sexta-feira, agosto 31, 2007

Por favor, salvem Nicole Kidman


Aos 40 anos, Nicole Kidman continua linda e talentosa, mas seus filmes já não são os mesmos. Depois do Oscar de Melhor Atriz por As Horas, em 2003, Nicole não acertou mais. Bom, tem gente que gosta de Dogville e Cold Mountain. Eu respeito, claro.

Mas veja só o que veio de lá para cá: Mulheres Perfeitas, Reencarnação, A Intérprete, A Feiticeira e A Pele. A atriz tem potencial para estrelar filmes memoráveis, mas coitadinha dela. Porém, ainda neste ano, a esperança sorri para Nicole. Ela estará na fantasia A Bússola de Ouro e no drama Margot at the Wedding, o novo filme do diretor Noah Baumbach, do excelente A Lula e a Baleia.

Só que o perigo mora na presença de Nicole em Invasores. É a quarta “montagem” hollywoodiana adaptada do romance Invasores de Corpos, de Jack Finney. O que ela faz ali? Em 1956, Don Siegel, um dos mestres de Clint Eastwood, dirigiu a primeira versão: Vampiros de Alma. Cultuada até hoje, a obra assustou meio mundo na época de seu lançamento e brincou com uma metáfora anticomunista em pleno auge da caça às bruxas promovida pelo senador Joseph McCarthy. As outras duas versões de 1978 e 1993 foram dirigidas por Philip Kaufman e Abel Ferrara respectivamente.

Ao menos, a Warner contratou um diretor muito interessante para o arriscado projeto. Trata-se do alemão Oliver Hirschbiegel, responsável por A Queda – As Últimas Horas de Hitler. Apesar de contar com as ilustres presenças de Nicole Kidman e Daniel 007 Craig, Invasores enfrentou diversos problemas no set, incluindo um acidente de carro, que deixou Nicole ferida. O produtor Joel Silver (Matrix) chegou a adiar a estréia do longa por um ano e coordenou mais 17 dias de filmagens. E depois das críticas negativas, será que alguém acredita neste filme?

terça-feira, agosto 28, 2007

Os 10 melhores filmes de ficção científica

Listas são sempre difíceis, ingratas e pessoais. Mas HOLLYWOODIANO aceitou o desafio e publicou seu Top 10 dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos. Em ordem de preferência (e importância para o cinema), a lista cita algumas produções que podem ser facilmente encaixadas em outros gêneros, mas não deixam de viajar pelo universo desconhecido e fascinante da ficção científica. Veja abaixo:


1) 2001 - Uma Odisséia no Espaço (2001 - A Space Odyssey, 1968)
Direção: Stanley Kubrick


Dizem que Stanley Kubrick tentou fazer um filme definitivo para cada gênero. Até hoje, não há nada no cinema que possa ser comparado ao desafio intelectual e filosófico de 2001 - Uma Odisséia no Espaço. É uma obra-prima que intriga por oferecer perguntas e nenhuma resposta. Por isso, 2001 sobrevive ao tempo. Talvez Kubrick nem tenha respostas. Ninguém tem. Além de ser uma perfeita junção de imagem, música e som, o filme joga as dúvidas e os conhecimentos do Homem sobre Deus e a ciência nos limites do universo. Talvez as respostas estejam em cada uma das cenas de 2001. Nossa tarefa é perguntar eternamente. Entender 2001 seria como compreender a razão de nossa própria existência e prever para onde iremos.


2) Blade Runner - O Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982)
Direção: Ridley Scott


Ridley Scott deveria voltar a fazer ficção científica. Logo depois do primeiro Alien, ele se dedicou a Blade Runner, que é uma das últimas obras-primas do gênero. Filhote de Philip K. Dick (e Metropolis), o filme é a ficção científica mais reverenciada por público e crítica (ao lado de 2001). Mas não foi sempre assim. Na época do lançamento, ninguém deu muita bola para Blade Runner. Agora, ele é obrigatório. Ridley Scott riu por último. E continuará rindo: em breve, o diretor lança um DVD com a versão definitiva do clássico.


3) O Império Contra-Ataca (Star Wars - Episode V: The Empire Strikes Back, 1980)
Direção: Irvin Kershner


Star Wars vive no mundo da fantasia, mas não deixa de ser ficção científica. De 1980 a 1999, O Império Contra-Ataca era conhecido como o segundo filme da "trilogia sagrada" de George Lucas. Agora é o Episódio V, em que Irvin Kershner se saiu bem melhor do que Lucas na direção e entregou a maior aventura intergalática do cinema. O Império Contra-Ataca supera o original e, até hoje, é o melhor dos seis episódios de Star Wars. Entre outras qualidades, ele se destaca por ser uma espécie de tragédia shakespeariana no espaço.


4) E.T. - O Extraterrestre (E.T. - The Extra-Terrestrial, 1982)
Direção: Steven Spielberg


Quem nunca sentiu um pingo de emoção ao ver E.T. - O Extraterrestre precisa de um médico. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé. Steven Spielberg teve a idéia para E.T. durante as filmagens de Os Caçadores da Arca Perdida e, um ano depois, entregou uma das produções mais amadas (e imitadas) do cinema moderno. E.T. é pura magia. É a saga de um alienígena esquecido na Terra, que vê o nosso planeta com os olhos de uma criança. Todos nós sabemos que o mundo não é assim. E infelizmente, o pequenino E.T. também descobre a Terra vista pelos adultos. Antes de crescer, a imagem que fica na memória é a viagem de uma bela infância - como o vôo da bicicleta com a lua ao fundo em uma das cenas mais mágicas do cinema. É a emoção do primeiro beijo de uma criança em um momento que homenageia o beijo mais bonito das telas: John Wayne e Maureen O' Hara, em Depois do Vendaval. Ainda não sei se o E.T. era apenas pequeno ou se ele era uma criança deixada pelos pais em um território desconhecido.


5) Guerra nas Estrelas (Star Wars - Episode IV: A New Hope, 1977)
Direção: George Lucas


George Lucas buscou inspiração nos pensamentos de Joseph Campbell, um dos grandes intérpretes da mitologia universal, para criar a saga da família Skywalker. Mas também teve que ler (e reler) O Senhor dos Anéis, além de estudar os filmes de Akira Kurosawa e John Ford. Guerra nas Estrelas pode ser visto como uma aventura espacial sobre a velha luta do bem contra o mal, mas Lucas jamais escondeu que sua verdadeira intenção foi inventar uma nova mitologia. É um divisor de águas na história do cinema. Star Wars salvou Hollywood financeiramente, mudou o conceito de efeitos visuais (e sonoros) para sempre e revolucionou gêneros como ficção científica, aventura e fantasia.


6) Contatos Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977)
Direção: Steven Spielberg


Antes de fazer E.T., Steven Spielberg tentou limpar a imagem ruim dos alienígenas. O público já estava acostumado a ver o cinema tratá-los como terríveis invasores e o diretor veio com essa mensagem pacifista. Na verdade, Spielberg sempre se preocupou com a visão errada dos norte-americanos sobre estrangeiros e outras raças. Muitos de seus filmes investigam esses preconceitos. Contatos Imediatos do Terceiro Grau é um pedido de Steven Spielberg pela paz mundial e, no caso do filme, universal. A música é uma ferramenta apaziguadora e a chave para a comunicação entre humanos e alienígenas. Hoje, Spielberg diz que faria um final diferente para o filme: Roy Neary (Richard Dreyfuss) jamais teria entrado na nave e deixado sua família para trás. Ainda bem que ele deixou seu lado infantil dominar sua razão.


7) Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971)
Direção: Stanley Kubrick


O cineasta Stanley Kubrick criou um futuro alternativo e absurdamente violento em Laranja Mecânica. Neste filme, o ser humano é alienado e capaz de cometer os piores crimes contra seus semelhantes. E a salvação não está nas mãos do governo. O Estado consegue ser ainda mais perverso do que o delinqüente Alex (Malcolm McDowell). O jovem não tem apenas a sua mente violentada, mas sua alma é arrancada do corpo. Impotente, ele não representa mais uma ameaça ao Estado. Mas também não reage contra qualquer ato de violência nas ruas. Só que nada é eterno - nem mesmo o resultado desta experiência. Alex voltará a ser o que era. Ou talvez acorde como um homem ainda mais violento. E qual é a pior violência? A que vem de dentro para fora (o indivíduo) ou a que vem de fora para dentro (o Estado)? É um futuro cruel imaginado por Kubrick, mas o que ele queria mesmo era fazer uma crítica política e social. Com isso, ele fez de Laranja Mecânica um filme eternamente atual.


8) O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968)
Direção: Franklin J. Schaffner


Em O Planeta dos Macacos, o futuro é passado. Como os dinossauros, o Homem já teve sua chance. Não basta evoluir a mente e o espírito com conhecimento. O ser humano não se contenta com pouco e tem sede de poder. O que ele não sabe é que (aos olhos de Deus) jamais deixará de ser um macaco. A vida é um ciclo e para voltar ao domínio, o Homem terá que fazer por merecer. Neste filme, os símios ainda são primitivos, mas conseguem ser mais inteligentes do que o bicho homem. É a teoria da involução avisando que só andamos para trás. E é assim até hoje. É uma visão assustadora para um futuro inevitável. Em 1968, o diretor Franklin J. Schaffner não precisou de efeitos visuais impressionantes para dizer tudo isso. E ainda entregou um dos finais mais surpreendentes do cinema.


9) Alien - O Oitavo Passageiro (Alien, 1979)
Direção: Ridley Scott


O primeiro Alien é ficção científica, mas acima de tudo é puro terror. Ridley Scott realizou o filme mais claustrofóbico de todos os tempos. E logo numa época em que o cinema voltava a ver os extraterrestres como visitantes pacíficos (Contatos Imediatos do Terceiro Grau foi lançado dois anos antes). No mundo de Alien, ninguém pode ouvir você gritar por socorro no espaço. É curioso como conseguiram imaginar um alienígena que precisa de um outro corpo para gerar um filhote. É original, assustador e brilhante. Mas a idéia mais maligna do filme é imaginar o Homem como uma raça pior do que o terrível ser gosmento que mata cada um dos tripulantes da nave Nostromo. Tirando Sigourney Weaver, claro, que ganhou seu devido reconhecimento em Hollywood. Quem ainda não viu Alien - O Oitavo Passageiro pode estranhar, já que o filme foi imitado por inúmeras vezes. Até mesmo por suas seqüências - tirando a espetacular segunda parte dirigida por James Cameron.


10) O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951)
Direção: Robert Wise


KLAATU-BARADA-NIKTU! Quem é fã de ficção cientifica não precisa de tradução para essa frase. Em 1951, antes de dirigir A Noviça Rebelde, Robert Wise filmou O Dia em que a Terra Parou, uma verdadeira pérola do gênero. Klaatu (Michael Rennie), um alienígena com rosto 100% humano, avisa que a Terra está cada vez mais perigosa para seus habitantes (e para outros planetas). Ele quer que a raça humana se comporte e dê um fim na violência contra os próprios irmãos. Mas se o Homem continuar fazendo guerras, Klaatu providenciará o apocalipse. É um ultimato pela paz. Só assim para aprendermos.

segunda-feira, agosto 27, 2007

O dia em que o cérebro parou

Hollywood não aprende mesmo. As grandes idéias acabaram e, agora, tudo quanto é livro de sucesso vira filme da noite para o dia. Às vezes, basta atingir o topo da lista dos mais vendidos para um estúdio anunciar a adaptação de uma obra literária. E para a falta de criatividade de Hollywood não é preciso ir tão longe assim atrás de uma solução. Eles não têm dó (e respeito) nem de seus clássicos. Estou falando da onda de refilmagens que parece não ter mais fim.

Hoje mesmo confirmaram Keanu Reeves na nova versão de O Dia em que a Terra Parou, a ficção científica dirigida por Robert Wise, em 1951. O astro de Matrix será Klaatu (papel de Michael Rennie no original), um alienígena que chega ao planeta acompanhado de um robô indestrutível. Embora o primeiro contato espante os terráqueos, Klaatu vem em missão de paz. Ele quer que a raça humana pare de fazer guerras, mas se o seu pedido não for atendido, o robô receberá a ordem de destruir tudo o que houver pela frente. Robert Wise fez um ultimato pela paz numa época em que era comum explorar o gênero da ficção científica para o cinema e os próprios norte-americanos compreenderem o conceito da Guerra Fria. Por isso, a proposta de refilmar O Dia em que a Terra Parou parece não se enquadrar nos dias de hoje. Já imagino a desculpa: o diretor contratado para a tarefa (Scott Derrickson, de O Exorcismo de Emily Rose) quer alertar sobre os excessos das ações políticas e militares dos EUA no Oriente Médio.

E não é preciso falar somente sobre clássicos de Hollywood. Os estúdios tentam americanizar filmes orientais cultuados, que resultaram em O Chamado, O Grito, e pensam até em Oldboy. Mas o problema das refilmagens não vem de hoje. O vencedor do Oscar Ben-Hur, de 1959, é um exemplo, afinal já existia um filme homônimo de 1925. Outro velho conhecido é Os Dez Mandamentos, de Cecil B. DeMille.

Para não dizer que sou cético, algumas refilmagens (ou remakes) conseguem acrescentar algo relevante ao original. Tem diretor que consegue: Steven Spielberg (Além da Eternidade e Guerra dos Mundos), Peter Jackson (King Kong) e Martin Scorsese (Cabo do Medo e Os Infiltrados). Mas acho que esse não é o caminho. A maioria dos cineastas detona filmes queridos por muitos fãs. Planeta dos Macacos e A Fantástica Fábrica de Chocolate (ambos de Tim Burton) são dois exemplos.

Cinema não é teatro, que pode montar grandes peças com outros elencos em épocas diferentes. A sétima arte até pode ser teatral em muitos filmes, mas aí também é demais.
Hoje, existe o DVD e o cinéfilo já encontra vários títulos memoráveis em lojas ou locadoras. É por isso que eu não engulo as refilmagens como forma de "modernizar" os clássicos. E a coisa está feia. Tem gente querendo refazer Os Pássaros, de Alfred Hitchcock. Só espero não viver para ver uma refilmagem de O Poderoso Chefão...

sexta-feira, agosto 24, 2007

Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos

Os organizadores Otavio Almeida (Hollywoodiano), Kamila Azevedo (Cinéfila Por Natureza) e Vinícius Pereira (Blog do Vinicius) convidam todos os fãs da sétima arte e seus respectivos blogs de cinema (e TV) a entrar para a Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos (SBBC).

A iniciativa surge com a proposta de unificar e organizar os blogs de cinema e TV. A SBBC não deixa de ser mais um passo rumo ao respeito e reconhecimento dos blogs como veículos de comunicação feitos por competentes formadores de opinião. A grande diferença dos membros da SBBC é o amor pelo cinema.

No ano passado, participamos do Movie Bloggers Awards, que reuniu outros 16 blogueiros cinéfilos. Todos votaram em categorias semelhantes ao Oscar para eleger os melhores filmes, diretores, roteiros, etc. Veja o resultado
aqui.

Além da união dos blogueiros cinéfilos em busca de divulgação e, principalmente, respeito, os organizadores decidiram dar continuidade ao Movie Bloggers Awards. Agora, a premiação dos melhores do ano apresenta um novo nome. A SBBC tem o orgulho de anunciar o Blog de Ouro. Trata-se do prêmio dos blogueiros cinéfilos para os melhores do ano no cinema (de todos os países) e na TV (neste caso, levamos as séries norte-americanas em consideração).

São 19 categorias para cinema e mais 14 para TV. Veja as 33 categorias abaixo:

CINEMA

• MELHOR FILME • DIRETOR • ROTEIRO ORIGINAL • ROTEIRO ADAPTADO • ATOR • ATRIZ • ATOR COADJUVANTE • ATRIZ COADJUVANTE • ELENCO • ANIMAÇÃO • TRILHA SONORA • CANÇÃO • FOTOGRAFIA • DIREÇÃO DE ARTE • FIGURINO • MONTAGEM • MAQUIAGEM • EFEITOS VISUAIS • SOM

TV

• MELHOR SÉRIE (DRAMA) • MELHOR SÉRIE (COMÉDIA) • ATOR (DRAMA) • ATOR (COMÉDIA) • ATRIZ (DRAMA) • ATRIZ (COMÉDIA) • ATOR COADJUVANTE (DRAMA) • ATOR COADJUVANTE (COMÉDIA) • ATRIZ COADJUVANTE (DRAMA) • ATRIZ COADJUVANTE (COMÉDIA) • ELENCO (DRAMA) • ELENCO (COMÉDIA) • MELHOR EPISÓDIO (DRAMA) • MELHOR EPISÓDIO (COMÉDIA)

A 1ª Edição Anual do Blog de Ouro considera todos os filmes e séries exibidos no Brasil no período de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2007. Por enquanto, a SBBC tem 14 membros (que já receberam este comunicado). Quem quiser entrar para a SBBC (o que dá o direito de votar no Blog de Ouro), deve encaminhar um e-mail para
ottavioalmeida@hotmail.com até 1º de dezembro de 2007. A mensagem precisa conter:

• O nome completo do blogueiro
• O nome do blog de cinema (ou TV)
• O endereço do blog de cinema (ou TV)

Em breve, enviaremos e-mails com agenda e regulamento completo do Blog de Ouro. Até lá, esperamos por mais inscrições. Clique
aqui para conhecer o blog oficial da SBBC.

The Talented Mr. Damon

Matt Damon e Ben Affleck são amigos de longa data – antes mesmo do sucesso em Hollywood. Depois de anos se apresentando no teatro do colégio e batalhando por pequenos papéis no cinema, os dois chegaram a dividir um apartamento humilde em Los Angeles. Por muito tempo, eles não conseguiam trabalho, então decidiram arriscar tudo em um projeto. Suas vidas mudaram para sempre quando Gus Van Sant filmou um roteiro especial da dupla: Gênio Indomável.

A produção foi indicada a nove Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator (Damon). A premiação de 1997 foi dominada por Titanic, mas Matt Damon e Ben Affleck tiveram razão de sobra para comemorar o Oscar e o Globo de Ouro pelo roteiro. Ainda assim, desde Gênio Indomável até hoje, Matt Damon é mais respeitado pela crítica e consegue papéis melhores do que seu amigo. No mesmo ano, ele foi a escolha de Francis Ford Coppola para protagonizar O Homem que Fazia Chover.

Em 1998, ele chegou ao set de filmagens de O Resgate do Soldado Ryan bem depois do restante do elenco, que passou por um duro treinamento militar - o desprezo do pelotão comandado por Tom Hanks ao soldado James Ryan (Damon) não aconteceu por acaso. Em 1999, o ator viveu um anjo vingativo no polêmico Dogma, de Kevin Smith. Mas foi em O Talentoso Ripley, que Matt Damon fez justiça ao adjetivo do personagem principal do filme. Muitos reclamaram da atuação de Damon, afinal esse foi o filme que revelou Jude Law. O jovem protagonista da trama de Anthony Minghella pode ter sido ofuscado por Law em muitas cenas, mas ele estava apenas começando a consolidar sua carreira. E as críticas foram desnecessárias. Damon está ótimo. Ele ainda recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator e só contribuiu para o resultado final do melhor trabalho de Minghella.


Depois de uma bobagem aqui e outra ali, Damon retornou bem no divertidíssimo Onze Homens e um Segredo no meio de uma elegante reunião de astros. Mas faltava um papel que realmente marcasse seu rosto na cabeça do público – sei de muita gente que confundia Matt Damon com Leonardo DiCaprio. A chance veio com A Identidade Bourne, de Doug Liman. Depois de Gênio Indomável, esse foi o filme definitivo para a sua forte imagem dentro de Hollywood. O nome Matt Damon passou a ser publicidade instantânea para ótimos filmes como Os Irmãos Grimm, Syriana e Os Infiltrados. Sem falar em O Bom Pastor, em que foi dirigido por ninguém menos do que Robert De Niro.

Embora não pareça, Matt Damon está perto de completar 37 anos. É um dos poucos atores de verdade com imagem de astro. De Gênio Indomável a O Ultimato Bourne, a fama sorri para Damon por um período de apenas 10 anos. E ele já tem um Oscar e trabalhou com grandes diretores e atores. Por esses e outros motivos, será muito interessante acompanhar sua carreira por mais 10 ou 20 anos.

Obs: Na enquete realizada pelo blog, os Hollywoodianos escolheram Os Infiltrados como o melhor filme estrelado por Matt Damon. O longa de Scorsese obteve 30% dos votos, seguido por O Resgate do Soldado Ryan (27%), O Talentoso Ripley (22%), A Identidade/Supremacia Bourne (12%) e Gênio Indomável (11%).

quinta-feira, agosto 23, 2007

A guerra interna


Muita gente aposta no nome de Charlie Wilson's War entre os finalistas do próximo Oscar. Com direção de Mike Nichols (Closer), o drama acompanha o envolvimento de um congressista (Tom Hanks) com a CIA no treinamento de rebeldes no Afeganistão. A polêmica está na identidade de um desses alunos: Osama Bin Laden.

Baseado no livro de George Crile, produtor do 60 Minutes, Charlie Wilson's War traz Hanks no papel-título. O vencedor do Oscar de Melhor Ator por Filadélfia e Forrest Gump lidera um elenco grandioso: Julia Roberts, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams.
O roteiro é de Aaron Sorkin, especialista nos bastidores da política norte-americana devido ao ótimo trabalho realizado na série The West Wing. O filme chega aos EUA no dia 25 de dezembro. No Brasil, só em 22 de fevereiro de 2008.

O interessante nisso tudo é observar como Hollywood vem mudando nos últimos anos. Não somente nas várias produções sérias que vêm por aí sobre os conflitos no Oriente Médio (como Lions For Lambs, de Robert Redford, e In the Valley of Elah, de Paul "Crash" Haggis), mas também nos recentes filmes de ação.

Duro de Matar 4.0 e O Ultimato Bourne são dois exemplos. No primeiro, John McClane (Bruce Willis) enfrenta terroristas que proliferam o caos virtual em território norte-americano. Nada de bombas ou coisas do gêneros. O medo está nos meios de comunicação. A teoria da conspiração consiste na manipulação das notícias. Ninguém sabe inteiramente até onde vai a verdade. E o principal de Duro de Matar 4.0: os vilões não são estrangeiros, mas norte-americanos descontentes com o governo. Em O Ultimato Bourne, Matt Damon é um ex-agente de uma divisão secreta da CIA, que tenta descobrir sua verdadeira identidade. Seu grande objetivo é entender como ele foi capaz de cometer atos terríveis no passado. Para ele, entender essa questão é o caminho direto para a própria redenção. Mais uma vez, os vilões são norte-americanos.

Na TV, isso não é diferente. A ação de 24 Horas é totalmente paranóica. A quinta (e melhor) temporada da série, que foi ao ar em 2006, colocou o presidente dos EUA como vilão. Ele era apenas uma marionete nas mãos de uma organização secreta acima do governo.

Essa nova fase de Hollywood representa uma fagulha de esperança, afinal a classe artística é formadora de opinião. E nada melhor do que o cinema para fazer o público refletir - mesmo que seja com produções voltadas para consumo rápido. Já é um início. Na edição do Oscar 2006, Steven Spielberg disse que Hollywood estava retornando aos anos 1970, quando a indústria se mobilizou com filmes que investigavam a realidade (e a sujeira) do governo. Principalmente pela participação dos EUA na Guerra do Vietnã. Agora é o Oriente Médio. A única verdade é que não sabemos da missa a metade.

Mera coincidência


O Coringa de Heath Ledger não é a cara do Corvo de Brandon Lee? The Dark Knight, a seqüência de Batman Begins, estréia em 18 de julho de 2008.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Super Nanny

Durante a minha infância, eu pensava que jamais precisaria de uma babá. Ao ver o trailer de The Nanny Diaries, finalmente mudei de idéia.

A nova comédia de Shari Springer Berman e Robert Pulcini, os diretores e roteiristas do ótimo Anti-Herói Americano, coloca Scarlett Johansson na pele de Nan, uma jovem estudante que aceita trabalhar como babá na casa de uma família problemática em Nova York. Além de lidar com crianças pentelhas, a pobre Nan fica no meio do fogo cruzado do casal formado por Laura Linney e Paul Giamatti.

Chris Evans (o Tocha Humana, de Quarteto Fantástico) e Alicia Keys são outros nomes do elenco.

Parece sinopse de filme de Sessão da Tarde, mas quem viu Anti-Herói Americano sabe que pode esperar um pouco mais do novo trabalho de Shari Springer Berman e Robert Pulcini.

The Nanny Diaries estréia nesta sexta-feira nos EUA. Ainda não há data de lançamento no Brasil. Veja o trailer abaixo:



terça-feira, agosto 21, 2007

O Segredo de Berlim


Lançado direto em DVD, O Segredo de Berlim (The Good German, 2006) lembra a época, os cenários, os figurinos e a fotografia de Casablanca. Mas as comparações ao clássico absoluto de Michael Curtiz param aqui. Essa ousada experiência cinematográfica do diretor Steven Soderbergh pode ter a intenção de homenagear Casablanca, mas a alma de O Segredo de Berlim não é romântica. Ela está ligada aos filmes noir dos anos 1940, em pleno trauma da Segunda Guerra Mundial.

A adaptação do livro de Joseph Kanon pode parecer um tanto suntuosa em sua primeira metade, mas é enganação. Nas mãos de Soderbergh, a obra original e o roteiro de Paul Attanasio são apenas materiais para o diretor exercitar suas habilidades. Para ele, trata-se de uma experiência. Ou seria uma brincadeira? Eu já disse isso, mas acho que Soderbergh é um falso cineasta independente. Ele brinca de fazer cinema e quer ser reconhecido como um diretor inteligente. Na verdade, Soderbergh não é nada, além de artificial. Cadê o ótimo diretor de Traffic? Ou será que o sucesso daquele filme veio do roteiro de Stephen Gaghan? E o que é O Segredo de Berlim? É o parque temático do cineasta. É um filme frio e sem alma, mas que talvez fosse o projeto ideal para um diretor como Anthony Minghella. Ou Todd Haynes? Alguém se lembra de Longe do Paraíso? Isso sim é um exemplo de como aproveitar a aura dos filmes antigos, mas sem abrir mão da Hollywood atual. Se a imagem do cinema como se fazia antigamente está apenas em sua "atmosfera", nós estamos perdidos.

Mas graças a Deus por Cate Blanchett! Ela rouba todas as cenas de George Clooney. Só o olhar de sua Lena Brandt captura qualquer um. Tobey Maguire até que é uma boa surpresa neste filme, mas é uma pena que ele tenha tão pouco tempo. E quando Soderbergh não atrapalha, o que sobra é a bela fotografia e a trilha sonora deliciosamente datada de Thomas Newman.

Depois de conferir O Segredo de Berlim, o negócio é alugar Casablanca para relembrar o bom cinema do passado.

O Segredo de Berlim (The Good German, 2006)
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: George Clooney, Cate Blanchett, Tobey Maguire, Beau Bridges e Tony Curran

Trailer do documentário Shine a Light


A melhor banda do mundo...
Martin Scorsese...
Um documentário total!


Isso é o que se espera de Shine a Light. Com lançamento previsto para 2008, a produção acompanha duas apresentações dos Rolling Stones, no Beacon Theater, em Nova York, pela turnê A Bigger Bang Tour. Trata-se de mais uma incursão de Marty pelo universo do rock. O mestre já brindou os fãs com documentários obrigatórios sobre a música como The Last Waltz (sobre a despedida do The Band) e No Direction Home (sobre Bob Dylan).

Só para lembrar, os Stones já deram as caras no cinema em Sympathy for the Devil, um documentário realizado por outro grande nome da sétima arte: Jean-Luc Godard.

Veja o trailer de Shine a Light:

domingo, agosto 19, 2007

Os Simpsons - O Filme


Logo no início de Os Simpsons - O Filme (The Simpsons Movie, 2007), um indignado Homer se vira para a platéia e diz algo como: "Por que alguém pagaria para ver algo no cinema que passa de graça na TV? Se alguém me perguntar, eu digo que todo mundo neste cinema é idiota!" e apontando para qualquer um de nós, ele continua: "Principalmente você!"


O desabafo de Homer comprova que, felizmente, o tom do aguardado filme dos personagens criados por Matt Groening é o mesmo da série. Ninguém é poupado. Negros, brancos, amarelos, heterossexuais, homossexuais, bandas de rock, políticos, alcóolatras (incluindo Bart) e Mickey Mouse sofrem nas mãos dos Simpsons (e de toda a adorável cidade de Springfield). As pauladas atingem a educação, a família, as religiões e, principalmente, a preocupação com a poluição ambiental.

Quando Homer Simpson transforma o lago de Springfield no Rio Tietê, a cidade exige a sua cabeça (e do restante da família). É o ponto de partida para o roteiro de Matt Groening, Al Brooks, Al Jean, Ian Maxtone-Graham, George Meyer, David Mirkin, Mike Reiss, Matt Selman, John Swartzwelder e (Ufa!) Jon Vitti brincar com a paranóia e a intolerância do governo (e do povo) norte-americano. O presidente Arnold Schwarzenegger (!) é uma anta totalmente manipulável e é coagido a colocar Springfield cercada por uma gigantesca redoma. Para a cidade e o governo, a família Simpson é tão perigosa quanto qualquer terrorista. Não deixa de ser interessante ver o tão esperado filme dos Simpsons não poupar a política atual dos EUA. A franquia pode ser um filhote norte-americano, mas é antenada com a realidade e tem opinião própria.

Mas o que interessa é a sensação de alívio (para quem acompanha a série desde 1989) ao constatar que nada mudou no universo amarelo de Matt Groening em sua versão na tela grande. E o filme brinca bastante com o formato de cinema. São ótimas tiradas com as chamadas da programação do canal Fox no meio do filme e até um falso "to be continued". Quem é fã da série vai rir muito e sair satisfeito da sala de cinema. Algumas cenas são engraçadíssimas como o linchamento de Homer e os ataques contra a Disney - Bart imita Mickey Mouse e diz que ele é mascote de uma corporação do mal. Em outra cena, animais "bonitinhos" (saídos de Branca de Neve) ajudam a "preparar" a cama de Homer e Marge. Sensacional.

Por outro lado, Os Simpsons - O Filme não deixa de ser um episódio especial de 90 minutos. Não que isso seja um problema, mas analisando desta forma, já vimos episódios melhores da série. Comparando com outro desenho da TV que foi para o cinema, South Park foi mais ousado e original ao colocar todos os elementos da série em um musical. Mas talvez seja pedir demais. Vida longa aos Simpsons. E que o pedido de Maggie nos créditos finais se torne realidade.

Os Simpsons - O Filme (The Simpsons Movie, 2007)
Direção: David Silverman
Com as vozes de Dan Castellaneta, Julie Kavner, Nancy Cartwright, Yeardley Smith, Hank Azaria, Harry Shearer, Pamela Hayden, Albert Brooks e Minnie Driver

quinta-feira, agosto 16, 2007

O Ultimato Bourne


Na cena final de A Supremacia Bourne, o ex-agente sem memória (interpretado de forma brilhante por Matt Damon) conversa por telefone com Pamela Landy (Joan Allen), a líder da força-tarefa encarregada do caso na CIA. Ela conta ao herói sobre seu verdadeiro nome: David Webb. Ao desligar, Bourne parece não se importar muito com a informação e se perde no meio da multidão em Nova York. O filme termina, mas essa cena é importantíssima para compreender a proposta do diretor Paul Greengrass em O Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum, 2007), o extraordinário final desta trilogia.

Agora ficou mais fácil entender que Greengrass não quis fazer “mais uma aventura de Jason Bourne” no segundo filme. Antes, parecia que Supremacia ia do nada a lugar nenhum. A impressão é que faltava alguma ligação dramática no festival de ação, pancadaria, velocidade, metal e vidro das duas primeiras partes. Com Ultimato, todos os filmes fazem sentido. São três episódios que formam apenas um.

Lógico que é impossível experimentar todas as qualidades de O Ultimato Bourne sem ter Identidade e Supremacia bem fresquinhos na cabeça. Porém, o terceiro episódio fala mais alto do que os anteriores e surge como um filme de verdade. Claro que ainda é um thriller de ação e suspense, mas aqui é possível encontrar tudo o que um cinéfilo procura em um grande filme. Para mim, isso é um sonho que vira realidade. Sempre esperei que um diretor tentasse fazer um ótimo filme fora do gênero drama. Você me entendeu? Quero dizer "qualquer gênero" como Ficção Científica, Fantasia, Aventura, etc. Eu esperava pela chegada de um diretor capaz de apresentar um projeto desafiante a outros gêneros (e com a proposta de levá-lo a sério). Isso é raridade. Quando um roteiro não é assumido como drama, há uma idéia infeliz por ser generalizada: a maioria acha que são filmes feitos somente para diversão escapista. Mas nesta década, veio O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson. E, agora, Paul Greengrass nos dá O Ultimato Bourne de presente. Nunca pensei que diria isso a respeito desse diretor, mas assisti ao filme como um aluno admirado pela grande aula de cinema do professor Greengrass. Logo ele, que nunca tinha me surpreendido antes.


E não somente pelo estilo do cineasta em filmar a ação de perto: você não a vê de longe, mas é jogado dentro dela. Para quem não quer estudar muito, a aula de Greengrass pode ser resumida em duas cenas (ou seqüências). E o professor é genial ao se aproveitar do máximo do suspense em um “filme de entretenimento”. Só vi isso em Hitchcock e Spielberg. São dois momentos de deixar qualquer um agarrado na cadeira, mas que seriam reduzidos a uma expressão barata e corriqueira como “pura diversão” nas mãos de outro cineasta. A primeira cena envolve Bourne ajudando um jornalista do The Guardian (Paddy Considine) e a segunda coloca o herói saltando de telhado em telhado no Marrocos até uma luta dolorosa de tão seca dentro de um banheiro minúsculo. As seqüências são tão bem filmadas e editadas que deveriam estar em qualquer curso de montagem de cinema. O melhor nisso tudo é que a história vai junto com um filme que pode muito bem ser classificado como uma perseguição ininterrupta do primeiro ao último minuto. O roteiro é excepcionalmente conduzido até um desfecho nervoso – desde a abertura (e aproveitando o título do filme), a idéia fixa é a de que Bourne morrerá no final.

Greengrass e os roteiristas Tony Gilroy, Scott Z. Burns e George Nolfi partem dessa dúvida para explorar uma tensão que não parece ter fim. Mas não espere 100% de explicação, afinal os segredos que envolvem o passado de Jason Bourne não deixam de ser um MacGuffin. O importante é presenciar como o personagem, que já fez coisas terríveis, tenta encontrar paz e redenção.

E tudo é tão rápido e envolvente que praticamente esquecemos as ilustres presenças de atores como David Strathairn, Albert Finney e Joan Allen até ler seus nomes nos créditos finais ao som (pela terceira vez) de Extreme Ways, de Moby. O Ultimato Bourne não é somente o melhor filme de ação do ano. Isso é cinema de primeira e merece indicações ao Oscar ou qualquer outro prêmio. No mínimo, deveria ganhar uma estatueta de Melhor Montagem.

O Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum, 2007)
Direção: Paul Greengrass
Elenco: Matt Damon, Julia Stiles, David Strathairn, Joan Allen, Scott Glenn, Albert Finney, Paddy Considine e Edgar Ramirez

quarta-feira, agosto 15, 2007

George Clooney é Michael Clayton

O ator, roteirista, produtor e diretor George Clooney já foi astro de TV, mas sofreu para chegar na atual posição em que se encontra na indústria do cinema. Dono de um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por Syriana, e indicado pela direção de Boa Noite e Boa Sorte (eleito como o melhor filme de 2005 pelo blog), Clooney ainda está com tudo. E ele merece.

Além de contar a grana faturada pelo sucesso de Treze Homens e um Novo Segredo, ele cuida dos últimos detalhes de seu novo filme como diretor, Leatherheads. Como se não bastasse, o rosto do astro já ilustra o pôster de Michael Clayton, uma das estréias mais aguardadas do ano.


Clooney é Michael Clayton, um respeitado advogado de Nova York por sempre limpar a ficha de seus clientes. Desta vez, ele enfrenta o maior desafio de sua carreira. Tilda Swinton, Tom Wilkinson e Sydney Pollack também integram o elenco. O filme marca a estréia na direção de Tony Gilroy, roteirista da Trilogia Bourne. Michael Clayton chega aos cinemas norte-americanos no dia 05 de outubro.

O pôster ao lado é novo, mas o trailer já está na rede por um bom tempo. Veja aqui:

Ned Flanders é o coadjuvante favorito de Os Simpsons


Ned Flanders pode comer o pão que Homer Simpson amassou, mas os Hollywoodianos que lêem este blog escolheram o personagem como o favorito da série (tirando a família protagonista). Na última enquete, Flanders ganhou com 30% dos votos de gente boa como Nelson e o Sr. Burns, que ficaram em segundo lugar com 18% cada.

De agora em diante, o blog SEMPRE divulgará o resultado de suas enquetes semanais. Aliás, já temos outra aí ao lado.

O aguardado longa-metragem de Os Simpsons estréia nesta sexta-feira em todo o país.

Escorregando para a Glória


Por Denis Torres Ferreira

Will Ferrell e Jon Heder conseguem extrair boas risadas em Escorregando para a Glória (Blades of Glory, 2007), uma comédia despretensiosa e leve, no melhor estilo besteirol que só os norte-americanos conseguem fazer. É aquele tipo de filme saudável para quem deseja ir ao cinema sem esperar muita coisa e ver algo livre de tramas complexas. A história é cheia de clichês, porém o que importa aqui é a química entre a dupla principal, Ferrell e Heder, que acaba dando certo. Tente não dar risada se você for capaz.

Jon Heder interpreta Jimmy MacElroy, um dos dançarinos “top” de patinação artística, órfão adotado por um milionário, que enxergou seu potencial e aptidão desde criança. Will Ferrell é Chazz Michael Michaels, o “grande” rival de MacElroy, que possui um estilo de patinação “sexy”, totalmente diferente do jeito certinho e clássico de seu oponente. A confusão começa quando ambos empatam num concurso e ficam em primeiro lugar, divindo a medalha de ouro. Não conformados com a situação, eles brigam em pleno pódio com conseqüências desastrosas e, por isso, são banidos de competições para sempre! Após alguns anos em empregos insatisfatórios, ambos acham uma brecha na lei e descobrem que podem competir em duplas. Adivinha quem será o par de quem. É aí que a história fica engraçada - um precisa se adaptar ao estilo de dança do outro e, principalmente, tentam aprender a conviver juntos.

Além disso, Escorregando para a Glória tem bons momentos ao retratar o personagem de Ferrell como viciado em sexo. Chazz Michael Michaels freqüenta reuniões de sexólatras anônimos para superar seu “pequeno” problema. Até nisso, eles são diferentes: Jimmy MacElroy é iniciante na arte do amor e se apaixona por uma garota, que pode estar na cama de ... quem será?

O final do filme é bacana e a dupla se despede em “grand style”. Para quem não se lembra, Jon Heder ficou famoso ao interpretar o personagem Napoleon Dynamite, filme indie que se tornou um grande sucesso nos EUA, mas foi direto para as locadoras no Brasil. Quem não assistiu a Napoleon Dynamite não sabe o que está perdendo, pois é uma das melhores comédias feitas no início dessa década. É aquele filme para se “amar ou odiar”, mas que não deixa ninguém indiferente.

PS: Não tente imitar o movimento “Lótus de Ferro”, a menos que queira ficar sem a cabeça.

Escorregando para a Glória (Blades of Glory, 2007)

Direção: Josh Gordon e Will Speck
Elenco: Will Ferrell, Jon Heder, Will Arnett, Amy Poehler, Jenna Fischer, William Fichtner, Craig T. Nelson e Romany Malco

terça-feira, agosto 14, 2007

O papelão de quem pensa que é ÃO

Olha, gente... vocês sabem que o assunto aqui no blog é 90% voltado para cinema, enquanto 10% do espaço é reservado para séries de TV, certo? Mas neste post, quero manifestar minha indignação para uma campanha equivocada de um grande, respeitado e admirado veículo do "estado de São Paulo".

Tenho amigos lá e, no momento, eu não quero citar o nome do jornal, mas a agência Talent lançou uma campanha deste veículo "contra" blogs.

O tema é "Por onde você tem clicado, hein?". O ataque (não vejo outro nome) chama os blogueiros de fracassados e macacos. Você leu corretamente: macacos! E tudo isso acontece na hora em que muitos já reconhecem ser possível encontrar bons conteúdos em blogs. Eles estão com medo dos blogueiros? Só pode ser. Aliás, eles estão generalizando - o que já significa um erro. Na opinião deles, um blog sobre moda pode ser feito por alguém que se veste mal. Na cabeça dos responsáveis pelo ataque, um blogueiro que escreve sobre cinema não tem credibilidade nenhuma e possui conhecimento cinematográfico "nota zero". Mas eles esquecem, que muitos de seus jornalistas têm blogs. E muitos deles não escrevem tão bem (e com tanta paixão) quanto muitos blogueiros com talento e vontade de crescer. E sei de jornalistas que não têm nada disso. Mas eles estão lá.

Gosto de cinema desde os nove anos de idade, graças a uma VHS copiada por meu tio de Os Caçadores da Arca Perdida. Na seqüência, vi Guerra nas Estrelas, O Império Contra-Ataca e... pronto! Eu estava fisgado. Nunca vi um filme por obrigação como muitos críticos, que choram esse gravíssimo stress proporcionado pelo ingrato ganha-pão deles. Faço isso por pura paixão. O blog HOLLYWOODIANO não segue o "copiar e colar". Alguns posts são notícias retiradas de veículos de total confiança. Óbvio. "Tudo" está em "todo lugar". Mas os posts deste blog expressam opiniões próprias. Cada post recebe uma avaliação justa - seja notícia ou crítica.

As reações dos blogueiros ao ataque e as peças da campanha, estão no Brainstorm 9.

Sex and the City volta maior, melhor e sem cortes

Parece que está tudo certo para o início das filmagens da versão cinematográfica de Sex and the City no próximo mês. O último nome a ser confirmado para o elenco foi o do ator Chris Noth, o Mr. Big. O roteiro foi escrito pelo co-criador da série, Michael Patrick King, que também dirigirá o filme.

Originalmente, a HBO pretendia levar a série para os cinemas logo após o seu término, em 2004. Mas houve desentendimentos nas negociações com Kim Catrall, e o projeto não saiu do papel. Criado pelo produtor Darren Star, com base no livro de Candice Bushnell, Sex and the City acompanha as aventuras sexuais e amorosas das amigas Carrie (Sarah Jessica Parker), Samantha (Kim Catrall), Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon). O seriado teve seis temporadas de grande sucesso e ainda é cultuado por sua visão moderna das mulheres e pelo figurino glamuroso de Patricia Field.

A série transformou os sapatos de Manolo Blahnik e Jimmy Choo em objetos de desejo e a protagonista Carrie Bradshaw virou um ícone de estilo. Patricia Field tornou-se uma figurinista reverenciada e, recentemente, recebeu uma indicação ao Oscar por seu trabalho em O Diabo Veste Prada. Mas para ela, o mérito não é somente seu. "Todo mundo enlouqueceu pelo figurino, mas não sei porquê. As pessoas se identificavam e amavam o jeito de Carrie se vestir. Ela se movimentava de forma maravilhosa. Era como assistir ao Fred Astaire dançando", conta Patricia.

Agora, além do filme, a figurinista volta a trabalhar com o produtor Darren Star em sua nova série: Cashmere Mafia. A história mostra o cotidiano de quatro mulheres bem-sucedidas e bem-vestidas em Nova York. No elenco estão Lucy Liu, Frances O’Connor, Miranda Otto e Bonnie Somerville. Com esse enredo e figurino assinado por Patricia Field, as comparações com Sex and the City parecem inevitáveis e a nova série tem tudo para agradar aos fãs de Carrie Bradshaw. Cashmere Mafia estréia nos Estados Unidos em dezembro, mas já é possível ver um preview aqui.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Sweeney Todd parece um verdadeiro Tim Burton


O diretor Tim Burton andou fazendo várias bobagens que desperdiçaram seu estilo inconfundível. Seu último filme de verdade foi A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de 1999. De lá para cá, ele se perdeu em refilmagens horripilantes (Planeta dos Macacos e A Fantástica Fábrica de Chocolate) e desnecessários projetos de encomenda (Peixe Grande), que resultaram em fantasias "sem alma". Mas parece que, agora, ele está mesmo de volta. Pode ser até outra encomenda, mas pela primeira foto acima, Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street leva a genuína assinatura de Tim Burton.

Estrelado por Johnny Depp e Helena Bonham Carter (foto), o filme é uma adaptação do musical de Stephen Sondheim. Em Sweeney Todd, Depp é o barbeiro Benjamin Barker. Ao ser expulso de Londres e testemunhar uma tragédia envolvendo sua família, ele retorna com o pseudônimo de Sweeney Todd para se vingar. Com a ajuda de Mrs. Lovett (Bonham Carter), o barbeiro assassina seus clientes na cadeira do salão, enquanto ela usa os restos mortais para assar tortas, que viram a sensação de Londres. Maravilha, hein!

Sweeney Todd ainda tem Alan Rickman e o "Borat" Sacha Baron Cohen no elenco. Distribuído pela Dreamworks, o filme estréia no dia 21 de dezembro nos EUA. Resta torcer para que Sweeney Todd esteja no patamar dos melhores trabalhos de Burton como Edward Mãos de Tesoura, Os Fantasmas Se Divertem, Ed Wood e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça.

sábado, agosto 11, 2007

O segredo do MacGuffin


O grande Alfred Hitchcock talvez nunca tenha se considerado como intelectual ou teórico. Mas o cara foi um gênio do cinema. Ele não definiu somente um padrão para o bom suspense na tela, mas também conseguiu usar uma narrativa capaz de envolver até mesmo o sujeito mais cético da platéia. Hitchcock foi um exímio contador de histórias e, ao mesmo tempo, um cineasta habilidoso com a câmera. Se ele jamais se achou um gênio, então o que dizer, no mínimo, do MacGuffin? Aliás, você sabe o que significa a palavra MacGuffin?

Esse é o termo popularizado pelo diretor para identificar um objeto que não tem a mínima importância para o espectador, mas que pode valer a vida do protagonista. É a mulher morta, em Janela Indiscreta, ou a pedra que faz Cary Grant arriscar a vida de Ingrid Bergman, em Interlúdio. Um outro exemplo é o dinheiro que a personagem de Janet Leigh rouba em Psicose. Embora seja importante para a moça, a grana é irrelevante para a trama, que se concentra no suspense do Motel Bates. Ou seja, MacGuffin não é um simples exercício narrativo. O termo pode ser o motivo da trama.

O artifício também foi muito bem utilizado por outros cineastas. Em O Falcão Maltês, o MacGuffin de John Huston é a própria estatueta da ave - aquela que todos procuram. E o Rosebud de Cidadão Kane? Em Os Caçadores da Arca Perdida, um ótimo exemplo de como usar o MacGuffin em um gênero que não seja o suspense, Spielberg colocou o mistério dentro da arca. O que tem dentro dela? Por que é tão poderosa?

O cinema atual também tem seus MacGuffins. Você lembra de alguns? Temos exemplos diretos como a mala de Pulp Fiction, a valise de Ronin e o Pé de Coelho de Missão Impossível III. Entre alguns exemplos indiretos, destaque para a caixa da Fedex que Tom Hanks não abre em Náufrago e a pergunta por trás de A Identidade Bourne e A Supremacia Bourne: Quem é Jason Bourne?

Ainda assim, a Hollywood de hoje tem pouca confiança na platéia e quase não corre riscos. Muitas vezes, o andamento de um bom filme é comprometido por respostas que acabam com todo o mito em torno de um MacGuffin. Infelizmente, o termo também é um motivo para qualquer amante da sétima arte cair na real e compreender que já não se faz cinema como antigamente.

sexta-feira, agosto 10, 2007

O melhor filme do ano?

O Ultimato Bourne é um dos filmes mais elogiados do ano pela crítica. Os especialistas são unânimes ao garantir que este é o melhor filme da trilogia inspirada nos livros de Robert Ludlum.

Aqui no Brasil, o filme arrancou elogios de Ana Maria Bahiana (G1 e Hollywood Blog). A jornalista chamou o filme de "magnífico".

Já Ricardo Matsumoto (Revista SET) foi mais longe e me contou que O Ultimato Bourne é o melhor filme do ano. E disparado. "Ainda não vi Duro de Matar 4.0. Mas nem preciso. O Ultimato Bourne está no nível do Duro de Matar original.", declarou o jornalista.

Como é a terceira parte de uma trilogia, Matsumoto não arrisca palpites para o Oscar, mas afirma que o filme estará em sua própria lista dos melhores de 2007.

Acho que todo mundo já sabe das minhas implicâncias com A Supremacia Bourne. O diretor Paul Greengrass vai do nada a lugar nenhum no segundo episódio e balança a câmera à exaustão. O meu preferido é o primeiro (dirigido por Doug Liman). Mas prometi ao Ricardo Matsumoto rever os dois filmes em DVD. Para ele, Supremacia é melhor do que Identidade. Mas Ultimato supera os dois.

Bom, vamos ver. Já prometi rever a saga de Bourne. Publico minhas novas impressões neste final de semana. E nesta terça-feira, HOLLYWOODIANO confere O Ultimato Bourne. O filme estréia na próxima sexta. Aguarde a crítica.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Um divertido trailer para o promissor Be Kind Rewind


Be Kind Rewind é o novo filme do diretor francês Michel Gondry, do maravilhoso Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças. Sua mais recente loucura reúne um belo elenco: Jack Black, Danny Glover, Mia Farrow, Sigourney Weaver e Mos Def.

O filme acompanha o atrapalhado Jerry (Jack Black), que apaga acidentalmente todas as fitas da video locadora de seu melhor amigo, Mike (Mos Def). Para salvar a loja, a dupla tenta "refilmar" o acervo de fitas VHS.


É hilariante ver Jack Black e Mos Def no trailer abaixo encenando Os Caça-Fantasmas, RoboCop, A Hora do Rush 2, 2001 - Uma Odisséia no Espaço, Boyz n' the Hood - Os Donos da Rua, King Kong e Conduzindo Miss Daisy.

Be Kind Rewind estréia nos EUA no dia 21 de dezembro. Veja o trailer:

quarta-feira, agosto 08, 2007

Impressões da ABTA

Com a gravata torta, faminto e exausto de tanto andar na ABTA 2007, a feira e congresso da Associação Brasileira de TV por Assinatura, que acontece todos os anos em São Paulo, eu parei no estande da Turner para acompanhar a principal novidade da TNT no mês de setembro.

O canal estréia no dia 18 de setembro, às 19h, o programa TNT + Filme, com apresentação do crítico Rubens Ewald Filho e a atriz Virginia Cavendish. Trata-se de uma revista eletrônica semanal para amantes da sétima arte com informações sobre cinema internacional e nacional, além de curiosidades, entrevistas, jogos, trailers e cenas de bastidores.

Entre um e outro estande, conversei com alguns jornalistas sobre o erro da Fox em deixar sua programação dublada, mas sem a opção de legendas em português. Meus colegas contaram que a Fox prometeu a solução do problema para o dia 13 de agosto, próxima segunda-feira. De acordo com as minhas fontes, o assinante poderá escolher a opção favorita e ver suas séries como quiser (em versão dublada ou legendada). E, claro, isso se a sua operadora tiver esse comando.

Mas nós somos do meio, certo? Sabemos como funciona o mercado. Mas e o público? Como fica? Não tenho assistido a Fox depois dessa lambança, mas me disseram na ABTA que não houve um simples aviso, até o momento, durante a programação do canal. É esperar para ver (ou ouvir).

terça-feira, agosto 07, 2007

Confira o trailer de O Caçador de Pipas

A divulgação de O Caçador de Pipas começou para valer. Aqui no blog, você pode ver o pôster e o trailer da adaptação para o cinema do romance de estréia do afegão Khaled Hosseini, que não sai da lista dos mais vendidos em todo o mundo desde seu lançamento, em 2003. Só nos Estados Unidos, o livro já vendeu mais de 2 milhões de cópias e foi traduzido para 42 línguas. Imagine o sucesso que o filme terá nas bilheterias.

A direção é de Marc Forster, de Em Busca da Terra do Nunca e Mais Estranho que a Ficção, e a produção executiva, de Sam Mendes, de Beleza Americana. Com estréia prevista para novembro nos Estados Unidos, O Caçador de Pipas conta uma bonita história de amizade e redenção, com as transformações políticas e sociais do Afeganistão nas últimas décadas como pano de fundo.

Nos anos 70, Amir e Hassan crescem como amigos inseparáveis, apesar de suas posições sociais completamente diferentes. Amir é rico e bem-nascido e Hassan, o filho do empregado da família, de uma etnia considerada inferior. As diferenças e a guerra que explode no país acabam separando os dois e, depois de muitos anos exilado nos Estados Unidos, Amir tem a chance de voltar para Cabul e compensar os erros de seu passado.

Segundo o roteirista, David Benioff, de A Última Noite e Tróia, o livro tem imagens intensamente cinematográficas, que devem render belas cenas. “O campeonato de pipas, por exemplo, ficará espetacular na tela. As cores e o esplendor da Cabul dos anos 70 vão contrastar dramaticamente com as roupas pardas impostas pelos talebãs. Há muitas cenas maravilhosas", conta Benioff. Só nos resta torcer para que o resultado seja mesmo tão bom quanto os milhões de fãs esperam.

Veja o trailer abaixo:

segunda-feira, agosto 06, 2007

Bobby

Como Emilio Estevez, eu também acho que uma só pessoa pode fazer a diferença. Acredito que as boas atitudes de um único ser humano são capazes de mudar o mundo. É um sonho universal, que parece mais uma utopia. Mas a verdade é que um bom exemplo pode influenciar outro.

Só que Bobby (2006), o primeiro filme de verdade dirigido por Emilio Estevez não vem da escola de Frank Capra. Seu comentado trabalho é uma homenagem assumida ao senador Robert F. Kennedy, que caminhava para a presidência dos EUA, mas terminou assassinado no Ambassador Hotel, em 1968. Para Estevez, e muitos outros norte-americanos, a morte de "Bobby" representou o fim de um sonho que tinha tudo para dar certo. Entre outros planos e atitudes, Kennedy queria acabar de vez com o preconceito no país e sempre ficava perto do povo no meio de misérias e tragédias.

Como as reflexões de Estevez são direcionadas somente ao público norte-americano e, principalmente, voltadas aos defensores das ideologias de Kennedy, o interesse pelo filme cai pela metade para quem não vota na terra do Tio Sam. Só se você for realmente fã de carteirinha dos EUA. Ou se acha que Robert F. Kennedy não teria feito "apenas" seu país melhor, mas todo o mundo.
Então Bobby é parte da prepotência da maioria norte-americana em considerar os "outros países" como eternamente agradecidos e dependentes? Ou Bobby foi feito somente para exibição doméstica?

Se Estevez naufraga nessa mensagem, seu cinema não vem mesmo do professor Frank Capra. Seu mestre é outro: Robert Altman. A partir dessa identificação, Bobby até que tem qualidades. É interessante (e um alívio) observar neste cinema atual, que um diretor estreante procure contar uma história com diversos personagens e dar consistência a todos eles. Nisso, Altman foi sensacional. Estevez ainda está aprendendo, mas já mostrou que é um aluno aplicado. Filma extremamente bem e tem paixão tanto pelo roteiro, quanto (como Altman) pelos personagens. E olha que o ator Emilio Estevez, geralmente, associou seu nome à produções comerciais. Como diretor, ele fez um filme pessoal e sentimental. Aliás, em alguns momentos, ele exagera no drama. Algo que Altman jamais fez.

Mas Bobby é somente a "estréia oficial" de Emilio Estevez por trás das câmeras. Ele tem futuro como cineasta e sabe que nem todos os filmes são feitos para o grande público. Muitas vezes, eles são realizados para os próprios diretores. Mas Estevez precisa entender que nem todos compartilham do mesmo pensamento que ele - nem nos EUA e nem fora dele. Dentro de um contexto político e social, o que posso dizer sobre a morte de Kennedy? Se ainda fosse a morte de John Lennon ou, até mesmo, de Gandhi, seu cinema dramático e persuasivo teria justificativa. Mas o que mais eu posso dizer? Estevez fala do passado para criticar a "Era Bush"? Mesmo que essa seja a sua intenção, Bobby ainda é filme para norte-americano ver. E partidário de Kennedy.

Lógico que é um delírio para qualquer cinéfilo ver um timaço de atores como Anthony Hopkins, Laurence Fishburne, Helen Hunt, Martin Sheen e tantos outros na tela. Seus personagens circulam pelo Ambassador Hotel até a fatídica noite do assassinato. Todos eles estão muito bem, incluindo Sharon Stone e Demi Moore. Mas será que essa reunião comprova o carisma de Emilio Estevez em Hollywood? Ou eles apenas queriam aparecer em um filme que é pura homenagem a Robert Kennedy?

Bobby (2006)
Direção: Emilio Estevez
Elenco: William H. Macy, Anthony Hopkins, Heather Graham, Elijah Wood, Laurence Fishburne, Helen Hunt, Martin Sheen, Joshua Jackson, Christian Slater, Sharon Stone, Demi Moore e Lindsay Lohan

sábado, agosto 04, 2007

Duro de Matar 4.0


O problema de Duro de Matar 4.0 (Die Hard 4.0, 2007) é chegar aos cinemas brasileiros depois de tantas produções do verão norte-americano, afinal muitos espectadores estão cansados de filmes repletos de tiros e explosões. Se Hollywood não planejasse o cinema como um negócio e resolvesse lançar a quarta aventura de John McClane (Bruce Willis) em outra temporada, o prazer geral, certamente, seria maior. Mas quem entrar nesta sessão com um compreensível pé atrás (ou quem deixar para o DVD), vai perder um grande (e genuíno) filme de ação. E nada como a velha escola para mostrar como se faz um belo exemplar do gênero.

Talvez Duro de Matar 4.0 seja superior às duas seqüências anteriores. É o filme da série que mais se esforça para oferecer algo de novo na "mitologia" de McClane. O primeiro Duro de Matar, de John McTiernan, continua imbatível, claro. É o fardo de um homem destinado a se tornar um herói. É o cara errado na hora certa. Ou o cara certo na hora errada. O efeito é o mesmo. O original de 1988 é o filme de ação mais influente (e imitado) dos últimos 19 anos. Até mesmo por suas seqüências. O original ligou McClane ao homem comum. Ele acompanha a evolução tecnológica do mundo com desconfiança. Nos anos 1980, voar já era rotina para grandes executivos. McClane não acha normal ficar dentro de um avião e não tem a mínima intenção de se atualizar. Em Duro de Matar 2 e 3, ninguém acrescentou nada ao herói. Só deram mais do mesmo em cenários cada vez maiores.

Depois de tantas imitações e a definitiva entrada do cinema na era digital, o diretor Len Wiseman, de Anjos da Noite, ganhou a missão de colocar McClane e Duro de Matar no novo milênio. E conseguiu. E qual é o segredo deste sucesso? É não mexer em um time que está ganhando. Bruce Willis pode ter 52 anos, mas ainda é John McClane. Ninguém tenta modernizar o herói como, infelizmente, aconteceu em 007. Willis também não se coloca acima do papel como Tom Cruise faz em cada Missão Impossível. Ele é puro carisma. McClane pode estar velho, mas tem orgulho de ser um "relógio Timex em um mundo digital". Nada de ter vergonha disso. O filme é para os fãs da série e mais ninguém.

Só que Duro de Matar 4.0 não seria um Die Hard sem exageradíssimas cenas de ação. Desta vez, uma supera a outra. Os efeitos são atuais, mas surgem como coadjuvantes a serviço do roteiro. E o melhor de tudo isso é colocar Bruce Willis e a velha escola de dublês para suar a camisa: McClane escapa de um tiroteio no início do filme, desvia de veículos desgovernados em um túnel, derruba um helicóptero com um simples carro, sai no tapa com uma vilã e (a minha favorita) enfrenta um caça F-14 dentro de um caminhão. E o visual pretendido por Len Wiseman é ação à moda antiga. Ponto para ele.


Mas a grande contribuição do quarto filme em relação ao original é conduzir todo o espetáculo por uma trama com elementos atuais e reflexivos. Duro de Matar 4.0 discute o "velho" e o "novo", o "analógico" contra o "digital" (quem é mais inteligente ou capaz?) e põe McClane para lutar contra vilões norte-americanos. O filme também vem da parte de Hollywood insatisfeita com George W. Bush? Eu realmente não sei, mas Duro de Matar 4.0 aproveita para criticar os meios de comunicação como aliados do governo e reflete se há manipulação nas notícias de rádio, TV, jornal e internet. É um terrorismo virtual, que prega o medo como forma de controle.

Outro tapa na cara dos EUA é uma cena passada dentro de um carro. Não há tiros ou explosões, apenas um diálogo entre McClane e Matt Farrell (Justin Long). O tira explica ao garoto que não há nada de especial em ser herói. Ninguém pede por isso. Um herói ganha apenas um aperto de mão e um tapinha nas costas por seus feitos. É um homem atormentado e condenado a salvar pessoas inocentes, porque ninguém mais pode fazer isso. E todo esse conteúdo veio de um típico filme do verão norte-americano...

Duro de Matar 4.0 (Die Hard 4.0/Live Free or Die Hard, 2007)
Direção: Len Wiseman
Elenco: Bruce Willis, Justin Long, Mary Elizabeth Winstead, Timothy Olyphant, Cliff Curtis, Maggie Q, Cyril Raffaelli e Kevin Smith

sexta-feira, agosto 03, 2007

O esperado final de Heroes


A maioria dos fãs já sabe como termina a primeira temporada de Heroes, mas a minoria que espera os atrasados episódios do Universal Channel tem uma chance hoje à noite, às 21h.

Ainda não entendi o que desagradou muitos fãs no final da temporada, porque eu adorei. Uma hipótese é que a série jamais se apresentou como um típico espetáculo de ação hollywoodiano. Heroes sempre seguiu a linha de quadrinhos mais "sérios" como Watchmen, de Alan Moore. Sei que teve gente decepcionada com a luta entre Peter Petrelli (Milo Ventimiglia) e o vilão Sylar (Zachary Quinto), mas seria injusto com a aventura criada por Tim Kring se os dois se arrebentassem ao estilo Matrix.

O problema é que Heroes foge dos habituais clichês do cinema e tenta se levar a sério. Kring dá importância ao drama e enaltece a união dos personagens contra o mal com amizade e sacrifício. São valores básicos que parecem não valer coisa alguma sem um excesso de tiros e explosões. O público atual não está acostumado. E quando uma produção se torna popular, cada um imagina suas próprias conclusões. É nesse perigo que se encontra Heroes. Como agradar aos rigorosos fãs na segunda temporada ou, ao menos, manter o nível do primeiro ano?

quarta-feira, agosto 01, 2007

Tudo pronto para Watchmen

A adaptação para o cinema da cultuada HQ de Alan Moore, Watchmen, que será dirigida por Zack Snyder (de 300), já tem grande parte do elenco principal definido e um pôster ultra fiel à obra original.

Criado por Dave Gibbons, o desenhista da HQ, o primeiro pôster traz a data de estréia da produção: 06 de março de 2009. A arte remete às capas dos quatro volumes de Watchmen.

A história se passa em um 1985 alternativo. Super-heróis uniformizados integram a sociedade e o Relógio do Juízo Final, que mede a tensão entre EUA e União Soviética, marca permanentemente a hora 23:55.

Quando um de seus antigos colegas é assassinado, Rorschach descobre uma trama para matar (e humilhar) todos os outros super-heróis. Conforme ele reencontra sua antiga legião de combatentes do crime, Rorschach investiga uma conspiração ligada ao passado dos heróis.

Até agora, o elenco é formado por Jackie Earle Haley (Rorschach), Malin Akerman (Espectral), Billy Crudup (Dr. Manhattan), Matthew Goode (Ozymandias), Jeffrey Dean Morgan (Comediante) e Patrick Wilson (Coruja). Mas o diretor Zack Snyder ainda quer seu herói de 300, Gerard Butler, no filme. Aguarde por mais notícias de Watchmen.