terça-feira, julho 31, 2007

Antonioni, o cineasta das lacunas (1912-2007)

Por Marcelo Burgos e Charles Magno
Especial para HOLLYWOODIANO


Assim como a literatura, o cinema tem gêneros e subgêneros, talvez mais fluídos e de difícil agrupamento. Há o cinema acadêmico, responsável, bem feito, sem arroubos de invenção. Há o cinema-crônica, representado por mestres como Woody Allen ou Billy Wilder. E há os grandes filmes, que querem investigar a linguagem cinematográfica. Nele figuram inventores como Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, mortos nesta semana.

Estes cineastas absorvem com sensibilidade movimentos e estéticas, tradições plásticas e literárias, expressões nacionais e cultura pop, desenhando com genialidade suas próprias lanternas mágicas.

No caso de Antonioni, ele fez filmes para desconstruir o cinema. O que é mais lírico, e apaixonante, é que, ao rasgar o cinema, expondo sua qualidade mesmerizante, sua monotonia, seu silêncio absurdo, a câmera que respira perto dos atores, ele faz uma declaração apaixonada ao cinema, mostrando seu esqueleto, sua nudez, e, por extensão, suas infinitas possibilidades.

Filmes como La Notte, Blow up e Zabriskie Point expõem de maneira exemplar esta “tenda cinematográfica” que Antonioni monta em volta dos atores, colocando neles uma luz fria, que evidencia a incomunicabilidade.

A conversa impossível e célebre do jogo de tênis (sem bolinha) em Blow Up virou um símbolo da década de 1970 – o inefável ganhava cena. Mas, para mim, Passageiro – Profissão: Repórter é o grande filme (que eu vi) de Antonioni. Quem não viu deve sair correndo até a locadora mais próxima. O verdadeiro Jack Nicholson surge neste filme – depois ele iria virar a fábrica de caretas que começa em O Iluminado, do Kubrick. O filme fala sobre o que a maioria dos filmes de Antonioni fala: a perda de identidade. Nicholson decide assumir a identidade de um homem morto e cria uma terceira identidade. O famoso travelling final não é apenas uma aula de cinema, como todos dizem: é um dos mais felizes encontros entre forma e conteúdo no cinema de que se tem notícia. E haverá razão mais nobre para se fazer ou ir ao cinema?

Semana triste para o cinema

Antonioni era um diretor de poucos diálogos e longos planos, como aquele em que formigas caminham sobre uma árvore em La Notte. Sem falar no surpreendente plano seqüência de quase 10 minutos que fecha Passageiro – Profissão: Repórter, a partir do corpo inerte de Jack Nicholson no interior de um quarto de hotel, até o passeio da câmera em volta de Maria Schneider no exterior, para finalmente se fixar na imagem crepuscular final.

A eloqüência das imagens criadas por Antonioni parece contrastar com o vazio de seus personagens, mas, na realidade, o aprofundava. Antonioni foi o poeta da angústia, da falta de comunicação, dos desencontros da vida a dois, da fragilidade dos relacionamentos e dos sentimentos, do desespero como nos quadros de Münch.

Da mesma geração de Bergman, cuja morte foi anunciada um dia antes, Antonioni também compartilhava com o colega sueco o gosto pela introspecção e pelo silêncio. Mas os temas, as angústias e os estilos eram diferentes. Um dos traços marcantes de sua obra era a busca pela perfeição das imagens que idealizava – quando migrou do cinema em preto e branco para o colorido, deixou quase maluco o fotógrafo de Deserto Vermelho, ao exigir cores apagadas e acinzentadas para refletir a percepção da personagem, que se sente divorciada da realidade. Em Blow up, mandou pintar a grama do parque para reforçar a realidade.

Não há como comparar dois grandes cineastas. Em estilo, pela elegância de seus planos e pelo apuro estético, o cinema de Michelangelo Antonioni é mais rico do que o de Ingmar Bergman, que, no fundo, achava que o cinema era um subproduto do teatro. Mas Bergman construiu uma das obras mais soberbas do cinema. Ambos foram artistas fabulosos.

segunda-feira, julho 30, 2007

O mundo de Bergman (1918-2007)

"We live our simple daily lives. And then some terrible piece of information forces itself into our secure, safe world. It's more than we can bear. The whole state of affairs is so overwhelming, God becomes so remote."

Tomas (Gunnar Björnstrand), em Luz de Inverno

Por Marcelo Burgos
Especial para HOLLYWOODIANO


Não sei citar um a um os filmes de Ingmar Bergman, morto hoje. Tampouco saberia descrever as fases de seus filmes, pontuando as pequenas revoluções e evoluções que sua obra certamente sofreu desde a década de 1940, quando começou. Entretanto, a partir das inúmeras vezes que vi O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, Persona e Fanny e Alexander sei dizer que Bergman era um dos maiores, talvez o maior, criador de mundos.

A ele não interessava apenas contar histórias, como inúmeros outros cineastas da tradição ocidental. Bergman reportou, por meio de sua sofisticada, sóbria e rica linguagem, o que intuía em um mundo paralelo, que surpreendeu e assombrou seus espectadores por ter tão sólidas ressonâncias. As Annas e Voglers, nomes que se repetem ao longo de seus filmes, tinham muito a dizer. E o disseram de maneira tão sublime e contundente, que criaram uma nova categoria para palavras e imagens. Bergman falava deste homem e mulher primordiais. Nada em seus filmes é circunstancial, casual, mas nem por isso é excessivamente ou artificialmente construído. Seus filmes encerram uma realidade tão perfeita, tão coerente, que ela é absolutamente natural.

Bergman fez um dos meus filmes preferidos, Gritos e Sussurros. Costumo dizer que, neste filme, a dor foi tratada de maneira tão sublime que praticamente não dói, de tanto deslumbramento. Bergman recriou o conceito de sublime, aliás. Para ser ter uma idéia de como ele criava, o cineasta contou como teve a idéia do filme, que mostra uma terrível história de doença e traição: “I've got another idea, something I've dreamt. I see a road, and a girl on her way to a large house, a manor house, perhaps. She has a little dog with her. Inside the house there's a large red room where three sisters dressed in white are sitting and whispering together. Do you think it could turn into a film?”, perguntou ele ao seu colaborador Sven Nykvist.

Quem viu o filme sabe que a cena da sala vermelha é uma das mais maravilhosas do cinema de todos os tempos. Neste filme, também, Bergman faz um uso exemplar do silêncio, que nunca foi tão eloqüente. As imagens eram tão agudas que muitas vezes seus filmes prescindiam de música. E as palavras eram tão milimetricamente distribuídas nos fotogramas que nada, ou quase nada, parecia ter deixado de ser dito.

Essa era, para mim, a grande qualidade de Bergman. Ele fazia filmes que diziam tudo, esgotavam tudo, deixavam os espectadores cansados, como que exaustos após o inevitável orgasmo humano. Como Fellini, levava a sério a idéia do cinema como arte, uma maneira de acessar as Annas e o Voglers dentro de nós, arquétipos da criação e da destruição.

O cinema de Bergman era um cinema de rostos. Por isso, ele nunca deveria ser visto em vídeo, a não ser para lembrar a experiência da telona. Porque alguém que acredita tanto no ator – e no homem - não pode ficar confinado em uma tela melancolicamente pequena. Longa vida ao cinema, aos atores, à criação e aos espelhos de Ingmar Bergman.

domingo, julho 29, 2007

Agosto encerra temporada de filmes barulhentos

Alguns gostam e outros odeiam os filmes do verão norte-americano. Nesta época, os inimigos da temporada têm razão absoluta em apenas um ponto: os estúdios querem mesmo é encher os bolsos e os cofres de dinheiro. Mas às vezes, essa pretensão pode agradar fãs de séries consagradas, conquistar novos seguidores e colocar entretenimento em um filme de verdade. Infelizmente, esse último item está cada vez mais em falta no mercado.

Até o momento, os cinco maiores sucessos de bilheteria de 2007 em todo o mundo são: Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (com US$ 945 milhões acumulados, o filme não superou a faixa de US$ 1 bilhão de O Baú da Morte, mas ocupa a 5º lugar no ranking geral), Homem-Aranha 3 (US$ 884 milhões), Shrek Terceiro (US$ 700 milhões), Harry Potter e a Ordem da Fênix (US$ 593 milhões) e Transformers (US$ 476 milhões). Nenhum deles é unanimidade entre a comunidade cinéfila. O que é perfeitamente compreensível. Não houve uma "grande sacada" neste ano. Apenas "seqüências". E a maioria não se justificou. Os estúdios confiaram demais no "carisma" dos heróis de cada franquia. Mas o público não é bobo.

Nos EUA, a liderança ficou com Homem-Aranha 3 (US$ 335 milhões), seguido por Shrek Terceiro (US$ 318 milhões), Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (US$ 306 milhões), Transformers (US$ 285 milhões) e Harry Potter e a Ordem da Fênix (US$ 242 milhões). Embora seja o mais fraco dos filmes do aracnídeo, Homem-Aranha 3 ocupa a 15ª maior bilheteria da história em território norte-americano. Digo de novo: Hollywood confiou nos heróis. Mas até quando o público vai aceitar qualquer coisa que envolva personagens que não saem de seus corações?

Em agosto, o Brasil assiste aos últimos filhotes barulhentos de Hollywood nesta temporada. Para alegria de muita gente, Bruce Willis retorna ao papel que o levou ao cinema: o invencível tira John McClane. Quem é fã, tem tudo para gostar. Em Duro de Matar 4.0, ele mostra que a velha escola de ação dos anos 1980 ainda é capaz de empolgar e ensinar aos novos "espertalhões" da indústria como se faz um bom filme do gênero. Aos 52 anos, Willis ainda bate e arrebenta. Herói carismático é John McClane. Não Ethan Hunts ou Daniel Craigs. Viva a velha escola! O filme estréia nesta sexta-feira, dia 03 de agosto.

Um dos representantes do gênero para uma nova geração é o Jason Bourne de Matt Damon. No dia 17 de agosto, o agente sem memória se lembra de tudo em O Ultimato Bourne. Pena que a direção continua com Paul Greengrass, que funciona muito mais em docudramas.

No anterior A Supremacia Bourne, o cineasta responsável por Vôo United 93 e Domingo Sangrento quis dizer que ação é balançar a câmera até qualquer coisa na tela ficar irreconhecível. O melhor filme da "trilogia Bourne" é o primeiro, que foi bem dirigido por Doug Liman. Vamos ver no que dá.


Também no dia 17, a câmera não balança em Os Simpsons - O Filme. Mas Matt Groening (o criador da série de TV) disse que muitos ficarão ofendidos com o longa. Eu acredito nele. Ninguém assiste a qualquer episódios de Os Simpsons e sai ileso.

Aos inimigos do verão-americano: Calma! Falta pouco. As Mostras de Cinema de RJ e SP estão chegando, as temporadas de prêmios, etc. Mas é com a grana do verão norte-americano que Hollywood também consegue bancar "filmes de arte". É só ter paciência. Ou compre mais um ingresso para essa ou aquela produção barulhenta. É tudo parte de um ciclo (e do show). Alguma hora você acaba entrando no filme certo.

sábado, julho 28, 2007

A turma reunida


Da esquerda para a direita: Shia LaBeouf, Steven Spielberg, Ray Winstone, Karen Allen e Indiana Jones (Harrison Ford). Do lado de cá: Eu. De queixo caído. E com nada a declarar.

A piada mortal


O Coringa de Heath Ledger promete ser um vilão daqueles! Nesta foto, ele aterroriza Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal, que substitui a insossa Katie Holmes). Além da nova imagem de The Dark Knight, a esperada seqüência de Batman Begins, o primeiro teaser do filme foi revelado. Veja aqui.

The Dark Knight é estrelado por Christian Bale, Heath Ledger, Maggie Gyllenhaal, Michael Caine, Gary Oldman e Aaron Eckhart. A direção é novamente de Christopher Nolan (Amnésia, Batman Begins e O Grande Truque). O filme estréia no dia 18 de julho de 2008.

sexta-feira, julho 27, 2007

Marion Ravenwood retorna em Indiana Jones

A foto acima foi tirada em um dos intervalos das filmagens do novo Indiana Jones. O diretor Steven Spielberg está ao lado de ninguém menos do que Marion Ravenwood, a namorada de Indy em Os Caçadores da Arca Perdida.

A presença da atriz Karen Allen na quarta aventura de Indiana Jones foi confirmada pelo stand da Paramount na convenção San Diego Comic-Con 2007. Karen era apenas um dos vários boatos sobre o novo filme. Aliás, já falaram até que Indiana Jones IV fechará um ciclo de aventuras do herói ao trazer mais uma vez a Arca da Aliança. E o mais incrível disso tudo é a figura do artefato no mesmo stand. Veja abaixo:


Com ou sem a Arca da Aliança, Indiana Jones IV é estrelado por Harrison Ford, Shia LaBeouf, Cate Blanchett, Ray Winstone, John Hurt, Jim Broadbent e Karen Allen. A estréia está marcada para o dia 22 de maio de 2008.

quinta-feira, julho 26, 2007

Velhas e novas caras na segunda temporada de Heroes


As primeiras fotos da segunda temporada de Heroes foram divulgadas. A maioria responde questões levantadas no final do ano anterior no que diz respeito ao destino de alguns personagens. Enfim, a foto posada acima revela o retorno de toda a turma principal.

Ainda assim, Generations (o subtítulo da segunda temporada) conta com novos personagens como Maya (Dania Ramirez, de X-Men: O Confronto Final) e Alejandro (Shalim Ortiz). Veja os dois na foto abaixo.


O episódio de estréia já tem nome: Four Months Later. A NBC abre as portas para Heroes: Generations no dia 24 de setembro nos EUA. No Brasil, a primeira temporada é exibida pelo Universal Channel às sextas-feiras - o episódio final vai ao ar no dia 3 de agosto.

Trailer de Beowulf


Bom, a campanha de Beowulf começou para valer. Há duas horas, postei as primeiras imagens (veja aqui) do aguardado épico animado de Robert Zemeckis. E agora, o trailer já surge na internet. E é espetacular. Dê uma olhada aqui.

Primeiras imagens do épico animado Beowulf


Certamente, Beowulf é um dos filmes mais misteriosos do ano. Dirigida por Robert Zemeckis e escrita por Neil Gaiman (Stardust) e Roger Avary (Pulp Fiction), a produção foi guardada a sete chaves pelo empolgadíssimo cineasta de Forrest Gump, De Volta Para o Futuro e Uma Cilada Para Roger Rabbit. E desta vez, ele tem motivos de sobra. Zemeckis sempre se interessou pelo processo da evolução da tecnologia no cinema. Nesse ponto, Beowulf pode marcar época.

Trata-se de uma animação que segue a linha de O Expresso Polar (também de Zemeckis). Ou seja, os movimentos dos atores são capturados por computador. A diferença é o espantoso salto tecnológico em um espaço de apenas três anos. Para dar um gostinho aos curiosos, o épico inspirado em um famoso (e anônimo) poema inglês teve suas primeiras imagens divulgadas.


Nas fotos acima, você confere como ficaram os "avatares" de Ray Winstone (o Mr. French, de Os Infiltrados) e Sir Anthony Hopkins. O elenco invejável de Beowulf ainda tem Crispin Glover (o saudoso George McFly), Angelina Jolie, John Malkovich, Robin Wright Penn, Alison Lohman, Brendan Gleeson, Dominic Keating, Ric Young e Chris Coppola. A estréia está prevista para 16 de novembro nos EUA.

O blog ainda observa esse tipo de cinema "animado" com um olhar cauteloso e espera que Robert Zemeckis não se perca dentro de sua (óbvia) ambição.

terça-feira, julho 24, 2007

Críticos escolhem Heroes como o Programa do Ano


Para a associação norte-americana de críticos de TV, Heroes é o Programa do Ano. Família Soprano foi a Melhor Série Dramática, enquanto The Office ganhou como Melhor Série Cômica. Só para explicar: a categoria Programa do Ano não envolve apenas séries, mas qualquer atração da televisão. Heroes desbancou American Idol, Friday Night Lights, Planet Earth, The Wire e When the Levees Broke.

Se a premiação pode influenciar os votos para o Emmy, Família Soprano e The Office saem na frente. E Heroes é a pedra no sapato dos mafiosos na categoria dramática. Para aumentar a discussão do Emmy, que acontece no próximo dia 16 de setembro, seguem os principais premiados pelos críticos:

Programa do Ano

Heroes • NBC

Melhor série dramática
Família Soprano • HBO

Melhor série de comédia
The Office • NBC


Melhor ator/drama
Michael C. Hall •
Dexter

Melhor ator/comédia
Alec Baldwin •
30 Rock

Melhor estréia do ano
Friday Night Lights

Pôster e artes conceituais de Príncipe Caspian

Com estréia prometida para 16 de maio de 2008, Príncipe Caspian, a nova aventura do universo de As Crônicas de Nárnia, teve seu primeiro pôster divulgado, além de algumas artes conceituais.

Novamente sob o comando do diretor Andrew Adamson, a série de C.S. Lewis traz um novo episódio ambientado anos após a primeira aventura. Agora dominada pelos telmarinos, que baniram os animais falantes e as criaturas mitológicas, Nárnia precisa novamente da ajuda dos irmãos Pevensie, invocados pela trompa mágica de Susana. Mas é um legítimo herdeiro dos telmarinos, Caspian, quem resolve enfrentar os tiranos em defesa de Nárnia.

Não sei vocês, mas gosto de As Crônicas de Nárnia - O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa. Porém, tenho ressalvas. Até a metade, o filme é pura magia: a fuga das crianças dos horrores da guerra, a chegada na mansão, a descoberta do guarda-roupa e o encontro da pequena Lucy com Mr. Tumnus na floresta congelada (a minha cena favorita). Mas da metade para o final, o filme perde um pouco da inocência de um legítimo conto infantil e derrapa de vez no final com uma batalha xerocada em péssima qualidade de O Senhor dos Anéis.

Aqui vão algumas artes conceituais divulgadas de Príncipe Caspian:


Só espero que o novo filme realmente se concentre na magia criada por C.S. Lewis. Seus contos são infantis e Andrew Adamson (ou a máquina de Hollywood) precisa entender isso. Não basta apenas criar uma franquia de sucesso. Um extenso e belo material está nas mãos da Disney. Basta deixar o clima dos livros tomar conta das filmagens. Tomara que dê certo.


segunda-feira, julho 23, 2007

Chega de catástrofe

Desde terça-feira passada, os dias parecem empurrados com a barriga aqui em São Paulo. A infame tragédia no aeroporto de Congonhas acabou com muita alegria e otimismo de um povo que se agarra em qualquer diversão escapista para aliviar a dor da vida real. Da janela do trabalho, ainda posso imaginar a fumaça de Congonhas provocada pelo acidente. O pior é que ninguém faz nada para resolver coisa alguma.

Justamente quando o país vive a emoção de receber um evento como o Pan (e o cinema exibe filmes divertidos como Harry Potter e Transformers), o que fica é a realidade amarga. Quem dera se qualquer tragédia pudesse ser evitada por super-heróis. Como no vídeo abaixo do MTV Movie Awards. Chega de sofrer. Divirta-se:

sexta-feira, julho 20, 2007

Transformers


Quem espera uma adaptação fiel de Transformers (2007), o popular desenho dos anos 1980, vai se decepcionar. Felizmente, o filme não é infantilóide como Os Flintstones, que caiu na armadilha de recriar uma animação com atores e cenários reais. Na verdade, o produtor Steven Spielberg e o diretor Michael Bay homenagearam aventuras juvenis bacanas daquela década. Transformers é nostálgico por carregar o clima de dois tipos de filmes dos anos 1980: divertidas fantasias produzidas pelo próprio Spielberg como Gremlins, Os Goonies e Viagem Insólita, e ficções científicas adoradas pelo público masculino como O Exterminador do Futuro (1984) e RoboCop (1987). É tudo isso de volta na companhia da mais avançada tecnologia dos magos da Industrial Light & Magic.

Quero dizer que Transformers é filme para macho com alma de moleque – seja criança, adolescente ou adulto. A trama é simples e apresenta robôs gigantescos que se arrebentam, carros impressionantes, belas garotas, efeitos especiais de deixar o queixo no chão, cenas de ação empolgantes, muita correria, tiros, explosões e um elenco que veste a camisa da aventura – liderado por um jovem ator carismático. Aos 21 anos, Shia LaBeouf atua com enormes robôs como se realmente estivesse no meio de uma guerra intergaláctica. A atuação não é para Oscar, claro, mas dá credibilidade ao filme. LaBeouf faz a platéia “acreditar” em Transformers.


Infelizmente, o roteiro não acompanha somente a saga de Sam Witwicky (LaBeouf). Michael Bay perde tempo com uma irritante trama paralela para exaltar a coragem dos fuzileiros norte-americanos. O único acerto aqui é não carregar na patriotada. Toda vez em que os personagens citam o governo, o tom é de ironia. Um exemplo: sem mostrar o rosto, o presidente aparece uma única vez e deitado em sua cama com meias vermelhas nos pés. Mas quando a trama volta para Sam Witwicky na companhia de Mikaela (a espetacular Megan Fox) e seus fiéis escudeiros, os Autobots, o filme cresce em matéria de diversão. O que nos leva aos robôs. Não exatamente aos efeitos visuais e sonoros (barbadas para o próximo Oscar), mas o quebra-pau entre Autobots (para quem não sabe, eles são os bonzinhos) e Decepticons (os malvados) pira os neurônios de qualquer menino de 10 a 80 anos. E quando Michael Bay exagera nos clichês recorrentes em sua filmografia, Steven Spielberg surge para salvar a pátria. Algumas interferências do cineasta são evidentes no bom humor de Transformers e, principalmente, naquela cena maravilhosa dos Autobots tentando se esconder no jardim da casa de Witwicky. Aquilo não é Michael Bay.

O estilo do verdadeiro diretor domina na meia hora final e pode irritar muita gente. Michael Bay coloca a câmera no meio da pancadaria em alta velocidade entre Autobots e Decepticons. Só faltou algum robô gritar "SPARTANS!" nesse filme rock 'n' roll. A briga parece infinita. Eu vibrei. Assim como um garotinho de 11 anos, que estava ao meu lado. Nesse final, percebi o quanto eu fui traquinas durante a infância. Ainda bem que isso ainda não morreu em mim. Mas se você já cresceu, Transformers é desperdício de dinheiro e paciência. Fique em casa e alugue O Paciente Inglês.

Transformers (2007)
Direção: Michael Bay
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Rachael Taylor, Tyrese Gibson, Anthony Anderson, Jon Voight e John Turturro

quinta-feira, julho 19, 2007

Família Soprano lidera as indicações ao Emmy


Acabam de ser anunciados, em Los Angeles, os indicados ao Emmy deste ano. A 59ª edição do maior prêmio da TV norte-americana esnobou as fracas temporadas de Lost e 24 Horas, mas indicou a pior das três grandes decepções de 2007: Grey's Anatomy. Ainda assim, Kiefer Sutherland (24) foi lembrado mais uma vez. Por Lost, concorrem Terry O'Quinn (Locke) e o fantástico "Henry Gale" Michael Emerson.

O blog vibra com as indicações de 30 Rock e The Office, em comédia, e Heroes, em drama - e o "Hiro Nakamura" Masi Oka está lá! YATA! Mas a última temporada de Família Soprano lidera o ranking em 15 categorias e parece chegar como grande favorita da noite de 16 de setembro. Já Ugly Betty reina em comédia com 11 indicações, sendo seguida de perto por 30 Rock (com 10).


Saiba quem está na disputa pela estatueta nas principais categorias:

Melhor série de comédia:

30 Rock • NBC
Entourage • HBO
The Office • NBC
Two And a Half Men • CBS
Ugly Betty • ABC

Melhor série dramática:

Boston Legal • ABC
Grey's Anatomy • ABC
Heroes • NBC
House • Fox
Família Soprano • HBO


Melhor ator/ comédia:

30 Rock • Alec Baldwin, como Jack Donaghy
Extras • Ricky Gervais, como Andy Millman
Monk • Tony Shalhoub, como Adrian Monk
The Office • Steve Carell, como Michael Scott
Two and a Half Men • Charlie Sheen, como Charlie Harper


Melhor ator/ drama:

24 Horas • Kiefer Sutherland, como Jack Bauer
Boston Legal • James Spader, como Alan Shore
House • Hugh Laurie, como Dr. Gregory House
Rescue Me • Denis Leary, como Tommy Gavin
Família Soprano • James Gandolfini, como Tony Soprano


Melhor atriz/ comédia:

30 Rock • Tina Fey, como Liz Lemon
Desperate Housewives • Felicity Huffman, como Lynette Scavo
The New Adventures Of Old Christine • Julia Louis-Dreyfus, como Christine Campbell
Ugly Betty • America Ferrera, como Betty Suarez
Weeds • Mary-Louise Parker, como Nancy Botwin


Melhor atriz/ drama:

Brothers & Sisters • Sally Field, como Nora Walker
Law & Order: Special Victims Unit • Mariska Hargitay, como Olivia Benson
Medium • Patricia Arquette como Allison Dubois
The Closer • Kyra Sedgwick, como Brenda Leigh Johnson
The Riches • Minnie Driver, como Dahlia Malloy
Família Soprano • Edie Falco, como Carmela Soprano


Melhor ator coadjuvante/ comédia:

Entourage • Kevin Dillon, como Johnny Drama
Entourage • Jeremy Piven, como Ari Gold
How I Met Your Mother • Neil Patrick Harris, como Barney Stinson
The Office • Rainn Wilson, como Dwight Schrute
Two and a Half Men • Jon Cryer, como Alan Harper


Melhor ator coadjuvante/ drama:

Boston Legal • William Shatner, como Denny Crane
Grey's Anatomy • T.R. Knight, como George
Heroes • Masi Oka, como Hiro Nakamura
Lost • Terry O'Quinn, como John Locke
Lost • Michael Emerson, como Ben
Família Soprano • Michael Imperioli, como Christopher Moltisanti


Melhor atriz coadjuvante/ comédia:

My Name Is Earl • Jaime Pressly, como Joy Turner
The Office • Jenna Fischer, como Pam Beesly
Two And A Half Men • Conchata Ferrell, como Berta
Two And A Half Men • Holland Taylor, como Evelyn Harper
Ugly Betty • Vanessa Williams, como Wilhelmina Slater
Weeds • Elizabeth Perkins, como Celia Hodes


Melhor atriz coadjuvante/ drama:

Brothers & Sisters • Rachel Griffiths, como Sarah Whedon
Grey's Anatomy • Sandra Oh, como Cristina Yang
Grey's Anatomy • Chandra Wilson, como Dr. Bailey
Grey's Anatomy • Katherine Heigl, como Isobel "Izzie" Stevens
Família Soprano • Aida Turturro, como Janice Soprano
Família Soprano • Lorraine Bracco, como Dr. Jennifer Melfi


Confira a lista completa de indicados aqui.

quarta-feira, julho 18, 2007

Michael Bay, o destruidor

"Eu odeio Michael Bay!" costuma ser um desabafo dentro da comunidade cinéfila. O diretor norte-americano de 42 anos ainda é jovem para o ofício e reconhece que não ameaça o legado de um Stanley Kubrick ou John Ford. Mas ele pode facilmente responder que muita gente paga ingresso para ver os seus filmes barulhentos e poluídos.

Michael Bay pertence ao grupo de diretores de filmes publicitários (ou de videoclipes) que passou para o cinema. A culpa é todinha dos produtores Jerry Bruckheimer e Don Simpson, que o escolheram para comandar Bad Boys (1995). Na verdade, muitos acharam que a montagem rápida juntando cenas em câmera lenta com pôr-do-sol, carros em alta velocidade, belas mulheres, tiroteios, explosões e o som no volume máximo eram toques exclusivos dos produtores.

Hoje, os críticos torcem o nariz para o "estilo Bay", mas lembro até hoje: em 1996, quando saiu A Rocha, li várias críticas elogiando o ritmo frenético de Bay. Outros diziam que Sean Connery finalmente retornava em um grande filme de ação. Já em Armageddon (1998) e Pearl Harbor (2001), o diretor sofreu as piores críticas de sua carreira. E com justiça. Ao lado de Jerry Bruckheimer, Michael Bay tentou apelar para um Bad Boys 2 (2003), mas a longa duração incomodou quem foi ao cinema para ver um filme que era somente mais do mesmo.

Então, os colegas resolveram seguir caminhos opostos para continuar a vida. Bruckheimer foi produzir Piratas do Caribe (2003) para a Disney, enquanto Bay foi dirigir A Ilha (2005) para a Dreamworks, de Steven Spielberg. Ironicamente, o filme foi uma agradável surpresa. É uma ficção científica intrigante, mas que perde um pouco devido aos maneirismos de Bay: dá-lhe montagem rápida, pôr-do-sol, carros em alta velocidade, lindas mulheres, tiroteios, explosões e outros truques fáceis. Embora seja o seu melhor trabalho, o filme foi o primeiro grande fracasso de bilheteria de Michael Bay.

Algumas línguas de cobra já davam como certo o fim de sua curta carreira, mas Steven Spielberg acreditou nele. Repararam em todos os seus "maneirismos"? Michael Bay não deixa de ser um menino que jamais cresceu. Dirige como uma criança, gosta de carros velozes, destruição em massa, fantasia, ficção científica, mulheres bonitas que nunca ficam com garotos comuns nas escolas, etc.

Acho que Spielberg viu isso e confiou Transformers ao diretor. Inicialmente, Bay não acreditou muito no projeto. Mas Spielberg vendeu desta forma: "Transformers não é um filme sobre robôs gigantes. Essa é a história de um jovem normal que compra seu primeiro carro para impressionar belas garotas". No final de uma sessão deste blockbuster, Spielberg mostra que tem razão. Apesar do "estilo Bay".

Quem é essa garota?


Steven Spielberg revelou Shia LaBeouf e encontrou essa menina chamada Megan Fox. Onde ele acha essa galera? Certamente não é na série Malhação, da Globo. Spielberg também é mestre nisso. Alguém se lembra de Christian Bale, em Império do Sol (1987)? Em outra descoberta como produtor executivo, ele indicou Catherine Zeta-Jones ao diretor Martin Campbell, em 1998, para o papel feminino principal de A Máscara do Zorro. Grande Steven!

E a partir desta sexta-feira, os puritanos dirão que a norte-americana Megan Fox é uma péssima atriz, mas o verdadeiro público-alvo de Transformers nem ligará para esse pequeno "detalhe". Quando Mikaela, sua personagem no filme de Michael Bay der uma olhadinha no motor de Bumblebee, o efeito na platéia masculina será mais devastador do que testemunhar Autobots e Decepticons se arrebentando na meia hora final.

Antes de Transformers, a perfeita Megan Fox fez participações especiais em séries como Hope & Faith e Two and a Half Men. Aos 21 anos, ela não é talentosa (ainda) como Catherine Zeta-Jones, Keira Knightley ou Natalie Portman. Talvez o certo seja compará-la ao "talento" de Jessica Alba? Correto. Sem a menor dúvida. Essa belíssima morena vai longe. Ah, vai.

terça-feira, julho 17, 2007

Shia LaBeouf, a revelação do ano


Shia LaBeouf ganhou fama nos EUA com o sucesso da série Even Stevens, da Disney. Apesar de participações especiais em filmes como Eu, Robô (2004), o jovem ator de 21 anos encontrou seu lugar ao sol em 2007. Um certo Steven Spielberg convenceu o diretor Michael Bay a convidá-lo para o papel principal de Transformers e registrou o garoto como filho de Indiana Jones no filme mais aguardado do ano que vem.

Até lá, o público brasileiro pode conhecer um pouco mais sobre Shia LaBeouf a partir desta sexta-feira. Em Transformers, o garoto é puro coração. Sem ele, o filme não sairia do jeito que Michael Bay e Spielberg imaginaram. LaBeouf contracena com o nada, mas você realmente acredita que ele está rodeado por robôs gigantes. O melhor? O cara mostra ter futuro como ator. É dedicado e se entrega ao filme de corpo e alma.

É um bom começo para esse jovem carismático. Antes de Indiana Jones, LaBeouf também protagoniza o thriller Paranóia (2007), que estréia em breve nos cinemas do país. De acordo com algumas fontes, o filme é carregado nas costas pelo rapaz. Por essas e outras razões, que você ainda verá em Transformers, o blog elege Shia LaBeouf como Revelação do Ano.

sexta-feira, julho 13, 2007

Dia Mundial do Rock

O blog pode falar sobre cinema, mas o rock 'n' roll está no sangue. Neste Dia Mundial do Rock, HOLLYWOODIANO relembra cinco cenas marcantes do cinema, que celebraram o bom e velho som de forma vibrante, emocional e visceral. Exatamente como deve ser. Se você gosta de rock, perca (ou ganhe) alguns minutinhos para comemorar conosco nos vídeos abaixo. São cenas de pura nostalgia em ordem de preferência:

1) Michael J. Fox, em De Volta Para o Futuro
Agradecimentos a Steven Spielberg, Robert Zemeckis, Chuck Berry e... Marty McFly. É dele a frase histórica: "Talvez vocês ainda não estejam prontos, mas seus filhos vão adorar". Amém!



2) Matthew Broderick, em Curtindo a Vida Adoidado
O dia de folga de Ferris Bueller ensinou como matar aula com estilo. Nada melhor do que cantar Twist and Shout no meio da multidão.



3) O elenco principal de Quase Famosos
Depois de um desentendimento, a banda Stillwater se reconcilia ao cantar a bela Tiny Dancer, de Elton John. O momento é sublime em uma cena mágica, que marcou a década. E o filme é a maior ode ao rock já feita por Hollywood.



4) Jack Black, em Escola de Rock
Jack Black ama o rock e ganhou esse presentão do diretor Richard Linklater. A cena marca o final do filme e revela o verdadeiro sentido do rock 'n' roll. Mesmo perdendo o concurso, a música e a energia permancem. É para sentir. Não para ganhar prêmios.



5) Val Kilmer, em Top Secret
O filme mais engraçado da história do cinema tem diversos números de Nick Rivers (Val Kilmer), mas esse é o primeiro deles. Não sei quantas vezes eu vi essa comédia extraordinária.

quinta-feira, julho 12, 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix


Para quem nunca leu Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, 2007), o quinto filme da série adaptada da obra de J.K. Rowling parece cheio de "buracos" no roteiro. Claro que a trama é compreensível para quem tem mais de cinco anos, só que alguns detalhes parecem nebulosos na construção da história na cabeça dos leigos. Mas como o filme foi feito para os fãs, que estudaram direitinho para a prova e sabem todas as respostas, qualquer erro em A Ordem da Fênix é inveja ou piti de gente boba e chata. Na língua deste universo, os "trouxas".

Antes de continuar, vamos combinar só uma coisa, por favor: É fácil dizer que o filme é mais sombrio do que os anteriores - a cada Harry Potter, os críticos dizem isso. Então, não quero ver ninguém dizendo que os próximos filmes serão mais "sombrios" que A Ordem da Fênix. Ok? O filme
é sobre amadurecimento e responsabilidades que chegam cedo demais. O protagonista (Daniel Radcliffe - cada vez melhor ator) é forçado a encarar seus medos para se tornar um grande líder. É óbvio que Harry Potter não é mais para crianças. Só que essa é a natureza da evolução da saga criada por J.K. Rowling. O segredo para tornar um novo episódio mais dark que o anterior está na forma como a autora conta sua história, que acompanha o crescimento de seus leitores. No caso do filme, essa função é do diretor.

Mas numa cinessérie marcada pela irregularidade, que cada hora tem um diretor com sua visão pessoal, Harry Potter sofre na telona. Em A Ordem da Fênix, David Yates carregou na fotografia escura, tremeu a câmera como se estivesse dirigindo A Supremacia (e O Ultimato) Bourne e abusou de sustos com auxílio da trilha sonora. Enfim, coisas de principiante.

Pelo óbvio tom político do quinto livro, o produtor David Heyman contratou Yates, um especialista em minisséries inglesas politizadas, para comandar o longa. Se o único objetivo de A Ordem da Fênix era esse, Yates até que se saiu bem. E ele teve sorte de cair numa franquia consagrada. Mas sejamos justos: Os tiques citados acima podem ser corrigidos no próximo filme (O Enigma do Príncipe), que também será dirigido por David Yates. O diretor não merece comparações com Alfonso Cuarón, que fez o melhor Harry Potter, e Mike Newell, mas tem futuro. Está em boas mãos; tem a atenção do público e pode acertar se ler e ouvir as críticas.

Mesmo com furos de roteiro e um diretor novato, até que dá para se divertir bastante com Harry Potter e a Ordem da Fênix. Só de pensar nos primeiros filmes de Chris Columbus, o longa de David Yates ganha créditos. Principalmente pelos eletrizantes 20 minutos finais. A pancadaria rola solta entre a Armada de Dumbledore, liderada por Harry Potter, e os Comensais da Morte. O duelo entre Dumbledore (Michael Gambon) e Voldemort (um assustador Ralph Fiennes) é emocionante e muito bem orquestrado pelos magos dos efeitos visuais. A impressão é que o filme começa no final.

Mas a carta na manga de Harry Potter e a Ordem da Fênix atende pelo nome de Imelda Staunton. A atriz indicada ao Oscar por O Segredo de Vera Drake dá um show particular como a professora, alta inquisidora e ditadora Dolores Umbridge, a responsável por transformar Hogwarts no colégio que serviu de cenário para o Pink Floyd tocar Another Brick in the Wall. Imelda não precisa de sombras, fotografia escura e câmeras trêmulas para entrar no clima. O filme é dela.

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, 2007)
Direção: David Yates
Roteiro: Michael Goldenberg (Baseado no livro de J.K. Rowling)
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Michael Gambon, Imelda Staunton, Alan Rickman, Emma Thompson e Gary Oldman

quarta-feira, julho 11, 2007

Daniel Radcliffe, o menino que sobreviveu

O inglês Daniel Radcliffe completa 18 anos no próximo dia 23 de julho. Atualmente, ele tenta lidar com um sucesso jamais previsto em sua vida antes da escolha do diretor Chris Columbus para o grande papel de Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001).

Em outro post, falei mal de Chris Columbus, mas ele acertou em algo fundamental: a escolha do elenco principal para a série cinematográfica adaptada dos livros de J.K. Rowling. Isso ele sempre fez bem. Alguém aí se lembra de Elisabeth Shue em Uma Noite de Aventuras (1987)? Ou Macaulay Culkin, em Esqueceram de Mim (1990)?

Columbus também foi revelado como um criativo roteirista dos anos 1980, especialmente por Gremlins (1984) e Os Goonies (1985). Mas conforme a saga Harry Potter aumenta, o talento de Daniel Radcliffe parece capaz de quebrar uma maldição que atingiu outras crianças brilhantes do cinema.

Muitos atores-mirins não sobreviveram ao tempo. Jodie Foster foi uma das exceções. Mas a lista é gigantesca. Só para citar alguns nomes: Justin Henry, de Kramer Vs. Kramer (1979), Ricky Schroder, de O Campeão (1979), que fez recentemente o agente Mike Doyle na sexta temporada de 24 Horas, o próprio Macaulay Culkin e o sumido Haley Joel Osment, de O Sexto Sentido (1999) e A.I. – Inteligência Artificial (2001).

Em cartaz nos cinemas com Harry Potter e a Ordem da Fênix, o quinto filme da saga, Daniel Radcliffe já pensa na vida após Hogwarts. Além dos últimos dois filmes da série (com final marcado para 2010), Radcliffe ainda precisa saber o que J.K. Rowling reserva para o personagem no derradeiro livro Harry Potter e as Relíquias da Morte. E se o menino não morrer como a maioria pensa?

Ainda assim, diferente de outros garotos ou atores como Mark Hamill (o eterno Luke Skywalker), Radcliffe começa cedo a trabalhar sua imagem para não ficar preso para sempre como o famoso bruxo. A polêmica nudez na peça Equus foi apenas o começo. E ele é um bom ator. Tem muito o que aprender ainda, mas está no caminho certo.

O Homem de Aço e o inseparável Lex Luthor

A Variety confirmou Superman - Man of Steel como o título oficial da seqüência do ótimo filme dirigido por Bryan Singer em 2006. E mais: o site confirma a volta de Kevin Spacey como Lex Luthor na produção com estréia prevista para 2009.

O ponto fraco de Superman - O Retorno é justamente a presença de Spacey intepretando Gene Hackman no filme original de 1978. Só espero que o roteiro reserve apenas uma "participação especial" a Spacey e que a principal ameaça ao Homem de Aço não seja Luthor. Deixe-me explicar: Kevin Spacey é excelente, mas sua caracterização para o vilão ficaria perfeita nos anos 1970, quando Hollywood se arriscou de forma inédita numa superprodução baseada em quadrinhos. Hoje, a visão é outra.

No momento, Bryan Singer precisa arrumar espaço na agenda. Embora esteja confirmado como o diretor de Superman - Man of Steel, Singer está comprometido com as filmagens de Valkyrie (aguardado épico de guerra com Tom Cruise) e outros dois projetos também para 2009 (The Mayor of Castro Street e You Want Me to Kill Him?).

terça-feira, julho 10, 2007

É hora de... Você-Sabe-Quem


Na edição de sexta-feira do Guia do Estadão, eu li um comentário interessante sobre as críticas a Harry Potter e a Ordem da Fênix, que estréia amanhã no país. A nota dizia que a maioria dos críticos diz que o novo filme é mais sombrio do que os anteriores. Mas ele brinca: “Sempre dizem que um é bem mais dark do que o outro. Desse jeito, o último filme será tão sombrio, mas tão sombrio mesmo que Harry vai arrancar a cabeça de Rony.”

Mas é verdade. Tudo quanto é crítica de Harry Potter parece limitada ao citar que o filme é “mais sombrio”, dark, etc. De qualquer forma, os fãs já podem analisar o novo filme a partir da meia-noite de hoje em pré-estréias. Queira ou não, trata-se de um evento de Hollywood. Harry Potter domina a maioria das salas do país e deixa uma minoria de chatos de galocha, que detesta fantasia, em casa (não entendo como alguns cinéfilos simplesmente rejeitam certos gêneros). E não há crítico no mundo mais capacitado para Harry Potter e a Ordem da Fênix do que o fã da série de livros de J.K. Rowling. Lógico que livro é livro e cinema é cinema. Eles precisam levar em conta que a adaptação precisa servir ao formato de cinema, mas o filme é para esse público.

De todos os filmes, o melhor é Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Alfonso Cuarón salvou a série cinematográfica após as duas jornadas infantilóides de Chris Columbus pelo universo de Rowling. Cuarón colocou Harry Potter no caminho certo. Mike Newell também fez bonito com o episódio seguinte (O Cálice de Fogo), mas o filme de Cuarón tem mais magia e facilita a ligação (aceitação?) emocional da platéia com o mundo de Rowling. Além de que ele é um diretor superior aos outros colegas.

Mas o que esperar do novato David Yates, em A Ordem da Fênix? Sei que muitos fãs consideram o quinto livro como o mais fraco da série, mas o crítico Luiz Carlos Merten, do jornal O Estado de S. Paulo, adorou. A Warner já anunciou que Yates será o diretor do sexto filme. Mas quem vai comandar o último Harry Potter?

Veja a avaliação do blog para a série:

Harry Potter e a Pedra Filosofal
Harry Potter e a Câmara Secreta
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Harry Potter e o Cálice de Fogo

domingo, julho 08, 2007

A lambança da Fox

"O Canal FOX no Brasil vem por meio deste informar que, após constatar que a maioria dos nossos telespectadores prefere assistir à programação do canal na forma dublada em português, a partir deste mês o sinal do canal FOX está sendo transmitido totalmente nesse formato. Em paralelo, a FOX está trabalhando junto às operadoras de televisão por assinatura para atender aos que preferem assistir à programação da FOX no idioma original e, por conseqüência, com as legendas."

Isso não é nenhuma brincadeira. Trata-se do comunicado oficial do Canal Fox para "explicar" a repentina exibição de suas principais séries com dublagem em português. Até outro dia (sem aviso algum), Jack Bauer (Kiefer Sutherland) apresentou um português fluente exatamente na metade da sexta temporada de 24 Horas. Assim mesmo. Sem aviso. A impressão é que o telespectador começou a temporada pela Fox, mas vai terminá-la pela Globo.

É fato que a maioria prefere ver programação dublada, mas como fica a outra parte que não abre mão do som original? Por que a Fox não esperou o final de suas principais temporadas para tomar essa decisão? Isso quer dizer que quando a terceira temporada de Prison Break voltar, Michael Scofield (Wentworth Miller) vai falar "brasileiro"?

Ao menos, neste comunicado, a Fox avisa que trabalha para abrir a opção de legendas. Mas por que não fizeram isso antes? No momento, o telespectador só pode ver dublado ou em inglês sem legendas. De qualquer forma, a lambança já foi feita. Quem acompanha 24 Horas ou Bones já viu alguns episódios em português. Ou desligou a TV. Ou melhor: trocou de canal. Isso só comprova o desrespeito pelo fã de séries. E comprova que tudo isso não passa de um negócio para os engravatados. Depois reclamam da pirataria.

Em passagem recente pelo país para filmar um comercial de carro, o próprio Kiefer Sutherland disse que o telespectador deveria ter as duas opções. Vai brincar com ele?

quinta-feira, julho 05, 2007

Ratatouille


Em Cidadão Kane (1941), Orson Welles foi original ao aproveitar a profundidade dos cenários na tentativa de “ampliar o espaço da tela”. Finalmente, o som do que acontecia no fundo de uma cena pareceu mais longínquo do que o pronunciado em primeiro plano. Entre outros detalhes curiosos, a fotografia de Kane explorou o claro e o escuro para ressaltar o estilo expressionista. Welles também aproveitou para “rebaixar” os tetos dos cenários com o objetivo de aumentar o teor dramático das cenas. Enfim, o diretor se arriscou ao estilizar a realidade de uma forma jamais vista antes. Mais tarde, o cinema incorporou essas técnicas com a chegada da cor.

É estranho, mas ao assistir a Ratatouille (2007), a nova animação da Pixar, lembrei de algumas curiosidades na produção de Cidadão Kane. Dirigido por Brad Bird, de Os Incríveis (2004), Ratatouille viaja dez mil vezes mais nos planos de fundo e em todas as outras grandes sacadas do clássico de Orson Welles. Óbvio: há um salto de 66 anos. Mas o que tento dizer aqui é que Brad Bird fez um trabalho genial de direção. E o que significa ser um diretor de verdade numa animação? Ratatouille foi feito por computador, mas Bird consegue pegar “ângulos” e enquadramentos fascinantes. É desenho, certo? Mas poderia ser um filme no sentido primitivo da palavra. Como, então, analisar cenas como a sala da casa do velho crítico Anton Ego (voz de Peter O’ Toole)? Visto de cima, o cômodo tem o formato de um caixão. Sua máquina de escrever guarda traços que lembram um crânio. Ou seja, ali mora um cara maléfico.

São detalhes que me intrigam, como a fuga dos ratinhos logo no início do filme. Debaixo de chuva, Remy (voz de Patton Oswalt) dispara pela janela e tenta alcançar os demais. Até ele vislumbrar Paris do alto de um prédio, sua correria celebra tudo aquilo que Orson Welles tentou ensinar ao cinema. E nem estou falando da perfeição técnica da animação. Nesse ponto, o fraco Shrek Terceiro também é perfeito. A animação beira a realidade. Mas Ratatouille guarda mistérios em cada frame. Mistérios que ainda precisam ser analisados com bastante calma. A excelência é tornar os movimentos reais, o campo de visão dos personagens. Olhar para frente, para trás, etc.

O roteiro? Nem preciso gastar linhas dizendo que a Pixar sempre acerta nesse quesito. O próprio lema do filme (“Qualquer um pode cozinhar”) e a idéia de ver um ratinho sendo um “mini chef” em um belo restaurante parisiense são originais. Mas não seria genial sem a presença de Brad Bird no comando. Veja bem: em muitos momentos, Remy costuma surgir próximo à câmera. Já seu amigo Linguini (voz de Lou Romano) aparece um tanto afastado. Seria para demonstrar qual dos dois é o verdadeiro mestre da gastronomia? Aliás, o atrapalhado personagem Linguini seria uma homenagem ao lendário Jacques Tati? Gosto de fazer essas ligações.

E eu não poderia deixar passar a melhor cena do filme. Para não estragar, envolve um flashback para lá de original com o tal crítico. Nunca o cinema foi tão sublime para demonstrar uma sensação de prazer. A palavra é “sublime”. É uma cena genial. De arrepiar. Alguém aí sabe se a Academia chega a considerar o trabalho de um cineasta por trás de uma animação para a categoria de Melhor Diretor? Brad Bird é o cara. Aqui, ele dita o futuro. Como Orson Welles fez lá atrás.

Ratatouille (2007)
Direção: Brad Bird
Com as vozes de Patton Oswalt, Lou Romano, Ian Holm, Brad Garrett, Janeane Garofalo e Peter O’ Toole

quarta-feira, julho 04, 2007

Ninguém segura Tina Fey


Hoje à noite, às 20h30, a primeira temporada de 30 Rock termina no canal Sony (ainda bem que a NBC já aprovou mais um ano para o show). A melhor série de comédia do ano veio da criatividade de Tina Fey, uma das mentes brilhantes do Saturday Night Live.

A criadora, roteirista e protagonista de 30 Rock é um dos grandes nomes do humor atual. Sempre direta e inteligente, Tina procura criticar o que se leva tão a sério no american way of life – a idéia é gozar da cara dos americanos que se acham melhores do que os outros.
No cinema, ela já contribuiu para a ótima comédia teen Meninas Malvadas (2004), estrelada por Lindsay Lohan e Rachel McAdams. A própria Tina tem um papel pequeno. Pela oportunidade, ela recebeu uma indicação ao prêmio do sindicato dos roteiristas.

Em 30 Rock, Tina Fey é Liz Lemon, responsável pela redação do programa de TV The Girlie Show. À beira da loucura, ela ainda precisa encarar as exigências do novo chefe, Jack Donaghy (Alec Baldwin), e chiliques de uma equipe totalmente insana.

O nome do show é inspirado no apelido do 30 Rockfeller Plaza, uma referência aos estúdios de gravação da NBC.
Série cômica favorita do blog neste ano (apesar de My Name is Earl e The Office), 30 Rock tem um humor afiado, direto na veia e que também merece destaque por revelar o talento cômico de Alec Baldwin, ótimo como Jack Donaghy, o novo chefe de Liz Lemon. Pela primeira temporada, Baldwin ganhou o Globo de Ouro e o SAG de Melhor Ator (Comédia/Musical).

Apesar de tanto trabalho (e com a segunda temporada a caminho), Tina Fey ainda pretende arrumar um tempinho para um projeto com Sacha Baron Cohen no cinema: Curly Oxide and Vic Thrill. Que venha ainda muito mais dessa genial roteirista. E torço por várias indicações ao Emmy no próximo dia 19 de julho. Fique ligado.

terça-feira, julho 03, 2007

Transformers divide a crítica


Apesar da assinatura de Michael Bay na direção, Transformers tem alguma esperança na produção executiva de Steven Spielberg. Ao analisar a principal estréia da semana nos cinemas norte-americanos, a crítica se dividiu, mas foi unânime ao elogiar os efeitos visuais da versão cinematográfica do famoso desenho dos anos 1980.

Para Jay Weissberg, da Variety, o filme é “grande, barulhento e cheio de carros fantásticos carregados de testosterona”. Para Roger Ebert, do Chicago Sun-Times, “Certa hora, percebemos que tudo é reduzido ao combate épico entre Autobots e Decepticons. Nesse momento, minha mente começou a se distrair e o potencial para quatro estrelas desapareceu”. Para Elizabeth Weitzman, do New York Daily News, “Transformers é um típico Michael Bay. Você está interessado em trama ou desenvolvimento de personagens? Saia da frente, você está bloqueando a minha visão”. Eric Alt, da Premiére, ressaltou a diversão: “Compre sua pipoca, relaxe e aproveite. Você comprou ingresso para ver um filme sobre robôs gigantes”. Mas para Peter Hartlaub, do San Francisco Chronicle, “Transformers é mais ridículo do que parece”.

No Brasil, Érico Borgo, do site Omelete disse que Transformers “é o melhor filme da temporada até aqui” e “lembra muito as aventuras que marcaram os anos 1980”. Já a jornalista Ana Maria Bahiana destaca que “os efeitos, é claro, são espetaculares”, mas também alerta: “A trama é longa e boba” e “o fetiche militarista, o besteirol da história e a longa metragem acabam comprometendo a diversão”.

Bom, Transformers estréia no Brasil em 20 de julho. Até lá, o que você espera desse filme? Para quem ainda não viu o trailer:

segunda-feira, julho 02, 2007

Imagem do set de Indiana Jones


Atualmente, as filmagens do novo Indiana Jones ocorrem em New Haven, Connecticut, sede da Universidade de Yale. Lógico que os curiosos aproveitaram as tomadas externas para flagrar Harrison Ford (velhinho) e Shia LaBeouf nessa moto. Além dessa imagem, o site Just Jared tem outras fotos. Veja aqui.

Alguns comentários anunciaram que é uma cena de fuga. Indy é perseguido por uns sujeitos durante uma parada anti-comunista do lado de fora da universidade. Uma figurante chegou a dizer que Indy e os vilões do filme buscam a fonte da juventude. Se é verdade ou não, aguarde mais notícias neste blog. De qualquer forma, o artefato arqueológico seria interessante no contexto de um Indy velhinho, não?

As filmagens em Yale vão até o dia 07 de julho. O novo Indiana Jones estréia em 22 de maio de 2008.

Um sonho de filme


Não sei se vocês já repararam, mas adoro o cinemão norte-americano. Vocês que freqüentam o blog também devem ter percebido que não me prendo muito em notícias sobre bilheteria, certo? Há uma pequena contradição nisso, não? Como admirar o cinema de Hollywood e não ligar muito para os resultados dos primeiros finais de semana, etc, etc? Não sei se estou certo ou errado, mas não deveriam julgar um filme por seu retorno nas bilheterias.

Não aguento mais entrar em sites hoje e ver que Ratatouille foi uma decepção na arrecadação de seu primeiro final de semana. Apenas US$ 47,2 milhões, na frente de Duro de Matar 4.0, que alcançou US$ 33,1 milhões. O pior? É a chamada de atenção para a frase: "A pior arrecadação em um filme produzido pela Pixar desde Vida de Inseto (1998)", que conseguiu US$ 33,3 milhões.

Ora essa! Alguém aí já viu Ratatouille? Já viu o trailer? Se você viu apenas o trailer, ainda não viu nada. O filme não é agradável simplesmente por ser garantia de diversão, que costuma levar aqueles rótulos do tipo "Duas horas de puro entretenimento". Não é só isso. Publico a crítica ainda nesta semana aqui no blog. Mas saiba que Ratatouille é um filmaço. Uma genuína e rara obra de arte. É coisa de gênio. Deu vontade de levantar no cinema, olhar para trás e gritar: "Vocês estão gostando que nem eu? Por favor, batam palmas para o filme!"

domingo, julho 01, 2007

10 animações (ou desenhos) inesquecíveis


Nesta semana, a nova travessura da Pixar chega aos cinemas do país. Ratatouille vem com uma maleta cheia de elogios da crítica norte-americana, mas antes, eu gostaria de relembrar algumas animações (desenhos?) que marcaram a minha vida por uma ou outra razão. Bem antes dessa espera por Ratatouille... Veja abaixo, os 10 favoritos do blog:


1) Branca de Neve e os Sete Anões (1937)
A era pode ser da computação gráfica, mas não consigo imaginar outro desenho que tenha sobrevivido tanto ao tempo. E que permaneça encantador até hoje ao lado de uma forte concorrência. Ainda sei cantar as músicas e a imagem da bruxa (a velha) na janela é assustadora até para um marmanjo.

2) Fantasia (1940)
É o casamento ideal entre imagem, música e som em toda a história da animação. É a perfeição que Walt Disney tanto almejava.

3) Fievel - Um Conto Americano (1986)
A direção é de Don Bluth, mas a produção de Steven Spielberg torna evidente quem está no controle da emocionante história do ratinho Fievel, que se perde dos pais. Enquanto escrevo, diversas músicas surgem na minha cabeça: "Não existem gatos na América", "Não diga nunca, nem nunca jamais" e, claro, "Somewhere Out There".

4) Toy Story 2 (1999)
Para mim, o melhor da Pixar. Até Ratatouille? Quem sabe? Acho que a Pixar jamais errou e escolher seu melhor filme é uma questão pessoal (e difícil). Em Toy Story 2, sou fascinado pela força da amizade que movem os brinquedos. E a sensação da nostalgia de que já fui um menino, que brincava com alguns desses bonecos é algo que me deixa sem palavras. E o pior é esse desenho dizer que os brinquedos ficam tristes quando o seu dono cresce.

5) Akira (1988)

Katsuhiro Ôtomo é um dos dois gênios da animação atual. Akira daria um grande filme de ficção científica. Como desenho, ele é perfeito. Fantasia adulta dark, violenta, intolerante e imprevisível.

6) A Viagem de Chihiro (2001)
E Hayao Miyazaki é o outro gênio da animação. Esse também daria um belo filme com atores reais. A Viagem de Chihiro é encantador, triste e divertido. Miyazaki consegue explorar todos os sentimentos da platéia neste filme.

7) Os Incríveis (2004)
Brad Bird, o diretor de Ratatouille, fez o melhor filme de super-heróis da década. Só que é uma animação, não é? Às vezes, eu me esqueço desse detalhe...

8) Procurando Nemo (2003)

Em primeiro lugar, uma história emocionante entre pai e filho não chama apenas a minha atenção. É um conto capaz de capturar o mundo inteiro. Talvez, por isso, que Nemo seja o filme mais amado da Pixar. Só por isso. Pois está tudo lá: a qualidade da animação, o roteiro perfeito e a análise de personagens que vivem em sociedades simples (ou medíocres?).

9) O Rei Leão (1994)
O melhor musical da Disney na década passada (e nos últimos anos). Ponto final.

10) A Bela e a Fera (1991)
O segundo melhor musical da Disney nos anos 90. E sem falar no auxílio da computação gráfica em algumas seqüências, que marcou época. Foi um divisor de águas em qualidade técnica. Até hoje, A Bela e a Fera é a única animação já indicada ao Oscar de Melhor Filme.