sexta-feira, maio 18, 2007

Five Easy Pieces


Filmes Eternos


Por Denis Torres Ferreira*


Cada um Vive Como Quer (Five Easy Pieces, 1970) é um dos filmes marcantes da contracultura – tão em voga no início da década de 70. É também um veículo feito sob medida para Jack Nicholson, que consolidou sua carreira como megastar e também a imagem de rebelde, sendo indicado ao Oscar de Melhor Ator pelo papel.

Feito um ano após Easy Rider, que é o ícone máximo desse movimento, Cada um Vive Como Quer foi definitivo para o amadurecimento de Jack Nicholson como ator – sendo o seu primeiro papel realmente sério e importante. Em Easy Rider, ele está solto e descontraído, já em Cada um Vive Como Quer, seu personagem é mais centrado e complicado. Analisando a partir da persona de Nicholson, o filme atua como uma ponte entre Easy Rider e Um Estranho no Ninho, clássico de Milos Forman em que ele atinge a sua expressão máxima como ator, com uma desenvoltura que poucos conseguiriam usar para representar o tipo louco, cínico e rebelde, mas sem jamais perder o charme.

A história gira em torno de Robert E. Dupea (Nicholson), pianista de talento, de família abastada, que largou sua vocação e foi trabalhar como peão num campo de petróleo. Sem falar com o pai há anos, Dupea é um homem que ainda não encontrou um lugar ao sol, sempre inconformado com as regras e convenções da sociedade, e que as desafia inutilmente, prejudicando cada vez mais a sua vida e as pessoas de seu círculo. Uma das cenas mais famosas do filme é quando Dupea vai a um diner, típico bar e restaurante americano de beira de estrada, e briga com uma garçonete que não consegue atender ao seu pedido. É hilário!

Cada um Vive Como Quer foi o primeiro filme de uma suposta trilogia desconexa, toda dirigida por Bob Rafelson e estrelada por Nicholson (os trabalhos seguintes foram O Dia dos Loucos e Sangue e Vinho). Cada um Vive Como Quer é disparado o melhor dos três, porém vale a pena dar uma olhada em Sangue e Vinho, afinal possui uma história interessante e reúne dois grandes atores que jamais haviam trabalhado juntos: Jack Nicholson e Michael Caine.

*Pessoal, Denis Torres Ferreira estréia no blog como colaborador. Cinéfilo e são-paulino roxo, ele começa justamente abrindo a área "Filmes Eternos", onde HOLLYWOODIANO pretende relembrar produções clássicas e cults. Espero que gostem.

6 Comments:

At 4:40 PM, maio 19, 2007, Anonymous Anônimo said...

Legal! Gostei bastante. Seria bom lembrar do esquecido Perdidos na Noite, do qual parece que vc gostou até mais do que eu.

 
At 7:10 PM, maio 19, 2007, Anonymous Anônimo said...

Muito bom. Aliás é sempre bom ver os filmes antigos em que o Nicholson trabalhou. Filmes que caberiam bem nessa seção aqui são Todos os Homens do Presidente, de Alan J. Pakula e Excalibur, de John Boorman.

(http://claque-te.blogspot.com): Maria Antonieta, de Sofia Coppola.

 
At 7:33 PM, maio 19, 2007, Blogger Flávia said...

Muito legal! Acho ótimo falar de filmes clássicos, que nem todo mundo conhece, mas que são referência para muita coisa que é feita hoje.
Bjs!

 
At 8:48 AM, maio 20, 2007, Blogger Wiliam Domingos said...

Também acho bacana...
os clássicos são eternos e ricos!
precisam ser lembrados...
este eu não conheco, mas se é com o Nicholson então deve valer a locação!
Putz, estava lendo a matéria do post de baixo....engraçado!
Gostei da proposta de Rob Zombie, apesar de ser um risco ele na direção...
Melhor Cuaron...
Abraço(Ah Pequena Miss Sunshine acho que ainda não esta a venda)

 
At 11:56 PM, maio 20, 2007, Blogger Alex Gonçalves said...

Ótima estréia, Denis.
É sempre bom dedicar uma seção para os filmes produzidos a um bom tempo, pois é um ótimo vínculo para alertar aos cinéfilos de filmes clássicos, mas desconhecidos para algum. E começou muito bem, pois preciso começar a visitar o início do estrelato de Jack Nicholson.
Ótima semana para vocês.

 
At 10:27 AM, maio 21, 2007, Blogger Túlio Moreira said...

Putz, tenho muita curiosidade nos filmes americanos dos anos 70, todo aquele movimento de caos, como nos filmes de Lynch, Scorsese e Coppola.

E Jack sempre é obrigatório, quero conferir esse também.

Ótima idéia, Otavio, e parabéns Denis!

abs!

 

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