sexta-feira, julho 31, 2009

Inimigos Públicos


Esqueça Fogo Contra Fogo, o épico policial de Michael Mann que coloca Al Pacino Vs. Robert De Niro em lados opostos da lei. Pelo menos enquanto você estiver absorvendo Inimigos Públicos (Public Enemies, 2009), o 10º filme do diretor que também fez O Informante e Colateral. Alguns críticos estão errando ao dizer que o foco é o antagonismo entre o gângster John Dillinger (Johnny Depp) e o agente Melvin Purvis (Christian Bale). Inimigos Públicos também não é uma cinebiografia de John Dillinger. É sobre a ordem e a desordem andando lado a lado. É sobre o mito de um gângster e como sua fama afetou as pessoas ao seu redor - entre anônimos, agentes, sua namorada (Billie Frechette, interpretada por Marion Cottilard) e, principalmente, ele mesmo. Esse é o filme que você deve ver. Dessa forma, dá para aproveitar a bela obra de arte que Michael Mann entregou.

Nunca vi personagem tão ingenuamente egocêntrico quanto o John Dillinger de Johnny Depp e Michael Mann. Egocêntrico sim, mas jamais egoísta. Para começo de conversa, Depp constrói um Dillinger que não consegue acreditar que será vencido pelo sistema. Como se fosse invencível; um verdadeiro Clark Gable, um herói romântico do cinema em seu filme particular. Ele pode ser preso ou nocauteado, mas sempre escapará ou dará a volta por cima para continuar fazendo o que mais gosta: Roubar bancos. E mesmo se terminar morto pelas forças da lei, Dillinger parece acreditar naquilo que sabemos hoje em dia: Ele é uma lenda.



É um daqueles astros da vida real que desafiaram as regras, o sistema. Como Billy The Kid e Jesse James. Mas Depp e Mann nunca deixam Dillinger se entusiasmar com os holofotes. Sempre quando começa a brilhar, ele leva uma direita no queixo para pensar um pouco e se levantar com dignidade. Não é exatamente (e nem deveria ser) o John Dillinger que viveu, de fato, naquela época. Esse é o John Dillinger de Michael Mann e Johnny Depp.

A história do filme começa em 1933, em plena Era da Depressão. Dillinger e sua gangue roubam dinheiro dos bancos. Não do povo. E naquele período de miséria, desemprego, fome e morte, a plebe idolatrou os feitos de Dillinger, enquanto autoridades se tornaram alvos fáceis das rajadas de balas dos gângsteres e das críticas populares, ficando completamente perdidas no jogo de gato e rato proposto pelos foras da lei. É por isso que Melvin Purvis (Christian Bale) não negocia. Para ele, chega de fazer papel de bobo. O cara atira para matar, e depois pergunta. Simples assim. Após acabar com a raça do gângster Pretty Boy Floyd (Channing Tatum) ao som da incrível canção Ten Million Slaves, de Otis Taylor (obrigado por isso, Michael Mann), Purvis é contratado pelo inescrupuloso J. Edgar Hoover (Billy Crudup) para organizar um bureau com o objetivo de capturar os gângsteres vivos ou mortos. E você conhece bem Hoover e esse tal bureau, que ainda engatinha em Inimigos Públicos.

Do lado do povo (e de John Dillinger), Michael Mann trata os federais como os vilões da história. Dillinger e sua trupe ganham um verniz heróico, mesmo escrevendo por linhas tortas. Como as semelhanças e diferenças entre Robin Hood e o Xerife de Nottingham. Parte do charme da história está aqui: Os Inimigos Públicos do título são mocinhos e bandidos ao mesmo tempo.

De certa forma, essa realidade não tão alternativa de Michael Mann caminha de braços dados com o fim da Era Bush, que confundiu o povo sobre quem estava do lado certo e quem estava do lado errado. Aos poucos, John Dillinger percebe que sua época de glórias está chegando a um fim forçado. Os agentes do bureau de Hoover estão se modernizando, evoluindo em armas, tecnologia, além de estudo e conhecimento das mentes criminosas, tornando-se cada vez mais implacáveis.

É um ponto de vista reconhecido no cinema de John Ford ou mesmo em vários filmes de gângsteres inspirados em personagens reais que viveram a época de John Dillinger, Baby Face Nelson, Al Capone e Pretty Boy Floyd. Vimos o fim de uma era também no remake de Scarface, de Brian De Palma, ou em Onde os Fracos Não Têm Vez, dos Irmãos Coen, ou Butch Cassidy, de George Roy Hill. Embora seus "heróis" saibam que seus mundinhos particulares estão virando capítulos anteriores de livros de histórias, eles se recusam a admitir tal mudança. John Dillinger, mesmo perseguido, não foge do campo de batalha, inclusive visita a casa do inimigo numa cena extraordinária. Pior do que isso, ele tem tempo para namorar e ir ao cinema. Em seu mundo, ele pode estar numa sala lotada exibindo um filme popular, e mesmo assim, sabe que jamais será identificado como um inimigo público nº1.




Inimigos Públicos é fantasia e realidade. Remete ao passado e ao futuro da História, inclusive do cinema. É uma homenagem aos astros e aos cineastas que glorificaram a imagem desses "bandidos" - e digo "imagem" quando quero discutir o perfil de cada personagem e a fotografia utilizada em cena. Ao longo dos anos, diretores contaram a mesma história. Só que alguns lançaram olhares diferenciados e tentaram contribuir para o visual e a narrativa do cinema. A própria realização de Inimigos Públicos remete a isso. Acima de tudo, é uma homenagem à Era de Ouro de Hollywood, sem deixar de chacoalhar não o futuro, mas o presente da sétima arte.

Em cena, John Dillinger é assim. Pensa no aqui e agora. Essa é a sua qualidade e, ao mesmo tempo, sua maior falha. Se baseando nesses princípios, Johnny Depp cria um personagem eterno pelo modo de andar e de se encaixar dentro das belas roupas escolhidas para o filme, assim como pelo jeito de olhar. Depp não exagera, mas também não cai no minimalismo. A cena magnífica do cinema, em que todos olham para a direita e para a esquerda, menos Dillinger, traz Depp em seu momento máximo dentro do personagem. Aquela cena mostra quem é o John Dillinger deste filme. Egocêntrico, ingênuo, mas nunca uma pessoa má.

Alguns podem reclamar da atuação de Christian Bale, seríssimo como o agente Melvin Purvis. Mas isso é explicado pela venda de sua alma a J. Edgar Hoover. Workaholic, você conhece o tipo, vive para caçar John Dillinger. Ele não tem tempo para cervejinhas, mulheres e futebol. O próprio gângster reconhece o perfil do agente na única cena em que Depp e Bale contracenam (lembre-se de Fogo Contra Fogo, em que Pacino e De Niro dividiram apenas um plano). Dillinger sabe que Purvis passa suas noites em claro e não tem vida social. Purvis retruca: "O que lhe tira o sono à noite, Sr. Dillinger?" O canalha devolve: "Café!" Genial, não? A resposta define John Dillinger neste filme. Como eu disse, ele pensa no aqui e agora. Não há planos para amanhã.

E tem Marion Cottilard... Que mulher! Que atriz! No meio de tantos homens à beira da morte, Marion surge como um colírio para os olhos e a mente. Que talento essa mulher tem para simplesmente preencher a tela sem dizer coisa alguma. Ela tem o coração de Dillinger e também sua alma. Em poucos minutos, ele a corteja e entendemos sua preferência. Dói quando vemos Marion sofrendo em cena. Mesmo com tantos homens no elenco, Michael Mann faz Marion comer o pão que o Diabo amassou na parte mais violenta do filme. Ver seu choro dominando a última cena é de cortar o coração. Mann escolheu a atriz certa para o papel. Ouvir Bye Bye Blackbird, de Billie Holiday, e lembrar da morena Marion será inevitável daqui pra frente. Ela é a emoção à flor da pele que os personagens machos deste filme tentam esconder.




Voltando às questões de evolução visual e narrativa, Mann idolatra o velho e o novo cinema. Não brinca, mas testa, arrisca. Filma da forma que mais gosta - com câmera digital na mão captando imagens de alta definição. Inimigos Públicos usa e abusa do recurso num filme que se passa em interiores escuros e ambientes dominados pela sombra. Posso dizer que Inimigos Públicos é expressionista?

A fotografia do italiano Dante Spinotti (indicado ao Oscar por O Informante, de Mann, e Los Angeles - Cidade Proibida) alcança a perfeição mesmo quando nossos olhos insistem em transmitir ao cérebro que há imperfeição. Repare nas cenas iluminadas pela imprensa no meio da multidão ou nos clarões do fogo disparado pelas metralhadoras.

Como de costume, certo ou errado (não importa), Mann consegue ser intenso, violento, cruel, filma seus heróis e vilões bem de perto com a câmera grudada em seus rostos, como se fossem técnicos de futebol nas coletivas após os jogos. Coloca sua câmera como se estivesse grudada ao pé da orelha de uma pessoa para captar o que ela está vendo. É um choque visual para o habitual glamour dos filmes de gângster, mas que pode dar novo fôlego ao "gênero". Inimigos Públicos é furioso, romântico, ensurdecedor, poético e cheira à pólvora. É um dos melhores filmes do ano. E da década.


Inimigos Públicos (Public Enemies, 2009)
Direção: Michael Mann
Roteiro: Ann Biderman, Michael Mann e Ronan Bennett (Inspirado no livro Public Enemies: America's Greatest Crime Wave and the Birth of the FBI, 1933-34, de Brian Burrough)
Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, Jason Clarke, Stephen Dorff, Billy Crudup, Branka Katic e Stephen Graham

Ridley Scott vai dirigir prequel de Alien

Há algum tempo já circulavam boatos e informações concretas sobre a retomada da cinessérie Alien, pela Fox (sem o Predador, claro). Chegaram a confirmar uma prequel para o clássico Alien - O Oitavo Passageiro. Melhor: Com produção de Ridley Scott, o diretor do filme original. Mas hoje temos novidades alienígenas: De acordo com a Variety, o próprio Ridley Scott vai dirigir a prequel de Alien.

Ainda não tenho opinião formada sobre essa notícia, mas é preferível ter Ridley Scott no comando de Alien do que algum zé mané sem raça e qualquer identificação com este universo.

Sou fã xiita do filme original de 1979, um dos melhores de todos os tempos, e da sequência (Aliens - O Resgate) dirigida por James Cameron. O resto é resto. O terceiro filme (Alien 3), pelo menos, serviu para trazer David Fincher (Seven, Clube da Luta, O Curioso Caso de Benjamin Button) dos videoclipes para o cinema. Só.

O fato é que Ridley Scott, também diretor de Blade Runner, jamais deveria ter deixado a ficção científica para trás. Ele acerta aqui e ali, mas erra muito, até porque filma demais. O sujeito não descansa. Por isso mesmo, deveria arriscar mais pelo terreno da ficção científica, onde emplacou dois clássicos modernos. Mas, sinceramente, eu esperava que ele voltasse ao gênero com alguma novidade e não revisitando Alien ou Blade Runner, que deveriam ficar em paz em DVD e Blu-ray.

Mas vamos ver no que dá e torcer pra dar certo. A série Alien surgiu grande, mas foi perdendo força aos poucos até cair no ridículo quando cruzou com o coleguinha Predador. Porém, sinto que se tem um cara que pode salvar a franquia, este é Ridley Scott. Se não der certo com ele, não dará com mais ninguém.

Agora, levante a mão quem já pensou em Russell Crowe para enfrentar o monstrengo!

quinta-feira, julho 30, 2009

Boas novas de Veneza e Toronto

Saiu a lista oficial de filmes da 66ª edição do Festival de Veneza, que acontece de 2 a 12 de setembro. No mesmo mês, o Festival de Toronto também dá o ar de sua graça. Mas com todo o respeito aos canadenses, vamos começar pela cidade mais bonita.

Concorrendo ao Leão de Ouro, temos grandes diretores como Giuseppe Tornatore, com Baaria, Werner Herzog, com Bad Lieutenant, além de filmes esperados como The Road, de John Hillcoat, em seu primeiro teste de verdade para se firmar como um dos favoritos ao Oscar 2010.

Fora de competição, destaque para The Hole, que marca a volta de um diretor que gosto muito: Joe Dante. É o cara responsável por Grito de Horror, Gremlins, Viagem Insólita e Meus Vizinhos São um Terror. Estava sumido. Também temos The Men Who Stare at Goats, de Grant Heslov, o roteirista de Boa Noite e Boa Sorte. O filme, claro, traz o amigo George Clooney no elenco. Tem Steven Soderbergh e Matt Damon, em The Informant!, e Abel Ferrara apresentando seu Napoli Napoli Napoli. Em mostra paralela, o destaque é a presença de duas produções nacionais: O filme Insolação e o documentário Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo. Veja abaixo.



Mostra competitiva

Baaria, de Giuseppe Tornatore (Itália)
Soul Kitchen, de Fatih Akin (Alemanha)
La Doppia Ora, de Giuseppe Capotondi (Itália)
Accident, de Cheang Pou-Soi (China/ Hong Kong)
Persecution, de Patrice Chereau (França)
Lo Spazio Bianco, de Françasca Comencini (Itália)
White Material, de Claire Denis (França)
Mr. Nobody, de Jaco van Dormael (França)
A Single Man, de Tom Ford (EUA)
Lourdes, de Jessica Hausner (Áustria)
Bad Lieutenant, de Werner Herzog (EUA)
The Road, de John Hillcoat (EUA)
Between Two Worlds, de Vimukthi Jayasundara (Sri Lanka)
The Traveller, de Ahmed Maher (Egito)
Lebanon, de Samuel Maoz (Israel)
Capitalism: A Love Story, de Michael Moore (EUA)
Women Without Men, de Shirin Neshat (Alemanha)
Il Grande Sogno, de Michele Placido (Itália)
36 vues du Pic Saint Loup, de Jacques Rivette (França)
Survival of the Dead, de George Romero (EUA)
Life During Wartime, de Todd Solondz (EUA)
Tetsuo The Bullet Man, de Shinya Tsukamoto (Japão)
Prince of Tears, de Yonfan (Hong Kong)

Fora de competição

REC 2, de Jaume Balaguero e Paco Plaza (Espanha)
Chengdu, I Love You, de Fruit Chan e Cui Jian (China)
The Hole, de Joe Dante (EUA)
The Men Who Stare at Goats, de Grant Heslov (EUA)
Scheherazade, Tell Me a Story, de Yousry Nasrallah (Egito)
Yona Yona Penguin, de Rintaro (Japão)
The Informant!, de Steven Soderbergh (EUA)
Napoli Napoli Napoli, de Abel Ferrara (Itália)
Anni Luce, de Françasco Maselli (Itália)
L'oro di Cuba, de Giuliano Montaldo (Itália)
Prove per una tragedia siciliana, de John Turturro e Roman Paska (Itália)
South of the Border, de Oliver Stone (EUA)

Mostra Horizontes

Françasca, de Bobby Paunescu (Romênia)
One-Zero, de Kamla Abou Zekri (Egito)
Buried Secrets, de Raja Amari (Tunísia)
Tender Parasites, de Christian Becker e Oliver Schwabe (Alemanha)
Adrift, de Bui Thac Chuyen (Vietnã)
Crush, de Petr Buslov e outros (Rússia)
Repo Chick, de Alex Cox (EUA)
Engkwentro, de Pepe Diokno (Filipinas)
The Man's Woman and Other Stories, de Amit Dutta (Índia)
Paraiso, de Hector Galvez (Peru)
Io sono l'amore, de Luca Guadagnino (Itália)
Cow, de Guan Hu (China)
Judge, de Liu Jie (China)
Pepperminta, de Pipilotti Rist (Suíça)
Tris di donne e abiti nunziali, de Martina Gedeck (Itália)
Insolação, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch (Brasil)
1428, de Du Haibin (China)
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Marcelo Gomes e Karim Ainouz (Brasil)
Once Upon A Time Proletarian: 12 Tales of a Country, de Guo Xiaolu (China)
Villalobos, de Romuald Karmakar (Alemanha)
Il colore delle parole, de Marco Simon Puccioni (Itália)
The One All Alone, de Frank Scheffer (Holanda)
Toto, de Peter Schreiner (Áustria)



DE VENEZA PARA TORONTO
Irmãos Coen lançam "A Serious Man" no Festival de Toronto. O trailer já está na rede.



Os incansáveis irmãos cineastas (e loucos) Joel Coen e Ethan Coen, criadores de Fargo, Arizona Nunca Mais, Onde os Fracos Não Têm Vez, Barton Fink e Queime Depois de Ler, estão preparados para ver (e ouvir) as primeiras reações de público e crítica a respeito de A Serious Man, o novo trabalho da dupla. A premiére mundial será no Festival de Toronto, em setembro. O filme chega aos cinemas americanos somente em 9 de outubro. No Brasil, em 4 de dezembro. Mas você já pode conferir o trailer. Veja abaixo.


quarta-feira, julho 29, 2009

Ansiedade Pós-Comic-Con 2009


A Comic-Con é a maior feira de cultura pop da parte ocidental da Terra. De 22 a 26 de julho, San Diego foi mais uma vez o centro das atenções de cinéfilos nerds e nerds cinéfilos. É lá que todos ficam sabendo das novidades que estão por vir no mundo habitado por quem tem um parafuso a menos. É toda a educação que meninos e meninas precisam.

Entre painéis, coletivas, atores, atrizes, diretores, gente fantasiada e, principalmente, feliz, a Comic-Con 2009 antecipou detalhes sobre filmes, games, séries de TV e quadrinhos que podem influenciar crianças de todas as idades nos
próximos anos - com uma atenção especial a 2010, claro. Abaixo, eis alguns pontos que me acertaram em cheio.

- Tim Burton falou pela primeira vez sobre seu Alice no País das Maravilhas, que estreia dia 5 de março de 2010. Disse que o 3-D está lá para ajudar a contar a história. E que optou por utilizar seus atores ao vivo e a cores sem recorrer à captura de movimentos. Bom, pelo menos, acho que isso não se aplica à personagem de Helena Bonham Carter, eu acho. O fato é que está cada vez mais difícil para os nossos olhos diferenciarem o que é real ou não. Não acredita? Então veja o trailer que foi apresentando na Comic-Con.



- Mas foram os tão falados 25 minutos de Avatar, o novo filme de James Cameron, que dominaram a Comic-Con 2009. Não faltaram palavras como "revolucionário" e expressões como "divisor de águas". Mas será que o cinema vai mesmo mudar depois de Avatar? Após assistir a O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, o diretor James Cameron decidiu sair do exílio pós-Titanic para realizar um sonho de criança: Levar sua história de menino (Avatar) às telas. Na Comic-Con, disse que 100% do que imaginou está no filme. Você pode não concordar, mas acho que Cameron jamais errou. E não acredito que ele voltaria 12 anos depois somente para ganhar mais um bilhão de dólares. HELLO! Ele é o diretor de Titanic. Então é bobagem acusá-lo de qualquer outra palavra que não seja sinônimo de megalomaníaco. Agora, precisamos esperar pelo dia 21 de agosto, quando o trailer será liberado, além de um clipe de 15 minutos, que será exibido em salas IMAX 3-D do mundo inteiro. Mas só descobriremos exatamente o que James Cameron pretende com Avatar em 18 de dezembro, quando o filme finalmente estreia. Ah, o diretor ainda disse que prepara o retorno de Titanic aos cinemas em versão 3-D. Possivelmente, isso também acontecerá com O Exterminador do Futuro 2.

Arte conceitual de Avatar

- Peter Jackson contou que ainda está trabalhando no roteiro de O Hobbit, prequel de O Senhor dos Anéis. Disse para os fãs manterem a calma, porque não há roteiro pronto e nem mesmo orçamento aprovado. Por tudo isso, Peter Jackson e o diretor Guillermo Del Toro não escolheram o ator que viverá o jovem Bilbo Bolseiro (interpretado na trilogia por Ian Holm). Aliás, disse que Del Toro terá liberdade total para conduzir O Hobbit, precisando apenas, é claro, respeitar as locações da Terra-Média criadas na trilogia e os estilos de cada personagem visto em O Senhor dos Anéis. O filme, no entanto, será mesmo dividido em duas partes com estreias previstas para 2011 e 2012. Enfim, nada de novo. Peter Jackson nem mesmo decidiu qual será a história de Tintin que continuará The Secret of the Unicorn, que Steven Spielberg já rodou. Se você não sabe, Spielberg e Jackson trabalham juntos em The Adventures of Tintin, feito com captura de performance e tecnologia 3-D. O primeiro, The Secret of the Unicorn, dirigido por Spielberg e produzido por Jackson, estreia em 2011. O segundo, a ser dirigido por Jackson e produzido por Spielberg, só Deus sabe.


- Enquanto acompanhava a exibição de trechos de seu novo filme, 2012, o cineasta Roland Emmerich (Independence Day, Godzilla, O Dia Depois de Amanhã) comentou sobre a responsabilidade de dirigir a versão cinematográfica da trilogia Fundação, livros clássicos de Isaac Asimov. Embora não haja cronograma definido, o primeiro filme pode chegar às telas em 2011. Na Comic-Con, o diretor revelou o nome do roteirista: Robert Rodat, indicado ao Oscar por O Resgate do Soldado Ryan, mas que também cometeu O Patriota para o próprio Emmerich. O curioso é que os três livros de Asimov (Fundação, Fundação e Império, e Segunda Fundação) não têm nada a ver com o estilo de Emmerich. Diria que Stanley Kubrick, se estivesse vivo, deveria ser o diretor. Sentiu o drama? É sério. Estou preocupado.

A moto de Tron Legacy

- Antes eu era da turma do "só acredito vendo", mas Tron Legacy não é lenda. A sequência de um dos filmes mais legais e revolucionários dos anos 80 vai mesmo acontecer. Para variar, em 3-D. No ano passado, a Comic-Con mostrou as primeiras cenas, que foram liberadas para a rede somente agora (veja abaixo). Mas na edição deste ano, com a presença de Jeff Bridges (protagonista do original de 1982), além da atriz Olivia Wilde e os cineastas Steven Lisberger (diretor do primeiro filme; produtor e roteirista do segundo) e Joseph Kosinski, que comanda Tron Legacy, a Disney provou que não é brincadeira e, de quebra, apresentou a moto iluminada da nova versão, que tem estreia prevista para novembro ou dezembro de 2010. E será interessante ver como Tron se encaixa neste milênio. Em 82, não existia a geração internet e os games eram da idade da pedra. Sim, Tron antecipou muito do futuro que conhecemos hoje. Mas será que Tron Legacy ditará alguma coisa?





terça-feira, julho 28, 2009

A Proposta


Quando a doce Audrey Hepburn entrou na terceira idade, você passou a ir ao cinema atrás de uma comédia romântica esperando somente por mais do mesmo, certo? É a pura verdade, até porque quando um diretor tenta explorar algo novo dentro do gênero - Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) ou Paul Thomas Anderson (Embriagado de Amor) por exemplo -, a massa se irrita, mas os críticos adoram. Quando unem o útil ao agradável - James L. Brooks (Melhor É Impossível) ou Peter Weir (Green Card) -, todo mundo sai feliz. Só que na temporada rentável do verão americano, Hollywood quer saber mesmo é de faturar. É inocência demais esperar por algo especial.

Inocência... Palavra interessante para definir o perfil do público fiel de comédias românticas. Pessoas sonhadoras, que acreditam no amor verdadeiro. E ele existe. Mas o sentimento dentro deste gênero de filme andava sem porta-voz. Meg Ryan, Julia Roberts e Sandra Bullock já passaram da casa dos quarenta anos e parece que o cinema americano ainda não encontrou uma substituta à altura desse trio. Muito menos à altura de Audrey Hepburn.

E é por causa de Sandra Bullock que A Proposta (The Proposal, 2009) funciona tão bem. Mesmo com seus vários clichês. Mesmo com uma trama previsível da primeira à última cena. Ainda assim, mesmo com uma ou outra cena brega, o filme é emocionante e divertido. Ora bolas, assim é o amor.

Eu creditei o sucesso do filme à quarentona Sandra Bullock, ainda cheia de carisma, com a energia de uma menina, e mais madura como atriz, mas esqueci do novo astro Ryan Reynolds, que é uma grande promessa. O filme não é inteiramente de Sandra. É dos dois. É da química entre a dupla que o filme acontece e se torna verossímil, cativante.

Sandra é Margaret Tate, o Diabo vestindo Prada em A Proposta. Editora de livros durona, sem coração, ela é a típica chefe sem vida social, que desconta suas amarguras nos funcionários. Mas que, aos poucos, mostra que é humana como qualquer outra pessoa. Reynolds é Andrew Paxton, seu assistente. Filho de família rica, ele entrou numa cruzada idealista, sonhando ser editor como a chefe, além de ver seu livro publicado em um futuro não muito distante. Por isso, suporta as grosserias de Margaret. Mas a chefinha cai do pedestal ao ser obrigada a voltar para o Canadá, seu país de origem, quando seu visto é negado. Dona de ideias rápidas, que não negam sua dedicação ao lado profissional, ela diz aos seus superiores que irá se casar com o pobre Andrew. Ele aceita a proposta com duas condições: Margaret será obrigada a promovê-lo a editor e a publicar seu livro. Feito. Agora, o "casal" só precisa sobreviver a um final de semana com a família de Andrew - o que pode convencer de vez o agente da imigração.



Enfim, você já sabe como isso vai acabar. Mas Sandra Bullock e Ryan Reynolds são ótimos. Mesmo com ela sendo bem mais velha do que ele, o roteiro de Pete Chiarelli e a atuação da dupla convencem a plateia de que ambos podem (e devem) se apaixonar. Além disso, Sandra Bullock e Ryan Reynolds unem boa forma física e carisma - tudo o que Hollywood quer. Mais: Sabem ser durões de corações moles. Sem canastrice.

De quebra, A Proposta tem bons coadjuvantes como Craig T. Nelson, Mary Steenburgen e a bela Malin Akerman. Mas quem brilha é a veterana Betty White, como a avó de Andrew. Quem pensa que brilha é Oscar Nuñez, da série The Office. Mesmo com uma cena grotesca numa floresta - na companhia de Sandra Bullock -, a Sra. White segura bem a onda. E ela tem um momento fantástico no final. Já Nuñez protagoniza cenas constrangedoras, que não fariam a mínima falta ao filme. Mas, ok, você sai do cinema sorrindo. É a maior prova de que A Proposta cumpre o que promete.

Um olhar mais atento ainda vai fazer um paralelo entre A Proposta e Green Card, o belo filme de Peter Weir, com Gérard Depardieu e Andy MacDowell, sobre um "casal falso", que se une para garantir a permanência do francês nos EUA da moça. Mas é inútil fazer outro tipo de comparação entre o filme de Anne Fletcher, que dirigiu Vestida Para Casar, e Peter Weir, um gênio que realizou A Testemunha, Sociedade dos Poetas Mortos, O Show de Truman e Mestre dos Mares. A Proposta é apenas mais do mesmo. Mas com o diferencial de Sandra Bullock e (surpresa) Ryan Reynolds. Já está de bom tamanho.

A Proposta (The Proposal, 2009)
Direção: Anne Fletcher
Roteiro: Peter Chiarelli
Elenco: Sandra Bullock, Ryan Reynolds, Malin Akerman, Craig T. Nelson, Mary Steenburgen, Betty White, Denis O'Hare e Oscar Nunez

segunda-feira, julho 27, 2009

SBBC lança novo blog

A Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos surgiu em 2007 com a proposta de unificar os blogs de cinema. Celebrando os melhores filmes do ano lançados no Brasil com o Blog de Ouro, a SBBC está de casa nova (veja aqui) e já prepara a próxima edição do prêmio, que teve Cartas de Iwo Jima (2008) e Sangue Negro (2009) como os principais ganhadores dos últimos anos.

Com direção de Vinicius Pereira (Blog do Vinicius), Kamila Azevedo (Cinéfila por Natureza) e deste que vos escreve, a SBBC está com incrições abertas para novos integrantes, que poderão votar no Blog de Ouro 2010, com data a ser definida. Se você é blogueiro cinéfilo, entre aqui e participe!

sexta-feira, julho 24, 2009

Nova revista de cinema nas bancas

Após a morte da boa e velha SET, temos uma nova revista de cinema no mercado. Trata-se de PREVIEW, nova publicação mensal sobre filmes, DVD, Blu-Ray, séries de TV e outras coisas legais.

A primeira edição traz Harry Potter e o Enigma do Príncipe na capa, além de comentar os lançamentos de Inimigos Públicos e Se Beber Não Case. Tem entrevista com o diretor Heitor Dhalia (O Cheiro do Ralo e o novo À Deriva) e o destaque em TV para a estreia da segunda temporada de True Blood.

A equipe de PREVIEW é formada por Ricardo Matsumoto (ex-editor especial da SET), Márcia Chicaoka (ex-editora de arte da SET), Cláudia Fukunaga (que trabalhou por anos na SET, e até recentemente era editora de arte da revista VIVER BEM), Suzana Uchôa Itiberê (ex-colaboradora da SET, que escreve para a IstoÉ Gente) e Mariane Morisawa (também ex-colaboradora da SET e que escreve para a Quem, Joyce Pascowitch, IG).

A lista de colaboradores inclui nomes como Alfredo Sternheim, Roberto Pujol e Marcelo Del Greco.

terça-feira, julho 21, 2009

Jim Carrey insano em trailer de Eu te Amo, Phillip Morris

Com legendas em francês, nova prévia é a mais engraçada
(ou bizarra) já mostrada sobre o filme

Mesmo com estreia marcada para fevereiro do ano que vem nos EUA, Eu te Amo, Phillip Morris é um dos filmes mais comentados do momento. Inspirado no livro de Steve McVicker sobre a vida de Steven Russell, o filme ganhou um novo trailer (francês) que destaca Jim Carrey mais insano do que nunca.

A trama não é das mais simples e o filme dirigido por Glenn Ficarra e John Requa, roteiristas de Papai Noel às Avessas (!) quase não conseguiu distribuidora nos EUA por causa do puritanismo do público americano.

É a história real de Steven Russell (Jim Carrey), ex-policial e pai de família dedicado, que sai do armário após um acidente de carro. Se fosse só isso, tudo bem, mas Russell foi um mestre da picaretagem, que, entre outras coisas, fingiu ser portador de HIV e fugiu várias vezes de uma prisão no Texas. Seu único ponto fraco é a paixão por Phillip Morris (Ewan McGregor), seu colega de prisão homônimo da fabricante de cigarros.

O filme, que ainda conta com Rodrigo Santoro no elenco, estreia na França em 09 de setembro (e já foi exibido no Festival de Cannes). Nos EUA, só em fevereiro. No Brasil, estreia em 02 de abril de 2010. Mas tem cara de que será adiado, adiado e adiado.

Veja o trailer abaixo.


I Want My Money Back!

"Harry Potter" domina as bilheterias do último final de semana aqui, lá e em todos os lugares



Como era esperado, Harry Potter e o Enigma do Príncipe liderou as bilheterias do final de semana de 17 a 19 de julho nos EUA. Após bater o recorde da maior estreia de todos os tempos à meia-noite, o novo Harry Potter acumula $396 milhões ao redor do mundo.

A Era do Gelo 3 continua firme em seu segundo lugar. A animação, no entanto, fatura muito mais fora do mercado americano. Em um mês em cartaz, Transformers: A Vingança dos Derrotados, que ficou em terceiro neste fim de semana, soma $364 milhões nos EUA, sendo o maior sucesso do ano até aqui. No mundo inteiro, o filme de Michael Bay rendeu $746 milhões, chegando ao posto de 28ª bilheteria de todos os tempos.

Com estreia marcada para 14 de agosto no Brasil, Brüno não empolgou tanto os americanos quanto Borat. Talvez pela concorrência com Harry Potter, A Era do Gelo e Transformers. Talvez porque piadas homofóbicas sejam politicamente incorretas perto da avacalhação ao estrangeiro - e até ao american way of life da Era Bush. Vai saber...

Mas Sandra Bullock e Ryan Reynolds se recusam a deixar o top 5. Com $128 milhões somente nos EUA, A Proposta é um inesperado sucesso. Sim, eu disse "inesperado", afinal Sandra Bullock andava longe das comédias românticas, mas parece que seu carisma continua inabalável.

Abaixo, o top 5 das bilheterias americanas no último final de semana.


1-
Harry Potter e o Enigma do Príncipe
Fim de semana: $77,8
Total:
$158
Posição na semana passada: -

2- A Era do Gelo 3
Fim de semana: $17,6
Total: $152
Posição na semana passada: 2

3- Transformers: A Vingança dos Derrotados
Fim de semana: $13,7
Total: $364
Posição na semana passada: 3

4- Brüno
Fim de semana: $8,32
Total: $49,5
Posição na semana passada: 1

5- A Proposta
Fim de semana: $8,29
Total: $128
Posição na semana passada: 5

Fonte: IMDB




É impressionante a força de Harry Potter pelo mundo. Os filmes nunca passaram perto da unanimidade, mas as filas - mesmo após o fim de semana de estreia - são mais assustadoras do que o filme de David Yates. No Brasil, o resultado não foi diferente. O filme chegou aos cinemas em sessões à meia-noite (de terça pra quarta), mas só de sexta a domingo, O Enigma do Príncipe faturou mais de R$9 milhões. Em cinco dias, levou quase dois milhões de espectadores aos cinemas.

Com a criançada em férias, quem não quer encarar as filas de Harry Potter compra ingresso para A Era do Gelo 3, visto e revisto pelo público brasileiro. Em segundo lugar no último fim de semana, a animação de Carlos Saldanha é também o segundo filme mais visto pelos brasileiros em 2008 e aproveita as sobras de Harry Potter. Além disso, não se preocupa mais com a concorrência de Transformers: A Vingança dos Derrotados, que despencou para o quarto lugar, ficando atrás até mesmo de A Proposta - a grande opção do momento para quem busca diversão fora da fantasia de robôs gigantes, bruxos e monstros pré-históricos falantes. Abaixo, o top 5 das bilheterias nacionais de 17 a 19 de julho.



1- Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Fim de semana:
R$9.354.320,00
Posição na semana passada: -

2- A Era do Gelo 3
Fim de semana: R$
6.982.163,00
Posição na semana passada: 1

3- A Proposta
Fim de semana: R$
1.551.268,00
Posição na semana passada: 2

4-
Transformers: A Vingança dos Derrotados
Fim de semana: R$
622.101,00
Posição na semana passada: 3

5-
A Mulher Invisível
Fim de semana: R$
588.020,00
Posição na semana passada: 4

Fonte: Filme B

segunda-feira, julho 20, 2009

Veja os primeiros cartazes de Prince of Persia

Pôsteres mostram o herói vivido por Jake Gyllenhaal e sua prometida, Gemma Arterton




A Disney divulgou hoje os dois primeiros pôsteres de Prince of Persia - The Sands of Time, adaptação para o cinema do primeiro game da trilogia que ainda tem Warrior Within e The Two Thrones. Leia: Uma tentativa do estúdio de criar outra franquia lucrativa após Piratas do Caribe e As Crônicas de Nárnia.

As artes mostram Jake Gyllenhaal como o Príncipe Dastan e Gemma Arterton como Tamina, sua grande paixão. A trama é o feijão com arroz básico: Príncipe-justo-e-destemido-é-traído-pelo-sujeito-que-ele-pensava-ser-de-confiança-e-ainda-precisa-salvar-sua-garota-das-garras-do-vilão. Bom, no videogame funciona...



Com produção de Jerry Bruckheimer (Piratas do Caribe) e direção de Mike Newell (Harry Potter e o Cálice de Fogo), Prince of Persia - The Sands of Time ainda tem Ben Kingsley e Alfred Molina no elenco. O filme estreia no dia 28 de maio de 2010.

Novo Master and Commander?


De acordo com o USA Today, o ator neozelandês Russell Crowe está louco para volta ao papel de Jack Aubrey, o capitão britânico de Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo. O ator ainda revelou que há um roteiro pronto, The Reverse of the Medal, mas que as discussões em torno do início das filmagens estão em fase inicial.

Não é difícil que a segunda aventura cinematográfica de Jack Aubrey saia do papel. Mesmo que não tenha sido um estrondoso sucesso de bilheteria, o primeiro filme conquistou 10 indicações ao Oscar e recebeu duas estatuetas. Sem falar que a série literária de Patrick O' Brian tem 20 volumes e Hollywood sofre com a falta de criatividade dos estúdios.

Se depender de Crowe, Master and Commander - The Reverse of the Medal acontece. E boa parte do elenco tem contrato para mais dois filmes. Em 2005, no entanto, o diretor Peter Weir chegou a dizer que não acreditava numa sequência devido ao retorno modesto do filme nas bilheterias. Mas com Russell Crowe colocando a boca no trombone, vamos ver se Peter Weir muda de ideia, não?


Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo baseou-se nos três primeiros volumes da série de O'Brian. Já o roteiro de The Reverse of the Medal foi inspirado no décimo primeiro livro da saga.

Atualmente, Crowe roda Robin Hood com o diretor (e amigão) Ridley Scott. O filme estreia no dia 14 de maio de 2010.

sábado, julho 18, 2009

Harry Potter e o Enigma do Príncipe


As coisas defitivamente mudaram em Hogwarts. O sexto ano de Harry Potter (Daniel Radcliffe, cada vez melhor) e seus amigos na escola de magia será marcado pelo primeiro em que todos ali sabem do retorno do Lorde das Trevas, Voldemort (Ralph Fiennes, que não aparece neste filme). O negócio é ficar 100% atento às ameaças dos Comensais da Morte, o exército de Você-Sabe-Quem. No episódio anterior, A Ordem da Fênix, Potter treinou seus amigos na arte da magia e formou a Armada de Dumbledore para enfrentar Voldemort. Então chegou a hora de lutar, certo? Errado! Com seus hormônios explodindo, os jovens bruxos querem saber mais de paquerar do que estudar. Até aí, tudo bem. Normal. Mas eles também não dão a mínima para Voldemort e sua trupe. Enfim, não acontece nada em Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince, 2009). Absolutamente nada. Só tédio e enrolação durante duas horas e meia de filme.

Ok. Fui injusto. Enquanto todo mundo só quer, só pensa em namorar, o professor Dumbledore (Michael Gambon, ótimo) investiga uma pista sobre o passado de Voldemort, que pode apontar o caminho para a vitória das forças do bem. Para isso, ele pede ajuda a Harry Potter, que precisa se aproximar do professor Horace Slughorn (o sempre competente Jim Broadbent). Dumbledore acredita que seu velho colega de profissão tem essa valiosa informação a respeito do Tinhoso, Cão, Bafo de Enxofre, Belzebu... Você-Sabe-Quem.

Mas essas cenas não tomam tanto tempo do filme quanto às investidas amorosas da garotada em bailinhos e a ciumeira da mulherada. Claro, você leu o livro e sabe que O Enigma do Príncipe tem uma traição e uma morte no final, que abalam as estruturas de Hogwarts. Se não leu, também irá ao cinema sabendo, porque nesta altura do campeonato alguém já te contou. Mas acredite se quiser: os namoricos conseguem ser mais interessantes e divertidos do que qualquer cena tensa ou dramática de tamanha importância para o desenvolvimento da saga rumo ao seu clímax, em Harry Potter e as Relíquias da Morte.

Veja bem: Eu estou falando de cinema como arte, mas se a intenção é fazer da série do bruxinho uma concorrência de peso para os vampiros de
Crepúsculo, a conversa é outra. Estratégias de mercado à parte, como cinema, O Enigma do Príncipe consegue ser o mais fraco de todos os seis filmes até aqui.



Até as cenas de ação não valem o ingresso. Simplesmente porque elas não estão em Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Veja alguns exemplos (não entrego nada essencial, portanto não tenha medo de ler): Numa cena, os Comensais da Morte chegam aos arredores da Toca, a casa da família Weasley, e atraem todo mundo pra fora só pra queimar o local. Até entendo que Harry tenha medo dos vilões do filme, pois ainda é um menino, mas nada justifica a cara de dor de barriga nos adultos membros da Ordem da Fênix, assustados que nem cachorrinho em noite de ano novo. Papelão, hein! Mas será que toda a maldade dos Comensais da Morte se resume a algazarras? Pelo menos, o filme não desenvolve esse lado dos inimigos de Potter.

Mais: No final, o livro apresenta uma batalha em Hogwarts entre as forças do bem e do mal. Isso não acontece no filme. Ok, mudanças são necessárias numa adaptação. Mas, Sr. David Yates, já não acontece nada neste filme, e quando algo se aproxima para acordar a plateia que não leu os livros, você interrompe todo o tesão? Cadê a tal da Armada de Dumbledore numa hora dessas? Dormindo?
Os caras gastaram vários minutos do filme anterior treinando numa sala secreta pra nada? É brincadeira, amigo! Parece que a trama inteira de O Enigma do Príncipe é apenas uma preparação para emocionar quem chora fácil em final de filme. Houve confiança demais no que acontece no fim do livro, que é bem triste, diga-se de passagem, mas não vale a nossa preciosa poupança sentada na cadeira do cinema por mais de duas horas.

Sem falar que gasta-se tanto tempo com os bruxinhos "ficando" pelos corredores de Hogwarts, que o mais importante para o andamento da história acaba sofrendo com buracos no roteiro. Prova disso é a cena em que Dumbledore descobre o tal segredo sobre Voldemort, precisando partir em busca das Horcruxes. O filme diz que são sete ao todo e parece que o Gandalf de Hogwarts já sabia de suas existências. Aliás, ele tem duas delas em sua gaveta. Mas não seria mais honesto com a nossa inteligência cinéfila se Dumbledore começasse a perseguir as Horcruxes logo após descobrir o segredo? E como Harry encontrará as Horcruxes no próximo filme se ele não conhece seus formatos? Enfim, quem leu o livro não liga para esses problemas. Mas quem não leu, primeiramente, deve estar se perguntando: "O que são Horcruxes?" Você vai ver, mas saiba que o filme se aproxima da meia hora final quando isso é revelado. Como parte de uma série, a impressão é que Harry Potter e o Enigma do Príncipe existe só para explicar o que são as tais Horcruxes. Em literatura, ok. Mas em cinema? Minha avó já dizia: "Dai-me paciência!"



Ora bolas, a culpa não é de J.K. Rowling, a autora dos livros. Se ela escreveu sete ou mil exemplares só para chegar num último volume, o cinema não pode usar isso como desculpa. Cinema é cinema. Literatura é literatura. As linguagens não se misturam. O que é chato na tela, pode funcionar no livro. A culpa é do estúdio, do produtor da série, David Heyman, do diretor David Yates, e, talvez de J.K. Rowling, que não entende nada de cinema e age como a dona da história preocupada em garantir suas páginas na telona.

Mas é preciso ser justo: A direção de arte é magnífica, assim como a fotografia e os efeitos visuais. É uma produção de encher os olhos no aspecto técnico. Os atores também são sensacionais. Os novos e os velhos. Mas, ei, você já sabia disso, afinal vimos cinco filmes antes de O Enigma do Príncipe. No fim, sabemos que, apesar dos pesares, Harry Potter não está sozinho nesta luta. Seus amigos estão lá e ele é ajudado o tempo inteiro. É um herói que não faz nada sozinho. NADA! Mas isso você também já sabia.

Pelo menos, o fim da série está chegando. Vamos ver se David Yates & Cia. fazem alguma coisa desta vez. O pior é que Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro, foi dividido em dois filmes. Hmm... Isso quer dizer que não acontece nada na Parte I?


Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince, 2009)
Direção: David Yates
Roteiro:
Steve Kloves (Baseado no livro de J.K. Rowling)

Elenco:
Daniel Radcliffe, Michael Gambon, Jim Broadbent, Rupert Grint, Emma Watson, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Tom Felton, Bonnie Wright, Jessie Cave

sexta-feira, julho 17, 2009

Novo trailer de Sherlock Holmes

Prévia é superior à primeira, mas o filme ainda está mais para
"Piratas do Caribe" do que "Sherlock Holmes"







Ah, mas você dirá que o filme é inspirado na HQ de Lionel Wigram e não nas aventuras originais de Sir Arthur Conan Doyle. Ok, mas não sai da minha cabeça que Robert Downey Jr. parece imitar o estilo de Johnny Depp.

Dirigido por Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Snatch, RocknRolla), Sherlock Holmes estreia no dia 20 de novembro.

quinta-feira, julho 16, 2009

Primeiros pitacos no Emmy Awards

As indicações ao Emmy foram anunciadas nesta quinta-feira (veja aqui). 30 Rock lidera em 22 categorias, incluindo Melhor Série de Comédia, Atriz (Tina Fey) e Ator (Alec Baldwin). É recorde para o gênero - batendo a marca alcançada também por 30 Rock no ano passado, quando conquistou 17 indicações. Somando tudo isso à vitória na edição de 2008 na categoria principal, 30 Rock é (sem exageros) a série de comédia favorita dos americanos.

E olha que há um concorrente de peso: The Office. Ricky Gervais é genial, mas Tina Fey também é. Difícil afirmar qual é a melhor série, embora 30 Rock deva ganhar novamente. Aliás, Tina chegou à sua 12ª indicação ao Emmy, graças ao seu trabalho como Liz Lemon, em 30 Rock, e sua dedicação à Saturday Night Live, a eterna série de variedades, que coleciona 114 indicações desde 1975.

Ainda em Melhor Comédia, temos um fato curioso neste ano: A ácida Family Guy é a segunda série de animação a concorrer na categoria principal. A primeira? Os Flintstones! Sim, nem mesmo Os Simpsons chegou lá!

Em Melhor Atriz de Comédia, não vejo Tina Fey (30 Rock) perdendo esse prêmio. Ela merece, mas também gosto muito de Mary-Louise Parker, em Weeds. No mesmo gênero, mas entre os atores, destaque para o ótimo Jim Parsons, da adorável The Big Bang Theory, que foi lembrado. Mas acho que a estatueta sai de uma decisão óbvia entre Steve Carell (The Office), que é o meu favorito, e Alec Baldwin (30 Rock). Em Ator Coadjuvante de comédias, torço por
Jack McBrayer e Tracy Morgan, ambos de 30 Rock, mas a presença de Neil Patrick Harris, de How I Met Your Mother, nesta categoria é bizarra, afinal o cara será o apresentador da festa do dia 20 de setembro no Nokia Theatre, em Los Angeles. Entre as coadjuvantes mais engraçadas do ano, espero uma vitória de Jane Krakowski (30 Rock), fantástica desde os tempos de Ally McBeal, mas aposto em Vanessa Williams, por Ugly Betty.

Em Melhor Drama, com 16 indicações (mesmo número de 2008), o favorito é Mad Men. Deve ganhar, embora a presença de Lost, em sua melhor temporada em muito tempo seja irresistível. E não deixa de ser um apelo para capturar mais espectadores para a festa de entrega dos Emmys. Entre os atores dramáticos, a indicação de Simon Baker, de The Mentalist, parece piada. O sujeito só faz pose de comercial de perfume importado e termina no Emmy Awards. Fico feliz, no entanto, em ver Michael C. Hall (Dexter) e Hugh Laurie (House) entre os indicados. Mas gostaria de ver o excelente Gabriel Byrne (In Treatment) levando a estatueta. E um espacinho para Josh Holloway (Lost), entre os indicados, não faria mal a ninguém. É só lembrar da última cena de Sawyer na temporada. A sensação é de cortar o coração e é correto admitir que ele evoluiu como ator. Entre os coadjuvantes em drama, Michael Emerson, o Ben, de Lost, precisa ganhar. Ponto.

As favoritas ao prêmio de Melhor Atriz Dramática são Glenn Close (Damages), Sally Field (Brothers & Sisters) e Kyra Sedgewick (The Closer). Se não são, deveriam ser, afinal são as melhores. Entre as coadjuvantes em drama, Dianne Wiest (In Treatment) é a minha escolha. Mas fique de olho em Chandra Wilson, de Grey's Anatomy, e Cherry Jones, a Madam President, de 24 Horas.


Agora, vamos às esnobadas. Não entendi o desaparecimento de True Blood. Não tenho explicações para isso. Sorry. Mas as ausências nas principais categorias de 24 Horas, Grey's Anatomy, Desperate Housewives, Ugly Betty, assim como os cortes a Kiefer Sutherland, Katherine Heigl, Jeremy Piven, David Duchovny e America Ferrera mostram que o Emmy está pensando em séries novas. As pouquíssimas indicações a Lost também entram neste grupo. Concorde ou não, a Academia parece acreditar que chegou a hora de mudar (ou remodelar) a TV. E você? Está acompanhando?

30 Rock lidera as indicações ao Emmy

Série estrelada por Tina Fey e Alec Baldwin teve 22 indicações
ao maior prêmio da TV americana



Nesta manhã saiu a lista de indicados ao 61º Emmy Awards, o prêmio máximo da TV americana. A entrega das estatuetas será no dia 20 de setembro. Veja as principais categorias abaixo. E 30 Rock aparece em 22 delas.


MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA

Big Love
Breaking Bad
Damages
Dexter
House
Lost
Mad Men

MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA

30 Rock
Entourage
Family Guy
Flight Of The Conchords
How I Met Your Mother
The Office
Weeds

MELHOR ATOR DE COMÉDIA

Alec Baldwin (30 Rock)
Jemaine Clement (Flight Of The Conchords)

Tony Shalhoub (Monk)
Jim Parsons (The Big Bang Theory)
Steve Carell (The Office)
Charlie Sheen (Two And A Half Men)

MELHOR ATOR DE DRAMA

Bryan Cranston (Breaking Bad)
Michael C. Hall (Dexter)
Hugh Laurie (House)
Gabriel Byrne (In Treatment)
Jon Hamm (Mad Men)
Simon Baker (The Mentalist)

MELHOR ATRIZ DE COMÉDIA

Tina Fey (30 Rock)
Christina Applegate (Samantha Who?)
Julia Louis-Dreyfus (The New Adventures Of Old Christine)
Sarah Silverman (The Sarah Silverman Program)
Toni Collette (United States Of Tara)
Mary-Louise Parker (Weeds)

MELHOR ATRIZ DE DRAMA

Sally Field (Brothers & Sisters)
Glenn Close (Damages)
Mariska Hargitay (Law & Order: Special Victims Unit)
Elisabeth Moss (Mad Men)
Holly Hunter (Saving Grace)
Kyra Sedgwick (The Closer)

MELHOR ATOR COADJUVANTE DE DRAMA

William Shatner (Boston Legal)
Christian Clemenson (Boston Legal)
Aaron Paul (Breaking Bad)
William Hurt (Damages)
Michael Emerson (Lost)
John Slattery (Mad Men)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DE DRAMA

Cherry Jones (24 Horas)
Rose Byrne (Damages)
Sandra Oh (Grey's Anatomy)
Chandra Wilson (Grey's Anatomy)
Dianne Wiest (In Treatment)
Hope Davis (In Treatment)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DE COMÉDIA

Jane Krakowski (30 Rock)
Kristin Chenoweth (Pushing Daisies)
Amy Poehler (Saturday Night Live)
Kristin Wiig (Saturday Night Live)
Vanessa Williams (Ugly Betty)
Elizabeth Perkins (Weeds)

MELHOR ATOR COADJUVANTE DE COMÉDIA

Tracy Morgan (30 Rock)
Jack McBrayer (30 Rock)
Kevin Dillon (Entourage)
Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother)
Rainn Wilson (The Office)
Jon Cryer (Two And A Half Men)

MELHOR ATOR CONVIDADO DE SÉRIE COMÉDIA

Steve Martin (30 Rock)
Jon Hamm (30 Rock)
Alan Alda (30 Rock)
Beau Bridges (Desperate Housewives)
Justin Timberlake (Saturday Night Live)

MELHOR ATOR CONVIDADO EM SÉRIE DRAMÁTICA

Edward Asner (CSI)
Ted Danson (Damages)
Jimmy Smits (Dexter)

Ernest Borgnine (ER)
Michael J. Fox (Rescue Me)

MELHOR ATRIZ CONVIDADA EM SÉRIE COMÉDIA

Jennifer Aniston (30 Rock)
Elaine Stritch (30 Rock)
Gena Rowlands (Monk)
Betty White (My Name Is Earl)
Tina Fey (Saturday Night Live)
Christine Baranski (The Big Bang Theory)

MELHOR ATRIZ CONVIDADA EM SÉRIE DRAMÁTICA

Sharon Lawrence (Grey's Anatomy)
Ellen Burstyn (Law & Order)
Brenda Blethyn (Law & Order: Special Victims Unit)
Carol Burnett (Law & Order: Special Victims Unit)
CCH Pounder (The No. 1 Ladies' Detective Agency)

MELHOR PROGRAMA DE VARIEDADE, COMÉDIA OU MUSICAL

Late Show With David Letterman
Real Time With Bill Maher
Saturday Night Live
The Colbert Report
The Daily Show With Jon Stewart

MELHOR REALITY SHOW

Antiques Roadshow
Dirty Jobs

Dog Whisperer
Intervenção
Kathy Griffin: My Life on the D-List
MythBusters

MELHOR REALITY SHOW DE COMPETIÇÃO

American Idol
Dancing With The Stars
Project Runway
The Amazing Race
Top Chef

MELHOR ESCALAÇÃO DE ELENCO PARA SÉRIE DRAMÁTICA

Julie Tucker e Ross Meyerson (Damages)
Linda Lowy, John Brace e Beth Sepko (Friday Night Lights)
Laura Schiff e Carrie Audino (Mad Men)
Nuala Moiselle, Frank Moiselle, Mary Jo Slater e Steve Brooksbank (The Tudors)
Junie Lowry Johnson e Libby Goldstein (True Blood)

MELHOR ESCALAÇÃO DE ELENCO PARA SÉRIE COMÉDIA

Jennifer McNamara (30 Rock)
Felicia Fasano (Californication)
Allison Jones (The Office)
Allison Jones, Cami Patton e Elizabeth Barnes (United States Of Tara)
Dava Waite Peaslee (Weeds)

MELHOR DIREÇÃO EM SÉRIE DRAMÁTICA

Michael Rymer (Battlestar Galactica)
Bill D'Elia (Boston Legal)
Todd A. Kessler (Damages)
Rod Holcomb (ER)
Phil Abraham (Mad Men)

MELHOR DIREÇÃO EM SÉRIE COMÉDIA

Millicent Shelton (30 Rock)
Beth McCarthy (30 Rock)
Todd Holland (30 Rock)
Julian Farino (Entourage)
James Bobin (Flight Of The Conchords)
Jeff Blitz (The Office)


Gostou do resultado? Justo? Faltou alguém? Dê sua opinião e volte mais tarde para ler os comentários sobre as indicações.

terça-feira, julho 14, 2009

De volta para Hogwarts

HOLLYWOODIANO faz uma breve análise dos cinco primeiros filmes da série
na véspera da estreia de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe"



Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), de Chris Columbus
Cotação:

Comentário: O livro de J.K. Rowling formou uma legião de fãs pelo mundo inteiro. O filme chegou aos cinemas sob a direção de Chris Columbus, responsável por Esqueceram de Mim 1 e 2, além dos roteiros de Os Goonies e Gremlins. Mas o diretor não acertava a mão há tempos e deixou a superprodução transparecer cada um dos longos 152 minutos. Pior: Sem a empatia, o carisma e a magia das páginas que proporcionam um ritmo de leitura dinâmica. Nem os efeitos visuais são tão bons assim. Alguns são vergonhosos. É como se estivessem correndo com a pós-produção para entregar o primeiro Harry Potter às pressas, já que O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel estrearia um mês depois. E em comparação ao filme de Peter Jackson, o de Chris Columbus leva uma goleada em termos de magia. O elenco, no entanto, foi um achado. Começando pelo trio mirim principal. Nisso, Columbus sempre acertou. Mas a melhor coisa do filme é o tema de John Williams. Foi o último trabalho genial do mestre. E um dos últimos grandes temas musicais do cinema.



Harry Potter e a Câmara Secreta (2002), de Chris Columbus
Cotação:

Comentário: Chris Columbus jamais deveria ter voltado para a adaptação do segundo livro, que é o mais fraco da série. E isso é visível em cada uma das cenas de A Câmara Secreta, graças à falta de personalidade do diretor. Com um cineasta mais ousado, o filme poderia ganhar um ponto em relação ao livro. Aliás, Columbus abusou de ângulos de câmera inclinados e velozes em cenas tensas como se estivesse pedindo permissão a Peter Jackson, que nem mesmo inventou tais movimentos. Perdido como diretor e com uma história fraca nas mãos, Columbus deve agradecer muito ao seu elenco, principalmente a Daniel Radcliffe, o Harry Potter perfeito. No fim, fica a sensação de que A Câmara Secreta é uma parte desnecessária da saga de Rowling. Mas isso também é um erro da autora.


Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004), de Alfonso Cuarón
Cotação:

Comentário: Finalmente um diretor de verdade no comando de Harry Potter. Alfonso Cuarón transformou os dois primeiros filmes de Chris Columbus em prefácios. De longe, esse é o melhor da série. Cuarón ousa em montagens que homenageiam o cinema mudo e mostra como uma história complexa digna de Sherlock Holmes pode ser divertida, deixando no público um gostinho de "quero mais". É um filme de emoção sincera do início ao fim - mesmo para quem não é fã dos livros. O mais importante: A base é o livro, mas o coração do diretor e a linguagem utilizada devem pertencer à sétima arte. Uma prova disso é a cena mais mágica de toda a série cinematográfica: Quando Harry sobrevoa o lago sentado no hipogrifo. Com uma linda trilha de John Williams, a cena remete ao voo da bicicleta de E.T. - O Extraterrestre. Pelo menos em seu significado.



Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005), de Mike Newell
Cotação:

Comentário: Foi uma pena Alfonso Cuarón não ter continuado. Ele até disse que gostaria de voltar para o final da série, mas já sabemos que a Warner apostou no "novato" (e mais barato) David Yates. Talvez porque Cuarón tenha sua visão particular e não abra mão disso, afinal a série pertence a J.K. Rowling. Enfim, O Cálice de Fogo é dirigido por Mike Newell, que não é tão corajoso quanto Cuarón, mas é competente. Foi uma adaptação complicada, porque a trama gira em torno de seu clímax (muito aguardado pelos fãs, diga-se de passagem), mas Newell se saiu bem. O quarto Harry Potter, pela primeira vez, tem grandes cenas de ação e mantém a qualidade (técnica, narrativa e emocional) alcançada por Cuarón no episódio anterior. E prepara terreno para uma inevitável batalha entre as forças do bem e do mal.




Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007), de David Yates
Cotação:

Comentário: Se O Cálice de Fogo abriu caminho para uma empolgante guerra entre o bem e o mal, A Ordem da Fênix pisou no freio como desculpa para estender a série. Bom para os fãs, que não querem se despedir de Harry Potter. Bom para Hollywood que fatura alto, assim como J.K. Rowling. Mas péssimo para quem gosta de cinema. Parte da culpa vem do livro extremamente burocrático. Outro culpado é o diretor novato David Yates, que sabia que a melhor parte estava no final, mas preferiu agradar Rowling. Pelo menos, ele é mais talentoso que Chris Columbus. Os 20 minutos que encerram o filme, no entanto, são mágicos. E tem Imelda Staunton na maior atuação de toda a série como a professora Dolores Umbridge. Porém, as (poucas) qualidades não justificam um filme desnecessário.

segunda-feira, julho 13, 2009

I Want My Money Back!

Sacha Baron Cohen "arrasa" nas bilheterias americanas, enquanto "A Era do Gelo 3" já é o segundo filme mais visto pelos brasileiros em 2009


O último final de semana nos EUA marcou a estreia de Brüno, nova comédia de Sacha Baron Cohen, o bom e velho Borat. O excêntrico modelo e apresentador austríaco faturou bem nas bilheterias americanas (30,6 milhões), mas o filme estreou em um número de salas quase três vezes maior que Borat, que teve um rendimento de aproximadamente 26 milhões em seu primeiro fim de semana, em 2006. Mas vamos lembrar que Brüno enfrenta a concorrência de pesos-pesados como A Era do Gelo 3 e Transformers: A Vingança dos Derrotados. Ah, uma notícia ruim: Brüno teve sua estreia adiada no Brasil de 31 de julho para 14 de agosto.

A Era do Gelo 3, no entanto, não tem uma carreira tão bela nos EUA quanto no resto do mundo. Pelo menos, manteve a segunda posição da outra semana, enquanto Transformers 2 caiu do primeiro para o terceiro lugar - uma queda digna dos vários tombos dos robozões no filme. Mas nada que afete a liderança do longa de Michael Bay como o maior do ano até aqui. Em números mundiais, Transformers 2 já é a 33ª bilheteria de todos os tempos.

Nas demais posições, Inimigos Públicos, em quarto lugar, com um bom desempenho para um "filme sério" nesta época do ano, e A Proposta, firme e forte na quinta posição. A comédia estrelada por Sandra Bullock e Ryan Reynolds passou da casa dos 100 milhões. Veja o top 5 ianque abaixo.


1-
Brüno
Fim de semana: $30,6
Total:
$30,6
Posição na semana passada: -

2- A Era do Gelo 3
Fim de semana: $27,6
Total: $120
Posição na semana passada: 2

3- Transformers: A Vingança dos Derrotados
Fim de semana: $24,2
Total: $339
Posição na semana passada: 1

4- Inimigos Públicos
Fim de semana: $13,8
Total: $66,2
Posição na semana passada: 3

5- A Proposta
Fim de semana: $10,6
Total: $114
Posição na semana passada: 4

Fonte: IMDB




Nos cinemas brasileiros, A Era do Gelo 3 continua reinando de forma absoluta. A animação de Carlos Saldanha alcançou a marca de quatro milhões de espectadores - somente a versão 3-D já foi vista por um milhão de crianças de todas as idades. É a segunda maior bilheteria do ano no País, perdendo apenas para Se Eu Fosse Você 2. Curiosamente, os dois filmes são da Fox.

Transformers: A Vingança dos Derrotados continua bem, mas cai uma posição por semana. Desta vez, o filme foi vítima de Sandra Bullock, que chegou aos cinemas brasileiros na última sexta, com A Proposta, numa disputa acirrada com Autobots e Decepticons. Mas a comédia romântica ganhou por pouco.

Quarto e quinto lugares, respectivamente, para A Mulher Invisível, e 17 Outra Vez, uma das estreias da semana. O resultado da comediazinha com Zac Efron mostra que as brasileiras só querem saber do menino em High School Musical. Um detalhe triste a respeito deste filme é ver Matthew Perry, o eterno Chandler, de Friends, servindo de apoio para Zac Efron. Enquanto isso, o elenco da saudosa série insiste em não se reunir. Veja o top 5 brazuca abaixo.


1-
A Era do Gelo 3
Fim de semana:
R$10.053.514,00
Posição na semana passada: 1

2- A Proposta
Fim de semana: R$
2.119.167,00
Posição na semana passada: -

3- Transformers: A Vingança dos Derrotados
Fim de semana: R$
1.669.636,00
Posição na semana passada: 2

4- A Mulher Invisível
Fim de semana: R$
1.085.000,00
Posição na semana passada: 3

5- 17 Outra Vez
Fim de semana: R$
744.815
Posição na semana passada: -

Fonte: Filme B


"I Want My Money Back!" comenta e, principalmente, critica as bilheterias do último final de semana no Brasil e nos EUA. Sempre às segundas-feiras no Hollywoodiano.