quarta-feira, dezembro 31, 2008

FELIZ ANO NOVO


Vocês são fascinantes! Obrigado por tudo! E até 2009!

Rede de Mentiras

"Ei, Russell, nós ralamos pra chegar até aqui, cara...
Sabe que ainda tenho pesadelos com aquele filme que fizemos com a Sharon Stone?"



Rede de Mentiras (Body of Lies, 2008) tinha tudo para ser o filme norte-americano definitivo sobre o estudo da atual guerra contra o terrorismo. Talvez ainda mais que Syriana. Bom, era o que eu esperava. Mas a seriedade do longa de Ridley Scott está só na fachada.

Antes de criticar, acho que é preciso conhecer o cinema de Ridley Scott, diretor que veio da publicidade. Seus melhores filmes - é verdade - não negam a origem de seu talento inegável. Scott pode ser um diretor que, como poucos, sabe manipular som, luzes e cores para nos contar uma boa história, mas dizer que ele é formalista e mais preocupado com a estetização das imagens por ser publicitário, aí já parece falta de conhecimento de leigo metido a sabichão. Na verdade, qual é o problema de Ridley Scott ser um ótimo diretor de filmes que privilegiam o cinema-espetáculo? Para mim, nenhum. Não tenho esse preconceito. E Ridley Scott sabe fazer isso muito bem. Vide Os Duelistas, Alien, Blade Runner, Gladiador e Falcão Negro em Perigo - seus melhores filmes. Ao mesmo tempo, acho que seus longas (os bons e os "menos bons") oferecem um panorama fascinante sobre o presente e o futuro da Humanidade. Mas isso é coisa da minha cabeça. Eu costumo defender Ridley Scott. Gosto até do "massacrado" Um Bom Ano. Juro!

Agora, o que eu posso dizer se o próprio Ridley Scott quer mudar de um gênero para outro como uma criança tem dúvidas na hora de escolher seu presente de Natal? Não é tarefa fácil, mas respeito suas decisões como cineasta com a necessidade de desafiar seus próprios limites. Mas também penso que um bom diretor deveria ser autor não somente por sua linguagem. As imagens, os cenários, os lugares comuns também deveriam representar assinaturas. Para mim, Ridley Scott só deveria fazer ficção cinetífica e épicos grandiosos. O cara sabe olhar um desenho e enxergar movimento. Mas fazer o quê?

No início, Scott apresenta seu Rede de Mentiras como um filme extremamente sério sobre o combate ao terrorismo. Leonardo DiCaprio é Roger Ferris, um agente de campo da CIA, perseguindo um Osama bin Laden da vez no Oriente Médio. Russell Crowe é Ed Hoffman, seu senhor da guerra rodeado de tecnologias para assessorá-lo dentro do território do Tio Sam. O primeiro é impetuoso, idealista e, digamos, bonzinho até o último fio de cabelo. O segundo é frio, calculista e jamais se importaria com a segurança de seu agente se isso ameaçasse a paz dos EUA. O embate entre os dois poderia apresentar uma construção ou um desenvolvimento muito mais interessante, mas, de novo, eu digo: Fazer o quê? Ora, Ridley Scott não esconde sua origem publicitária e fica doido pra testar uma iluminação diferente aqui e outra ali. Doido para que a correria e a ação tomem conta da história. O agente interpretado por DiCaprio praticamente faz as mesmas coisas que James Bond - atira, foge de explosões e é salvo na hora H. Ah, e ainda tem tempo pra namorar... você sabe como funciona. Ou seja, não dá pra levar a sério.

Isso não seria problema se Scott assumisse sua tara por filmes gigantescos. É o que ele faz de melhor. Como análise do horror da guerra, que conta cadáveres de soldados para enriquecer governantes, Rede de Mentiras até poderia ser um complemento a Falcão Negro em Perigo, por exemplo. Mas Scott não decide se quer fazer espetáculo ou se quer ser didático. E como a ação vai e volta sem aviso prévio, o personagem mais legal do roteiro de William Monahan (Os Infiltrados), adaptado do livro de David Ignatius, jornalista do Wall Street Journal que cobriu as peripécias da CIA no Oriente Médio, também termina com um aproveitamento de time de segunda divisão. Falo de Hani (o ótimo Mark Strong), o chefe da inteligência da Jordânia, que oferece ajuda a Roger Ferris. É um personagem surpreendente, mas que é facilmente esquecido, já que o importante aqui é curtir a ação elaborada por Ridley Scott.

Entenda: Tecnicamente, o filme é perfeito. E os atores são ótimos. Mas se o diretor de Falcão Negro em Perigo e Gladiador queria mesmo era fazer espetáculo, ele deveria assumir essa intenção durante as duas longas e confusas horas de Rede de Mentiras. Ou ele deveria ser sério do início ao fim. Claro que, às vezes, dá pra encontrar um equilíbro. Mas Rede de Mentiras não é Fogo Contra Fogo ou O Resgate do Soldado Ryan. Fazer o quê?

Rede de Mentiras (Body of Lies, 2008)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: William Monahan (Baseado no livro de David Ignatius)

Elenco: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe, Mark Strong e Golshifteh Farahani

terça-feira, dezembro 23, 2008

Feliz Natal


Você já deve ter visto e revisto A Felicidade Não Se Compra, o clássico de Frank Capra que eu sempre preciso relembrar na época do Natal. Sem essa obra-prima tomando conta de minha alma e de meu coração, ao menos uma vez por ano, e principalmente nesta data, eu jamais poderia deixar aqui os meus votos de FELIZ NATAL! Para toda a sua família. Para todos os seus amigos. E especialmente para você.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Deus, por que não me fizeste Brad Pitt?


Entre todos os galãs da Hollywood atual, Brad Pitt é o mais falado, desejado, cobiçado e todo tipo de "ado" que você possa imaginar. Menos aquele que começa com "vi", afinal, que a gente saiba, o cara ganhou carinhos múltiplos e assistência 24 horas de Gwyneth Paltrow, Jennifer Aniston e Angelina Jolie.

Até hoje, no entanto, Pitt só foi indicado ao Oscar uma vez - como Melhor Ator Coadjuvante, por Os 12 Macacos. Em 2009, pode ser que seu nome esteja entre os finalistas ao prêmio máximo do cinema como Melhor Ator, por O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fincher, filme que é a sensação do ano. Se bem que, para mim, o sujeito merecia também uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante, por Queime Depois de Ler. Ele está engraçadíssimo no filme dos Irmãos Coen. Admita. Aliás, a cena que envolve Brad Pitt, George Clooney e um armário é uma das mais extraordinárias do ano. É de chorar de rir.

Eu mesmo tive problemas em admitir que Brad Pitt é um cara legal. Nas tentativas inconseqüentes e imprudentes de controlar minhas vontades (e obsessões) de adolescente, como todo bom rapaz interessado em meninas, eu torcia o nariz para aquele "mala", que levava a mulherada ao cinema para ser enganada com truques baratos como Lendas da Paixão, épico romanticuzinho dirigido por Edward Zwick em 1994 - ainda dou risada na cena final quando o urso persegue Pitt em velocidade estilo Os Trapalhões. É demais de ruim. Mas até que o astro fez um filme bom naquele mesmo ano. Falo de Entrevista Com o Vampiro, de Neil Jordan. É meiguei, mas não é somente bom. Na verdade, acho um Filmão com F maiúsculo. E a Kirsten Dunst deu ali não somente uma bitoca Lolita no Brad Pitt ou seu cartão de visitas aos cinéfilos, mas também entregou sua melhor atuação até hoje.

Para minha surpresa, nos anos seguintes, Pitt deixou um pouco de lado a superexeposição de seu apelo junto ao público feminino. Caí do cavalo. E ainda bem que o diretor David Fincher estava em seu caminho. Fomos presenteados com Seven e Clube da Luta, dois dos melhores e mais ousados filmes da década passada. O problema foi todo da mulherada que queria Brad Pitt fazendo cara de McDreamy. Mas é claro que as fãs inteligentes gostaram, afinal não dá para gostar de cinema e virar a cara para o ator em filmes de primeira como esses dois assinados por David Fincher e Os 12 Macacos, de Terry Gilliam.


Em pouco tempo, Brad Pitt entrou para a turma do astro George Clooney e do diretor Steven Soderbergh. União que deu muito certo para as carreiras de todos os envolvidos. União que foi além de 11, 12, 13 homens, vários segredos, muita diversão e muitos dólares. Está certo que só o primeiro filme vale alguma coisa, e que Pitt fez bobagens como Encontro Marcado, A Mexicana, Tróia e Sr. e Sra. Smith - embora deste último ele tenha saído com um mulherão na bagagem e diversas crianças adotivas internacionais -, mas é um astro que sabe escolher filmes (e os profissionais certos) capazes de transformá-lo num ator cada vez melhor.

Esforçado e esperto, Brad Pitt já trabalhou com grandes diretores. E exatamente nesta quinta-feira, dia 18 de dezembro, o astro completa 45 anos, o que quer dizer que ele ainda tem muita coisa pela frente. Quem sabe? De repente vem uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, por O Curioso Caso de Benjamin Button, de presente de aniversário no mês que vem. Em 2009, inclusive, ele será o astro do novo filme de Quentin Tarantino, Inglourious Basterds. Não é pouca coisa. E é interessante notar como ele chegou até aqui sem ter no currículo um personagem indispensável para a cultura pop construída pelo cinema. Ele não foi Batman, nem o Coringa e acho que também não será o Capitão América. Não foi um Jedi, nem esteve na Terra-Média. Nada disso. Não foi Indiana Jones ou Dirty Harry. Um dia, pode até ser que ele ganhe um papel que ocupe o imaginário coletivo, mas será que isso seria realmente necessário?

O que mais importa nesta vida talvez seja a família. E os amigos. Acredito nisso. E Brad Pitt tem as melhores pessoas do show business ao seu lado. Tanto na vida pessoal quanto na profissional. Precisa mais? Nada mal para um ator que foi obrigado a correr do urso de Lendas da Paixão como Didi Mocó faria. E essa história definitivamente não acaba aqui. Deus, por que será que eu não nasci Brad Pitt?

terça-feira, dezembro 16, 2008

Sean Penn vai muito bem sem Madonna

Sean Penn é um grande ator e um diretor que sabe das coisas.
Mas bonito sou eu.



Em Milk, de Gus Van Sant (Gênio Indomável), Sean Penn interpreta o primeiro político assumidamente gay da História norte-americana: Harvey Milk. Nos gloriosos anos 70, o rapaz incentivou muita gente divertida e sensível a sair do armário, mas nem tudo foi feito de flores, afinal o assunto ainda era tabu, o que irritou muitos bambis enrustidos, e a luta de Milk não acabou tão bem assim. Enfim, espere só pra ver o filme de Gus Van Sant, que deve estrear em fevereiro e vai dar o que falar. Antes disso, no próximo dia 11 de janeiro, Penn disputa o Globo de Ouro de melhor ator dramático pelo papel.

Mas até chegar aqui, Sean Justin Penn, nascido em Santa Monica, na Califórnia, em 17 de agosto de 1960, não percorreu um caminho fácil. Também pudera... No início, havia Madonna. Naquela época, ela podia ser imaculada like a virgin, mas cá entre nós, deve ser um porre conviver com ela. O casamento (1985-1989) foi turbulento, todos sabem disso, e a inevitável separação só ajudou Sean Penn a evoluir como ator. Ok. Não foi bem assim, claro. Mas essa é a minha visão.

Antes mesmo de ser "o marido da Madonna", Sean Penn estava nas prateleiras das locadoras em caixas de VHSs como Picardias Estudantis (adoro este filme de 1982), em que ele faz um surfista doidão e chapado, e Colors - As Cores da Violência (1988), um policial very cool, ya know dirigido por Dennis Hopper. Naqueles anos 80, Sean Penn ainda foi acolhido por Brian De Palma, em Pecados de Guerra (1989), mas todos queriam ver Michael J. Fox ali, que já estava prontinho para estrelar De Volta Para o Futuro II e III (1989/1990). Algo mais a ser destacado em sua carreira naquela década? Ah, como pude me esquecer de Não Somos Anjos (1989), belo e subestimado filme de Neil Jordan?

Mas o talento de Sean Penn só começou a chamar a atenção dos críticos em O Pagamento Final (1993), reunião do ator com Brian De Palma, em um dos melhores filmes do diretor. O astro na ocasião era Al Pacino, mas Penn já demonstrava lampejos do monstro que ele é hoje. Um monstro sagrado e consagrado - bem longe daquele sujeito à sombra da Madonna. Um dos maiores atores de nossa época. Esse colosso, esse titã chamado Sean Penn recebeu sua primeira indicação ao Oscar dois anos depois, por Os Últimos Passos de um Homem (1995). No filme de Tim Robbins, Penn conseguiu fazer com que todos se emocionassem com um assassino estuprador desgraçado. Quer mais do que isso?

Não teve mais jeito, Penn mostrou ali ser um ator de verdade. Feio pra dedéu, não dava mesmo para ser um astro, afinal não estamos mais nos anos 70, quando gente feia (Hoffman, Pacino, Nicholson, De Niro) ganhava grandes papéis somente pelo talento e não pelo rostinho conservado de cremes contra rugas e botóx. Mas isso vem mudando. Hollywood é um ciclo. Sean Penn, Philip Seymour Hoffman, Forest Whitaker, novos belos feios da sétima arte comendo pelas beiradas e arrancando bons papéis. Aos poucos, bem devagar, conquistando nem que seja o papel de um ótimo coadjuvante, mas eles estão vivos.

Penn ainda foi indicado ao Oscar merecidamente por Poucas e Boas (1999) e Uma Lição de Vida (2001). Neste último, como explica Robert Downey Jr., em Trovão Tropical, o ator não levou a estatueta porque interpretou um retardado 100% retardado. Você já sabe, never go full retard. Só um pouquinho, ok. Como Dustin Hoffman, que levou o Oscar, por Rain Man, e Tom Hanks, por Forrest Gump. Mas... Never go full retard.

A verdade é que Sean Penn nunca deu tanta importância para prêmios. Comparecer às cerimônias do Oscar era algo que não estava em sua agenda. Nem mesmo quando indicado. Mas ao disputar o careca dourado com reais chances de levá-lo para casa, por Sobre Meninos e Lobos (2003), Penn decidiu aparecer. Dizem que foi um pedido de seu diretor, o grande Clint Eastwood. E não deu outra, Sean Penn ganhou o Oscar de Melhor Ator naquela noite. Neste que é um dos melhores filmes da década, Penn dá um show. A cena em que ele grita "Is that my daughter in there? Is that my daughter in there?" para Kevin Bacon ainda gela a minha alma. Grande Sean Penn. Grande Clint.

Deste momento em diante, Penn fez algumas bobagens como o bocó A Intérprete (2005) e a refilmagem de A Grande Ilusão (2006), mas talvez ele estivesse mais preocupado em juntar grana para dirigir o maravilhoso Na Natureza Selvagem (2007), elegantemente sacaneado pela Academia no último Oscar. Mas tenho certeza de que Sean Penn nem ligou. Ele devia estar fazendo coisa melhor naquela noite.

Hoje, este monstro está indo muito bem sem a Madonna. E ainda tem uma esposa mais bonita e melhor atriz que a material girl (Robin Wright Penn, a eterna Jenny de Forrest Gump). Aos 48 anos, Sean Penn ainda nem começou direito a dizer o que tem a dizer. Que venha Milk. E que ele volte a dirigir algo melhor ou tão bom quanto Na Natureza Selvagem.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Minha canção cinematográfica favorita nos últimos anos



Posso ter problemas com Magnolia (1999), mas adoro a trilha do filme de Paul Thomas Anderson. Eu escuto esse CD (lembra disso?) há quase 10 anos. Save Me, a faixa nº 9, é a minha canção favorita feita para o cinema nos últimos 10, ops, ainda não, nove anos. A voz e a entrega de Aimee Mann tornam essa uma das músicas mais tristes, extremamente e sinceramente dolorosas da história do cinema.


You look like a perfect fit
For a girl in need of a tourniquet

But can you save me?
Why don't you save me?
If you could save me
From the ranks of the freaks

Who suspect they could never love anyone

'Cause I can tell
You know what it's like
The long farewell of the hunger strike

But can you save me?
Come on and save me?
If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone

You struck me dumb like radium
Like Peter Pan or Superman
You will come to save me
Why don't you save me?
If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone
Except the freaks
Who suspect they could never love anyone
But the freaks
Who suspect they could never love anyone

C'mon and save me

Why don't you save me?
If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone
Except the freaks
Who suspect they could never love anyone
Except the freaks who could never love anyone

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Veja os indicados ao Globo de Ouro

Brad Pitt foi indicado pelo favorito "O Curioso Caso de Benjamin Button"


MELHOR FILME (DRAMA)

O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
The Reader
Apenas um Sonho
Slumdog Millionaire


MELHOR FILME (COMÉDIA / MUSICAL)

Queime Depois de Ler
Happy-Go-Lucky
Na Mira do Chefe
Mamma Mia!
Vicky Cristina Barcelona


MELHOR DIRETOR

Danny Boyle (Slumdog Millionaire)
Stephen Daldry (The Reader)
David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Sam Mendes (Apenas um Sonho)

MELHOR ATOR (DRAMA)

Leonardo DiCaprio (Apenas um Sonho)
Frank Langella (Frost/Nixon)
Sean Penn (Milk)
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Mickey Rourke (The Wrestler)

MELHOR ATRIZ (DRAMA)

Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Meryl Streep (Doubt)
Kristin Scott Thomas (Il y a longtemps que je t'aime)
Kate Winslet (Apenas um Sonho)

MELHOR ATOR (COMÉDIA / MUSICAL)

Javier Bardem (Vicky Cristina Barcelona)
Colin Farrell (Na Mira do Chefe)
James Franco (Segurando as Pontas)
Brendan Gleeson (Na Mira do Chefe)
Dustin Hoffman (Last Chance Harvey)

MELHOR ATRIZ (COMÉDIA / MUSICAL)

Kristen Bell (Ressaca de Amor)
Sally Hawkins (Happy-Go-Lucky)
Frances McDormand (Queime Depois de Ler)
Meryl Streep (Mamma Mia!)
Emma Thompson (Last Chance Harvey)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Cruise (Trovão Tropical)
Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Ralph Fiennes (A Duquesa)
Philip Seymour Hoffman (Doubt)
Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Amy Adams (Doubt)
Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Doubt)
Marisa Tomei (The Wrestler)
Kate Winslet (The Reader)

MELHOR ROTEIRO

O Curioso Caso de Benjamin Button
Doubt
Frost/Nixon
The Reader
Slumdog Millionaire

MELHOR ANIMAÇÃO

Bolt
Kung Fu Panda
WALL-E

MELHOR TRILHA SONORA

A Troca (Clint Eastwood)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Alexandre Desplat)
Defiance (James Newton Howard)
Frost/Nixon (Hans Zimmer)
Slumdog Millionaire (A.R. Rahman)

MELHOR CANÇÃO

Bolt (I Thought I Lost You)
Cadillac Records (Once in a Lifetime)
Gran Torino (Gran Torino)
WALL-E (Down to Earth)
The Wrestler (The Wrestler)


Bom, depois comento as indicações. A entrega do Globo de Ouro será no dia 11 de janeiro. E veja a lista completa de indicados aqui.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Um minutinho de sua atenção, por favor

EM 2009, QUANDO VOCÊ ESTIVER NO CINEMA, DESLIGUE A DROGA DO CELULAR (E AFINS LUMINOSOS E BARULHENTOS)! SE VOCÊ PRECISASSE FALAR URGENTEMENTE COM ALGUÉM, NÃO SERIA NO CINEMA QUE VOCÊ ESTARIA NUMA HORA DESSAS! NÃO CONVERSE ALTO! SEJA CALMO, PACIENTE E DEVAGAR NO MANEJO DO SACO DE PIPOCA! SEI QUE ESSE COMBO NÃO FOI BARATO, MAS A PIPOCA NÃO VAI A LUGAR NENHUM! MASTIGUE DE BOCA FECHADA! POR FAVOR, DEIXE-ME VER O FILME EM PAZ! ISSO NÃO É A SUA CASA! E MUITO MENOS A MINHA, POIS EU JÁ TERIA COLOCADO VOCÊ PRA FORA!


MUITO OBRIGADO!

terça-feira, dezembro 09, 2008

Merecidíssimo


Isso é "apenas" a campanha da Dreamworks para emplacar indicações ao Oscar (e outros prêmios) para Robert Downey Jr., que está fantástico como o ator Kirk Lazarus, o cara interpretando um cara, disfarçado de outro cara, em Trovão Tropical, um dos filmes mais engraçados do ano. E um dos meus favoritos.

Ah, Downey Jr. acabou de ser indicado ao Critics' Choice Awards de Melhor Ator Coadjuvante, prêmio que costuma bater com o Oscar. Pelo menos, os vencedores, que serão anunciados em 8 de janeiro. Veja a lista completa aqui.

Os 100 da Cahiers Du Cinéma


A revista francesa Cahiers Du Cinéma é a mais respeitada da face da Terra quando o assunto é a sétima arte. De lá, críticos viraram cineastas - entre eles Godard, Truffaut e Chabrol. Mas babar para a revista é como se gabar que Flamengo e Santos já foram campeões do mundo em um passado distante. Mas, ei, essa é a minha opinião.

A notícia é que a publicação consultou 76 cineastas, historiadores e críticos franceses para lançar o livro 100 Films pour une Cinémathèque Idéale, com uma centena de produções obrigatórias para você ver antes de bater as botas. Presentão de Natal, hein! Aliás, o que sai de livro desse naipe durante esta época do ano é brincadeira... Mas, enfim, toda lista é polêmica. Esta não é diferente, afinal não apresenta mais do que três filmes dos últimos 20 anos.

Veja abaixo os 100 da Cahiers Du Cinéma e dê sua opinião, que vale muito aqui neste espaço. A começar pelo óbvio primeiro lugar.


Cidadão Kane (1941)
Orson Welles

O Mensageiro do Diabo (1955)
Charles Laughton

A Regra do Jogo (1939)
Jean Renoir

Aurora (1927)
F. W. Murnau

O Atalante (1934)
Jean Vigo

M, o Vampiro de Dusseldorf (1931)
Fritz Lang

Cantando na Chuva (1952)
Stanley Donen & Gene Kelly

Um Corpo que Cai (1958)
Alfred Hitchcock

O Boulevard do Crime (1945)
Marcel Carné

Rastro de Ódio (1956)
John Ford

Ouro e Maldição (1924)
Erich von Stroheim

Onde Começa o Inferno (1959)
Howard Hawks

Ser ou Não Ser (1942)
Ernst Lubitsch

Era uma Vez em Tóquio (1953)
Yasujiro Ozu

O Desprezo (1963)
Jean-Luc Godard

Contos da Lua Vaga (1953)
Kenji Mizoguchi

Luzes da Cidade (1931)
Charlie Chaplin

A General (1927)
Buster Keaton

Nosferatu (1922)
F. W. Murnau

A Sala de Música (1958)
Satyajit Ray

Monstros (1932)
Tod Browning

Johnny Guitar (1954)
Nicholas Ray

A Mãe e a Puta (1973)
Jean Eustache

O Grande Ditador (1940)
Charlie Chaplin

O Leopardo (1963)
Luchino Visconti

Hiroshima, Meu Amor (1959)
Alain Resnais

A Caixa de Pandora (1929)
Georg Wilhelm Pabst

Intriga Internacional (1959)
Alfred Hitchcock

Batedor de Carteiras (1959)
Robert Bresson

Amores de Apache (1952)
Jacques Becker

A Condessa Descalça (1954)
Joseph L. Mankiewicz

O Tesouro do Barba Rubra (1955)
Fritz Lang

Desejos Proibidos (1953)
Max Ophüls

O Prazer (1952)
Max Ophüls

O Franco Atirador (1978)
Michael Cimino

A Aventura (1960)
Michelangelo Antonioni

O Encouraçado Potemkin (1925)
Sergei Eisenstein

Interlúdio (1946)
Alfred Hitchcock

Ivan, o Terrível (1944)
Sergei M. Eisenstein

O Poderoso Chefão (1972)
Francis Ford Coppola

A Marca da Maldade (1958)
Orson Welles

Vento e Areia (1928)
Victor Sjöström

2001 - Uma Odisséia no Espaço (1968)
Stanley Kubrick

Fanny e Alexander (1982)
Ingmar Bergman

A Turba (1928)
King Vidor

8 1/2 (1963)
Federico Fellini

Sel Sol (1962)
Chris Marker

O Demônio das Onze Horas (1965)
Jean-Luc Godard

O Romance de um Trapaceiro (1936)
Sacha Guitry

Amarcord (1973)
Federico Fellini

A Bela e a Fera (1946)
Jean Cocteau

Quanto Mais Quente Melhor (1959)
Billy Wilder

Deus Sabe Quanto Amei (1958)
Vincente Minnelli

Gertrud (1964)
Carl Theodor Dreyer

King Kong (1933)
Ernst Shoedsack & Merian J. Cooper

Laura (1944)
Otto Preminger

Os Sete Samurais (1954)
Akira Kurosawa

Os Incompreendidos (1959)
François Truffaut

A Doce Vida (1960)
Federico Fellini

Os Vivos e os Mortos (1987)
John Huston

Ladrão de Alcova (1932)
Ernst Lubitsch

A Felicidade Não Se Compra (1946)
Frank Capra

Monsieur Verdoux (1947)
Charlie Chaplin

O Martírio de Joana d'Arc (1928)
Carl Theodor Dreyer

Acossado (1960)
Jean-Luc Godard

Apocalypse Now (1979)
Francis Ford Coppola

Barry Lyndon (1975)
Stanley Kubrick

A Grande Ilusão (1937)
Jean Renoir

Intolerância (1916)
D. W. Griffith

Partie de Campagne (1936)
Jean Renoir

Playtime (1967)
Jacques Tati

Roma, Cidade Aberta (1945)
Roberto Rossellini

Sedução da Carne (1954)
Luchino Visconti

Tempos Modernos (1936)
Charlie Chaplin

Van Gogh (1991)
Maurice Pialat

Tarde Demais Para Esquecer (1957)
Leo McCarey

Andrei Rublev - O Artista Maldito (1969)
Andrei Tarkovsky

A Imperatriz Galante (1934)
Joseph von Sternberg

Intendente Sansho (1954)
Kenji Mizoguchi

Fale com Ela (2002)
Pedro Almodóvar

Um Convidado Bem Trapalhão (1968)
Blake Edwards

Tabu (1930)
F. W. Murnau

A Roda da Fortuna (1953)
Vincente Minnelli

Nasce uma Estrela (1954)
George Cukor

As Férias do Sr. Hulot (1953)
Jacques Tati

A Terra do Sonho Distante (1963)
Elia Kazan

O Alucinado (1953)
Luis Buñuel

A Morte num Beijo (1955)
Robert Aldrich

Era uma Vez na América (1984)
Sergio Leone

Trágico Amanhecer (1939)
Marcel Carné

Carta de uma Desconhecida (1948)
Max Ophüls

Lola, a Flor Proibida (1961)
Jacques Demy

Manhattan (1979)
Woody Allen

Cidade dos Sonhos (2001)
David Lynch

Minha Noite com Ela (1969)
Eric Rohmer

Noite e Neblina (1955)
Alain Resnais

Em Busca do Ouro (1925)
Charlie Chaplin

Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932)
Howard Hawks

Ladrões de Bicicletas (1948)
Vittorio de Sica

Napoleão (1927)
Abel Gance

segunda-feira, dezembro 08, 2008

O que é o "melhor filme"?


Nesta quinta-feira, a Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood revela sua lista de indicados ao Globo de Ouro. Sem piquetes pelo caminho (ao contrário do ano passado), a festa vai mesmo acontecer. Sei que teremos os filmes cotados de sempre (O Curioso caso de Benjamin Button, Frost/Nixon, Slumdog Millionaire etc, etc), nós adoramos apostar, torcer, especular, mas sou da seguinte opinião, meninos e meninas... Acompanhem-me logo abaixo.

Acho que o "melhor filme" do ano deve ser aquele que fala a linguagem cinematográfica de forma direta em todos os quesitos, sem bois na linha, com público e crítica. Entende? Ok. Tentarei de novo. As últimas edições do Oscar e do Globo de Ouro puxaram sardinha para Onde os Fracos Não têm Vez, certo? O filme dos Irmãos Coen pode ter seus defensores, mas concorde ou não, o longa que carregou a história, a bagagem, o ensinamento e a linguagem da sétima arte em cada fotograma ou em cada camada de sua trama, foi Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson. Para alcançar o resultado final, o diretor precisou conhecer e estudar MUITO a história do cinema. Simples assim.

Mas, acho que, muitas vezes, escolhemos nossos favoritos com o coração. No ano passado, por exemplo, eu mesmo rasguei elogios para Na Natureza Selvagem e Juno. Porém, friamente, com a razão falando mais alto, eu prefiro Sangue Negro. Mas o que realmente é um "melhor filme"? É aquele que você jamais esquece? Ou é aquele que dá a você uma aula de cinema? Aquele que lembra você o significado (ou os vários signifocados) do que é cinema?

Veja o caso da Academia na edição de 1981. Touro Indomável, de Martin Scorsese, era o filme dos racionais por assim dizer. Gente Como a Gente, de Robert Redford, foi a escolha dos apaixonados. Muita gente diz que foi um erro crasso da Academia. A mesma coisa aconteceu quando o emotivo Kramer Vs. Kramer, de Robert Benton, derrotou o guia-básico-para-se-construir-uma-obra-prima Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.

Filmes emocionantes sempre nos conquistam. Isso é fato. A vida é dura e o cinema é um lugar de sonhos. Desculpe-me, mas não há discussão. E não quero ser pragmático aqui, afinal temos exemplos racionais entre filmes que nos fazem rir e chorar, que também são resumos da história do cinema, apostilas para qualquer estudioso da sétima arte - é o caso de E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg, que perdeu o Oscar par Gandhi. Imbecilidade da Academia, claro. Naquela época, filme de fantasia não podia ganhar Oscar. Ora bolas. E hoje? Animação pode? O que vocês me dizem de WALL-E, de Andrew Stanton? Para mim, WALL-E fala o esperanto do cinema. É ficção científica, é atual, é antigo, é moderno, é Chaplin, é som, é movimento, é emoção, é razão. Não sei se vocês estão comigo, mas não acredito em listas de melhores do ano sem WALL-E, que já chegou às locadoras.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Slumdog Millionaire ganha o National Board of Review


Em meados dos anos 90, o diretor inglês Danny Boyle despontou como um talento promissor graças aos filmes ultra cool Cova Rasa e Trainspotting. Depois, ele andou fazendo algumas bobagens, mas parece que o cineasta voltou a chamar a atenção da crítica, já que seu mais novo trabalho, Slumdog Millionaire (foto) está cotadíssimo para ganhar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. E as chances aumentaram hoje com o anúncio da associação National Board of Review, que praticamente inaugura a temporada dos (vários) prêmios importantes em Hollywood. Ano passado, para você ter uma idéia, a NBR premiou Onde os Fracos Não têm Vez, que também levou o Oscar de Melhor Filme. Veja, abaixo, os felizardos.

MELHOR FILME
Slumdog Millionaire, de Danny Boyle

(Seguido por Queime Depois de Ler, de Joel & Ethan Coen, Changeling, de Clint Eastwood, O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fincher, Batman - O Cavaleiro das Trevas (YES!), de Christopher Nolan, Defiance, de Edward Zwick, Frost/Nixon, de Ron Howard, Gran Torino, de Clint Eastwood (olha o velhinho de novo), Milk, de Gus Van Sant, WALL-E (YES 2!), de Andrew Stanton, e The Wrestler, de Darren Aronofsky)

MELHOR DIRETOR
David Fincher, O Curioso Caso de Benjamin Button

(Ahá! Fincherzão! Diretorzaço de Seven e Clube da Luta! Chegou tua vez, Irmão! Sai que é tua!)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Nick Schenk, Gran Torino


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Simon Beaufoy, Slumdog Millionaire, e Eric Roth, O Curioso Caso de Benjamin Button

MELHOR ATOR
Clint Eastwood, Gran Torino

(Certo... Diretor reconhecido... Agora falta ganhar como ator... Bacana... Gostei!)

MELHOR ATRIZ
Anne Hathaway, O Casamento de Rachel

(Hmm... Ela está bem no belo filme de Jonathan Demme... Mas ganhar? Bem, ok, ela é uma gracinha. Fazer o quê?)


MELHOR ATOR COADJUVANTE
Josh Brolin, Milk

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Penélope Cruz, Vicky Cristina Barcelona

(Quer saber? É a minha favorita nesta categoria! Até agora, não teve pra ninguém!)

MELHOR ANIMAÇÃO
WALL-E

(Sério? Alguém esperava outra coisa aqui? Ok, próxima...)

MELHOR ELENCO
Doubt


Bom, já falei dos principais, então, quem quiser ver o restante da lista, clique aqui. Abaixo, veja o trailer (com música do Ting Tings) do grande vencedor, Slumdog Millionaire, filme que deve ser o maior chororô. É a história de um menino indiano que disputa uma versão local do programa de TV Who Wants To Be a Millionaire? Detalhe: O garoto só participa do concurso para que a menina que ele ama possa vê-lo na TV. Vai, deixa de ser bobo... O filme deve ser legal demais.


quarta-feira, dezembro 03, 2008

Os Estranhos

"Hello, Sidney!"


Peço desculpas, mas acho que estou meio ranzinza, afinal um filme com assassinos mascarados tentando estripar casais no meio da madrugada só pode ser algo voltado para a diversão. É claro que essa situação de terror, infelizmente, não acontece somente no cinema, mas eu acho que Os Estranhos (The Strangers, 2008), filme de estréia do diretor Bryan Bertino fica em cima do muro na hora de apostar ou na realidade ou na ficção.

Veja o exemplo de Wes Craven, em Pânico. Tirando a abertura com a Drew Barrymore, detesto o filme e a trilogia inteira, que não passa da repetição daquela seqüência incrível com a ex-menininha de E.T. - O Extraterrestre. Ok. O primeiro Pânico passaria bem como uma homenagem dos anos 90 de Wes Craven aos filmes do gênero oitentistas. Mas citei Pânico para comentar sua seqüência inicial. Em menos de 10 minutos, Drew Barrymore corre, tropeça, grita e morre nas mãos do assassino mascarado. Os Estranhos, de Bryan Bertino, no entanto, é apenas uma versão estendida da abertura de Pânico. Tire Drew Barrymore, coloque Liv Tyler e mais 1h20 de filme.

Só acho que a proposta de Pânico nunca foi explorar a realidade. Os personagens são estúpidos e dão mole para o serial killer, que não precisa pensar ou suar muito para alcançar e esfolar suas vítimas. Os heróis da "Trilogia Pânico" tomam sempre as decisões erradas e ninguém em sã consciência é tão burro quanto aquele bando de adolescentes. Agora, em Os Estranhos, fiquei com a impressão de que o novato Bryan Bertino tentou fazer um thriller um tanto próximo da realidade - da câmera moderninha com Mal de Parkinson nas cenas "paradas" à construção da trama, passando pelas declarações do diretor em entrevistas sobre sua inspiração nos crimes de Charles Manson e seus seguidores.

Mas, então, vamos falar sério aqui, certo? Na situação dos personagens de Liv Tyler e Scott Speedman, cercados por três malucos numa casa no meio do nada, sem telefone, internet e vizinhos, você realmente deixaria o amor de sua vida sozinha e sairia em busca de ajuda ou à caça dos mascarados? Depois de estudar mil filmes do gênero, você seria capaz de cometer os mesmos erros das vítimas de Jason, Freddy e Michael Myers? Quem conhece esses filmes e foi pra escola não somente para paquerar, jogar bola e comer merenda, pelo menos, desenvolveu a capacidade de raciocínio, coisa básica para a sobrevivência da Humanidade em seu dia-a-dia da vida real. Então, conta outra!

Como se isso não bastasse, Bryan Bertino trata seus assassinos como humanos de carne e osso. Até aí, ok. Mas o trio é capaz de "aparatar" (como Harry Potter) e tem o reflexo de um gato e a velocidade de um mangusto (como Ace Ventura). Só falta dizer num provável Os Estranhos 2 que os caras são zumbis. Até aqui, eles parecem... normais. Apenas... malucos. Err... Você me entendeu. Enfim, os Estranhos é a vida imitando a arte? Ou a arte imitando a vida? Decida-se, Sr. Bertino.

E tem mais: O diretor principiante também se deixa levar por sustos fáceis com a ajuda da música, além de conduzir a trama para um anticlímax enfadonho e uma cena final completamente desnecessária somente para dar aquele último sustinho. Deu vontade de dizer "Dã".

De qualquer forma, apesar de todos os poréns, Bertino sabe como evoluir a tensão e filma bem para um novato de 31 anos. Do início ao fim, Os Estranhos consegue ser nervoso, deixa o espectador grudado na cadeira e está longe de ser uma tragédia cinematográfica. Mas pela condução da trama e com a visível empolgação estética do diretor, fiquei esperando que, no fim, eu saísse do cinema achando que estive diante de algo extraordinário. É como se Bertino levasse seu filme a sério demais ou carregasse um ar de originalidade que não existe. Aliás, não sei se vocês já viram um filme francês chamado Ils, de 2006, que é... Digamos... Beeeeem parecido com Os Estranhos. Sem falar na já citada abertura de Pânico.

Mas talvez o diretor e sua equipe estejam orgulhosos do resultado. E eu sou ranzinza mesmo. Ou estou ranzinza. Sei lá. Mas fazer o quê? Foi o próprio cinema que me acostumou mal.

Os Estranhos (The Strangers, 2008)
Direção: Bryan Bertino
Roteiro: Bryan Bertino
Elenco: Liv Tyler, Scott Speedman, Laura Margolis, Gemma Ward e Kip Weeks