Filme de Cao Hamburger representa o Brasil no Oscar
Há mais de dez anos, Rubens Ewald Filho disse algo assim em uma das transmissões do Oscar: "A Academia adora premiar filmes com criancinhas". Na época, ele tinha razão. Durante um bom tempo, o vencedor da categoria de Melhor Filme Estrangeiro trazia sempre um enredo emocionante com uma criança no elenco. Foi assim com Cinema Paradiso, Kolya, A Vida é Bela, entre outros.
Ultimamente, não tem sido bem assim, mas a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura acaba de divulgar a escolha de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, para representar o Brasil numa tentativa de emplacar umas das cinco vagas na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Logo quando todo mundo apostava no tão comentado Tropa de Elite, de José Padilha. E olha que tem um monte de gente em fóruns de sites norte-americanos discutindo o filme. Alguns comentários analisam se "Elite Squad" é melhor do que "City of God".
De repente, a decisão final do júri formado pelos jornalistas Ana Paula Sousa e Pedro Butcher, os cineastas Hector Babenco e Bruno Barreto, além dos críticos Rubens Ewald Filho e Leon Cakoff teve a intenção de indicar um filme com apelo sentimental mais forte para comover os votantes da Academia, enquanto Tropa de Elite traz um tema muito pesado. Como tem apoio de Harvey Weinstein, ex-chefão da Miramax, na distribuição nos EUA, o filme de José Padilha pode alcançar as categorias principais, como o francês Piaf - Um Hino ao Amor, que foi preterido por seu país de origem na vaga de Melhor Filme Estrangeiro. Por esses e outros motivos, Tropa de Elite caminha mesmo para ser o novo Cidade de Deus em termos de repercussão.
Mas tenho minhas dúvidas sobre a força de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias em conquistar a Academia. Ainda mais com a concorrência de filmes como Lust, Caution, de Ang Lee, o representante de Taiwan. Tropa de Elite seria uma opção para brigar de frente com outros países por causa de seu tema único diante do olhar mundial. Vai entender... De qualquer forma, o blog não pode deixar de torcer por Cao Hamburger, o pai do Castelo Rá-Tim-Bum.
Ultimamente, não tem sido bem assim, mas a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura acaba de divulgar a escolha de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, para representar o Brasil numa tentativa de emplacar umas das cinco vagas na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Logo quando todo mundo apostava no tão comentado Tropa de Elite, de José Padilha. E olha que tem um monte de gente em fóruns de sites norte-americanos discutindo o filme. Alguns comentários analisam se "Elite Squad" é melhor do que "City of God".
De repente, a decisão final do júri formado pelos jornalistas Ana Paula Sousa e Pedro Butcher, os cineastas Hector Babenco e Bruno Barreto, além dos críticos Rubens Ewald Filho e Leon Cakoff teve a intenção de indicar um filme com apelo sentimental mais forte para comover os votantes da Academia, enquanto Tropa de Elite traz um tema muito pesado. Como tem apoio de Harvey Weinstein, ex-chefão da Miramax, na distribuição nos EUA, o filme de José Padilha pode alcançar as categorias principais, como o francês Piaf - Um Hino ao Amor, que foi preterido por seu país de origem na vaga de Melhor Filme Estrangeiro. Por esses e outros motivos, Tropa de Elite caminha mesmo para ser o novo Cidade de Deus em termos de repercussão.
Mas tenho minhas dúvidas sobre a força de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias em conquistar a Academia. Ainda mais com a concorrência de filmes como Lust, Caution, de Ang Lee, o representante de Taiwan. Tropa de Elite seria uma opção para brigar de frente com outros países por causa de seu tema único diante do olhar mundial. Vai entender... De qualquer forma, o blog não pode deixar de torcer por Cao Hamburger, o pai do Castelo Rá-Tim-Bum.
postado por Otavio Almeida @ quarta-feira, setembro 26, 2007
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12 Comments:
Discordo, Otavio.
Adorei a seleção de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias". Sei que "Tropa de Elite" é um fenômeno, mas a gente tem que pensar nas chances concretas de um filme produzido por nós ser indicado ao Oscar. E eu acredito que os votantes da categoria de Melhor Filme Estrangeiro (senhores e senhoras aposentados, com tempo de assistir a todos os filmes) vão se emocionar e se conectar muito mais com a história do filme do Cao Hamburger. "Tropa de Elite" não causaria o mesmo efeito. Espero que ele consiga repetir o feito de "Cidade de Deus", que ficou de fora da disputa para melhor filme estrangeiro, mas conseguiu indicações nas categorias gerais do Oscar.
E "Piaf - Um Hino ao Amor" foi preterido por "Persepolis", que dizem é um filme sensacional. De qualquer maneira, as críticas, nos EUA, ao filme do Olivier Dahan foram mistas. "Piaf" vai ser indicado em uma categoria e vai sair vencedor: melhor atriz para Marion Cotillard (se bem que pode abocanhar alguma indicação em maquiagem, mas duvido que ganhe).
Acho que concordo mais com a Kamila, Otavio. Mesmo com o sucesso, acho que "Tropa de Elite" não teria chance alguma nessa categoria - "Cidade de Deus" foi um grande fenômeno na época e fez grande sucesso na Inglaterra, mas foi esnobado pela Academia. Acharia ótimo se "O Ano" fosse indicado pra filme estrangeiro e "Tropa de Elite" em outras categorias em 2009 - se for o novo "Cidade de Deus", como estão falando.
Abraço!
Kamila, vc acha que a Marion Cottilard vai ganhar como Melhor Atriz? O filme estréia quando em Natal? Já teve pré aqui no último final de semana, mas não vi.
Sobre TROPA DE ELITE X O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS, eu quis dizer que o tema do filme de José Padilha é diferente de todos os outros que devem ser indicados na categoria. Mas vcs têm razão. Mas tb penso que a Academia dá pouca importância a essa categoria.
Abs!
Otavio, você ainda tem dúvidas sobre a vitória da Marion Cotillard no Oscar 2008? A atuação dela é a mais comentada no ano (tão quanto foi comentada a de Helen Mirren, em 2006) e o nome dela é, de longe, o único certo no Oscar 2008. Acho que a única coisa que se coloca contra ela é a barreira da língua, o fato do papel dela ser num idioma estrangeiro.
O trailer de "Piaf - Uma História de Amor" já está passando nos cinemas daqui. A data de estréia prevista para o filme é o dia 12 de Outubro. No entanto, levando em consideração os últimos atrasos de lançamentos na minha cidade, só Deus sabe se "Piaf" realmente estreará por aqui.
Quanto à disputa de melhor filme estrangeiro: é claro que o filme do José Padilha tem um tema diferente, e conectado com essa preocupação social que parece ser um tema recorrente no cinema atual. No entanto, acredito que "Tropa de Elite" é um filme perfeito para as categorias gerais do Oscar, com um grupo de votantes mais heterogêneo. Dificilmente, um filme como "Tropa" agradaria ao grupo de velhinhos simpáticos que vota na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Mas como vc bem sabe, TROPA DE ELITE não vai ganhar nada. Sobre a Marion Cottilard, eu perguntei por causa desse problema da "língua".
Bjs!
Apesar de achar Tropa de Elite um filme mais pesado pras demais categorias do Oscar, pra concorrer de frente mesmo..Acho que pra categoria Melhor Filme Estrangeiro "O Ano em que meus pais saíram de férias" é uma boa sim!!! O filme tem cara dessa categoria...sentimental, simples...
eu o acho um filme muitíssimo bom!
Apesar de achar difícil até a sua escolha entre as indicações...maaas
fica a torcida de novo!!!
Bom, vou repetir o que disse no blog do Vinicius, acho que quem deveria escolher o representante seria o povo com a bilheteria.
Sabe que vc tem razão, Cassiano? Ou melhor, concordo com vc.
Abs!
Ainda não vi nenhum dos dois filmes, mas concordo com Kamila. Acho que os velhinhos da Academia não tem estômago pra uma boa dose da realidade social brasileira.
Cassiano, acho que escolher o filme brasileiro que nos representará de acordo com a bilheteria é errado, porque estaríamos sujeitos a filmes de qualidade duvidosa - se bem que "Tropa de Elite" já é o filme nacional mais visto no ano.
Otavio, quanto à barreira da língua no caso da Marion Cotillard é um problema, sim; mas, como eu disse, a atuação dela é tão bem falada e comentada, que eu acho que isso nem vai ser um problema muito grande.
Apesar de naum acreditar na indicação achei a escolha muito apropriada, tenho muitas dúvidas se Tropa de Elite conseguiria arrebatar a indicação como filme estrangeiro, acho q seria o mesmo caso de Cidade de Deus.Pelo menos esse ano eles naum se renderam aos apelos das bilheterias internas como as péssimas escolhas de Olga e 2 filhos de Francisoco q nem de longe tinham a força internacional de Casa de areia e O Outro lado da rua.
Olha, Otavio, parece que a barreira da língua não vai ser problema para a Marion Cotillard. A temporada de premiações mal começou e ela já acumula prêmios, nos EUA:
http://theenvelope.latimes.com/awards/env-cotilliard27sep27,0,5315369.story?coll=env-home-headlines
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