segunda-feira, abril 07, 2008

Jumper


"O filme não tem história". "A história é fraca". Quantas vezes você ouviu alguém analisando um filme dessa forma? E o que a palavra "história" significa nessas expressões? Jumper (2008) é um belo exemplo para explicar a ligação entre história, idéia e roteiro na avaliação de um filme.

Para começo de conversa: TODOS os filmes têm histórias. TODOS. Boa ou ruim, ela sempre está lá. Já idéia é uma coisa e roteiro é outra completamente diferente. Então, vamos lá, o que é uma idéia?

Vamos nos concentrar no exemplo de Jumper. O diretor Doug Liman (A Identidade Bourne, Sr. e Sra. Smith) e os roteiristas David S. Goyer, Jim Uhls e Simon Kinberg se inspiraram no livro de Steven Gould sobre pessoas dotadas do poder do teletransporte. David Rice (Hayden Christensen) é um deles. Num piscar de olhos, ele consegue ir a qualquer parte do mundo ou simplesmente atravessar portas, cofres, qualquer coisa. Em pouco tempo, o malandro descobre que não é o único de sua espécie e começa a ser caçado por uma sociedade secreta de paladinos (!) liderada pelo pagador de micos Samuel L. Jackson.

Quando é que você viu um filme sobre gente que se teletransporta? Ok. Em Star Trek, isso acontecia com a ajuda da Enterprise. Em Harry Potter, os bruxos não se teletransportam. Eles "aparatam". E em X-Men, temos a Kitty Pride (Ellen Page) atravessando paredes. Mas até aí, Jumper explora essa idéia interessante para sustentar um filme inteiro. Parece novidade. Ou seja, a idéia é boa, e concluímos essa parte do texto.

Ao contrário do que pensa a maioria dos executivos de Hollywood, uma idéia promissora não significa um bom roteiro ou um bom filme. Jumper parte de uma idéia legal, mas, como todo filme, precisa de um roteiro competente para seguir em frente. Dito isso, posso imaginar que os problemas de Jumper começaram antes mesmo das filmagens, afinal o roteiro é péssimo. Se é que existe um roteiro.

Mas o filme foi feito assim mesmo. Não teve jeito. Jumper parece uma sucessão de efeitos visuais bacaninhas e improvisações dos atores - o que não ajuda, pois todos estão horrorosos. Quem reclamou de Hayden Christensen em Star Wars, precisa ver o que ele apronta em Jumper. George Lucas tirou leite de pedra.

Jumper é uma fórmula (nem faltam os tradicionais motivos para uma futura seqüência), mas não deixa de ser um filme com história. Uma história que saiu de uma boa idéia trabalhada em um péssimo roteiro. Aliás, o diretor Doug Liman vive de idéias, mas não consegue acertar. Ainda bem que as seqüências de A Identidade Bourne foram desenvolvidas pelo diretor Paul Greengrass, que compreende a importância do roteiro como ponto de partida para um filme.

Jumper (2008)
Direção: Doug Liman
Roteiro: David S. Goyer, Jim Uhls e Simon Kinberg (Inspirado no livro de Steven Gould)
Elenco: Hayden Christensen, Rachel Bilson, Samuel L. Jackson, Diane Lane e Jamie Bell

13 Comments:

At 10:30 PM, abril 07, 2008, Anonymous Anônimo said...

Jumper é bem comunzinho. E confesso que sofro tentando diferenciar o que é história de roteiro com meus amigos e colegas de trabalho. Boa análise. Realmente não passa de uma boa idéia, talvez ótima. E considero o roteiro o grande pecado aqui. É quase nulo. Além dos personagens sem charme, incluindo um protagonista tolo que nem cativa a audiência, furos e mais furos, subtramas sem sentido e diálogos sofríveis. Para mim, Doug Liman se saiu bem ao conseguir fazer com que os efeitos trabalhassem a favor de sua narrativa, ao invés de contra, como acontece na maioria das bombas. Por isso não é uma bomba. É um filme fraco, apenas. Divertimento é máximo que podemos tirar, e talvez nem isso, só frustração. Até o elenco decepciona, o principal então nem se fala. E que foi aquela ponta de Kristen Stewart?? Algum favor para alguém?? Ninguem merece.

2/5 estrelas

Ciao!

 
At 11:21 PM, abril 07, 2008, Anonymous Anônimo said...

Puxa, é tão ruim assim? Por ser do Doug Liman, até pensei que poderia ser 'mais ou menos'. Sem dúvida verei apenas no DVD...

 
At 10:32 AM, abril 08, 2008, Blogger Otavio Almeida said...

Wally, achei comunzinho até demais, afinal a idéia era muito boa.

Vinicius, acho que você não perde nada esperando pelo DVD.

Abs!

 
At 10:42 AM, abril 08, 2008, Blogger Dr Johnny Strangelove said...

Rapaz, para você vir aqui dizer que George Lucas tirou leite de pedra ... senti o drama do filme ... mas pelo menos em Awake, ele tá aturavel mas se não fosse o tema do filme ...

e Jumper ... sei não ... é melhor baixar o filme do que gastar dinheiro com isso ...

visse de graça ou pagasse?

 
At 11:02 AM, abril 08, 2008, Blogger Museu do Cinema said...

Eu gosto muito do Doug Liman, mas da época de Swingers e Go!

 
At 12:23 PM, abril 08, 2008, Blogger Pedro Henrique Gomes said...

Agora eu acho que vou desistir do cinema de amanha...
Vou mudar meu objetivo para "Awake"...opa, deve ser bomba também, então devo assistir "Loucas por Amor Viciadas em Dinheiro", xiii, e vai piorando...hehehe.

Falando sério, iria ver Jumper, mas nem estava muito empolgado, agora menos ainda. Devo ver "Shine a Light"...

Abraço!!!

 
At 3:13 PM, abril 08, 2008, Blogger Rodrigo Fernandes said...

tbm concordo contigo, aliais vi ele antes de ser lanaçdo nos cinemas, pela net.. nucna faço isso, mas têm filems que não merecem o meu rico e suado dinheirinho, hehehe... perdão aos estúdios milionários de Hollywood...rs...
Jumper poderia ter sido muito melhor, principalmente se mostrasse um pouco mais da tal guerra de séculos entre jumpers e paladinos, ou desenvovlesse mais seus personagens...
O filme deixa claro que irá ter uma sequencia... nem sei se já foi anunciado isso, não pesquisei sobre isso, mas terá... e isso talvez seja até bom... vai que outro assuma a direção como aconteceu com o o agente Bourne ou que o Doug saque que o filme pode ser melhor explorado...
mas de fato pra mim, foi uam gardne decepção, nem achei as cenas e ação tão boas como todo mundo tá falando.. sei lá, não curto esse ritmo acelerado que andam impondo nas cenas com efeitos especiais, tem cenas que vc não consegue acompnhar direito, é horrivel..rs...e nada de inovador nos efeitos..enfim.. comum...
abraços

 
At 4:15 PM, abril 08, 2008, Blogger Kamila said...

Otavio, como vou assistir "Jumper" amanhã (sem maiores expectativas em relação à obra), volto com calma - depois - para comentar e ler seu post.

Beijos.

 
At 5:48 PM, abril 08, 2008, Blogger Otavio Almeida said...

Johnny, eu gastei dinheiro.

Cassiano, pra te falar a verdade, eu só gosto de A IDENTIDADE BOURNE.

Pedro, você gosta de Stones? Se gosta, faça um favor a si mesmo.

Rodrigo, eu só acho que é demais fazer dois filmes para acertar uma história que começou mal. Mas isso é Hollywood. Lembra do tempo em que um filme precisava faturar muito para ter uma "Parte 2"?

Kamila, vá sem expectativas. Eu já esperava uma nova (no sentido de "original") ficção-científica.

Abs!

 
At 5:53 PM, abril 08, 2008, Anonymous Anônimo said...

Ainda bem que na última fez que fui no cinema optei por Reservation Road. Essa crítica me afastou mais ainda de ver esse filme, talvez em dvd e olhá lá. Abs.

 
At 10:27 PM, abril 08, 2008, Blogger Unknown said...

Assim você me mata. Melou meu programa de sexta à noite. :-) Não vou ver mais "Jumper". Vou rever "Sangue Negro".
Abraço!

 
At 1:27 PM, abril 09, 2008, Blogger Dr Johnny Strangelove said...

rapaz, senti a dor ... no bolso ...

 
At 6:28 PM, abril 09, 2008, Blogger Kamila said...

Otavio, como prometido, estou de volta. :-)

"Jumper" até começa de maneira interessante, mas, a partir do momento em que os Paladinos aparecem, o filme se perde completamente.

Uma pena o que acontece com Doug Liman. Eu gostava tanto de assistir aos filmes dele.

Beijos.

 

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