sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Hollywoodiano Cult


Rambo - Programado Para Matar

(First Blood, 1982)


Atualmente, Sylvester Stallone é ridicularizado por não ter sido a promessa que Hollywood imaginou em 1976, quando ele escreveu e protagonizou Rocky - Um Lutador. A produção ganhou o Oscar de Melhor Filme e revelou um astro, mas não exatamente um talento. Logo depois, Stallone escreveu outra história sobre um homem simples e de inteligência limitada, que é arremessado num sistema que ele mesmo não compreende. Mas enquanto o humilde boxeador Rocky Balboa sonhava com sua grande chance para provar seu valor, o veterano atormentado do Vietnã John Rambo só queria distância de qualquer envolvimento com as eternas guerras dos EUA.

Ao contrário do que muitos pensam, Rambo (Stallone) não aconselharia ninguém a vestir um uniforme e invadir países rivais da política americana para levar a "democracia" aos pobres e radicais vizinhos do mundo. Isso fica claro em Rambo - Programado Para Matar (First Blood, 1982), filme de Ted Kotcheff, o diretor do original Fun With Dick and Jane, que é melhor do que aquela refilmagem com Jim Carrey.

Para começar, este primeiro filme da saga de Rambo poderia ter sido o único. O soldado volta para casa, mas antes passa numa cidadezinha pacata para reencontrar um velho amigo do Vietnã. No caminho, Rambo é alvo de preconceito, violência e humilhação do Xerife Will Teasle (um ótimo Brian Dennehy), que deseja manter a ordem e o "silêncio" da cidade. Preso e torturado, Rambo deixa os traumas da guerra dominarem sua mente e foge da cadeia revelando o que aprendeu com o treinamento e a experiência militar.

Nada me tira da cabeça que o primeiro Rambo tentou ser um faroeste moderno. Talvez não tenha sido inédito, mas a idéia do xerife malvado foi usada posteriormente em Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood. Só que Rambo se defende como um primata e não um caubói. É o horror da guerra destruindo a imagem perfeita do herói americano.

A premissa é simples: os EUA perderam no Vietnã. Agora, o herói humilhado pelo próprio país inicia uma guerra particular em seu próprio território. A idéia do pouco caso do governo americano com seus soldados dominou a Hollywood dos anos 70 com filmaços como O Franco Atirador, Taxi Driver e Amargo Regresso - são três exemplares que partem do mesmo raciocínio de Rambo - Programado Para Matar. O que não faz o filme de Kotcheff ficar no patamar das produções citadas é a opção do diretor (ou talvez do estúdio) em explorar o astro em ascensão Sylvester Stallone. O thriller inicialmente psicológico vira um espetáculo de ação e correria.

Rambo quer que as autoridades deixem ele em paz, mas também procura respeito. A chegada de seu mentor, o Coronel Trautman (Richard Crenna), para aliviar a tensão na cidadezinha só prova o quanto Rambo é solitário e quer carinho, atenção e paz de espírito. Trautman é a sua figura paterna. Quem pensa que Rambo é apenas uma máquina de guerra, não entendeu o filme original. Hoje, a ridicularização do personagem (e de Stallone) é culpa das várias sátiras (Top Gang 2, entre outros), imitações (Deus! Chuck Norris foi Braddock!) e da ligação da imagem do herói com a Era Reagan (o presidente americano adotou Rambo como seu porta-voz e não o contrário). Sem falar que a época dos heróis musculosos passou. Foi uma imagem gerada pela explosão das academias nos anos 80.

Enfim, Rambo - Programado Para Matar ainda é um bom filme. E o melhor da saga. O único problema é ignorar a piada que virou o personagem e os anos 80 em geral. Quem respirar fundo, alugar o DVD e rever o filme depois de 10, 20 anos pela primeira vez, pode ser que tenha uma boa surpresa. E preste atenção no extraordinário tema composto pelo saudoso maestro Jerry Goldsmith. Neste filme, a música de Rambo tem um tom melancólico. Como as continuações se dedicaram excessivamente às cenas de ação, o mesmo tema ficou mais... agitado.

Rambo - Programado Para Matar (First Blood, 1982)
Direção: Ted Kotcheff
Roteiro: Michael Kozoll, William Sackheim e Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Brian Dennehy, Bill McKinney e David Caruso


Rambo II - A Missão
(Rambo: First Blood - Part II, 1985)

Se o primeiro filme da série segue uma tendência da década anterior, Rambo II - A Missão (Rambo: First Blood - Part II, 1985) abraça de vez os valores dos anos 80. Preso no fim do filme original, o veterano John Rambo tem a chance de receber o perdão do presidente. Para isso, ele precisa participar de uma missão secreta de resgate de prisioneiros americanos no Vietnã. A guerra acabou. Mas não para Rambo.

Perto do original, o segundo filme tem mais ação e é menos dramático. É violento e exagerado. Mas as seqüências são espetaculares e contribuiram para transformar Rambo num ícone da cultura pop americana. Depois disso, astros e estúdios queriam fazer seus próprios Rambos.

Na última cena do filme, que reforça a proposta do original de 1982, entendemos que o personagem ama o seu país, mas está desiludido com ele. Discordando da maioria, eu afirmo que Rambo não ganhou a Guerra do Vietnã sozinho. Ele apenas voltou lá e resgatou alguns prisioneiros. Ele é patriota, mas não é um garoto-propaganda dos EUA. Quem criou isso foi o próprio Ronald Reagan, que queria recuperar a moral dos americanos, que estava em baixa desde o Vietnã. Com isso, Rambo virou símbolo da Era Reagan. Mas não culpem Stallone.

Na verdade, acho que o filme fecha um ciclo na vida do protagonista. Em Rambo I, ele é perseguido por policiais americanos e se sente traído pelo próprio país. O soldado não esquece os horrores da guerra e usa esse ódio contra seus perseguidores. Acho que o regresso ao Vietnã, em Rambo II, representa um exorcismo para os fantasmas do herói. E é isso. O primeiro não pediu um segundo filme. Mas já que aconteceu, Rambo II deveria ter funcionado como a conclusão da história. Ponto final.

Sabemos que não foi assim, infelizmente. Mas o lado positivo desta seqüência é que ela é extremamente original para os filmes de sua época - e em relação a Rambo I. Parecia óbvio que uma terceira parte seria mais do mesmo. E isso é um elogio para Rambo II - méritos dos roteiristas Sylvester Stallone e (pasmem) James Cameron. Muitos diálogos são ruins, claro, mas a ação rola solta com uma edição ágil, que ajuda na narrativa e conclui bem a saga - aliás, a revolta de Rambo nos minutos finais é inesquecível para os fãs. O problema é que surgiram repetições como a "trilogia" Braddock, com Chuck Norris, Comando Para Matar, com Arnold Schwarzenegger, e... Rambo III.

Rambo II - A Missão (Rambo: First Blood - Part II, 1985)
Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: Sylvester Stallone e James Cameron
Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Charles Napier, Steven Berkoff e Julia Nickson-Soul


Rambo III
(Rambo III, 1988)

Imitações, sátiras e a mudança de valores na transição dos anos 80 para os 90 começaram a formar uma imagem negativa (ou escrachada) de Rambo e Sylvester Stallone. A Era Reagan estava no fim. O Vietnã ficou para trás. Se eu disse que Rambo não é um soldado que idolatra o governo dos EUA, os produtores da saga decidiram reforçar o que Reagan pensava do personagem. Com mais dinheiro e menos criatividade, a solução para a trama do inevitável Rambo III (Rambo III, 1988) foi concentrar o poder de fogo do protagonista em outro conflito que incomodava os EUA: a ocupação soviética no Afeganistão. O sentido disso tudo é como se Rambo acabasse de vez com a Guerra Fria.

Aqui, os fãs já estavam fisgados e nem ligaram para tanto absurdo. Rambo estava conectado ao Vietnã e os dois primeiros filmes funcionam como uma "terapia intensiva" para o velho soldado esquecer seus traumas. Então, o que dizer de Rambo correndo e atirando no meio do deserto no Oriente Médio? Propaganda política, claro. E desculpa esfarrapada de Hollywood para explorar o sucesso da franquia.

Ainda assim, Rambo só volta a pegar em metralhadoras, porque seu amigo Trautman (Richard Crenna) é capturado no Afeganistão pelo "malvado" exército soviético. Diferente de Rambo I e II, a trama demora a engrenar e quando o espetáculo de ação começa lá pela metade do filme, o espectador precisa acordar, porque daí pra frente é barulho que não acaba mais.

Ironicamente, Rambo III dialoga com o recente Jogos do Poder, de Mike Nichols: os protagonistas de Sylvester Stallone e Tom Hanks não sabiam que estavam ajudando a construir um dos maiores inimigos dos EUA nos tempos atuais.

Mesmo sem um pingo de originalidade e apesar de oferecer mais do mesmo, Rambo III, pelo menos, agrada aos fãs da série. Sem dúvida, esse é o filme mais fraco de todos. Mas Stallone consolidou sua imagem de astro. Ele teve a sua época e ninguém pode negar. Mesmo enfrentando a concorrência de outros nomes como Schwarzenegger, Chuck Norris e Van Damme (veja só como o perfil dos astros de ação mudou), Stallone conseguiu a façanha de colocar dois personagens no imaginário do público (Rocky e Rambo). E isso não é fácil. Para o bem ou para o mal.

Rambo III (Rambo III, 1988)
Direção: Peter MacDonald
Roteiro: Sylvester Stallone e Sheldon Lettich
Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Marc de Jonge, Kurtwood Smith e Spiros Focás

Novas seções


Na barra lateral direita do HOLLYWOODIANO, você pode ler ou reler posts com críticas em seções como Filmes em Cartaz e Lançamentos em DVD, além de resenhas sobre as produções favoritas de todos os tempos deste blogueiro, em Filmes Cinco Estrelas.

Em breve, apresentarei novas seções:


Hollywoodiano Cult
- Sobre aqueles filmes que marcam gerações e que são "muito legais", mas que não são necessariamente os melhores da história do cinema. Todo mundo tem esses "pecados". Por exemplo, Clube dos Cinco (foto) é um dos meus.

Hollywoodiano em Série - Sobre as principais séries da TV. Ou as minhas favoritas.

Tipos Hollywoodianos - Análises de perfis e suas contribuições na evolução do cinema (como o recente O Herói do Cinema de Ação).

Grandes Hollywoodianos - Homenagens aos melhores diretores, atores e atrizes da sétima arte.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

O Herói do Cinema de Ação


É difícil citar com convicção quem foi o primeiro grande herói de ação do cinema. Na verdade, o que significa ser um herói? Veja alguns significados no dicionário: "Homem que suporta exemplarmente um destino incomum, como um extremo infortúnio ou sofrimento, ou que arrisca sua vida pelo dever ou pelo próximo." ou "O protagonista de qualquer aventura histórica ou drama real." Mas também pode ser "O que, por qualquer motivo, se distingue ou sobressai."

O American Film Institute, por exemplo, escolheu o advogado Atticus Finch (Gregory Peck) como o maior herói do cinema americano. O protagonista de O Sol é Para Todos é um herói na tradução correta da palavra, mas suas ações eram muito mais éticas ou idealistas do que físicas. Quando o termo se refere ao cinema, aposto que você se lembra de Sean Connery, como James Bond, ou Harrison Ford, como Indiana Jones. Enfim, quando surgiu o herói de ação? E qual é o seu perfil?

1910-1950

Tom Mix, que estreou em 1909, foi um dos primeiros ídolos do cinema e o primeiro grande herói dos westerns, um gênero tipicamente americano. Foi contemporâneo do ator e atleta americano Douglas Fairbanks, outro grande ídolo da época do cinema mudo que personificou o heroísmo nas telas. Fairbanks emprestou sua classe a Zorro, D'Artagnan, Don Juan, entre outros. Em 1919, ao lado de Mary Pickford, D. W. Griffith e Charles Chaplin, Fairbanks fundou o estúdio United Artists – hoje sob o domínio de Tom Cruise.


Um sucessor à altura de Douglas Fairbanks no "gênero" capa-e-espada de Hollywood foi, certamente, o australiano Errol Flynn. O astro também foi Don Juan. Mas emprestou sua imagem e semelhança a Robin Hood e ao pirata inglês Geoffrey Thorpe, de O Gavião do Mar, filme de 1940 dirigido por Michael Curtiz. As Aventuras de Robin Hood, de 1938, marcou sua carreira para sempre como o príncipe dos ladrões.

Quase que paralelamente ao sucesso de Flynn, o clássico herói Tarzan, criado por Edgar Rice Burroughs, já existia antes da década de 1930 e vários atores interpretaram o homem macaco.

O atleta americano Buster Crabbe foi um deles, mas sua figura é mais lembrada como Flash Gordon, Buck Rogers, e Billy the Kid, que mais tarde teve o nome alterado para Billy Carson. Algumas vezes creditado como Larry "Buster" Crabbe, ele foi um dos maiores heróis das tradicionais matinês.

Mas o Tarzan mais famoso de todos foi o também atleta romeno Johnny Weissmuller com cerca de 20 filmes como o herói até o final dos anos 40. Mais tarde, ele imortalizou outro exemplo de coragem: Jim das Selvas. Analisando os filmes de ação da época, Hollywood enxergava o herói com um físico atlético e dono de um olhar sedutor, mas sempre discreto, educado e com jeito de bom moço para se casar com a filha preferida de qualquer família. Um modelo para os rapazes e um sonho de consumo das meninas.

De qualquer forma, o anti-herói já colocava seu veneno no meio de tanta bondade. Será que posso chamar de anti-herói? Na verdade, ele começou a mostrar a Hollywood que o herói não é necessariamente um exemplo de perfeição. O americano John Wayne pode ser a representação máxima desse perfil nos grandes faroestes de John Ford. Apesar de pouco educado, menos galante e mais durão, o caubói do astro também é um herói. O problema inicial de Wayne e Ford foi tornar o faroeste mais... sério. Os westerns eram adorados pelo público, claro. Mas os críticos achavam que aquilo era "apenas" entretenimento. O cineasta John Ford, o maioral do gênero é recordista no Oscar de direção, mas suas quatro estatuetas não vieram de westerns.

Com o tempo, ironicamente, a figura de John Wayne ditou os tipos de heróis que veríamos dos anos 50 em diante. No cinema de John Ford, o melhor filme possível é aquele em que a ação é longa e os diálogos breves. Wayne foi seu maior porta-voz. Além do astro, as evoluções do som e da imagem mostraram que o mocinho pode ficar imundo nas cenas de ação. O herói não tinha mais aquela imagem de "limpinho". E não escondia a raiva ao ser derrotado – sendo dominado pela fúria em muitas de suas ações. Mas de alguma forma, o charme do "mocinho" continuava.


Antes, os atores tinham seus fãs. Mas foi John Wayne quem consolidou a imagem do herói. Ele explorou o mito americano como caubói e soldado. Muitos jovens queriam se alistar graças ao filmes de John Wayne. Sua imagem se espalhou de um jeito nunca visto antes. Wayne não era somente um ator ou um astro de cinema. Ele explicou ao mundo o que é um herói de carne e osso. E não exatamente um "mocinho".

To Be Continued...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

A pior audiência do Oscar

A entrega do 80º Oscar marcou a pior audiência em todos os tempos do maior prêmio do cinema. Quem revela é a Nielsen Media Research. Os registros são feitos desde 1974 e, desta vez, apenas 32 milhões de telespectadores assistiram a festa de domingo. O índice é 14% inferior a mais catastrófica audiência até então: a de 2003, quando Chicago ganhou como Melhor Filme e Roman Polanski (O Pianista) foi o Melhor Diretor.

Os especialistas acham que os telespectadores não se interessaram muito pelos filmes indicados deste ano. De fato, a cerimônia de domingo foi uma bagunça. Parece que foi feita às pressas por causa da greve dos roteiristas. E o que foi aquele número musical com a pobrezinha Amy Adams sozinha no palco? Apesar desses pontos, faltou um filme para o grande público. Em pesquisa recente, a maioria dos americanos revelou que esperava uma vitória de Juno, a produção mais bem-sucedida nas bilheterias entre os indicados ao Oscar de Melhor Filme. Enfim, deu Onde os Fracos Não têm Vez.

Deve ser isso mesmo, aliás não havia blockbuster algum disputando o prêmio máximo marcado por produções de divisões independentes dos grandes estúdios - exceto por Conduta de Risco, que é da Warner. Algo semelhante aconteceu em 1997, quando apenas Jerry Maguire era um filme de grande estúdio. Os demais (O Paciente Inglês, Fargo, Shine e Segredos e Mentiras) eram independentes.

E o que fez a Academia? No ano seguinte, Titanic dominou a premiação. 11 Oscars igualando o recorde de Ben-Hur. E o que aconteceu na cerimônia de 2004, após o Oscar para Chicago? Outras 11 estatuetas para mais uma superprodução: O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei. Interessante, não?

Será que em 2009 veremos outro sucesso estrondoso como Titanic ou O Senhor dos Anéis para "salvar" o Oscar? Ou será mais um ano de "filmes para críticos"? As apostas já estão abertas.

Sex and the City - O Trailer



Agora sim. Se você ainda não viu, aqui está o trailer de Sex and the City - O Filme, uma das produções mais aguardadas do ano. Dirigido por Michael Patrick King, um dos criadores da série, e com todas as meninas que você conhece no elenco (mais Jennifer Hudson), o filme estréia no dia 12 de junho no Brasil.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Feliz Ano Novo


A Academia se rendeu ao estilo inconfundível e ousado dos irmãos Joel e Ethan Coen. Onde os Fracos Não Têm Vez entra para o seleto hall de produções vencedoras do Oscar de Melhor Filme que não possuem a "cara" da Academia. Por grande parte dos 80 anos, os votantes preferiram épicos, dramalhões e romances a obras com propostas diferentes, inovadoras ou até de temáticas violentas.

Onde os Fracos Não Têm Vez pode ser colocado ao lado de outros "estranhos" como Os Infiltrados, O Silêncio dos Inocentes, Perdidos na Noite, Operação França, Beleza Americana, No Calor da Noite e Platoon.

Também foi um Oscar que premiou atuações exageradas ou, melhor, maiores do que a vida ou não-minimalistas. Três destes vencedores interpretaram vilões em seus filmes: Daniel Day-Lewis (Melhor Ator, por Sangue Negro), Tilda Swinton (Melhor Atriz Coadjuvante, por Michael Clayton) e Javier Bardem (Melhor Ator Coadjuvante, por Onde os Fracos Não Têm Vez).


Vale lembrar que o Oscar é um prêmio de Hollywood para Hollywood, mas na cerimônia deste ano, a Academia premiou vários europeus. Os italianos Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo ganharam o Oscar de Melhor Direção de Arte, por Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet. Os atores oscarizados vieram do continente europeu: Daniel Day-Lewis e Tilda Swinton são ingleses, enquanto Marion Cotillard é francesa, e Javier Bardem é espanhol. Além disso, o casal formado pelo irlandês Glen Hansard e a polonesa Markéta Irglová levou o Oscar de Melhor Canção, por Falling Slowly.

No geral, o ano foi muito bom para o cinema com ênfase na arte. É bem verdade que os grandes filmes de hoje não são como os grandes filmes do passado. Não são mesmo. Posso não concordar com algumas escolhas da Academia - não gosto de Onde os Fracos Não Têm Vez -, mas acho que estamos em boas mãos com esse pessoal que concorreu ao Oscar de ontem. Ainda há um sopro de esperança para os cinéfilos. Mesmo que a Academia teime em premiar filmes errados ou aqueles que marcam uma época.

Finalmente, a temporada 2007 do cinema está oficialmente encerrada. Feliz Ano Novo! E que venham ótimos filmes.

As mais belas do Oscar


Não entendo nada de moda, vestidos, etc. Mas sei reconhecer as garotas mais bonitas da festa. Veja só Laura Linney e Jennifer Garner, por exemplo.



Cameron Diaz está ficando velha. E daí?


A francesinha Marion Cotillard antes da glória


Cate Blanchett grávida e sempre bela


Country For Old Ladies: Helen Mirren é mesmo A Rainha

Altos e baixos da cerimônia

Será que os Irmãos Coen não queriam toda essa homenagem no Oscar? Será que eles tinham coisa mais interessante para fazer ontem à noite? Que caras foram aquelas dos vencedores de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado? Que dificuldade para arrancar um simples sorriso deles! Ou algo mais do que o "Hmm... Thank You!" de Ethan Coen. Enfim, os irmãos mais celebrados do cinema ganharam três estatuetas cada - os últimos recordistas foram Peter Jackson (Filme, Direção e Roteiro Adaptado, por O Retorno do Rei) e James Cameron (Filme, Direção e Montagem, por Titanic).

Peninha para Paul Thomas Anderson, que fez realmente o melhor filme do ano. Seu Sangue Negro levou as justas estatuetas de Melhor Ator (Daniel Day-Lewis) e Melhor Fotografia, mas merecia bem mais. Parece que ficou aquela impressão de que o filme vale pela atuação sobrenatural de Daniel Day-Lewis como disse o "sábio" José Wilker. Não é verdade. Sangue Negro tem força para ser considerado como o único clássico do cinema saído diretamente de 2007. O "entendido" José Wilker também disse que O Ultimato Bourne (o segundo maior oscarizado da noite) tinha que ganhar esses prêmios técnicos porque o filme de Paul Greengrass é "apenas" isso, além de ser muito barulhento.

Falando em transmissão, Rubens Ewald Filho chamou Kevin Costner e seu Dança Com Lobos de "erros da Academia", assim como Coração Valente, de Mel Gibson. Ora, essa. Costner pode estar por baixo hoje, mas teve sua importância. Em 1991, quando Dança Com Lobos ganhou o Oscar, o ano deveria ter sido de Os Bons Companheiros e Martin Scorsese, claro. Mas daí a desmerecer Costner? Aquela época foi dele: Robin Hood, Dança Com Lobos, JFK, Campo dos Sonhos, Os Intocáveis...


Particularmente, eu não agüentei as piadinhas pra cima de Diablo Cody, vencedora merecidíssima do Oscar de Melhor Roteiro Original, por Juno. Todo mundo sabe o quanto ela é esquisita e se estava mal vestida ou não, o problema é dela. Deixa a garota curtir o Oscar. Aliás, o comentarista ainda não acertou o nome de Menina de Ouro, de Clint Eastwood. Errou por duas vezes: Garota de Ouro e Garota Dourada. E que chatice falar sobre as escorregadas no palco de Colin Farrell e John Travolta. Vamos falar mais de cinema, ok?


Voltando ao verdadeiro Oscar (e não aquele exibido pelos canais nacionais), acho que o apresentador Jon Stewart se saiu muito bem. Fez ótimas piadas com o indiscutível talento de Cate Blanchett e as mulheres grávidas na cerimônia. Além de tudo, ele foi um gentleman ao trazer de volta a vencedora do Oscar de Melhor Canção, Marketa Irglova, que não pôde fazer seu discurso, já que a música do maestro da cerimônia, Bill Conti, tocou mais alto e obrigou o casal de Once a se retirar do palco.

E o que foi a derrota de Transformers no Oscar de Melhores Efeitos Visuais? Brincadeira, hein. A Bússola de Ouro? Por favor... O outro concorrente (Piratas do Caribe - No Fim do Mundo) também merecia mais do que a fantasia de Chris Weitz. Veja bem: Não estamos discutindo qual é o melhor desses três filmes necessariamente, mas sim qual deles apresentou os melhores efeitos visuais.

Gostei muito dos momentos de Marion Cotillard e Tilda Swinton. Não somente porque eram minhas preferidas em suas respectivas categorias, mas pela sinceridade e espontaneidade na hora dos discursos. Aliás, Tilda não chorou e nem agradeceu a Deus. Ela não esperava mesmo, mas manteve a classe de uma autêntica inglesa. Tilda agradeceu a George Clooney, brincou com ele por causa de Batman & Robin, e exaltou a carreira do colega, o grande astro de Hollywood, que além de amadurecer cada vez mais como ator, ainda é bom diretor, produtor e roteirista. Outras chances virão, Sr. Clooney.

Mas, para mim, a maior gafe da noite veio da própria Academia. Na tradicional (e emocionante) hora de homenagear os talentos falecidos entre o Oscar de 2007 e o de 2008, mostraram Michelangelo Antonioni, Deborah Kerr, Delbert Mann, Ingmar Bergman, Heath Ledger e tantos outros... Mas onde estava o grande Roy Scheider? Lamentável.

Oui, Marion

Desde o Festival de Cannes que a francesa Marion Cotillard estava cotada para o Oscar de Melhor Atriz, por Piaf - Um Hino ao Amor. Muitos diziam que ela seria barbada como Helen Mirren (A Rainha) no ano anterior.

Mas quando a temporada de prêmios americanos começou, o favoritismo de Marion caiu aos poucos para dar lugar a ascensão impressionante da bela veterana Julie Christie, a mulher que mereceu o Tema de Lara, de Maurice Jarre.

Lógico que o Oscar é uma festa de Hollywood para Hollywood, mas premiar Marion parecia inevitável. Mas, no entanto, Piaf é falado em francês e sabemos o quanto os americanos torcem o nariz para filmes legendados.

Ontem, quando Forest Whitaker subiu ao palco para anunciar a vencedora do Oscar de Melhor Atriz, Julie Christie estava de cabeça baixa - já segurando a emoção -, mas foi Marion que explodiu em lágrimas e euforia. Ela realmente não esperava. Nem a maioria dos apostadores, que nesse zum zum zum pré-Oscar foram enganados por especialistas que faziam toda uma campanha para Julie Christie.

Oui, Marion. É você mesma, garota. Aos 32 anos, você é a primeira francesa a ganhar o Oscar de Melhor Atriz desde 1960, quando Simone Signoret levou por sua atuação em Almas em Leilão.

E veja aqui, Marion cantando na coletiva (feliz da vida) após a cerimônia.

Os Oscars dos Irmãos Coen


Os geniais irmãos Joel Coen e Ethan Coen foram os donos da noite de aniversário dos 80 anos do Oscar. Essa foi a primeira vez que uma dupla de cineastas ganhou a estatueta de Melhor Direção desde Amor, Sublime Amor, de Jerome Robbins e Robert Wise, em 1962. Os Coens são tão geniais que conseguiram levar 4 Oscars - Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado (Javier Bardem ainda ganhou o de Ator Coadjuvante) - justamente por um de seus piores trabalhos: Onde os Fracos Não Têm Vez. No geral, o restante foi previsível, mas justo. Tirando os prêmios de Figurino e Efeitos Visuais.

Daqui a pouco, falamos mais. Abaixo, a lista completa de vencedores do 80º Oscar:

Melhor Filme

Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Direção
Joel Coen & Ethan Coen / Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Roteiro Original
Juno

Melhor Roteiro Adaptado
Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Ator
Daniel Day-Lewis / Sangue Negro

Melhor Atriz
Marion Cotillard / Piaf - Um Hino ao Amor

Melhor Ator Coadjuvante
Javier Bardem / Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Atriz Coadjuvante
Tilda Swinton / Conduta de Risco

Melhor Animação
Ratatouille

Melhor Trilha Sonora

Desejo e Reparação

Melhor Fotografia

Sangue Negro

Melhor Direção de Arte
Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Melhor Figurino

Elizabeth: A Era de Ouro

Melhor Montagem
O Ultimato Bourne

Melhor Maquiagem
Piaf - Um Hino ao Amor

Melhores Efeitos Visuais
A Bússola de Ouro

Melhor Edição de Som

O Ultimato Bourne

Melhor Mixagem de Som

O Ultimato Bourne

Melhor Canção

"Falling Slowly" / Once"

Melhor Filme em Língua Estrangeira
The Counterfeiters / Áustria

Melhor Documentário
Taxi to the Dark Side

Melhor Curta de Documentário
Freeheld

Melhor Curta de Animação

Peter & the Wolf

Melhor Curta-Metragem
Le Mozart des Pickpockets

domingo, fevereiro 24, 2008

Good Night and Good Luck


Peço desculpas a todos, mas estou com uma gripe violenta. Vou ver os Oscars debaixo do cobertor. Ok? Falamos amanhã sobre os resultados.

Novamente, desculpa. E que todos tenham um ótimo Oscar. Não deixem de me contar suas impressões amanhã. Abraços!

Últimos detalhes para o Oscar

Astros e estrelas no tapete vermelho do Kodak Theatre. Jennifer Garner, que esteve ótima em Juno, é uma das apresentadoras do 80º Oscar.

Daqui a pouquinho, o host Jon Stewart entra no palco e a TNT parte do tapete para o interior do Kodak.

Ainda acham que os Coen e Onde os Fracos Não Têm Vez ganham tudo? Daniel Day-Lewis é barbada? Ratatouille leva animação?

Bom, Rubens Ewald Filho acabou de dizer que vai se preparar para a transmissão. Espero que todos tenham um belo e inesquecível Oscar. E não se esqueçam: isso é apenas a opinião de um grupo de pessoas.

Cruze os dedos e torça por seus favoritos. Vamos lá!

Os tradicionais palpites

Oscar também é a maior diversão. O que seria da maior festa dos cinema sem a badalação e os palpites? Abaixo, as apostas e os favoritos do HOLLYWOODIANO entre os indicados ao 80º Oscar. E nas categorias mais legais, ok? Paciência zero para canção, documentário, etc.

MELHOR FILME

Indicados ao Oscar: Desejo e Reparação, Juno, Conduta de Risco, Onde os Fracos Não Têm Vez, Sangue Negro

Seleção ideal: Senhores do Crime, Na Natureza Selvagem, Juno, Ratatouille, Sangue Negro

Quem DEVE ganhar: Onde os Fracos Não Têm Vez - mas não me digam que isso é um faroeste, por favor.

Quem MERECE ganhar: Sangue Negro. É o filme que tem tudo para ser lembrado como clássico. Espere uns 15 ou 20 anos. Mas se Juno ganhar, eu não fico triste.

MELHOR DIREÇÃO

Indicados ao Oscar: Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta), Jason Reitman (Juno), Tony Gilroy (Conduta de Risco), Joel Coen & Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez), Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)

Seleção ideal: Joe Wright (Desejo e Reparação), David Cronenberg (Senhores do Crime), Sean Penn (Na Natureza Selvagem), Brad Bird (Ratatouille), Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)

Quem DEVE ganhar: Joel Coen & Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)

Quem MERECE ganhar: Paul Thomas Anderson (Sangue Negro). O diretor de Boogie Nights e Magnólia talvez tenha feito uma obra-prima. Não é pouca coisa. Estamos falando sobre uma "boa direção", certo? Pense bem e avalie os cinco candidatos. É Paul Thomas Anderson. Deveria ser barbada.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Indicados ao Oscar: Juno, Lars and the Real Girl, Conduta de Risco, Ratatouille, A Família Savage

Seleção ideal: Acho que deveria ter uma vaguinha para Senhores do Crime

Quem DEVE ganhar: Juno, por Diablo Cody

Quem MERECE ganhar: O roteiro esperto de Juno, claro. Mas se Ratatouille ganhar aqui, dou um grito de felicidade pela janela no meio da madrugada. Os vizinhos estão avisados.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Indicados ao Oscar: Desejo e Reparação, Longe Dela, O Escafandro e a Borboleta, Onde os Fracos Não Têm Vez, Sangue Negro

Seleção ideal: Faltou o roteiro de Sean Penn, que fez uma bela adaptação de Na Natureza Selvagem, o livro de Jon Krakauer. Acho que a Academia nem deve ter problemas com Penn. Mas talvez não goste de Eddie Vedder. Só pode ser.

Quem DEVE ganhar: Ai, ai... eles de novo. Os Irmãos Coen, por Onde os Fracos Não Têm vez.

Quem MERECE ganhar: Ele de novo. Paul Thomas Anderson, por Sangue Negro.

MELHOR ATOR

Indicados ao Oscar: George Clooney (Conduta de Risco), Tommy Lee Jones (No Vale das Sombras), Johnny Depp (Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet), Daniel Day-Lewis (Sangue Negro), Viggo Mortensen (Senhores do Crime)

Seleção ideal: Faltou Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem). Desculpe-me, George Clooney... você é ótimo, mas poderia ter sido em seu lugar.

Quem DEVE ganhar: Daniel Day-Lewis (Sangue Negro). Mas dizem que George Clooney pode surpreender.

Quem MERECE ganhar: Caramba! Daniel Day-Lewis, não? Imagine se Robert De Niro não tivesse ganho por Touro Indomável? Ou Marlon Brando, por O Poderoso Chefão? Se Daniel Day-Lewis perder, o peso será equivalente a algo assim.

MELHOR ATRIZ


Indicados ao Oscar: Cate Blanchett (Elizabeth - A Era de Ouro), Julie Christie (Longe Dela), Marion Cotillard (Piaf - Um Hino ao Amor), Laura Linney (A Família Savage), Ellen Page (Juno)

Seleção ideal: Não sobrou uma vaga para Amy Adams, por Encantada. Pena. Mas ela entraria no lugar de quem? Não vi A Família Savage, mas Laura Linney sempre merece. Só resta lamentar a ausência da Princesa Gisele.

Quem DEVE ganhar: Marion Cotillard. Não acredito que a Academia prefira Julie Christie neste ano. Ela é linda em Doutor Jivago e já tem uma estatueta. Tem que ser Marion. Ou eu não quero acreditar que ela sairá de mãos vazias.

Quem MERECE ganhar: Marion. Eu não falaria mais nisso, mas se Ellen Page ganhar, eu saio correndo pelas ruas com a roupa que estiver no corpo. E cantando Anyone Else But You.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Indicados ao Oscar: Casey Affleck (O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford), Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez), Philip Seymour Hoffman (Jogos do Poder), Hal Holbrook (Na Natureza Selvagem), Tom Wilkinson (Conduta de Risco)

Seleção ideal: Armin Mueller-Stahl (Senhores do Crime), Ben Foster (Os Indomáveis) e Paul Dano (Sangue Negro) mereciam indicações.

Quem DEVE ganhar: Javier Bardem na única indicação para Onde os Fracos Não Têm Vez que não me incomoda.

Quem MERECE ganhar: Sr. Hal Holbrook, obrigado por uma das cenas mais emocionantes que eu já vi numa sala de cinema.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE


Indicados ao Oscar: Cate Blanchett (Não Estou Lá), Ruby Dee (O Gângster), Saoirse Ronan (Desejo e Reparação), Amy Ryan (Medo da Verdade), Tilda Swinton (Conduta de Risco)

Seleção ideal: Catherine Keener (Na Natureza Selvagem) no lugar de Ruby Dee.

Quem DEVE ganhar: Tilda Swinton.

Quem MERECE ganhar: Tilda Swinton, monstruosa, assustadora e nojenta suando no banheiro. E feia como sempre.

MELHOR ANIMAÇÃO

Indicados ao Oscar: Ratatouille, Persépolis, Tá Dando Onda

Seleção ideal: Os Simpsons? Hello??

Quem DEVE ganhar: Ratatouille. Garçom, a conta, por favor.

Quem MERECE ganhar: Ratatouille. Com todo o respeito aos concorrentes, mas estamos falando da Pixar. E de seu melhor filme até hoje.

MELHOR MONTAGEM

Indicados ao Oscar: O Ultimato Bourne, O Escafandro e a Borboleta, Na Natureza Selvagem, Onde os Fracos Não Têm Vez, Sangue Negro

Seleção ideal: Para mim, essa categoria deveria estar cheia de filmes de ação. Estamos falando de perfeição em montagem. Na Natureza Selvagem tem suas idas e vindas no tempo e a edição ajuda na construção da história, então... ok. Mas faltou Transformers, Duro de Matar 4.0, 300, Os Indomáveis. Eu, hein.

Quem DEVE ganhar: O Ultimato Bourne, com Christopher Rouse, ou Onde os Fracos Não Têm Vez, com Roderick Jaynes - na verdade, esse é um pseudônimo usado pelos Coen. Então... eles de novo.

Quem MERECE ganhar: O Ultimato Bourne. Christopher Rouse tem a montagem mais moderna do cinema contemporâneo. É rápido, piscou perdeu, mas jamais cai no videoclipão. E consegue deixar fácil acompanhar uma história complicada. Além do mais, seria um prêmio de consolação para a Trilogia Bourne, que foi encerrada com perfeição. Assim, espero. Nada de Bourne 4, por favor.

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Indicados ao Oscar: A Bússola de Ouro, Piratas do Caribe - No Fim do Mundo, Transformers

Seleção ideal: 300 no lugar de A Bússola de Ouro.

Quem DEVE ganhar: Transformers

Quem MERECE ganhar: Os robôs de Michael Bay (e da Hasbro) sairam na porrada e a Industrial Light & Magic criou os efeitos mais espetaculares desde Jurassic Park. Se Transformers perder... é sacanagem. Não tem outra palavra.

E o Oscar vai acontecer


Até outro dia, a greve dos roteiristas ameaçava a realização de uma data marcante para o cinema: os 80 anos do Oscar, o maior prêmio de Hollywood para a sétima arte. Com o fim da greve, a festa está garantida para logo mais. Como ninguém sabia se a cerimônia aconteceria ou não, as campanhas dos estúdios foram pouco agressivas. Mesmo assim, dizem que Conduta de Risco ganhou alguma força e que o favoritismo de Onde os Fracos Não Têm Vez já foi maior.

De qualquer forma, tudo pode acontecer. Não sei se a Academia anda preocupada com os diversos prêmios que ocorrem antes do Oscar. Na hora H, a coisa tem sido diferente. Lembre-se que desde 2004, quando O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei levou tudo, que não há uma barbada na categoria de Melhor Filme.

Enfim, tudo pode acontecer até mesmo na apresentação da cerimônia. Teremos comentários sobre a provável greve dos atores? Quem vai citar McCain, Obama ou Hillary neste ano de eleição nos EUA? Será que deixaram o engajado Sean Penn de fora por causa disso? Piadas do apresentador Jon Stewart sobre Steven Spielberg e as Olimpíadas de Pequim? Bom, tudo pode acontecer.

Daqui a pouco, os palpites do HOLLYWOODIANO. Fique ligado.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Hollywoodiano Awards 2007




quinta-feira, fevereiro 21, 2008

15 dos 80 Oscars

O Oscar faz 80 anos neste domingo. E não adianta. Quem gosta de cinema pode reclamar ou concordar com as escolhas da Academia, mas sempre volta para acompanhar a cerimônia no ano seguinte.

Estou indo para o meu 15º Oscar. Assisti a 14 cerimônias pelos canais Globo, SBT e, atualmente, TNT. Sempre com Rubens Ewald Filho comentando. Antes de 1994, eu nunca havia ficado acordado até o fim. Desde então, resisti bravamente com muito café aos intermináveis e chatos números musicais da Academia e não preguei mais os olhos.

Abaixo, destaco pontos positivos e negativos nas minhas 15 experiências noite adentro nas entregas das famosas estatuetas douradas.

1994: A Lista de Schindler foi o Melhor Filme - superando Em Nome do Pai, O Piano, Vestígios do Dia e O Fugitivo. Foi muito emocionante vibrar com o primeiro Oscar para Steven Spielberg. Na verdade, ele ganhou dois naquela ocasião - Filme e Direção. Demorou, mas Steven foi reconhecido como "cineasta adulto". Como se precisasse...

1995: Forrest Gump bateu Pulp Fiction, Quatro Casamentos e um Funeral, Quiz Show e Um Sonho de Liberdade. Apesar de adorar os filmes de Quentin Tarantino e Frank Darabont, acho que a vitória foi justa. Tom Hanks repetiu a dose do ano anterior e ganhou mais um Oscar de Melhor Ator, igualando o feito de Spencer Tracy. Woody Allen concorreu na categoria de Melhor Diretor pela última vez com o fantástico Tiros na Broadway. É lógico que ele não foi na festa.

1996: Coração Valente derrotou Babe, Apollo 13, Razão e Sensibilidade e O Carteiro e o Poeta. Na época, eu adorei a vitória de Mel Gibson. Acho que ainda concordo com o resultado final. Mas foi uma cerimônia sem graça e sem surpresas. Só acho que Despedida em Las Vegas deveria ter sido indicado a Melhor Filme. Mas no lugar de quem?

1997: O primeiro Oscar que passei nervoso. Acho O Paciente Inglês chatíssimo. Nove Oscars? Hello?? Aqui sim os Irmãos Coen deveriam ter recebido os Oscars de Filme e Direção, por Fargo. Pelo menos, eles levaram o de Roteiro Original. Não entendo até hoje como O Povo Contra Larry Flynt ficou de fora como Melhor Filme.

1998: Titanic levou tudo. E quer saber? Eu concordo. Mas também adorei ver Jack Nicholson ganhar como Melhor Ator e "pular" as rachaduras do palco como seu personagem em Melhor É Impossível. Também foi legal ver Matt Damon e Ben Affleck com o Oscar de Roteiro Original, por Gênio Indomável. Na Globo, Arnaldo Jabor chamou Robin Williams de canastrão. Foi o fim para ele como comentarista.

1999: Shakespeare Apaixonado bateu O Resgate do Soldado Ryan como Melhor Filme. Harrison Ford, amigo de Steven Spielberg, anunciou o prêmio e fez cara de bobo. Inacreditável. Seria o pior Oscar de todos se Spielberg não tivesse ganho sua segunda estatueta de Melhor Diretor. Gwyneth Paltrow? Roberto Benigni? Por favor... Essa Miramax, hein.

2000: Beleza Americana ganhou o Oscar principal. Bateu O Informante, O Sexto Sentido, Regras da Vida e À Espera de um Milagre. Foi uma das melhores seleções que eu já vi. Torci por O Sexto Sentido. Mas tudo bem. O prêmio ficou em boas mãos. Neste ano, a Dreamworks virou o jogo contra a Miramax papa-Oscar, que aprontou O Paciente Inglês e Shakespeare Apaixonado.

2001: Gladiador derrotou Traffic, Erin Brockovich, O Tigre e o Dragão e (sic) Chocolate. Esse último foi uma tentativa absurda do marketing da Miramax, que deixou o excelente Quase Famosos de fora. Mas deu Dreamworks de novo. Eu adorei a vitória de Gladiador. Steven Soderbergh foi o Melhor Diretor, mas eu preferia Ang Lee. Julia Roberts fez escândalo ao ganhar como Melhor Atriz. Ela merece. Ok?

2002: Para mim, O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel foi o melhor de todos. A Academia preferiu ver a trilogia completa antes de qualquer coisa - o que é compreensível. Depois do filme de Peter Jackson, Uma Mente Brilhante era o melhor mesmo. Mas o ano ficou marcado pelas vitórias de Denzel Washington e Halle Berry (sic) como Ator e Atriz. Cansada de ser apontada como racista, a Academia aprontou essa marmelada pra cima de Russell Crowe, hein.

2003: Chicago? Deus, isso fez Moulin Rouge (candidato do ano anterior) parecer uma obra-prima. Meu favorito era As Duas Torres, claro. Mas por que não um Oscar para As Horas? Ou O Pianista? Bom, a velha Miramax virou o jogo contra a Dreamworks. Eta briguinha chata de marketing, sô. Foi um dos Oscars mais chatos que eu já vi. Gangues de Nova York concorreu a 10 Oscars e não levou nada. Nem o de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis. Adrien Brody? Faça-me o favor...

2004: O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei ganhou, literalmente, tudo. Igualou o recorde de 11 Oscars de Ben-Hur e Titanic. É isso aí. Dormi feliz naquela noite.

2005: Menina de Ouro e Clint Eastwood derrotaram O Aviador e Martin Scorsese, respectivamente. A noite ficou marcada pelo duelo entre esses dois grandes nomes do cinema. A vez de Scorsese ainda chegaria.

2006: Quando Jack Nicholson falou CRASH no final da festa, ninguém acreditou. Nem ele. Nem mesmo Paul Haggis, o diretor e roteirista do filme. Eu torci por Boa Noite e Boa Sorte ou Munique, mas todos esperavam pela vitória de Brokeback Mountain, que também é maravilhoso. Ao menos, Ang Lee foi o Melhor Diretor. Enfim, gosto de Crash, mas o filme de Paul Haggis precisou muito mais de um Oscar do que o drama de Ang Lee para ser reconhecido.

2007: And the Oscar goes to... Martin Scorsese! E Os Infiltrados ainda levou o de Melhor Filme. Foi demais! Adeus, Babel. Sorry. Esse foi o meu primeiro Oscar com o Hollywoodiano.

2008: A gente fala depois sobre isso.