ponho nele a culpa por tudo.
Aliás, culpa por culpa, esse quarto filme é melhor do que o terceiro e por mais que faça o tal "samba do crioulo doido" e nem de perto chegue próximo ao inferno que Cameron nos mostrou nos dois primeiros filmes, ele ainda resgata elemento sentimentais para quem gostou dos dois primeiros. A simples menção à história de Kyle reese, às fitas de Sarah Connor e a foto rasgada dela valeram mais do que duas horas do filme.
Concordo com tudo o que escreveu Otávio, principalmente em relação á tensão, ao clima, ao ambiente, à mitologia construída por Cameron.
Não concordo com o "bomba" porque existem bombas muito maiores. Escrevi algo semelhante no quarto Indiana Jones que muitos categorizaram como bomba: bomba meus filhos, eu escrevi, vocês não sabem o que é bomba. isso aqui perto de outras bombas é obra-prima. Esse "salvation" ( porque o nome, eu não sei ) é muito melhor que certas aventuras que chegaram nos últimos dois anos e foram recebidas como obras inovadoras - só pra citar uma bomba de Timur Bekmambetov que muita gente engoliu como algo fantástico.
Me diverti à beça no novo Terminator, é o que vale. Comparar com Cameron é covardia. Mas não vou buscar agulha em palheiro: a mitologia maravilhosa do Cameron termino no segundo filme. O que veio depois foi apenas uma curiosidade, e o que eu criei na minha mente é superior aos filmes 3 e 4.
PS: Ridículo mesmo é algo como uma refilmagem de Predador que estão planejando, e não continuarem uma série como Terminator. O círculo de amantes do original pode ficar com o original, os curiosos que se contentem com novas visões.
Otávio. Estava esperando sua crítica antes de pagar o ingresso.
Realmente tenho que admitir que me decepcionei com muitos filmes que esperava e insisti mesmo depois de ler sua opinião.
Vou levar meus sobrinhos pra assistir Uma noite no Museu 2. Pelo menos eles se divertirão.
abços.
Ah, valia ao menos 1 estrelinha pelos atores como você comentou, não? A "bolinha" é muito malvada, hehehe.
Mas ainda não vi o filme, nem tenho o que falar, só espero que não seja esse desastre ;-)
Bomba também nao ...
Eu gostei ... tem muitos problemas porém pior do que o filme do Wolverine nao é ...
Indeed. Wolverine é bomba maior para mim...
É ruin, mas tu avacalhou, hehehe!
Abraço, tchê!!!
FÁBIO
Rapaz, você quase me convenceu a dar uma estrelinha ao filme. Mas eu acho que o TERMINATOR SALVATION pagou o pato da ruindade que dominou os cinemas nos últimos meses e me contaminou. Acho que esse foi o resultado da minha crítica. Mas o filme é tão ruim para a série quanto A BATALHA NO PLANETA DOS MACACOS foi para O PLANETA DOS MACACOS original. Abs!
DIEGO
Muito obrigado! Mas o melhor filme para ver com filhos/sobrinhos neste momento é STAR TREK (especialmente com meninos). Ou, melhor, passar na locadora e reservar o novo DVD de MARY POPPINS, em comemoração dos 45 anos do clássico. Abs!
VINICIUS
A bolinha é malvada, mas ela não custou nadinha para o filme. Já eu tive de desembolsar uma bela grana pra ver o filme no cinema. Abs!
JOHNNY
Mas WOLVERINE é DOMINGO MAIOR. E tem Hugh Jackman. Assim como COMANDO PARA MATAR tem Schwarzenegger, e RAMBO tem Stallone. Abs!
FABIO
Completando o comentário para o Johnny, WOLVERINE, pelo menos, me fez rir. Abs!
PEDRO
É ruim, mas o filme avacalhou comigo. Abs!
como ja disse em outros posts esse é o filme mais aguardado por mim, não era, mas depois do trailer e de saber que finalemnte teremos uma visão desse futuro dos extermiandnores, fiquei bastante afim de ver.
Te mais!!
YGOR
Boa sorte! Até porque acho que sua visão pessoal do futuro dos exterminadores deve ser mais legal que a de McG! Abs!
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