Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
Nessa altura, vamos ser honestos, somente quem gosta das aventuras do Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) vai comprar ingresso para ver Piratas do Caribe – No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean – At World’s End, 2007). Os episódios da trilogia bilionária do diretor Gore Verbinski e do produtor Jerry Bruckheimer também não são filmes perfeitos. A única pretensão de Piratas do Caribe é divertir. Nesse ponto, a série é infalível. E o terceiro e (até agora) último filme não decepciona os fãs.
A trilogia sempre chamou minha atenção para um detalhe: Verbinski, Bruckheimer e os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio só podem ter buscado inspiração em Star Wars (a trilogia original). Não na mitologia desenvolvida por George Lucas, mas na estrutura de roteiro. Veja bem: Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra começa como uma aventura despretensiosa com os lados do bem e do mal bem definidos, assim como o Star Wars, de 1977. Em Piratas do Caribe – O Baú da Morte, a série ganha contornos épicos e mais sombrios. E tudo dá errado para os heróis, inclusive um deles é capturado no final, assim como em O Império Contra-Ataca. Já o novo Piratas do Caribe – No Fim do Mundo segue a cartilha de O Retorno de Jedi. O primeiro ato consiste no resgate de Jack Sparrow (em Star Wars é a busca por Han Solo que move os personagens), enquanto o segundo se concentra na preparação para a batalha final, que encerra o filme.
Ou seja, não é uma cópia descarada como Eragon, mas simplesmente Piratas do Caribe segue uma estrutura que costuma dar certo em Hollywood. Nenhum deles é um filmaço porque não se trata de um projeto autoral – como foram O Senhor dos Anéis, o Star Wars original e as aventuras de Indiana Jones. Piratas do Caribe seguiu essa fórmula e acertou graças ao comando do produtor Jerry Bruckheimer, que obviamente controlou a trilogia, e o talento de Johnny Depp. Quando seu Jack Sparrow retorna em No Fim do Mundo, o filme e a platéia vão juntos com ele. Seu cinismo continua irresistível e ainda cruza com a figura única de Keith Richards, que interpreta o seu pai. Infelizmente, o guitarrista dos Rolling Stones tem pouquíssimo tempo em cena, mas ele consegue aproveitá-lo para exibir um solo.
Por mais estranho que isso pareça em um blockbuster de Bruckheimer, a verdade é que No Fim do Mundo é o filme mais complexo e poético dos três. Sério. Claro que isso é bem ralo, mas o sentimento é representado por belíssimas cenas de impacto visual, como os piratas cantando na abertura do filme e, principalmente, no limbo (os domínios de Davy Jones), onde se encontra Jack Sparrow, além de uma certa ousadia no destino de alguns personagens.
Mas o filme é basicamente isso: uma preparação para a batalha final. Quando a seqüência surge nos 30 ou 40 minutos finais (são cerca de 2h50 de projeção), ela é monumental e atinge um patamar jamais alcançado anteriormente pela série Piratas do Caribe. É empolgante, emocionante e você se contorce na cadeira do cinema torcendo por Jack Sparrow & Cia. Talvez seja a melhor cena de batalha do cinema desde que O Senhor dos Anéis deixou saudades. E é uma das poucas franquias que não copiou as loucuras de Peter Jackson. Mas se você não é um fã, passe longe dos cinemas. No Fim do Mundo é longo, exagerado e não é um filme de Bergman ou Truffaut. A última parte da série é para ser degustada com pipoca e refrigerante e vale um ingresso muito caro. Cinema AINDA é a maior diversão.
A trilogia sempre chamou minha atenção para um detalhe: Verbinski, Bruckheimer e os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio só podem ter buscado inspiração em Star Wars (a trilogia original). Não na mitologia desenvolvida por George Lucas, mas na estrutura de roteiro. Veja bem: Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra começa como uma aventura despretensiosa com os lados do bem e do mal bem definidos, assim como o Star Wars, de 1977. Em Piratas do Caribe – O Baú da Morte, a série ganha contornos épicos e mais sombrios. E tudo dá errado para os heróis, inclusive um deles é capturado no final, assim como em O Império Contra-Ataca. Já o novo Piratas do Caribe – No Fim do Mundo segue a cartilha de O Retorno de Jedi. O primeiro ato consiste no resgate de Jack Sparrow (em Star Wars é a busca por Han Solo que move os personagens), enquanto o segundo se concentra na preparação para a batalha final, que encerra o filme.
Ou seja, não é uma cópia descarada como Eragon, mas simplesmente Piratas do Caribe segue uma estrutura que costuma dar certo em Hollywood. Nenhum deles é um filmaço porque não se trata de um projeto autoral – como foram O Senhor dos Anéis, o Star Wars original e as aventuras de Indiana Jones. Piratas do Caribe seguiu essa fórmula e acertou graças ao comando do produtor Jerry Bruckheimer, que obviamente controlou a trilogia, e o talento de Johnny Depp. Quando seu Jack Sparrow retorna em No Fim do Mundo, o filme e a platéia vão juntos com ele. Seu cinismo continua irresistível e ainda cruza com a figura única de Keith Richards, que interpreta o seu pai. Infelizmente, o guitarrista dos Rolling Stones tem pouquíssimo tempo em cena, mas ele consegue aproveitá-lo para exibir um solo.
Por mais estranho que isso pareça em um blockbuster de Bruckheimer, a verdade é que No Fim do Mundo é o filme mais complexo e poético dos três. Sério. Claro que isso é bem ralo, mas o sentimento é representado por belíssimas cenas de impacto visual, como os piratas cantando na abertura do filme e, principalmente, no limbo (os domínios de Davy Jones), onde se encontra Jack Sparrow, além de uma certa ousadia no destino de alguns personagens.
Mas o filme é basicamente isso: uma preparação para a batalha final. Quando a seqüência surge nos 30 ou 40 minutos finais (são cerca de 2h50 de projeção), ela é monumental e atinge um patamar jamais alcançado anteriormente pela série Piratas do Caribe. É empolgante, emocionante e você se contorce na cadeira do cinema torcendo por Jack Sparrow & Cia. Talvez seja a melhor cena de batalha do cinema desde que O Senhor dos Anéis deixou saudades. E é uma das poucas franquias que não copiou as loucuras de Peter Jackson. Mas se você não é um fã, passe longe dos cinemas. No Fim do Mundo é longo, exagerado e não é um filme de Bergman ou Truffaut. A última parte da série é para ser degustada com pipoca e refrigerante e vale um ingresso muito caro. Cinema AINDA é a maior diversão.
Abaixo, as notas do blog para Piratas 1 e 2:
Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra
Piratas do Caribe - O Baú da Morte
Piratas do Caribe - O Baú da Morte
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean - At World's End, 2007)
Direção: Gore Verbinski
Elenco: Johnny Depp, Keira Knightley, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Chow Yun-Fat e Bill Nighy
16 Comments:
Quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver, quero ver!
;-)
Bjs
Otavinho,
Vc está escrevendo cada vez melhor. Fiquei muito orgulhosa desta sua crítica do Piratas do Caribe. Orgânica, bem-fundamentada, informativa. É flagrante a sua evolução como crítico. Só não precisa ficar defendendo o cinena de entretenimento. Até porque o desenvolvimento do personagem do Deep é fantástico, com uma ambiguidade - inclusive sexual - não muito característica de Blockbuster. Aliás, este é um viéz legal: a maneira como alguns filmes de Hollywood incorporam elementos estéticos e ou narrativos da tradição narrativa menos linear. Estes filmes têm de ser comemorados.
Parabéns, de toda forma. Quando for substituir o Merten, não esqueça dos amigos. E FO!
Marcelo
muito ORGULHOSO, eu quis dizer
Eu entendi, Marcelo! Muito obrigado pelas palavras!
Abs!
Concordo que não é um grande filme, nem os outros foram... mas é aquela coisa, ou vc assite ou fica feito um ET sem tr assunto, porque as pessoas, de repente, começa a só falar disso. Ai que nervo!
Enfim, deve haver coisas que se aproveita... E concordo que o cinema ainda é a maior diversão!
Bjs
Otavio, já enviei algo para o Zona do Agrião. Não sei se ficou muito bom, mas enviei, hehehe. Quanto à crítica, está ótima e espero ansiosamente o momento de ver o filme (não sei se vou puder nesse fim de semana, afinal a faculdade está mais implacável nesse fim de semestre). Li outra crítica que também fala que filme é muito melhor nos 30 minutos finais. Eu adoro a série e acho que devo gostar desse também.
Minhas cotações pros outros seriam 4 em 5 estrelas (ou nota 8 pro primeiro e 8,5 pro segundo).
Abraço!
Otavio, parabéns pela cobertura do lançamento desse filme...
mas tô triste porque dessa vez vou ter que ficar de fora da roda de opiniões cinéfilas. não vi nenhum dos dois filmes anteriores e provavelmente não terei saco para ver esse terceiro sem ter conferido os outros.
mas fica pruma próxima, hehehehe
abs e bom fim de semana!
haihaihiah
como o Tulio, eu tb não vou poder comentar tão bem!!!!!
na verdade, eu vi o primeiro filme...mas não vi nada de mais, legalzinho, mas...
Enfim....xD
abraço
http://eco-social.blogspot.com/
Eeee! Já vi! Eu gostei, é mesmo muito divertido e tem cenas visualmente impressionantes. E ainda tem Jack Sparrow e Davy Jones (acho os dois personagens e as atuações incríveis). Só é meio cansativo por ser longo demais.
Bjss!
Otávio, só você mesmo para conseguir tirar algo de bom desse filme...
"No Fim do Mundo" repete os mesmos erros de "O Baú da Morte". Um excesso de sub-tramas, que prejudica o andamento do filme.
Só concordo quando você diz que as cenas de ação são ótimas. Mesmo assim, o filme não conseguiu me empolgar. Eu torcia mesmo era para que ele terminasse.
Espero, sinceramente, que esta seja a última vez que qualquer um dos personagens desse filme apareçam no cinema.
Assisti hoje. Acho que para seu propósito, que é apenas entretenimento mesmo (famoso filme pipoca) ficou bom até, mas podia ter uma hora a menos.
Ah, hoje eu mando algo para o Agrião do jogo contra o Sport. Abraço!
Por não perder o controle em um momento sequer, eu prefiro o filme original, "A Maldição do Pérola Negra". Entretanto, "No Fim do Mundo" consegue mesclar aventura, humor e efeitos especiais com tanta harmonia que é impossível lamentar que raramente os Blockbusters são capazes de atingir o mesmo feito. Diverti demais nas três horas sentado na poltrona, e caso surja uma quarta aventura, ela será muito bem-vinda!
Este comentário foi removido pelo autor.
Vi o filme hoje e gostei bastante! Acho que se equivale aos demais da série, apesar de ser um poquinho inferior aos anteriores. Adorei o tom mais dark, bem como a atuação do Depp (sempre roubando a cena) e todas as aparições da Keira Knightley (linda e bem melhor do que no segundo filme). Achei a comparação com "Star Wars" bastante pertinente. Uma ótima trilogia, não ficaria triste em ver os personagens numa nova aventura. Minhas cotações são as seguintes:
1º O Baú da Morte **** [8,5]
2º A Maldição do Pérola Negra **** [8,0]
3º No Fim do Mundo **** [8,0]
Oba, Vinicius! Não estou sozinho nesta cruzada de defender o filme!
Abs!
Gostei muitíssimo do filme. Como os outros, oferece exatamente o que promete. Cap. Jack rules!
Maldicão do Pérola Negra: 3.5/4 ou 4/5 [9.0]
Os outros dois: 3/4 ou 4/5 [8.0]
Maldicão me marcou mais que qualquer um deles.
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