A nova tendência do leilão
Em Hollywood, poucos diretores têm controle total numa produção de grande estúdio. Poucos mesmo. Se você não é Steven Spielberg ou George Lucas, uma hora ou outra vai ter que se arriscar em algum projeto mais comercial para agradar aos engravatados que não entendem nada de cinema - só de dinheiro. Por muito tempo, vários filmes foram dominados e agredidos por estúdios, que chegavam a retalhar os pobrezinhos nas salas de edição sem aprovação do diretor. Mas nas últimas semanas, um admirável grupo de cineastas resolveu contra-atacar e, até agora, a jogada deu certo.
Cansado da briga com a New Line, que produziu a trilogia O Senhor dos Anéis, e praticamente fora da adaptação de O Hobbit como conseqüência disso, Peter Jackson mostrou ser um visionário até mesmo fora das telas. Sem esperar pela próxima oferta para dirigir um filme, o cineasta inverteu os papéis e enviou um pacote a quase todos os principais estúdios. A encomenda incluiu um roteiro de The Lovely Bones (ou Uma Vida Interrompida), inspirado no livro homônimo de Alice Sebold, uma previsão de orçamento, a data de início das filmagens, as locações sugeridas, um CD com músicas dos anos 70 para a trilha e, claro, um pedido de leilão. Isso mesmo. O estúdio que desse o melhor lance ficaria com o projeto. E não é que ele foi bem-sucedido nessa ousadia? Não demorou muito e a Dreamworks, de Spielberg, venceu a corrida com as concorrentes Sony, Universal e Warner.
Cansado da briga com a New Line, que produziu a trilogia O Senhor dos Anéis, e praticamente fora da adaptação de O Hobbit como conseqüência disso, Peter Jackson mostrou ser um visionário até mesmo fora das telas. Sem esperar pela próxima oferta para dirigir um filme, o cineasta inverteu os papéis e enviou um pacote a quase todos os principais estúdios. A encomenda incluiu um roteiro de The Lovely Bones (ou Uma Vida Interrompida), inspirado no livro homônimo de Alice Sebold, uma previsão de orçamento, a data de início das filmagens, as locações sugeridas, um CD com músicas dos anos 70 para a trilha e, claro, um pedido de leilão. Isso mesmo. O estúdio que desse o melhor lance ficaria com o projeto. E não é que ele foi bem-sucedido nessa ousadia? Não demorou muito e a Dreamworks, de Spielberg, venceu a corrida com as concorrentes Sony, Universal e Warner.
Na seqüência, o diretor Michael Mann, de O Informante e Colateral, usou e abusou do mesmo marketing de Peter Jackson. O pacote de Mann incluiu um roteiro noir de John Logan, responsável por O Aviador e Gladiador, uma proposta de investimento e um esquema de distribuição, além de contar com Leonardo DiCaprio como astro e produtor. Outros nomes que entraram na ótima tendência são os amigos mexicanos Alfonso Cuarón, Guillermo del Toro e Alejandro Gonzalez Iñárritu. Ainda colhendo os louros por, respectivamente, Filhos da Esperança, O Labirinto do Fauno e Babel, eles enviaram propostas para cinco filmes produzidos em espanhol com orçamento total de US$ 100 milhões.
Quais serão as conseqüências em Hollywood se a moda pegar definitivamente? Será que é a solução tão esperada para bons diretores comandarem seus filmes à frente de qualquer opinião do estúdio? A verdade é que já estava na hora de alguém ensinar a Hollywood a gastar menos e produzir mais (e melhor). Dessa forma, o tradicional filme com cara de receita de bolo estaria com os dias contados? Acho que isso ainda não vai virar festa, afinal que estúdio aceitaria o "pacote" de um Michael Bay? Ou de um Joel Schumacher? Mas ainda assim, o caminho para um futuro promissor da indústria norte-americana foi apontado.
9 Comments:
Otavio, os diretores vão à labuta!
Quero muito ver novos projetos de Mann e da trupe mexicana... Mas quanto ao Peter Jackson, desculpe o palavreado, quero mais é que se foda!!!!!
abs e bom domingo!
Túlio, não diga isso. "The Lovely Bones" vai ser a próxima obra-prima do Peter Jackson. Marque minhas palavras! Um dos filmes que eu mais espero ser feito! Que bom que ele fez logo esse acordo.
Sobre o assunto de seu post, Otávio. Gosto muito dessa nova maneira de se fazer negócios em Hollywood. Acho muito bom que os diretores tenham o poder de escolha, de fazer os projetos que lhe interessam e nos quais eles realmente acreditam. Os estúdios que se virem para conseguir grandes nomes.
Poh...
que notícia ilária de boa!!!!
Acho que isto é um sinal de que o cinema Hollywoodiano possa voltar a ser o bom e velho cinema!
Apoio sim, os diretores tem o direito de estar a frente dos estúdios...
Eu adoro a dupla Cuarón e Iñárritu, então estou ansioso para as novas...
Abraço
http://eco-social.blogspot.com/
Ótimo! Até porque os caras que comandam os estúdios devem entender de dinheiro, então deixem o cinema pra quem entende, ora bolas! Abraços
Eu tô com o Túlio, e com o palavrão e tudo!
Bom, gente... obrigado aí pela participação. Opinião todo mundo tem. E fiquem a vontade pra falar palavrão, desde que não agridam ninguém, claro.
Abs a todos!
Otavio, mas eu agredi o Peter Jackson... ele pode?
huiahuiahuiahuiahuiahuia
abs!
Claro! Hahahhahaha... Ele nunca deixa comentários mesmo... problema dele...
Abs!
Ah Túlio, sem querer entrar na discussão mas já entrando (hehehe), eu gosto do Peter Jackson. Ontem vi "Almas Gêmeas" e achei ótimo, tanto que espero ver o diretor novamente comandando um drama - esse "Uma Vida Interrompida" parece ser bem interessante. Adoro a trilogia "O Senhor dos Anéis" mas não suportei sua versão para "King Kong" (apesar da técnica ser excelente). É um diretor que certamente não figura entre meus favoritos, mas assim como a Kamila estou confiante para esse novo projeto.
Acho mesmo uma ótima idéia esse novo negócio, só espero que diretores do nível de um Michal Bay comecem a fazer seus "pacotes" também...
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