quarta-feira, setembro 16, 2009

Para Patrick Swayze, Obrigado por Tudo!

E então o maior assassino de celebridades da História levou Patrick Swayze, cedo, ainda aos 57 anos. O astro de Dirty Dancing – Ritmo Quente, Ghost – Do Outro lado da Vida, e Caçadores de Emoção, assim como Humphrey Bogart, Gary Cooper, Paul Newman e, recentemente, Farrah Fawcett, entrou para o ingrato hall dos ídolos derrotados pelo câncer.

Desde os primórdios do cinema, quando vemos a figura de nossos heróis na tela grande, a sensação que bate e arrepia tem uma ligeira conexão com a ideia utópica da imortalidade. A sala escura é um portal mágico entre o inferninho da vida real e o céu dominado pelos deuses do Olimpo cinematográfico. Soberbo, o cinéfilo tem sua empáfia elevada graças aos gênios à frente e por trás das câmeras que arrebatam multidões e subjugam descrentes. Por tudo isso, sabemos hoje que conseguiremos chegar aos pés de nossos heróis das telas, que fizeram todos nós amarmos o cinema, somente se urgentemente nascermos outra vez.

Com essa consciência enraizada, fica difícil aceitar, no entanto, que nossos ídolos partem, assim, de uma hora pra outra, sem mais nem menos, para a eternidade. Sem aviso prévio, vemos que por trás de suas imagens imortais, há uma metade de carne e osso, que sucumbe, como cada um de nós, meros mortais. Seus filmes estarão conosco para todo o sempre, mas jamais veremos uma nova produção estrelada por astros como Patrick Swayze chegando numa sexta-feira qualquer aos cinemas.

É um tombo violento cair na realidade e compreender que Patrick Swayze, o homem, e não o ator sofreu muito desde que foi diagnosticado com câncer no pâncreas em março de 2008. Neste caso, por mais que seja dolorosa para os fãs, a morte de um ídolo só pode significar libertação. Nessa hora, devemos ficar com a imagem viril de Swayze em filmes como Caçadores de Emoção e Ghost, onde teve suas melhores performances.

E daí se Patrick Swayze não foi um ator do calibre de um Marlon Brando ou Laurence Olivier? E daí se ele não ganhou o Oscar, que até Gwyneth Paltrow tem? E daí se ele não levou o Globo de Ouro pra casa nas três vezes em que foi indicado (Dirty Dancing, Ghost, Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo! Julie Newmar)? Patrick Swayze foi um dos heróis de uma geração. Fez muita gente gostar de cinema e foi um cara muito mais relevante para a cultura do que um Kanye West.

Ghost foi um fenômeno no Brasil. Antes dos multiplexes, e bem antes de Kanye West e Barack Obama, lembro de três histerias coletivas que levaram o povão sofredor aos cinemas de rua. Salas ficaram lotadas por inúmeras semanas exibindo Atração Fatal, de Adrian Lyne, e, mais tarde, Ghost – Do Outro Lado da Vida. Podia entrar qualquer obra-prima do Didi ou da Xuxa, mas esses filmes – cada um em sua época – resistiam e não arredavam o pé dos cinemas. Anos depois, com o início da aceitação popular dos primeiros multiplexes, Titanic repetiu a dose. Mas não importa se Ghost tem um baita roteiro ou uma inspiradíssima Whoopi Goldberg em um tema que captura facilmente a atenção do público. Ghost também é ótimo pela presença de Patrick Swayze – é ele que conduz a história.

Não dá para diminuir ou deixar de exaltar a sua importância neste filme ou para o cinema de uma época. Patrick Swayze é mais um ícone do cinema que se vai. Mas no imaginário do povo, ele jamais deixará de dançar em Dirty Dancing. Jamais deixará de colocar as mãos no barro bem acompanhado de uma jovem e bela Demi Moore, em Ghost. Também jamais deixará de pegar ondas gigantescas ao lado de Keanu Reeves, em Caçadores de Emoção. Nós precisamos desses momentos. Precisamos de filmes como esses. Precisamos de astros carismáticos como Patrick Swayze.

15 Comments:

At 2:07 PM, setembro 16, 2009, Anonymous Denis Torres said...

Muito bom texto! Lembro bem do frenesi que foi Ghost, coisa que só vi de novo em Titanic. Caçadores de emoção, pra mim, é a melhor atuação de Swayze. E quem é Kanye West mesmo? Abs!

 
At 2:21 PM, setembro 16, 2009, Blogger Otavio Almeida said...

Pois é, meu amigo, eis a pergunta: Quem é Kanye West?

Abs!

 
At 2:36 PM, setembro 16, 2009, Blogger Bruno Soares said...

É, ele realmente pegou algumas das ondas mais altas de toda uma geração. Merece muito respeito e admiração por isso.

 
At 2:37 PM, setembro 16, 2009, Anonymous Anônimo said...

Ótimo texto, em especial o parágrafo do "E daí". Aproveito para colocar seu blog em minha lista de favoritos.

Minha singela homenagem ao astro:

http://cinemagia.wordpress.com/2009/09/14/patrick-swayze-1952-2009/

Um abraço
Tommy

.

 
At 2:53 PM, setembro 16, 2009, Blogger Otavio Almeida said...

BRUNO
O cara foi legal! Fez filmes divertidos! Só temos a agradecer! Abs!

TOMMY
Obrigado! Vou lá dar uma olhada na sua homenagem.
Abs!

 
At 8:59 PM, setembro 16, 2009, Anonymous Charles said...

Patrick Swayze não era um ator do alto escalão, mas teve seus bons momentos. Além de Dirty Dancing, gosto bastante de Caçadores de Emoção e Vidas sem Rumo. Sua participação em Donnie Darko tb é interessante. Deixará saudades! abs.

 
At 10:24 PM, setembro 16, 2009, Blogger Dr Johnny Strangelove said...

Mano. O que podemos dizer. A nossa geração está morrendo. Parece que o que vivemos a cada dia se torna um sonho doloroso quando se desperta.

O cinema perde um eximio exemplo de que por muitas vezes carisma e humildade pode ser a chave do sucesso ...


e quem é Kayne West?
É pseudocantor?
É pseudoator?
Ou um ótario que a sociedade pseudopop criou?


Abrazos mano!

 
At 12:00 AM, setembro 17, 2009, Anonymous Bruno Pongas said...

Infelizmente, como vc disse, criamos o mito de que essas pessoas gozam de imortalidade. Uma pena que isso não exista!

 
At 12:05 AM, setembro 17, 2009, Anonymous Bruno Pongas said...

Ah, e me desculpe Otávio, mas achei a comparação com Kanye West um pouco equivocada. Kanye, para quem não conhece - como eu acredito que seja a maioria dos que comentaram criticando - é um rapper muito talentoso e inovador. É claro que longe dele estar num patamar de ícones como Michael Jackson e todos esses ídolos máximos do âmbito cultural.
No entanto, Kanye West tem sim o seu valor... e ele não tem culpa de ser idolatrado por um monte de adolescentes fúteis. Existem coisas boas dentro da famigerada cultura pop, que, aliás, virou um conceito absolutamente distorcido. Falar em cultura pop hoje em dia soa como algo pejorativo, sendo que é um completo absurdo.

 
At 1:46 AM, setembro 17, 2009, Anonymous Wally said...

Além de ator carismático e talentoso, Swayze entregou uma das mais belas canções do cinema com "Hungry Eyes".

RIP

 
At 1:47 AM, setembro 17, 2009, Anonymous Wally said...

ERRATA: É "She's Like The Wind" a bela música de Swayze, não "Hungry Eyes". ;)

 
At 3:38 AM, setembro 17, 2009, Anonymous Vinícius P. said...

Em relação aos seus trabalhos, acho que "Ghost" é o mais significativo de todos, mas em termos de atuação acho seu desempenho em "Para Wong Foo" bastante corajoso.

 
At 8:07 PM, setembro 17, 2009, Anonymous Kamila said...

Lindo, lindo texto, Otavio! Eu assisti "Ghost" no cinema e me lembro do impacto que a obra me causou. Eu cresci vendo "Dirty Dancing", filme favorito de minha irmã mais velha, e o Patrick sempre fez parte da minha vida como esse heroi romântico! Essa é a imagem que eu tenho dele. Essa é a imagem que fica! Uma perda que eu senti MUITO!!

Beijos!

 
At 9:25 AM, setembro 18, 2009, Anonymous Robson Costa said...

Lembro que vi Ghost no cinema por acaso. Tinh do ver Comando delta 2 rsrssrsrsrs(se não me enano) e o film tinh saído do cinema sid trocado por Ghost. Quando já tava lá fui ver o tal Ghost mesmo (cinema cheio) e nem preciso de dizer que adorei e adoro o filme o filme até hoje, todos que conheço adoam filme também, realmentena época foi fenômeno no Brasl...(e foi o filme onde a Demi Mooet´mais bonita até hoje)....

 
At 7:02 AM, setembro 19, 2009, Blogger Mayara Bastos said...

Linda homenagem, Otavio. Conheci mais o trabalho de Patrick Swayze através de minha mãe na infância, e sempre era um prazer rever os filmes dele. Ele dançando, então... rsrsrs.

Beijos! ;)

 

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